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Completo Diário Completo #1 - Ciclo de Vida Cool Bensis - TKSSS em PF Tek - 9º Cultivo

Diário de cultivo completo.
Primeiro diário completo da Família Cool Bensis :cool: - de carimbo a carimbo e além.

Mas, como é o ciclo de vida do Psilocbe Cubensis? :teo_seta_direita: Para esta importante resposta, remeto vocês aos tópicos Ciclo de Vida dos Cogumelos Parte 1 e Ciclo de Vida dos Cogumelos Parte 2 - cujas leituras ajudarão na compreensão de tudo que será feito e dito nestes registros. Aqui neste diário vamos passar por todas essas etapas, começando pelo carimbo de esporos, do qual tiraremos os esporos para confeccionar a seringa, a qual usaremos para a inoculação em data futura.


FASE I - ESPOROS


O que veio primeiro, o cogumelo ou o esporo? :galinha: Deixemos essa para qualificados filósofos responderem. Aqui vamos começar o ciclo de vida do cogumelo pela fase dos esporos.

Bem, em resumo, tudo se (re)inicia com os esporos, que eclodem quando em um substrato para darem origem às hifas que formarão o micélio, o qual será a próxima fase. Em certo momento, este micélio entende que está na hora de se reproduzir e entra finalmente na fase em que os cogumelos são produzidos. Por fim, há o retorno à fase do esporo, com a esporulação, e daí o reinício do ciclo de vida dos Cubensis.

As etapas que envolvem a fase dos esporos vão desde a confecção do carimbo de esporos até a inoculação no substrato, e serão vistas a partir de agora:


Etapa 1 - Carimbo de Esporos


A) Informações Gerais sobre Seringas de Esporos

O que são Esporos?
Esporo é como chamamos a "semente" (entre aspas porque tecnicamente não é semente mas esporo) de fungos. No caso dos esporos de Cubensis, eles dão origem ao micélio que posteriormente produzirá os cogumelos.

O que é Carimbo de Esporos? No momento em que o cogumelo começa a liberar seus esporos, é possível seccionar o chapéu do mesmo e colocá-lo sobre uma superfície, como um papel alumínio, onde ele depositará seus milhões de esporos microscópicos. O carimbo de esporos é então essa superfície onde ficarão os esporos. O nome "carimbo" vem porque, bem, é quase que literalmente uma carimbada - a diferença é que ao invés de tinta o chapéu solta esporos.

Carimbo utilizado neste cultivo. Um carimbo da strain TKSSS (Thai Koh Samui Super Strain), tirado em 23 de Janeiro desse ano, que foi obtido em uma troca com o nobre @Hórus em um momento de sorte minha, pois é uma das novas strains que eu mais desejava cultivar. :)

Como obter um carimbo? São várias formas:
  1. Tirar você mesmo o carimbo de um cogumelo;
  2. Comprar na internet em um sítio que venda esporos - as lojas que se encontram nas regras da comunidade se acham no Repositório / Bancos de Esporos;
  3. Solicitar a um dos bancos de esporos pelo mundo - Repositório / Bancos de Esporos;
  4. Fazer troca com algum amigo ou com outro membro, se tiver acesso ao subfórum Compartilhando & Trocando - veja aqui as condições para participar do fórum de trocas e suas regras.
Informações Centralizadas sobre Carimbos. Na Biblioteca, em Perguntas Frequentes / Carimbos e Seringas, e no subfórum Carimbo, Seringa e Inoculação.

B) Procedimentos com o Carimbo de Esporos

Confecção de Carimbos. Estas informações serão dadas se/quando houver colheita.

Conservação do Carimbo. Eu simplesmente os deixo guardados em um pote vedado hermeticamente, cada um dentro de um ziplock, e com sílica gel dentro do pote, conforme a imagem abaixo:
pote dos carimbos.jpg

Utilização para confecção de seringa de esporos ou de cultura líquida. A seguir, a confecção de seringas, método adotado para este diário.


Etapa 2 - Seringa de Esporos


A) Informações Gerais sobre Seringas de Esporos

O que é uma Seringa de Esporos? É como se chama uma seringa com uma solução de água com esporos misturados nela. Sua função é facilitar no momento da inoculação, que fica mais complicada de fazer se for necessário raspar o carimbo diretamente sobre o substrato onde crescerá o micélio. A agulha da seringa facilita que os esporos sejam inoculados diretamente dentro do substrato, o que inclusive acelera o tempo de colonização - além de possibilitar o uso do selo de vermiculita nos bolos, que é um fator favorável contra contaminações.

Informações Centralizadas sobre Seringas de Esporos. Na Biblioteca, em Perguntas Frequentes / Carimbos e Seringas, e no subfórum Carimbo, Seringa e Inoculação.

B) Confecção da Seringa de Esporos

Resumo. O método que eu adoto desde o primeiro cultivo é o que considero o mais simples de todos e está no tópico Seringas extremamente simples. Em resumo, utiliza-se um pote de coleta de fezes que já vem esterilizado para misturar os esporos com a água, bem como a pazinha que vem dentro pra raspar o carimbo. Não utilizo água destilada nem água mineral, simplesmente fervo a água corrente e depois jogo pra seringa, conforme explicado no tópico citado.

Importância da Assepsia. Ao lado do momento da inoculação, a confecção da seringa de esporos requer muito cuidado para que não haja contaminações. Uma seringa de esporos contaminada pode determinar 100% de fracasso de um cultivo com bolos PF, tornando irrelevantes todos os procedimentos de esterilização realizados posteriormente à confecção da seringa contaminada.

:teo_seta_direita: Para detalhes sobre esterilização e outros procedimentos, confira o subfórum Esterilização.​

Quantidade de seringas.
Foram confeccionadas duas seringas de 20 ml cada com os esporos de TKSSS.

Local da confecção. O local onde faço as seringas é na boca do forno do fogão.

Imagens passo a passo do procedimento:

B.1 - Preparação

01 - material pra confeccionar seringa 1.jpg --> materiais utilizados para fazer a seringa. Só faltou o potinho de polipropileno usado pra facilitar encher as seringas de água quente.
02 - material pra seringa no fogão com água fervendo.jpg --> tudo já sobre a boca do fogão e a água fervendo.
03 - alumínio separado.jpg --> alumínio separado para enrolar as seringas após confeccioná-las.

B.2 - Confecção

04 - captando a água quente nas seringas.jpg --> primeiro encher as seringas com a água fervida ainda quente.
04a - deixa resfriar as seringas.jpg --> depois deixar esfriar pra não matar os esporos, ou pode acelerar o processo com água corrente, com cuidado pra não molhar a agulha.
05 - potinho aberto.jpg --> abrir o potinho logo antes de fazer a raspagem do carimbo.
06a - carimbo aberto.jpg --> abrir o carimbo a ser raspado.
06b - raspando.jpg 06c - raspando.jpg --> raspar o carimbo. Aqui na foto, cerca de 1/4 foi utilizado, o que neste caso foi até muito para duas seringas, dado o tamanho grande do carimbo.
07a - misturando os esporos na água.jpg 07b - misturando os esporos na água.jpg 07c - misturando os esporos na água.jpg --> após raspar os esporos, misturar água no potinho. Uma dica é usar a pressão da água saindo da agulha para limpar os esporos que fiquem grudados na pazinha (foto do meio) e nas paredes do potinho (foto da direita).
08 - enche e esvazia as seringas.jpg --> encher a seringa, tornar a esvaziá-la, enchê-la novamente e repetir até que sinta que os esporos estejam bem misturados. Então, encher de vez.
09 - as seringas feitas.jpg --> Pronto, seringas feitas. :feliz: Como se pode ver, não precisa ser escura a água da seringa, mas dá pra ver de boa os esporos ali em flutuação na água.

B.3 - Armazenamento

10a - armazenando as seringas.jpg 10b - armazenando as seringas.jpg --> finalmente, enrolar as seringas em papel alumínio e...
10c - armazenando as seringas.jpg --> armazenar na geladeira.

Com isto, está completa a confecção da seringa e é só guardar o carimbo pra próxima.

