Olá!
Há já algum tempo que procurava algum tipo de cerimónia xamânica com cogumelos - sobretudo para poder consumir com supervisão de alguém experiente e em ambiente controlado.
Nunca encontrei por onde moro, resolvi então começar a pesquisar um pouco mais sobre o assunto na Internet e foi aí que descobri este e outros fóruns/sites e me comecei a aperceber que havia "muita" gente a fazer cultivo em casa.
Ao fim de bastante tempo entre leituras e vídeos (diria que os vídeos originais do método PF-Tek é que me convenceram!) resolvi começar a organizar o material necessário, encomendar esporos, etc.
Segue-se então o meu processo, tentarei ser o mais detalhado possível para que possam dar-me sugestões do que faço bem ou mal - o que agradeço desde já!
Encomenda de carimbos + Recolha de Material:
Há umas semanas atrás chegaram os carimbos da FRSE. Inicialmente planeava utilizar a raça Mazatapec (por ter lido que estavam de alguma forma ligados a Maria Sabina que conheci no livro do Albert Hoffman) mas como os carimbos estavam esgotados escolhi como alternativa, mais ou menos por acaso, os Mexican Dutch King. Não comecei logo a produção porque ainda me faltava material, principalmente os copos/frascos apropriados (sem aba) que tive de encomendar online.
Fui recolhendo o resto do material, criei a glovebox, comprei o aquecedor de aquário e caixas organizadoras para fazer a incubadora, etc.
Há três dias chegaram finalmente os copos.
Fotos de material:
Inicio a 6 Janeiro - Receita PF Tek + Esterilização:
Com os copos pude finalmente começar o processo.
Fiz a mistura da receita PF-TEK da vermiculita com a farinha de arroz e água num alguidar limpo e depois enchi 7 copos (6 de 280ml e 1 de 565ml) com a mistura, limpando depois os rebordos e adicionando uma pequena camada de vermiculita seca no topo. Depois coloquei a tampa dos frascos de plástico fechada a 3/4 e cobri com folha de alumínio dobrada em 2, cada um deles.
Meti no fundo da panela de pressão uma base que se usa para poder por os tachos quentes nas mesas para que os frascos não estivessem em contacto directo com o fundo da panela.
Lá dentro pus os que couberam (apenas 4, hoje esterilizei os restantes 3 que estão na panela a arrefecer para inocular amanhã) para esterilizar com água que chegasse até cerca de 1cm do fundo do copo.
Deixei por 1h ao lume depois de começar a sair o vapor com pressão alta e depois de desligar o lume deixei por 48h sem abrir a panela - era para ser só uma noite mas não tive tempo antes.
Nesse mesmo dia em que comecei o processo com a esterilização dos copos, fiz também o inicio da seringa: Fervi água por alguns minutos e puxei essa água para a seringa umas 4 vezes, deitando a água sugada fora. Deixei água ainda bem quente a encher a seringa, esterilizei a agulha com fogo de isqueiro e guardei colocando a tampa novamente e enrolando numa quantidade decente de folha de alumínio para alimentos até ao dia seguinte.
Seringa de Esporos:
No dia seguinte (7 Janeiro) à esterilização arranjei um bocado de tempo e fiz o resto da minha seringa de esporos com o carimbo que tinha guardado.
Reparei que não tinha uma espátula portanto utilizei uma colher de café expresso pequena e uma chávena correspondente para misturar os esporos, tendo lavado primeiro bem com detergente da loiça depois passado álcool e colocado no lume (a colher) durante algum tempo para deixar o mais limpo possível.
Pus o material dentro da glovebox (toalha papel, álcool, chávena + colher, carimbo fechado no zip lock de origem e a seringa esterilizada novamente com fogo e álcool). Limpei bem a chávena com a toalha e álcool e depois de secar alguns 10 segundos, abri o carimbo e raspei 1/3 (sei que é mais que o recomendado mas calhou por "distração" e inexperiência). Coloquei cerca de metade da água da seringa também na chávena para misturar com os esporos e suguei novamente tudo para a seringa algumas vezes até que restassem poucos esporos na chávena (impossível coletar todos).
Ainda dentro da glovebox voltei a fechar o carimbo de esporos e coloquei no zip lock de origem. Depois disso tudo voltei a esterilizar e guardar a seringa que ficou em repouso 24H para hidratar os esporos (sei que basta 12h mas não tinha disponibilidade antes).
Inoculação - 8 Janeiro:
Finalmente, há algumas horas atrás, tive tempo para tirar os frascos da panela de pressão para inocular. Limpei a glovebox com água sanitária (lixívia pura) e água, também limpei a mesa onde trabalhei com essa solução. Transferi da panela para a glovebox os copos e a seringa.
