Teonanacatl.org

Aqui discutimos micologia amadora e enteogenia.

Cadastre-se para virar um membro da comunidade! Após seu cadastro, você poderá participar deste site adicionando seus próprios tópicos e postagens.

  • Por favor, leia com atenção as Regras e o Termo de Responsabilidade do Fórum. Ambos lhe ajudarão a entender o que esperamos em termos de conduta no Fórum e também o posicionamento legal do mesmo.

Budismo

Os 14 Preceitos Budistas.

1) Não idolatre ou se prenda a nenhuma doutrina, teoria ou ideologia, mesmo as Budistas. Os sistemas Budistas de pensamento são apenas guias e não verdades absolutas.



2) Não pense que seu conhecimento atual é imutável e absolutamente verdadeiro. Evite ter uma mente fechada e presa apenas as suas visões atuais. Aprenda e pratique o desapego de suas opiniões de maneira a estar aberto a ouvir o ponto de vista dos outros. A verdade é encontrada na vida e não apenas no conhecimento conceitual. Esteja pronto para aprender durante toda a sua vida e a observar a realidade em você e no mundo, a todo momento.



3) Não imponha aos outros, inclusive às crianças, de maneira alguma, a adoção de suas opiniões, seja pela autoridade, coerção, dinheiro, propaganda ou mesmo educação. Por outro lado, através da argumentação, auxilie outros a renunciarem ao fanatismo e à mente fechada.



4) Não evite o sofrimento ou feche seus olhos frente a ele. Não perca a consciência da existência do sofrimento na vida diária. Encontre maneiras de estar com aqueles que estão sofrendo, seja através de contato pessoal, visitas, imagens e sons. Desta maneira acorde e acorde outros para a realidade do sofrimento no mundo.



5) Não acumule riquezas enquanto milhões estão famintos. Não tenha como objetivos de sua vida a fama, lucro, riqueza ou os prazeres carnais. Viva de maneira simples e compartilhe seu tempo, energia e recursos com aqueles que realmente precisam.



6) Não cultive raiva e ódio. Aprenda a penetrar e transformar estes sentimentos enquanto eles ainda semeiam sua consciência. Tão logo eles apareçam, volte sua atenção a sua respiração de maneira e ver e entender a natureza de seu ódio.



7) Não se perca, não disperse seu pensamento. Pratique a meditação para voltar ao seu momento presente, ao que ocorre neste momento. Esteja em contato com as coisas maravilhosas, refrescantes e saudáveis tanto dentro de você como ao seu redor. Plante em você sementes de alegria, paz e aceitação de maneira a facilitar o processo de transformação que ocorre nas profundezas de sua consciência.



8) Não use palavras que possam gerar discórdia ou causar cisões em sua comunidade. Faça todos os esforços para reconciliar e resolver todos os conflitos, mesmo os menores.



9) Não diga inverdades para obter vantagens ou impressionar pessoas. Não profira palavras que dividão e gerem ódio. Não espalhe notícias ou informações que você não está certo de serem verdades. Não critique ou condene coisas das quais você não está tão certo. Sempre seja verdadeiro e construtivo. Tenha a coragem de dar um passo a frente e criticar injustiças, mesmo que ao fazer isto você ameace sua própria segurança.



10) Não use a comunidade Budista para ganho pessoal ou lucro, ou transforme sua comunidade em uma força política. Uma comunidade religiosa deve, por outro lado, se opor a qualquer opressão e injustiça e deve lutar para mudar a situação, sem entrar em conflitos partidários ou ideológicos.



11) Não conviva com uma vocação que é maléfica aos humanos ou à natureza. Não invista em empresas que privem outros de suas possibilidades de vida. Escolha uma vocação que te permita realizar o ideal da compaixão.



12) Não mate. Não deixe que outros matem. Encontre qualquer maneira possível de proteger a vida e evitar guerras e conflitos.



13) Não possua nada que deva ser de outra pessoa. Respeite a propriedade dos outros, mas impeça que outros lucrem com o sofrimento humano ou o sofrimento de outras espécies do planeta.



14) Não maltrate o seu corpo. Aprenda a cuidá-lo com respeito. Não pense no seu corpo apenas como um instrumento. Preserve suas energias vitais (sexual, espiritual, respiração) para a realização de seu Caminho. (Para irmãos e irmãs que não são monges ou freiras:) Suas expressões sexuais não devem ser sem amor e comprometimento. Em uma relação sexual tenha consciência do sofrimento que pode ser causado no futuro. Para preservar a felicidade de outros, respeite seus direitos e compromissos. Esteja plenamente consciente da responsabilidade de trazer novas vidas a este mundo. Medite sobre o mundo para o qual você está trazendo novos seres.
 