:!: Recomenda-se o descanso das seringas em pelo menos 12 horas antes de utilizá-la, pra que os esporos sejam reidratados.

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O próximo passo será fazer o substrato onde serão inoculados os esporos da seringa recém confeccionada.
 
Última edição:
Sem palavras, agradecendo demais ao amigo pelo seu maravilindo¹ post.
Com certeza a próxima seringa aqui em casa, será feita na boca do forno, curti demais a ideia!

¹ Maravilindo = maravilhoso + lindo :roflmao:
 
Sem palavras, agradecendo demais ao amigo pelo seu maravilindo¹ post.
Com certeza a próxima seringa aqui em casa, será feita na boca do forno, curti demais a ideia!

¹ Maravilindo = maravilhoso + lindo :roflmao:

:contente:

Pois é, a boca do forno funciona como uma capela de fluxo laminar, em que o calor do forno cria o fluxo de ar que impede ou dificulta a contaminação:

"técnica do forno". Essa técnica usa o forno como um modo de reduzir quantidade de contaminantes presentes. Para isso aqueça o forno e abaixe a tampa. Você então usará a tampa do forno como superfície de trabalho. A teoria é que o calor do forno faz com que contaminantes do ar sejam levados para longe, já que o ar quente sobe, assim prevenindo que caiam na sua superfície de trabalho.

Então, fogo alto e mãos à obra. :D
 
Etapa 3 - Substrato


A) Informações Gerais sobre Substrato

O que é substrato? É onde serão inoculados os esporos, e serve como alimento para o micélio que crescerá, bem como de sustento para o cogumelo quando crescer.

Informações Centralizadas sobre Substratos. Na Biblioteca, em Perguntas Frequentes / Substratos Bulk e em Perguntas Frequentes / A PF Tek / Da Receita até a Inoculação; bem como no subfórum Preparo de Substrato.

B) Preparo do Substrato

Resumo. Usa-se a receita escolhida para fazer os bolos PF, substrato escolhido para este cultivo, e posteriormente os copos serão levados à panela de pressão para esterilização do substrato por meio de autoclavagem amadora.

Guia completo.
Os passos que serão realizados abaixo foram feitos com base no Guia de Cultivo Básico Ilustrado, com uma pequena adaptação, consistente na fixação dos alumínios com fita isolante nos copos antes de irem pras panelas de pressão.

Receita
. A receita a ser utilizada aqui neste diário será a clássica utilizada na técnica de cultivo mais recomendada para iniciantes, a PF Tek, constituída de:

Imagens passo a passo do procedimento
:

B.1 - Fazendo a Receita

01 - materiais.jpg --> materiais utilizados primeiro: bacia pra fazer a mistura da receita, os copos pra colocar o substrato dentro, os ingredientes do bolo (FAI, vermiculita e água) e uma colher. Aqui, faltou o guardanapo e o álcool 70% pra limpar a beira dos copos de vestígios do substrato antes de colocar o papel alumínio em cima. Não precisei fazer isso.

02a - vermiculita 1.jpg 02a - vermiculita 2.jpg --> Primeiro adicionar a vermiculita na proporção de 2:1:1 em relação aos outros ingredientes. No caso, foi um total de 800 ml de vermiculita.
02b - água.jpg --> Depois adicionar a água, na metade do volume da vermiculita, o que deu 400 ml de água mineral neste cultivo.
02b - misturando água com vermiculita.jpg --> Misturar a vermiculita e a água antes de adicionar a FAI, para o substrato ficar melhor aerado.

02c - FAI.jpg --> Adicionar a FAI, na metade do volume da vermiculita, o que deu 400 ml neste cultivo.
02c - misturando a FAI.jpg --> Por fim, misturar tudo.
02d - verificando umidade.jpg --> Verificar a umidade: para tanto, aperte bem o substrato na mão, se cair umas gotinhas, tá bom.
02e - receita pronta.jpg --> Substrato pronto para ir aos copos.

B.2 - Preenchendo e Selando os Copos

03a - colocando nos copos.jpg 03b - copos cheios sem selo.jpg --> Preencher os copos com o substrato, até pouco abaixo da boca, com pequeno espaço para adicionar o selo de vermiculita depois.
04a - selo de vermiculita 1.jpg 04b - selo de vermiculita 2.jpg 04c - selo de vermiculita 3.jpg 04d - copos com o selo de vermiculita.jpg --> Adicionar uma camada de vermiculita em cima, que ajudará a evitar contaminantes na inoculação.
05 - materiais pra selar o copo.jpg --> Materiais ainda não listados: tesoura e fita isolante.
05a - alumínio 1.jpg 05b - cortando alumínio.jpg 05c - aluminiados.jpg --> Firmar os papéis alumínios nas bocas dos copos e retirar os excessos.

06a - fita isolante 1.jpg 06b - fita isolante já colocada nos copos.jpg --> Terminar de selar os copos com fita isolante.

B.3 - Esterilização na Panela de Pressão

07a - furando 1.jpg 07b - furando 2.jpg --> Fazer de 2 a 4 furos no alumínio para que a pressão interna do copo não o rasgue dentro da panela de pressão.
08a - PP menor.jpg 08b - PP maior.jpg 08c - PPs.jpg --> Colocar os copos na água até altura razoável. Eu costumo deixar até a metade dos copos, mas a recomendação é 1/3.
09a - no fogo alto.jpg --> Fechar as panelas, levar ao fogo alto e aguardar até que comece a pressão na tampa.
09b - no fogo baixo.jpg
--> Abaixar o fogo e aguardar de 1 hora a no máximo 1 hora e meia para apagar o fogo.

B.4 - Hora de Resfriar

10 - panelas esfriando.jpg --> Deixar resfriar naturalmente.

E assim finalizamos todo o preparo do substrato que receberá os esporos na inoculação.

:!: Recomenda-se deixar esfriar por pelo menos 6 horas para assegurar que o substrato não esteja muito quente no momento da inoculação.


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O próximo passo será proceder à inoculação, etapa em que os esporos serão finalmente inoculados nos substratos, por meio da seringa feita há 2 dias atrás.
 
Última edição:
Etapa 4 - Inoculação

A) Informações Gerais sobre Inoculação

O que é inoculação? No dicionário, inocular significa "introduzir microrganismos em meio de cultura" (Michaelis Eletrônico). No caso do cultivo, quer dizer introduzir os esporos de Cubensis em um substrato previamente preparado para tanto.

Informações Centralizadas sobre Inoculação. Na Biblioteca, em Perguntas Frequentes / Técnicas - O PF / Da Receita até a Inoculação, e no subfórum de Carimbo, Seringa e Inoculação.

B) Procedimento de Inoculação

Resumo. Em um recinto limpo ou numa glove box ou ainda na frente do forno do fogão, (1) abrir as panelas de pressão e retirar os copos, (2) terminar de selar os copos se preciso, (3) esterilizar a ponta da agulha, (4) perfurar os selos dos copos para inocular com a seringa, (5) injetar um pouco do líquido da seringa de esporos dentro dos substratos, (6) tapar os furo recém aberto, (7) guardar o restante da seringa e (8) colocar os copos para incubar.

Importância da Assepsia.
O momento da inoculação é, ao lado da confecção da seringa, o passo mais delicado em termos de assepsia. Nesta etapa os bolos não serão mais submetidos a esterilização posterior e podem ser expostos a contaminantes no momento da inoculação. Se a seringa está sem contaminantes em si, a assepsia desta etapa assegurará que o micélio, se eclodir, tenha mais chances de prosperar sem bactérias ou outros fungos concorrentes pelo substrato.

:teo_seta_direita: Para detalhes sobre esterilização e outros procedimentos, confira o subfórum Esterilização.​

Meu ambiente limpo. No caso, a escolha da minha limpeza de ambiente foi espargir álcool 70% por todo o banheiro já pronto para o procedimento de inoculação, e aguardar 20 minutos para retornar a ele, com as mãos bem lavadas e já de touca e máscara cirúrgicas.