Tirei o alumínio dos copos e fechei o resto da tampa que tinha deixado minimamente "aberta" como recomendado pelo facto dos frascos serem herméticas.
Peguei na seringa então esterilizada com chama de isqueiro fora da caixa e iniciei o processo de injeção dos esporos nos frascos.
Estes frascos têm um filtro na tampa que furei com a seringa para inocular, mas em alguns (devido ao facto do buraco do filtro ser a meio) não consegui chegar exatamente às "paredes" do frasco - noutros consegui. No final, após ter os 4 frascos inoculados, voltei a cobri-los com o alumínio e deixei-os na glovebox juntamente com a seringa até amanhã, que os transferirei para a incubadora e inocularei os restantes 3 frascos.
Deixei também já pronta para amanhã a incubadora que consiste em 2 caixas organizadores de 50 litros, uma dentro de outra apoiada em copos. Na caixa de cima ficarão, amanhã, os frascos e tem um termómetro de aquário para controlo da temperatura (que planeio deixar por volta dos 27º).
Na caixa de baixo está fixado com ventosas um aquecedor de aquário de 150W e enchi com água até submergir os copos que fazem de apoio e tocar o fundo da caixa de cima onde ficaram os frascos. Depois coloquei um saco de plástico grande e preto a cobrir tudo para conservar o calor e tapar a luz.
Aqui apercebi-me que as coisas não iam funcionar exatamente como imaginei: supostamente a caixa dos frascos (a de cima) ficaria coberta, por fora, até meio com água da caixa de baixo. Acontece que ela fica a flutuar um pouco a não ser que tenha um grande peso em cima, o que faz com que apenas 1 ou 2 cms das paredes estejam em contacto com a água aquecida... Mesmo assim acho que será possível manter a temperatura ideal.
E é isto para já!
Estou a aguardar que os últimos 3 frascos arrefeçam com a panela de pressão para os inocular amanhã e colocar tudo na incubadora.
Apercebi-me que, apesar de ser algo simples se seguir-mos os passos, há sempre algo que pode correr "mal" ou não ser tão simples quanto parece - sobretudo a nível de limpezas e esterilizações. Espero que tenha um desenvolvimento saudável pois fiz os possíveis para evitar contaminações.
Sugestões, dicas, etc são bem vindas!
Há já algum tempo que procurava algum tipo de cerimónia xamânica com cogumelos - sobretudo para poder consumir com supervisão de alguém experiente e em ambiente controlado.
Nunca encontrei por onde moro, resolvi então começar a pesquisar um pouco mais sobre o assunto na Internet e foi aí que descobri este e outros fóruns/sites e me comecei a aperceber que havia "muita" gente a fazer cultivo em casa.
Ao fim de bastante tempo entre leituras e vídeos (diria que os vídeos originais do método PF-Tek é que me convenceram!) resolvi começar a organizar o material necessário, encomendar esporos, etc.
Segue-se então o meu processo, tentarei ser o mais detalhado possível para que possam dar-me sugestões do que faço bem ou mal - o que agradeço desde já!
Encomenda de carimbos + Recolha de Material:
Há umas semanas atrás chegaram os carimbos da FRSE. Inicialmente planeava utilizar a raça Mazatapec (por ter lido que estavam de alguma forma ligados a Maria Sabina que conheci no livro do Albert Hoffman) mas como os carimbos estavam esgotados escolhi como alternativa, mais ou menos por acaso, os Mexican Dutch King. Não comecei logo a produção porque ainda me faltava material, principalmente os copos/frascos apropriados (sem aba) que tive de encomendar online.
Fui recolhendo o resto do material, criei a glovebox, comprei o aquecedor de aquário e caixas organizadoras para fazer a incubadora, etc.
Há três dias chegaram finalmente os copos.
Fotos de material:
Inicio a 6 Janeiro - Receita PF Tek + Esterilização:
Com os copos pude finalmente começar o processo.
Fiz a mistura da receita PF-TEK da vermiculita com a farinha de arroz e água num alguidar limpo e depois enchi 7 copos (6 de 280ml e 1 de 565ml) com a mistura, limpando depois os rebordos e adicionando uma pequena camada de vermiculita seca no topo. Depois coloquei a tampa dos frascos de plástico fechada a 3/4 e cobri com folha de alumínio dobrada em 2, cada um deles.
Meti no fundo da panela de pressão uma base que se usa para poder por os tachos quentes nas mesas para que os frascos não estivessem em contacto directo com o fundo da panela.
Lá dentro pus os que couberam (apenas 4, hoje esterilizei os restantes 3 que estão na panela a arrefecer para inocular amanhã) para esterilizar com água que chegasse até cerca de 1cm do fundo do copo.
