Bom pessoal, hoje (ontem - 17/03/12) foi muito produtivo... Peguei os selos, comprei os materiais, montei uma glovebox e fiz a seringa.
Então, seguem algumas dificuldades e aprendizados que eu vivenciei:
- Nenhuma das duas farmácias perto de casa tinha aquele potinho de exame de fezes/urina que seria o ideal para raspar e fazer a seringa. Disseram que estava em falta. Usei um potinho que achei no mercado e raspei com a tampa da seringa.
- Essas caixas de plástico, chamadas de "organizadoras" são meio caras, mas são feitas de material resistente.
- Para cortar os círculos nas caixas e colocar os canos já cortados, chamados de "luvas" de canos em casas de construção, eu quebrei a caixa - tipo ela deu umas rachadas onde não deveria e eu usei fita translúcida para reparar. Aí por sugestão da minha mulher, eu acabei esquentando o estilete no fogo. Aí foi bem fácil de fazer os círculos. Se tivesse feito logo no início eu não teria "estragado" a caixa. Mas não foi perda total e deu para seguir em frente.
- Assepsia total: Isso é meio confuso e a paranoia faz parecer que nunca é o suficiente.
Aí começaram os problemas maiores... A hora de fazer a seringa!
Tudo pronto, banho tomado, luvas, máscara, toca, tudo posicionado e glovebox fechada...
- A primeira dificuldade na operação foi abrir o plástico que vem com o alumínio com o carimbo dentro... Acabou descolando a luva da mão esquerda. Acabei que tirei da glovebox e abri o plástico e parte do alumínio do lado de fora da glovebox. (Operar na glovebox é uma questão de prática também! Prática essa que eu ainda não tenho...)
- Tive dificuldade na hora da raspagem. Sensação que não aproveitei todos os
esporos do selo... E não devo ter aproveitado 100% mesmo... Na hora H tentei raspar com a tampa da agulha... No final das contas, até com a luva da glovebox eu raspei um pouco o alumínio, que nessa altura do campeonato a esquerda já tinha soltado de vez.
- Eu não achei água destilada nas farmácias que fui e já bastou a quantidade de coisa que eu corri atrás para comprar... Botei para dentro da glovebox uma garrafinha de 600ml de
água mineral...
- Puxar com a seringa a água daquela garrafinha foi um parto... E deixei aberta a garrafinha depois que puxei os 20ml da seringa.
- Joguei a água da seringa no potinho... Dei uma mexida mesmo sem tampar, de leve e puxei então a água do potinho com os esporos para a seringa. Nesse processo, eu derrubei a garrafinha da água dentro da glovebox...

- Tapada a seringa... Tirei ela da glovebox e coloquei contra a luz... Vi uns clusterzinhos boiando... Pelo menos isso... Muito leve impressão da água estar levemente mais escura... Mas eu vi uns clusterzinhos boiando!!!
Aí foi só enrolar a seringa num papel alumínio e colocar na geladeira...
Arrumei o meu lab... rs E descansei um pouco...
Eu pretendia preparar o substrato ainda hoje... Mas tô morto... Amanhã (hoje) quando eu acordar eu pretendo preparar ele e colocar para cozinhar. Aí eu espero esfriar (umas dez horas) e a noite, se tudo der certo eu faço a inoculação!
Em uma primeira análise, após vivenciar isso, estou achando que é mais fácil a maioria das continações virem do substrato mal cozido. Porque, mesmo essa parte do processo que eu fiz, quando deu problema na luva da glovebox, o ambiente estava preparando, eu estava limpo, materiais como luva, máscara e toca estavam sendo utilizados, tudo estava esterilizado... Acho difícil uma contaminação vir daí...
É mais provável que a contaminação venha de fábrica mesmo junto com os componentes utilizados no substrato e a má armazenação na hora de crescer o
micélio.
17-18/03/2012 - Diário de Cultivo