Imagens Passo a Passo do Procedimento:

01 - materiais pra inocular.jpg --> materiais utilizados: as panelas de pressão onde estão os copos com os substratos dentro, luvas de látex, máscara e touca cirúrgica, micropore, guardanapo, álcool 70%, seringa de esporos, vela e pano.

Após desinfectar o ambiente, retornar ao recinto quando o produto de limpeza já tiver baixado. Fechar a porta e iniciar o procedimento...

B.1 - Retirando e Selando os Copos

:!: É recomendado usar luvas de látex desde o início do procedimento.

02 - limpar PP antes de abrir.jpg --> limpar a parte externa das panelas de pressão com um pano com álcool 70% antes de abri-las.

03a - abrindo PP1.jpg 03b - enxugando copos 1.jpg --> abrir a panela de pressão, retirar os copos e secar com o guardanapo o excesso de umidade sobre os alumínios.
03c - selar os copos 1.jpg 03g - copos selados prontos pra inocular.jpg
--> terminar de selar os copos.

:idea: Uma das vantagens de colocar o micropore antes de inocular, além de reduzir a chance de contaminação, é que fica mais firme de usar a seringa. O alumínio rasga muito facilmente se a agulha atravessar somente a ele, enquanto o micropore ajuda a firmá-la devido ao seu tecido.


B.2 - Inoculando

04a - pegar seringa.jpg --> pegar a seringa de esporos.
04b - limpar agulha com álcool 70 a.jpg 04c - limpar agulha com álcool 70 b.jpg --> limpar a agulha com guardanapo com álcool 70%.
04d - flambar a agulha.jpg --> flambar a agulha e aguardar alguns segundos antes de...
05b - inoculando.jpg --> introduzir a seringa no substrato e...
05c - inoculando.jpg --> injetar cerca de 0,5 ml do líquido da seringa de esporos em cada perfuração. (Na comparação com a foto anterior é possível ver-se o líquido descendo pela parede de vidro do copo).
05d - fechando furo.jpg --> por fim, selar os furos recém abertos com micropore e partir para o próximo copo.

06 - flambando entre copos.jpg --> flambar novamente a agulha entre cada copo diferente pode ajudar a evitar contaminações.
07a - inoculando.jpg 07b - inoculando.jpg 07d - fechando buraco.jpg -->introduzir a seringa no próximo copo, injetar os esporos e selar. Repetir o ciclo até terminarem todos os copos a serem inoculados.

B.3 - Para a Incubadora

09 - restante da seringa - 15 ml.jpg --> guardar de volta na geladeira o restante da seringa. No caso deste cultivo, foram utilizados 5 ml com média de 1 ml por copo. Sobraram 15 ml na seringa.
08 - copos inoculados e selados.jpg
--> em todos os copos, conferir se não há nenhuma passagem de ar sem filtro e, se houver, complementar o micropore. Depois escrever a data da inoculação e a strain.
10 - substratos na incubadora.jpg
--> colocar os substratos inoculados na incubadora e aguardar alguns dias.

Agora é esperar aparecerem os primeiros sinais dos micélios, se tudo deu certo até aqui. :)

:!: Já terminamos as etapas que envolvem a fase dos esporos. No ciclo de vida dos Cubensis, aguardamos agora pela entrada na fase do micélio após a germinação dos esporos.

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O próximo passo será acompanhar a colonização, na qual as hifas eclodirão dos esporos e irão formar o micélio que tomará conta do substrato.
 
Última edição:
Rápida Atualização - Demora na Colonização - Reinoculação
A próxima etapa deste diário completo será publicada quando a colonização alcançar 100% nos copos. Esta tem sido bem vagarosa, sendo que um dos copos demorou 12 dias para dar o primeiro sinal de micélio, enquanto outros 3 ainda permaneciam sem dar as caras - e tudo em condições ideais de colonização. Mas, na oportunidade em que realizei a inoculação do próximo cultivo no dia 16/06, aproveitei então para reinocular os copos desta nos outros dois pontos que não tinha perfurado antes:
reinoculação copo 1.jpg reinoculação copo 5.jpg reinoculação copo 6.jpg --> como podem ver, os furos em um sentido são da primeira inoculação (dia 7) e os em outro são da reinoculação (dia 16). Preferi fazer assim para não confundir os locais em que apliquei os esporos, como consequência pude constatar referente a qual inoculação houve eclosão de esporos.

Felizmente com isto os três que faltavam ter micélio passaram a ter em 3-4 dias. E não há nenhum sinal de contaminação até o momento em quaisquer dos copos.

Qual seria a razão da primeira inoculação ter ocasionado uma colonização tão devagar para começar? Acho que foi a quantidade pequena de água da seringa feita com um carimbo que não foi bem conservado por mim por um tempo, o que deve ter baixado o percentual de esporos viáveis, e daí reduzindo o já baixo percentual dos que eclodem. Assim, na reinoculação resolvi pegar pesado nos mililitros por copo - 2 a 3 vezes mais por furo que a primeira - e deu certo. :!: Não recomendo este procedimento, o correto é aplicar de 0,5 a 1 ml para não haver super-inoculação. No caso, como a seringa estava com baixo índice de eclosão, a tática deu certo e não ficou excessivo.
 
Rápida Atualização - Bolos já 100% colonizados na Geladeira - Eclosão com mais de 30 Dias
1) Em breve os 6 copos deverão estar colonizados, e sem nenhuma contaminação! :contente: Enquanto isso estou armazenando os copos 100% colonizados com mais 4/5 dias de consolidação na geladeira, para que todos sejam aniversariados juntos, tendo em vista o caráter didático deste diário. :geek: Em breve finalmente devo postar sobre a etapa da colonização que, francamente, demorou muito mais do que o esperado. :notworthy:

2) Houve uma situação inusitada em um dos copos que ainda não terminou de colonizar, que foi a eclosão de um esporo com mais de 30 dias desde a inoculação. Os detalhes postei neste outro tópico da Biblioteca em que achei que a informação seria interessante pra galera que fica logo preocupada quando passam 3-4 dias sem sinais do micélio. :bigode: A razão de tal atraso acredito que seja a mesma da lentidão na colonização e da baixa taxa de eclosão da primeira inoculação: má conservação do carimbo de que tirei a seringa, reduzindo ainda mais o percentual de eclosão dos esporos. Acho que isto poderia ter sido reduzido com mais alguns dias a seringa hidratando os esporos, mesmo tendo esta tendo sido feita 4 dias antes da inoculação.
 
Fiquei em dúvida se postava esse procedimento junto à etapa de colonização. Mas, pela didática deste diário, vai em separado o que se fazer com as contaminações da fase de colonização.

Contaminações - Descartes
Ao contrário do que pensei...
Em breve os 6 copos deverão estar colonizados, e sem nenhuma contaminação!
...dois dos bolos foram contaminados, mas também depois de quase 60 dias sem finalizar a colonização!

Um deles tratei em outro tópico, no subfórum de Contaminações e Problemas (Micélio azulado e retraído, com Pontos escuros). Já o segundo, como não havia dúvida, apresento agora:
00 - copos 2 e 4 contaminados.jpg 01 - close contaminação 2.jpg 02 - close contaminação 4.jpg --> copo #2 à esquerda, com um bolor de micélio azul muito escuro ou preto, que em meio ao micélio do cubensis ganha contornos mais azuis. À direita o copo #4, que parece a mesma contaminação que acometeu o outro.

Nem esperei muito para descartá-los, pois no copo #4 já tinha dominado o crescimento do cubensis, enquanto no copo #2 - desde que vi a primeira vez - já havia inibido o cubensis no pontos de contato. Foi feito então o mais recomendado, que é descartar os bolos contaminados:
Descarte 1.jpg Descarte 2.jpg Descarte 3.jpg
Descarte 4.jpg Descarte 5.jpg
Descarte 6.jpg

E pro lixo!

Em breve, a continuidade deste Diário Completo com a colonização - finalmente!
 
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FASE II - MICÉLIOS


A germinação dos esporos dá nascimento às hifas que se capilarizam e dão origem aos micélios primários. Os micélios colonizarão o substrato nutritivo e, no caso dos cubensis, apenas os que se tornarem em micélios secundários - ou seja, aqueles que se unirem a outra rede micelial sexualmente compatível - irão produzir os frutos, que são os cogumelos.