Deixei por 1h ao lume depois de começar a sair o vapor com pressão alta e depois de desligar o lume deixei por 48h sem abrir a panela - era para ser só uma noite mas não tive tempo antes.
Nesse mesmo dia em que comecei o processo com a esterilização dos copos, fiz também o inicio da seringa: Fervi água por alguns minutos e puxei essa água para a seringa umas 4 vezes, deitando a água sugada fora. Deixei água ainda bem quente a encher a seringa, esterilizei a agulha com fogo de isqueiro e guardei colocando a tampa novamente e enrolando numa quantidade decente de folha de alumínio para alimentos até ao dia seguinte.
Seringa de Esporos:
No dia seguinte (7 Janeiro) à esterilização arranjei um bocado de tempo e fiz o resto da minha seringa de esporos com o carimbo que tinha guardado.
Reparei que não tinha uma espátula portanto utilizei uma colher de café expresso pequena e uma chávena correspondente para misturar os esporos, tendo lavado primeiro bem com detergente da loiça depois passado álcool e colocado no lume (a colher) durante algum tempo para deixar o mais limpo possível.
Pus o material dentro da glovebox (toalha papel, álcool, chávena + colher, carimbo fechado no zip lock de origem e a seringa esterilizada novamente com fogo e álcool). Limpei bem a chávena com a toalha e álcool e depois de secar alguns 10 segundos, abri o carimbo e raspei 1/3 (sei que é mais que o recomendado mas calhou por "distração" e inexperiência). Coloquei cerca de metade da água da seringa também na chávena para misturar com os esporos e suguei novamente tudo para a seringa algumas vezes até que restassem poucos esporos na chávena (impossível coletar todos).
Ainda dentro da glovebox voltei a fechar o carimbo de esporos e coloquei no zip lock de origem. Depois disso tudo voltei a esterilizar e guardar a seringa que ficou em repouso 24H para hidratar os esporos (sei que basta 12h mas não tinha disponibilidade antes).
Inoculação - 8 Janeiro:
Finalmente, há algumas horas atrás, tive tempo para tirar os frascos da panela de pressão para inocular. Limpei a glovebox com água sanitária (lixívia pura) e água, também limpei a mesa onde trabalhei com essa solução. Transferi da panela para a glovebox os copos e a seringa.
Tirei o alumínio dos copos e fechei o resto da tampa que tinha deixado minimamente "aberta" como recomendado pelo facto dos frascos serem herméticas.
Peguei na seringa então esterilizada com chama de isqueiro fora da caixa e iniciei o processo de injeção dos esporos nos frascos.
Estes frascos têm um filtro na tampa que furei com a seringa para inocular, mas em alguns (devido ao facto do buraco do filtro ser a meio) não consegui chegar exatamente às "paredes" do frasco - noutros consegui. No final, após ter os 4 frascos inoculados, voltei a cobri-los com o alumínio e deixei-os na glovebox juntamente com a seringa até amanhã, que os transferirei para a incubadora e inocularei os restantes 3 frascos.
Deixei também já pronta para amanhã a incubadora que consiste em 2 caixas organizadores de 50 litros, uma dentro de outra apoiada em copos. Na caixa de cima ficarão, amanhã, os frascos e tem um termómetro de aquário para controlo da temperatura (que planeio deixar por volta dos 27º).
Na caixa de baixo está fixado com ventosas um aquecedor de aquário de 150W e enchi com água até submergir os copos que fazem de apoio e tocar o fundo da caixa de cima onde ficaram os frascos. Depois coloquei um saco de plástico grande e preto a cobrir tudo para conservar o calor e tapar a luz.
Aqui apercebi-me que as coisas não iam funcionar exatamente como imaginei: supostamente a caixa dos frascos (a de cima) ficaria coberta, por fora, até meio com água da caixa de baixo. Acontece que ela fica a flutuar um pouco a não ser que tenha um grande peso em cima, o que faz com que apenas 1 ou 2 cms das paredes estejam em contacto com a água aquecida... Mesmo assim acho que será possível manter a temperatura ideal.
E é isto para já!
Estou a aguardar que os últimos 3 frascos arrefeçam com a panela de pressão para os inocular amanhã e colocar tudo na incubadora.
Apercebi-me que, apesar de ser algo simples se seguir-mos os passos, há sempre algo que pode correr "mal" ou não ser tão simples quanto parece - sobretudo a nível de limpezas e esterilizações. Espero que tenha um desenvolvimento saudável pois fiz os possíveis para evitar contaminações.
Sugestões, dicas, etc são bem vindas!
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