O mundo e nos mesmos seríamos muito melhores se conseguíssemos por em prática esses preceitos.
 
Reduzir planos e projetos

mingyur-rinpoche-glasses-321x321.jpg

Yongey Mingyur Rinpoche (Nepal, 1975 ~):

[...] é importante não ceder à nossa tendência de preguiça e de adiar a prática para amanhã, o mês seguinte ou o ano que vem. Podemos gastar nossas vidas pensando: “vou praticar amanhã, ou depois”, então a vida se esgota e, um dia, é hora de morrer. Na morte, nosso único suporte é a prática pessoal, então reduza seus planos e projetos.

É muito melhor, e na verdade muito mais prático, pensar: “Posso morrer logo de qualquer modo, então qual a utilidade de planejar todas essas coisas? Se eu não praticar agora, chegará o dia em que lamentarei”.

Ao não projetar planos e envolvimentos muito longe no futuro, descobriremos que somos capazes de praticar em tempo integral. Milarepa disse: “Não há fim para objetivos mundanos, eles só terminam quando você para”. Enquanto estivermos envolvidos em todo tipo de ações e negócios, eles nunca terminam. O único modo é uma quebra limpa, pondo fim à continuidade de todas essas preocupações.

Quando somos capturados por nossos projetos, fazer isso e aquilo, uma coisa depois da outra, sentimos: “Melhor eu fazer isso! Depois aquilo! Isso vai melhorar totalmente minha situação!”. Esforçando-se tanto para conseguir pequenos sucessos, mascaramos o fato de que na verdade estamos sendo preguiçosos. Nossa atividade sem fim, que evita o que é realmente importante, na verdade é preguiça.

Seria muito melhor chegar logo à decisão, sincera e conclusivamente, de parar de desperdiçar nosso tempo. Temos que reconhecer que nossas mentes são instáveis e que as aparências são sedutoras. Não vai bastar simplesmente continuar do jeito atual.

Embora estes sejam tempos modernos, ainda temos incríveis instruções preciosas à mão que, quando aplicadas, nos permitem despertar para a iluminação verdadeira e completa neste mesmo corpo, nesta mesma vida. Mas como a maioria de nós gasta nosso tempo em indolência e atividades sem sentido, ignorando a importância da prática genuína, há apenas alguns poucos mestres realmente realizados. [...]

É dito que é melhor se você puder equalizar vida e prática abandonando todos os envolvimentos mundanos, a partir de uma renúncia profunda por todo o samsara. Tenha fé nas Três Jóias e confiança sincera nas consequências de atos kármicos e na realidade de vidas passadas e futuras.

Se puder praticar desse modo, sua mente irá se tornar indivisível com a mente do guru, e nesta mesma vida você será capaz de “capturar o trono real da primordialmente pura Grande Perfeição”.

A segunda melhor opção é sempre agir de modo honesto e verdadeiro e viver de acordo com princípios espirituais. Ocasionalmente, tenha a oportunidade de praticar mais intensamente em um contexto de retiro.

No mínimo do mínimo, você deveria tentar se lembrar com a maior frequência possível do que seu guru lhe disse, e ser verdadeiro e honesto no que quer que faça. Mantenha um bom coração e regularmente tente fazer coisas que sejam de ajuda para os outros. Cultive uma atitude de amor e compaixão. Seja gentil e bondoso, e suplique ao guru.

Qualquer um desses modos de vida vai agradar seu guru e, se você não chegar à iluminação nesta mesma vida, então chegará no momento da morte ou no bardo. No mínimo, você terá garantido o estado búdico em alguma de suas vidas futuras. De um modo ou de outro, você não está longe do onisciente estado de um buda.

“As It Is”, vol. 1 (prefácio)

http://darma.info/trechos/2014/02/reduzir-planos-e-projetos/
 
Lama Michel: Budismo - mudança e transformação

 
Quando nada mais funciona

B. Alan Wallace (EUA, 1950 ~):

[...] Se você ainda pensa que é possível aperfeiçoar o samsara, reformar o mundo externo para adequá-lo a seus objetivos e trazer satisfação verdadeira, faça isso. Você não precisa do Darma. Você pode tentar tudo o mais.