Etapa 5 - Colonização


A) Informações Gerais sobre Colonização

O que é colonização? É quando os micélios eclodidos dos esporos irão dominar todo o substrato nutritivo disponível. A digestão do micélio é extracelular e externa a ele. Para tanto, ele literalmente espalha suas células em volta e através do alimento para poder então depois liberar as enzimas e absorver os nutrientes. Na colonização, as hifas miceliais se espalham mais e mais para envolver todo o substrato nutritivo disponível e se alimentar.

Quando termina? No momento em que o micélio não tiver mais substrato nutritivo disponível a colonizar. Pode ocorrer em duas hipóteses:
  1. No caso bem sucedido de ausência de contaminantes, isso corresponderá à colonização do bolo inteiro.
  2. Se houver contaminação, quando o micélio não tiver mais substrato disponível devido à contaminação ter ocupado um parte do bolo, terminará da mesma forma a colonização.
É preciso colonizar no escuro? Não, não irá ocorrer pinagem até que todo o substrato nutritivo disponível esteja colonizado.

O que é consolidação? Em regra inoculamos na beira dos potes ou copos, de forma que o micélio primeiro domina toda a área externa visível do recipiente de colonização, e por dentro ainda resta substrato a colonizar. Assim, espera-se uma semana antes de aniversariar após os 100% colonizados da área visível. A grande utilidade disso é reduzir os riscos de contaminações e também assegurar que os bolos pinem com mais facilidade, pois bolos aniversariados antes de consolidada a colonização costumam apresentar problemas para frutificarem, pois o micélio ainda está no estágio de crescimento vegetativo para terminar de colonizar o bolo por dentro.

Crescimento vegetativo? Ocorre durante a colonização e quer dizer que o micélio está crescendo para envolver todo o substrato nutritivo disponível antes de entrar na fase de frutificação, na qual ocorre o crescimento generativo, em que crescem os cogumelos.

B) Acompanhamento da Colonização

Não há propriamente um procedimento na colonização, é só mesmo (1) manter as melhores condições de incubação e (2) aguardar e acompanhar até o aniversário. Apenas no caso de contaminação que se há de descartar o bolo contaminado.

Temperatura. Fator a se ter maior cuidado para controlar, não deve ficar abaixo de 23 °C nem acima de 30 °C (25-32 °C internos nos bolos) para não afetar demais a velocidade de colonização, e jamais chegar a 40 °C para não os matar.

Umidade. Se a receita PF Tek foi feita conforme a orientação tradicional (1 de água para 1 de FAI e 2 de vermiculita), este parâmetro não será problema.

Troca gasosa. Basta usar micropore para vedar os furos de inoculação.

Redução de chance de contaminação. Não deixe bolsões de ar entre os micropores e os alumínios ou outra superfície que tampe os recipientes dos futuros bolos. Também não deixe substratos contaminados próximos aos seus recipientes sem contaminantes.

Contaminações. Apenas 2 dos 6 copos contaminaram (copos #2 e #4), e mesmo assim após 2 meses em colonização. Foram descartados e o procedimento de descarte dos bolos foi publicado na postagem anterior.

Imagens do acompanhamento:

B.1 - Primeiros Sinais de Micélios

00a - dia 1 - sem sinal de micélio em nenhum copo - frente.jpg 00b - dia 3 - sem sinal de micélio em nenhum copo - verso.jpg 3 dias --> sem sinal algum de micélio

01a - copo 4 - micélio visível em 5 dias.jpg 5 dias --> micélio visível no copo #4
01b - copo 2 - micélio visível em 7 dias.jpg 7 dias --> micélio visível no copo #2
01c - copo 3 - micélio visível em 12 dias.jpg 12 dias --> micélio visível no copo #3


Como estava muito demorado, fiz uma reinoculação em 16/06, conforme postagem anterior:

01d - copo 1 - micélio visível em 4 dias após reinoculação dia 16-06.jpg 01e - copo 5 - micélio visível em 4 dias após reinoculação dia 16-06.jpg 01f - copo 6 - micélio visível em 4 dias após reinoculação dia 16-06.jpg 4 dias após reinoculação --> micélio visível nos copos #1, #5 e #6

B.2 - Colonização avançada

02a - colonização avançada 1.jpg 02b - colonização avançada 2.jpg 26 dias após a primeira inoculação, 17 após a reinoculação --> todos os bolos finalmente com colonização avançando bem

B.3 - Colonização completa

Devido à demora na colonização (todos os bolos demoraram mais de 1 mês para colonizar) acabei colocando os copos na geladeira na medida em que eles terminavam de consolidar, para que todos fossem aniversariados juntos, devido ao caráter didático do diário. No entanto, por complicações na minha casa esqueci de tirar uma foto dos bolos quando os retirei da geladeira e antes da pinagem e frutificação (acidentais) ainda in vitro. Segue então diversas foto de bolos totalmente colonizados tiradas do meu Diário da Esperança #1:

3a - frente - 61a.jpg 4a - frente 62b.jpg 5 - 71 e 72 colonizados 2.jpg 6 - 75.jpg --> exemplos de bolos com 100% de colonização

:!: Ao fim da colonização completa da área visível, é necessário aguardar uma semana pela consolidação.

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A próxima etapa é a de aniversariar os bolos, ou seja, retirá-los de dentro dos copos e colocá-los em um terrário para a frutificação. No caso de cultivos in vitro, não existirá o aniversário e a frutificação será feita dentro do próprio copo ou pote onde colonizou - e para a colheita o bolo poderá ser retirado ou não do recipiente, a depender do método in vitro escolhido. Este diário escolheu a frutificação em terrário porque se pretende tirar carimbos ao fim.
 
Última edição:
Olá @ExPoro! Lindo trabalho.
Meu micélio também teve colonização lenta na época. Isso desidrata muito o micélio, fazendo-se necessário um dunk no aniversário. O cultivo deles é lento e trabalhoso, mas vale a pena, pois são muito potentes.
 
Olá @ExPoro! Lindo trabalho.
Meu micélio também teve colonização lenta na época. Isso desidrata muito o micélio, fazendo-se necessário um dunk no aniversário. O cultivo deles é lento e trabalhoso, mas vale a pena, pois são muito potentes.

É, estou torcendo pra ver o quanto essa potência é maior. :)

E aew @ExPoro como manda o cultivo?


House frutificação in vitro mesmo os copos estando na geladeira?

Paz.

Então, não. Eu tirei da geladeira todos juntos e uma semana depois quando vi já tinham frutificado. :atrapalhado: Acho que em temperatura de geladeira eles não frutificam. :coffee:
 
Etapa 6 - Aniversário

A) Informações Gerais sobre Aniversariar

O que é aniversariar? É tirar o bolo (por isso a referência a aniversário :fome:) totalmente colonizado do recipiente de colonização para frutificar em um terrário ou então montar um casing.

Tem que aniversariar? Não, eis que existem as modalidades de cultivo in vitro, em que o bolo frutifica dentro do próprio recipiente de colonização. Em especial a primeira e mais rústica modalidade, a Neglect Tek, deixa frutificar dentro dos copos ou potes, sem qualquer preocupação com espaço para os frutos crescerem.

:teo_seta_direita: Mais detalhes sobre cultivos in vitro (além deste link pro glossário) no tutorial Mycro-Tek - a In Vitro Tek original.​

E se houver frutificação in vitro acidental? Tudo bem: aniversarie, colha os frutos e prossiga para a colocação nos terrários, com ou sem dunk antes.

Informações centralizadas sobre Aniversariar. Na Biblioteca, em Perguntas Frequentes / A PF Tek / Da Incubação até o Aniversário.

B) Procedimento de Aniversário

Resumo. Vire os potes ou copos sobre uma superfície, de preferência limpa, e bata-os levemente apenas para que o bolo desgrude e saia por conta do próprio peso. Prossiga então para a colocação em terrário, podendo esta ser precedida por um dunk com ou sem cold shock.

Dunk. Não é necessário fazer um dunk logo após o aniversário antes de colocar nos terrários, mas é bem recomendável quando os bolos aniversariados estiverem com aspecto muito seco. Basicamente o dunk é encharcar os bolos em água, imergindo-os por no mínimo 6 horas até no máximo 48 horas.

:teo_seta_direita: A sugestão do dunk é ser após o segundo flush se os bolos não estiverem secos, mas nada impede que se faça a qualquer momento diante da constatação da secura dos bolos. E isto é tudo o quanto será dito sobre dunk neste diário.

Cold Shock.
Também não é requisito, sequer a eficácia deste procedimento é comprovada. Sua função é estimular a pinagem pelo choque térmico em baixa temperatura, colocando os bolos dentro de uma geladeira enquanto estiverem imersos no dunk. E isto é tudo o quanto será dito sobre cold shock neste diário.

Roll. Consiste em rolar os bolos sobre vermiculita previamente esterilizada, a fim de que ela grude na superfície e ajude na manutenção da umidade do bolo. A eficácia deste procedimento é comprovada e aumenta bastante a frutificação. Contudo, eu sempre esqueço de fazer porque nunca fiz até hoje... :LOL: Evidentemente, se for realizado dunk, o roll deve ser feito após retirar o bolo da água, antes de ir pro terrário. E isso é tudo o quanto será dito sobre roll neste diário.

Limpeza ou descarte dos recipientes de colonização.
Lembre de limpar bem os recipientes para reaproveitar nos próximos cultivos, se forem de vidro. Os potes de PP podem ser descartados. Particularmente, eu limpo os copos que utilizo mergulhando-os por um dia inteiro numa solução de água com água sanitária.

Imagens do Aniversário:

B.1 - Frutificação In Vitro acidental

1 - frutificação in vitro 1.JPG 1 - frutificação in vitro 2.JPG --> por demora no aniversário, acabei sem querer deixando o primeiro flush dos bolos serem dentro dos próprios recipientes.
1 - frutificação in vitro chapeus pretos 1.JPG 1 - frutificação in vitro chapeus pretos 2.JPG --> uma curiosidade: a forma como os chapéus ficaram pretos de tão azulados com o dano ao tentarem abrir dentro dos copos. :bigode:

B.2 - Bolos aniversariados

Infelizmente não consegui tirar fotos do momento do aniversário :facepalm:, com os copos virados pra baixo e os bolos caindo sobre os pratinhos de isopor, pois tinha ficado muito tempo sem proceder com o diário e papei mosca pela perda da prática. Mas segue o momento logo após:
2 - bolos aniversariados.JPG --> como podem ver, estão fora dos copos, já aniversariados.

B.3 - Procedimentos extras antes da colocação nos terrários

No caso deste cultivo, antes de por os bolos nos terrários foram feitas (a) a colheita dos cogumelos pois frutificaram in vitro sem querer, e (b) o dunk com cold shock pois estavam muito ressecados :
3 - primeira colheita e pesagem.JPGchá preparado e pro congelador.JPG (a) --> em regra não se faz colheita no aniversário, a menos que ocorra frutificação in vitro, como foi o caso. Resolvi fazer um chá, porque o procedimento de secagem será mostrado após a colheita nos terrários.
4a - dunk.JPG 4b - cold shock.JPG (b) --> à esquerda o
dunk, com a imersão dos bolos em água corrente. À direita, o cold shock, consistente em colocar os bolos em encharcamento dentro da geladeira para redução da temperatura.

:!: Em regra, ao fim do aniversário os bolos serão colocados nos terrários. Mas no caso deste cultivo, aguardei 24 horas em dunk / cold shock antes de colocá-los nos terrários.

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A próxima etapa é a última antes de chegarmos na fase dos cogumelos, e consistirá na colocação dos bolos dentro dos terrários para a frutificação, após a preparação destes. Lembrando que este diário usará a frutificação nos bolos, então não será feito casing com os mesmos.
 
Última edição:
Uma verdadeira aula. Sei que ja tem muitos mas poderia compilar tudo em pdf para os novatos.

Paz
 
Uma verdadeira aula. Sei que ja tem muitos mas poderia compilar tudo em pdf para os novatos.

Paz

Valeu! :feliz:

É, espero gerar um .pdf ou um artigo na Biblioteca. :contente: ... mas ainda falta muito pra isso, tipo outros diários completos pra ficar completo mesmo. :)
 
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Etapa 7 - Colocação nos Terrários

A) Informações Gerais sobre a Colocação nos Terrários

O que é? É o último procedimento antes da frutificação, se esta não ocorreu acidentalmente dentro dos recipientes de colonização. Se o método escolhido de frutificação não for in vitro, então esta etapa é aquela em que os bolos (ou casings) irão para onde deverão frutificar, que são nos terrários.

O que é Terrário? É um recipiente fechado a fim de melhor controlar as condições de frutificação:
  • Umidade. Na minha visão de cultivador de baixo rendimento, é o fator determinante para o uso de terrários, em especial para os bolos. Nos meus cultivos, a única razão de não deixar os bolos em ambiente aberto;
  • Controle da temperatura. Também pode ser exercido, a depender da configuração, e é possibilitado com o ambiente fechado e pequeno do terrário;
  • Troca gasosa. Em relação ao ambiente externo é um fator desfavorável, e por isso são necessárias ventilações, a depender do tipo de terrário (garrafas Pet fazem troca gasosa naturalmente, mas abrir pra ventilar melhora bastante o rendimento) e da configuração;
  • Iluminação. Pode ser natural (se o ambiente for bem iluminado pelo sol) ou artificial. São duas funções:
    • Direção. Normalmente direcionando pra cima, se o cultivador quiser escurecer as laterais e deixar uma entrada superior de luz, para que os cogumelos cresçam todos na mesma direção, em regra apenas por fins estéticos. Mas evita também que os cogumelos cresçam em direção à argila ou perlite, o que umidifica muito os cogumelos - mas nada que um túnel de vento não resolva na primeira parte da secagem;
    • Estímulo à pinagem. É o último dos fatores determinantes, mas deixar de ter iluminação reduz relativamente bem o números de pins e de cogumelos.
  • Isolamento de contaminantes. Também é uma das funções interessantes do terrário. No entanto, o micélio com bolo totalmente colonizado consegue se defender relativamente bem de contaminações, mas ter um terrário ajuda nas probabilidades de não contaminar. Em especial cultivos em Pet ou outras garrafas/fões ainda conseguem isolar os contaminantes de um bolo do outro, pois estão em ambientes diversos - o que é bom no caso de só se notar a contaminação depois que esporular.
Informações centralizadas sobre terrários. Na Biblioteca, em Guias de Cultivo / Glovebox, Incubadores e Terrários de Frutificação, e no subfórum Cultivo de Cogumelos / Materiais de cultivo / Terrários.

B) Procedimento de Montagem e Preparação dos Terrários

❗ Edit: para o procedimento mais atualizado de preparação dos terrários de Garrafa Pet,
olhar o tópico Tutorial - Atualização PF Tek 2020 - Feitura do Terrário de Garrafa Pet ❗

Quando fazer? Com certeza não é após o aniversário, deixando os bolos lá esperando enquanto você monta um terrário, a não ser que seja durante o lapso de um dunk. A montagem e preparo dos terrários (em especial a compra dos seus componentes) deve ocorrer antes do fim da colonização, para que os bolos tenham um terrário quando forem aniversariados. Durante a etapa da colonização você terá muitas semanas para fazer isso.

Quais são os componentes básicos de um terrário? Em regra, nem todo terrário possui todos estes elementos, mas podemos apontar como os mais comuns:
  • Recipiente. Pode ser uma caixa organizadora, uma garrafa Pet, um balde, etc. Trata-se do recipiente que, somado aos demais componentes, será chamado de terrário: terrário em caixa organizadora, terrário Pet, terrário balde xuxa, etc. Recomenda-se que caiba dentro dele o bolo ou casing, assim como os demais componentes da configuração escolhida.
    • Tampa. Se o terrário não tiver uma tampa, como nos baldes, usa-se normalmente uma camada de insulfilm.
  • Argila expandida ou perlita ou outro elemento que umidifique o terrário internamente. Dispensável para casings, indispensável para bolos. São materiais que por sua configuração físico-química passam para o ar a umidade que possuem. Assim, ajudam a que a umidade permaneça acima de 85% até 99%, que são adequadas para crescimento dos cogumelos e pinagem.
  • Filtros para troca gasosa. Dispensável a depender da configuração do terrário - tal qual o shotgun, em que os furos não são tapados. Basicamente, se o terrário tiver furos de troca gasosa, em regra se colocam micropore ou polfill (entre outros) para que haja entrada de oxigênio.
  • Termohigrômetro. Dispensável, pois a prática ensina a verificar a umidade. Normalmente nos primeiros cultivos são mais utilizados, e depois dispensados.
  • Termômetro. Dispensável, caso você não se preocupe em verificar exatamente a temperatura interna do terrário.
  • Equipamento automatizado para troca gasosa e/ou umidificação. Dispensável, mas se bem feitos podem automatizar o terrário e maximizar a produção.
  • Tinta preta, ou fita isolante, ou papel contact preto. Dispensável, se não se importar em direcionar os cogumelos numa só direção. Escureça as laterais do terrário e, se possível, deixe apenas uma pequena entrada de luz em cima.
  • Iluminação. Dispensável, em especial se tiver uma entrada de luz de sol com boa iluminação. Se não, recomendável, apesar de ser o último fator de pinagem, pois há redução desta quando sem luz.
  • Componente de controle de temperatura. Seja automatizado (pastilha de Peltier, aquecedor de aquário e outros), seja manual (garrafa Pet com água congelada, cobertor sobre o terrário e outros). Indispensável apenas em temperaturas muito extremas - abaixo de 20°C e acima de 39°C (valores estimados). Na minha prática, dispensável em temperaturas altas ou baixas se você não se importar com a enorme queda na produção. Apenas no caso de mais de 40°C há morte do micélio. E se for muito baixa, não frutificará. Por isso nestas duas últimas situações é indispensável.
  • Timer. Quando houve alguma automação. Em especial para a iluminação pode fazer mais diferença ter um padrão fixo de luz / sem luz.
Materiais utilizados para montar um terrário? Bem, vai depender do tipo de terrário e das configurações envolvidas quais as ferramentas que serão utilizadas na montagem.

Por que a escolha pelo terrário Pet para este cultivo? Porque é simples e tem refrigerante antes de ficar vazio, então é quase custo zero, já que é o descarte de um produto. Mas o determinante para mim é o fato de que:
  1. Dispensam ventilação, apesar de que abrir pra ventilar irá melhorar a produção;
  2. Isolam os bolos entre si, o que é excelente quando um deles contamina;
  3. São baratos e simples de montar, bastando um estilete para fazer os cortes.
Tutorial recomendado. O tutorial do artigo Terrário de Garrafa Pet! ensina detalhadamente como montar um terrário Pet. Recomendo que se :!: faça exatamente como está lá, sem adição de furos de respiro. Eles são desnecessários para a troca gasosa, e ainda podem arriscar afetar a umidade. :idea: A única alteração que se demonstrou realmente útil foi substituir a tampa da garrafa por perlon.

Imagens da Montagem e Preparação:

B.1 - Corte das Garrafas

1a - cortar a pet em dois na parte superior antes de ficar mais afunilado.JPG --> cortar a Pet em dois na parte superior antes de ficar mais afunilado.
1b - procurar deixar o mais reto possível kkkk.JPG --> procurar deixar o mais reto possível - algo que pra mim é impossível... :LOL:

B.2 - Encaixes das Partes

1c A - corte os encaixes.JPG --> corte os encaixes.
1c B - eu faço desse jeito os encaixes.JPG --> eu faço desse jeito os encaixes.
1c C - no fim consigo que fixe bem.JPG --> no fim consigo que fixe bem, mas quanto mais justo e menos espaço pro ar passar nos encaixes melhor.

1c D - e fica assim.JPG --> e fica assim.

B.3 - Numeração e Material filtrante

1d A - agora escreve o número do terrário.JPG 1d B - em cima e embaixo em dois pontos diferentes para dar noção do encaixe.JPG --> agora escreva o número do terrário, em cima e embaixo em dois pontos diferentes para dar noção do encaixe.
1e A - por fim colocar o polyfill.JPG 1e B - polyfill posto.JPG --> por fim colocar o
polfill / perlon. :!: Esta é a única alteração em relação ao tutorial sugerido.

Terrário montado, agora deve ser preparado para receber os bolos.

B.4 - Preparação para os Bolos

2 - terrários preparados.JPG --> finalmente adicionei no fundo as argilas expandidas e a água oxigenada. :!: Não afogue as argilas, elas funcionam melhor com uma linha baixa ou mediana de água, pois precisam ter superfície em contato com ar para o umidificarem.

Agora é só colocar os bolos dentro. :)

C) Colocação dos Bolos nos Terrários

Resumo. Terrários prontos, bolos aniversariados, terminado o dunk se realizado... hora de ir pros terrários.

Imagens da Colocação dos Bolos nos Terrários:

C.1 - Pra dentro dos Terrários

3 - antes de colocar os bolos após tirar do dunk.JPG --> finalizado o dunk, prontos pra irem pros terrários.
4 - bolos nos terrários.JPG --> passados pra dentro dos terrários.


C.2 - Pro local onde ficarão os Terrários

5 - terrários no local.JPG --> passei a colocar os terrários numa estante no meu quarto, onde bate luz do sol indireta a tarde.
6 - iluminação natural da tarde 2 dias depois.JPG
--> iluminação natural da tarde 2 dias depois: boa umidade interior e sinais de boa troca gasosa em todos. :!: O terrário #3 foi alterado para não ter mais furos inferiores, e posteriormente também troquei o último que ainda tinha furos inferiores (estes vieram de cultivos anteriores).

:!: Lembre-se de umidificar e fazer a troca gasosa a depender de como for o seu terrário. A Pet dispensa a ventilação, e eu prefiro não abrir para umidificar, mas nada lhe impede de fazer com as Pets o mesmo que faria com uma caixa organizadora, se tiver disposição pra tal: abrir pra ventilar e umidificar com espargidor o terrário. Eu particularmente só abro na hora da colheita.

:!: Também não me importo com a direção dos cogumelos serem todas perfeitas, então não escureço os terrários. Apenas gosto que no geral sigam alguma direção. Com a iluminação natural do sol, eles já fazem isso.

:!: Na conexão entre as partes superior e inferior eu costumo usar fita isolante ou micropore. Não deixe muito espaço livre nas conexões, para não afetar a umidade. Lembre-se que a troca gasosa ocorre pela tampa.

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Acabou a fase do micélio (ou crescimento vegetativo), agora se iniciará a fase dos cogumelos (ou crescimento generativo), a partir da formação dos nós hifais, que viram primórdias, as quais viram pins, que viram cogumelos.
 
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FASE III - COGUMELOS

É a fase final, pois os cogumelos (ou corpos frutíferos) produzirão os esporos, que então darão reinício ao ciclo de vida dos cubensis. Os cogumelos surgem a partir do que se denomina crescimento generativo do micélio, quando ele pára de se expandir após já ter colonizado todo o substrato disponível. Neste momento, o micélio desenvolve os nós hifais, que dão origem às primórdias, daí aos pinos (pins), que se desenvolvem em cogumelos jovens. Finalmente, ao chegar na maturidade, eles abrem o chapéu e daí esporulam. Os esporos então poderão eclodir em meio nutritivo, dando reinício ao ciclo de vida que estamos acompanhando desde o começo deste diário.

Etapa 8 - Pinagem

A) Informações Gerais sobre a Pinagem

O que é pinagem? É como se chama quando o micélio começa a formar os micélios, aparecendo pequenos pininhos ou pontas de cabeça de alfinete (pinheads, em inglês), que posteriormente virarão os cogumelos, os que não abortarem.
  • Pin ou pino? Bem, observando em diversos diários o uso de "pino" como um aportuguesamento de pin, resolvi adotar essa palavra também - apesar de que pin deriva de pinhead, que significa cabeça de alfinete e não pino. Fica a ressalva de que a comunidade oficialmente (ainda?) não adotou essa expressão para o português, pois não há o verbete no glossário. São minhas razões no entanto para adotá-la: (1) porque parecem pequeníssimos pinos mesmo; (2) porque já foi aportuguesado e aceito na comunidade o verbo "pinar" - que existe em nossa língua e se refere a pinos - e o substantivo "pinagem", os quais soam coerente com o substantivo pino; (3) porque na prática quando alguém fala "pino" ninguém fica em dúvida que se refere a pins, tanto pela proximidade com o quase falso-cognato quanto pelo aspecto morfológico dos pins; e (4) porque aos 3 aspectos citados anteriormente se soma que já é uma expressão bem usada por diversos membros em vários diários, o que demonstra a tendência a substituir o termo original em inglês pelo seu uso com os novos cultivadores, atuais e futuros.
O que acontece na pinagem? A etapa da pinagem envolve três momentos:
  1. Surgimento dos nós hifais com a junção das hifas;
  2. Transformação dos nós hifais em primórdias, que são um pouco maiores e possuem já um escurecimento no topo; e
  3. Estas finalmente viram pinos (pins), que já lembram mais um micro-cogumelo.
Como sei que o micélio iniciou a pinagem? Você vai ver os pequenos pinos.

E quando um pino vira cogumelo jovem? Eu costumava dizer que era quando ganhavam certo tamanho, mas descobri que mesmo aparentes cogumelos jovens abortam - então ainda eram pinos super-desenvolvidos. Essa no entanto não é a regra, e em 10 cultivos só ocorreu, mais de uma vez, em apenas um. Então com certa margem de segurança pode-se dizer que deixa de ser pino quando deixa de ser do tamanho da cabeça de um alfinete e ganha mais corpo, virando um pequeno cogumelo com um píleo considerável, mesmo que pequeno ou fino.
  • Na prática, não há relevância de saber exatamente quando vira cogumelo. Eles vão crescer ou vão abortar, e ponto final. Inclusive, as mudanças nos parâmetros do terrário se dão a partir da pinagem (dos parâmetros de pinagem para os parâmetros de melhor desenvolvimento dos frutos), então não é preciso ver se virou ou vai virar cogumelo jovem ou não. Quanto melhores forem os parâmetros de desenvolvimento dos cogumelos, menos abortos ocorrerão.
E quando abortam? Quando param de crescer ou quando o topo fica preto (e daí para de crescer).

Informações centralizadas sobre pinagem. Na Biblioteca, em Perguntas Frequentes / A PF Tek / Parte III - Do Aniversário até a Colheita, e também em Perguntas Frequentes / Cultivo em Geral, bem como no Glossário no verbete Pin, inclusos os links recomendados ao fim.

B) Procedimento para Pinagem e Acompanhamento do Desenvolvimento

Resumo. A pinagem não é feita pelo cultivador, por isso é apenas acompanhada. Contudo, o procedimento de estabelecer no terrários os parâmetros mais favoráveis desenvolverá uma melhor pinagem.

Parâmetros ideais para Pinagem. Basicamente (a) 95-100% de umidade no interior do terrário, (b) temperatura entre 23-26°C, (c) boa troca gasosa e (d) boa iluminação.
  • Além disso, o micélio já deverá ter colonizado todo o substrato disponível, ou não pinará. Por isso a recomendação de aguardar uma semana após a colonização dos 100% visíveis do substrato, para que o micélio termine de colonizar o interior do bolo.
  • Veja a postagem sobre os fatores que influenciam a pinagem para mais informações.
Parâmetros ideias para o Desenvolvimento dos Pinos. Basicamente, em relação aos parâmetros de pinagem, deve-se apenas baixar para até 85% de umidade no terrário após a formação dos pinos.

Quando devo me preocupar com a ausência de pinagem?
Só se passarem duas semanas e não houver pinagem. Em regra, esta ocorre poucos dias depois do aniversário, supondo que o bolo está consolidado. Mas pode demorar mais. No caso de demorar de 10 dias a duas semanas, é recomendado rever os parâmetros de umidade e troca gasosa, além de outros que influam na pinagem.

Imagens da Pinagem e Desenvolvimento dos Pinos:

B.1 - Pinagem

Antes das fotos, quero ressaltar que meus cultivos são feitos sem controlar cautelosamente os parâmetros ideais acima, deixo-os apenas aceitáveis pros micélios. Então, houve um baixo índice de pinagem. Como sou cultivador de baixa produtividade, não me importei.

1a - bolo #1.JPG 1b - bolo #1 - foto com 2 dias do pino.JPG 1c - bolo #1 - 4 dias pino.JPG
Terrário #1 --> bolo com pino já aos dois dias. Na última foto, o pino aos 4 dias.
2a - bolo #2.JPG 2b - bolo #2 - 4 dias pino.JPG 3a - bolo #3.JPG 3b - bolo #3 - 4 dias pino.JPG 4a - bolo #4.JPG 4b - bolo #4 - 4 dias pino.JPG Terrários #2, #3 e #4 --> pino aos 4 dias após aniversário.

B.2 - Desenvolvimento dos Pinos

5b - Bolo #1 .JPG 6b - Bolo #2 close.JPG 7b - Bolo #3 close.JPG 8b - Bolo #4 close.JPG Terrários #1 a #4 --> aos 9 dias, os pinos já estavam bem desenvolvidos.

:!: Bem, em algum momento os pins finalmente se transformam em cogumelos jovens e daí temos a próxima etapa.

Etapa 9 - Desenvolvimento dos Cogumelos

A) Informações Gerais sobre Cogumelos

O que são cogumelos? São o corpo frutífero dos basidiomicetes, um dos dois sub-reinos dos fungos superiores, e possuem uma função reprodutiva, pois produzem os esporos que serão espalhados pelos ventos - ou que produzirão carimbos e seringas, no caso dos cultivos caseiros.

Do que são feitos os cogumelos? A carne é feita do mesmo micélio que colonizou o substrato, que apenas passa a crescer de outra forma (generativa), diversa da colonização (vegetativa). A composição de um cogumelo fresco é de cerca de 90% de água, e o restante 10% de carne. Por isso ao fim da secagem em média se chega a 10% do peso fresco.

Qual a diferença entre um cogumelo jovem e um maduro? Diz-se que cogumelo jovem é aquele que não é mais pin, mas também ainda não rasgou o véu. Quando o cogumelo rasga o véu, está maduro e robusto, até que esporule e seu chapéu comece a ficar convexo. Após ficar totalmente convexo e com o chapéu escurecido, o cogumelo está velho e fica bem menos robusto, ao que depois de enfraquecer bem já pode começar a apodrecer.

Pra que servem os cogumelos? Pro micélio, para espalharem seus esporos. Pros humanos, a depender do tipo de cogumelo, pra fins medicinais, alimentícios ou psicodélicos/enteogênicos.
  • Sobre o uso humano para fins psicodélicos e/ou enteogênicos, :!: recomenda-se a leitura dos subfóruns Dosagens de Cogumelos e Experiências - em especial os tópicos fixados no topo das páginas - a fim de se ter uma experiência a mais segura e fluida possível. Também recomendo bastante a leitura da FAQ da Experiência Psicodélica para mais detalhes e reflexões sobre o consumo de psicodélicos, preparação, tempo de viagem, instruções aos guias, efeitos mais comuns, etc.
Colheita, carimbação, secagem e armazenamento dos cogumelos. Serão vistas nas próximas etapas.

Informações centralizadas sobre cogumelos. O fórum inteiro é sobre cogumelos. Tudo que vimos até agora envolve o cultivo dos mesmos. :D

B) Procedimento e Acompanhamento da Frutificação

Resumo. Quem frutifica é o micélio, não o cultivador, por isso ele só pode acompanhar. Mas procedimentos de manutenção de parâmetros ideais de frutificação irão ajudar para que os frutos se desenvolvam mais.

Parâmetros ideais para Frutificação. A mesma coisa após o fim da pinagem. Basicamente a redução da umidade para o máximo de 85%, de forma que o micélio possa suar e levar vapores aos cogumelos, para que se desenvolvam mais. Também a temperatura amena de 23-26°C. E a troca gasosa aqui ajudará muito também no crescimento dos frutos.
  • E a luz? Ela é um dos parâmetros de pinagem, e é o último deles. Em relação à frutificação, serve apenas para direcionar os cogumelos.
Imagens da Frutificação:

B.1 - Cogumelos Jovens e Maduros

As fotos abaixo foram tiradas 9 dias após o aniversário:

91 - Bolo #1.JPG Terrário #1 --> cogumelo grandão, já maduro, quase pra esporular.
92 - Bolo #2.JPG Terrário #2 --> idem.
93 - Bolo #3.JPG Terrário #3 --> cogumelo maduro à frente, jovem atrás.
94 - Bolo #4.JPG Terrário #4 --> cheio de cogumelos jovens.

:!: É isso aí, agora temos cogumelos e estamos quase no momento da tão aguardada colheita! De preferência, entre o rompimento do véu e antes da esporulação.

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O próximo passo será a colheita, agora que terminou a etapa de frutificação. A ela se seguem a tirada dos carimbos e, caso não sejam consumidos frescos, a secagem e conservação dos cogumelos.
 
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Etapa 10 - Colheita

A) Informações Gerais sobre Colheita

O que é colheita? É o ato de recolher os cogumelos do micélio de um cultivo.

E coleta? Quando se recolhe cogumelos na natureza.​

E se eu não colher? O cogumelo depois de esporular vai ficar cada vez mais fraco até "morrer" de vez - na verdade, parar de receber nutrientes do micélio, que é o ser vivo, então corresponde mais a uma auto-desmembração ou algo assim - e então vai apodrecer no terrário ou onde estiver sendo o cultivo, e aí vai contaminar o micélio.

E depois de colher?
Os cogumelos podem ser consumidos ainda frescos - se não houve contaminação no cultivo - ou armazenados após secagem. Há outras opções: eu, por exemplo, volta e meia gosto de fazer chá com os frescos e guardar no congelador para consumo em data futura e assim conservar as propriedades dos cogumelos frescos, que possuem outros alcaloides psicoativos além da psilocibina.

Informações centralizadas sobre colheita. No fórum, no subfórum Cultivo de cogumelos / Básico. Na Biblioteca, em Perguntas Frequentes / Cultivo em Geral e em Perguntas Frequentes / A PF Tek / Parte III - Do Aniversário até a Colheita.

B) Procedimento de Colheita

Resumo. Tire os cogumelos do micélio e procure não deixar resquícios deste no bolo, casing ou bulk, para não apodrecerem.

Quando/qual é o ponto ideal para colheita? Recomenda-se a um pouco antes do, ou a partir do rasgar do véu - mas antes de o chapéu do cogumelo ficar convexo e/ou começar a esporular.

E pra tirar carimbo? Pra tirar carimbo você deve esperar esporular antes de colher, senão não esporulará.
Movimento sugerido na colheita. (Vide fotos, abaixo). Segurar os cogumelos pela base e fazer uma suave mas firme torção puxando pra fora até que solte do micélio. Este é o ideal, mas em muitos casos não é possível - seja pela forma como os cogumelos cresceram, seja pela forma como é o seu cultivo (Neglect Tek, por exemplo). De qualquer forma, o que vale é tirar o cogumelo e não deixar resquícios. Se necessário, passe uma faca de leve onde ficou o resto da base do cogumelo, afim de restar apenas o micélio.

Imagens passo a passo da colheita:

B.1 - As 3 primeiras Colheitas (aos 11, 12 e 20 dias)

Bolo #1 - primeira colheita deste aos 11 dias.JPG Bolo #3 - primeira colheita deste aos 11 dias.JPG Bolos #1 e #3 --> feita a colheita aos 11 dias. Reparem que deixei o tempo ideal do cogumelo grandão passar :cartaovermelho:, mas porque não consegui colher no dia certo, infelizmente. Apenas o pequeno do terrário #1 e os dois da esquerda do terrário #3 foram colhidos no momento recomendado.
Bolo #2 - não foi colhido.JPG
Bolo #4 - não foi colhido nesta data.JPG Bolos #2 e #4 --> não foram colhidos nesta data. Apesar do terrário #4 já ter um cogumelo no momento ideal para colheita, preferi fazer a colheita quando os outros estivessem mais maduros, no dia seguinte, pra evitar abrir e fechar muito o terrário Pet.

a - Bolo #4 - primeira colheita deste aos 12 dias.JPG b - Bolo #4 - cogumelos colhidos.JPG Bolo #4 --> colhido. Reparem que de um dia pro outro o cogumelo maior passou do ponto ideal para o ponto depois-do-ideal, já esporulando. Nenhum dos demais chegou a rasgar o véu, mas acho que já estavam no ponto pra colheita, prestes a rasgarem o véu.

Bolo #1 - 3ª colheita - 2º flush.JPG Bolo #1 --> finalmente colhido. Também depois do momento ideal, porque não pude colher no dia certo. No caso, o peso deles fez com que caíssem e ficassem muito úmidos, o que não permitiu aos esporos se soltarem.

B.2 - Torcendo o Cogumelo fora do Micélio
a - retirando com torção.JPG b - retirando com torção.JPG c - retirando com torção.JPG d - retirando com torção.JPG e - retirando com torção.JPG f - retirando com torção.JPG --> veja as fotos ao lado em ordem para visualizar a torção na base, puxando levemente pra fora, afim de tirar o cogumelo do micélio com o menor dano possível.

B.3 - Retirando o Excesso de Vermiculita

limpando a vermiculita 1.JPG limpando a vermiculita 2.JPG limpando a vermiculita 3.JPG --> veja as fotos ao lado em ordem para visualizar. Eu prefiro limpar toda a vermiculita da base antes de mandar pro túnel de vento. Pra facilitar, uso uma faca e secciono a pontinha da base que tem vermiculita grudada, pois a perda de massa é mínima. Na minha prática, se mostrou uma opção melhor do que lavar os cogumelos.


:!: Agora que o cogumelo foi colhido, poderá ser ou tirado o carimbo do chapéu, ou posto ele todo no procedimento de secagem e conservação - caso não seja feito algo com os cogumelos frescos.

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O próximo passo neste diário será o ato de tirar o carimbo, que dará então reinício ao ciclo iniciado aqui, a partir do carimbo-original, antes de chegarmos finalmente à secagem e conservação dos cogumelos não consumidos.
 
Última edição:
Como funciona a sua incubadora em uma geladeira? Qual é o sistema de aquecimento que você usa?
ótimo trabalho! Vou querer o pdf quando você completar. :)
 
Como funciona a sua incubadora em uma geladeira? Qual é o sistema de aquecimento que você usa?
ótimo trabalho! Vou querer o pdf quando você completar. :)

Obrigado, @huxley2.0. :)

A geladeira é relativamente bem explicada no meu primeiro cultivo (link): ela esquenta com uma lâmpada incandescente que fica no fundo dela, e um termostato controla para que ligue em certa temperatura e desligue em outra (acho que atualmente está em 27,5°C a 29°C - lembrando que quanto maior a janela com o aquecedor ligado, mais tempo haverá de aquecimento excedente após desligar). O sensor do termostato fica em cima, e entre a lâmpada e o resto da geladeira tem um papel alumínio pra evitar que o sensor aqueça diretamente pela luz, de forma que a convicção do ar dentro da geladeira a aquece (foto).

Um aspecto interessante é que a geladeira é feita para reduzir temperatura (os materiais e como estão dispostos), então em períodos quentes ela não sobreaquece os copos lá dentro. Quando está frio, ela mantém a temperatura mais alta que a externa. Quando está quente, a temperatura interna é um pouco menor que a externa. Mas mesmo em períodos quentes deixo o termostato ligado, pois à noite a temperatura costuma cair. :coffee:
 
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