Mas quando você chega à conclusão de que não há como tornar perfeito o samsara e que as oito preocupações mundanas são uma empreitada sem sentido, então volte-se para a única coisa que contém toda promessa real de trazer a satisfação que você busca.

Você está pronto para o Darma quando nada mais funciona.

“Buddhism with an Attitude” (2001, pg. 226)


http://darma.info/trechos/2014/02/quando-nada-mais-funciona/
 
Quem é este que quer permanecer?

1009507_475665149205347_1440170762_o.jpg

Aluno – Se a pessoa faleceu, a mente acaba também? Gostaria de saber se há uma continuidade...

Monge Genshô – Por que você realmente quer saber isso?

Aluno – Por mais grandiosa que é a vida, às vezes parece pouco. Parece que nós queremos, de certa forma, permanecer na vida.

Monge Genshô – Quem quer permanecer nessa vida?

Aluno – Eu gostaria de permanecer...

Monge Genshô – Cada EU individual quer se manter, permanecer. É por isso que fazemos estas perguntas, como: “A consciência sobrevive à morte”? Mas o EU não tem como sobreviver à morte. Você tem como relembrar da sua vida passada? Portanto o EU daquela vida passada não sobreviveu, uma vez que este EU é basicamente constituído de suas memórias. Então meu EU, nenhum EU, sobrevive à morte. Mas sabemos que a vida continua, que o universo continua. Inevitavelmente, pela lógica, nós continuamos. Nosso carma, essa onda cármica, continua se manifestando. Sua personalidade, certas características, vieram de algum lugar. Portanto você é continuidade, mas não de um eu. Que existe continuidade é certo, que não há continuidade de um EU, também é certo. Até porque não há necessidade de você morrer para que seu EU desapareça. Minha mãe morreu de Alzheimer com 97 anos. Ela não sabia mais quem ela era. Nem quem eu era. Nem como o mundo funcionava. Isso é natural. O nome que ela deu-me é Petrucio. Eu estava sentado com ela, pouco antes dela morrer, quando ela me disse: “Mas quem é você?”. Eu disse: “Eu sou Petrucio”. Ela disse: “Não, Petrucio é uma criança”.

Aluno – A filosofia budista não toca no assunto da reencarnação?

Genshô – Isto não é um assunto budista, como uma alma ou partícula essencial. Essa é a pergunta mais frequente que eu respondo aqui. Essa idéia vem da doutrina hinduísta, baseada na idéia do atman, uma alma indivisível que transita de um corpo para outro. E o espiritismo moderno, que apareceu na França, também assimilou esse tipo de doutrina, que está bastante espalhada pelo mundo. Mas Buda ensinou que não existem nem almas nem espíritos permanentes. Nada é permanente, nem nenhum EU é permanente. Portanto, a palavra reencarnação não se aplica, pois não há nada para ganhar uma carne nova. Esta é uma tentativa do ser humano de permanecer. Como queremos permanecer, há necessidade de ganhar um corpo novo. Eu também quero um corpo novo, este aqui já está um pouco prejudicado. Então nós podemos perceber que nós queremos tremendamente que o EU permaneça, pois nós amamos demais a nós mesmos. E é exatamente por isso que as religiões foram criadas, para dar a esperança que meu EU continue. Então inventamos céus, infernos, reencarnações… Por isso o budismo tem a tendência de não ser muito popular, pois quando as ilusões chegam, a tarefa do professor do Zen é puxar o tapete debaixo do aluno e tirar-lhe todas as muletas, todas as crenças e apoios, e dizer-lhe: “Agora sim, agora você está livre”, e por isso fazemos o voto: “delusões são inexauríveis, faço o voto de extinguí-las todas”. E a mais forte, mais terrível, mais venenosa ilusão é o EU. Parece uma falta de esperanças, mas, na realidade, esta é a grande esperança, maravilhosa, pois significa engolir todo universo e a eternidade.

Aluno – Como realizar tudo isso em apenas uma vida?

Genshô – Não tenha pressa, há bastante tempo nas próximas...

http://opicodamontanha.blogspot.com/2014/02/quem-e-este-que-quer-permanecer.html
 
Beneficiar-se com o Darma

Atisha (Índia ~ Tibete, séc. 11):

Resumindo, mesmo se você reside na floresta, se não abriu mão dos objetivos mundanos e não protege sua mente da ânsia pelos objetos dos sentidos, então você falhou em se beneficiar com o Darma. Isso é chamado de “não completar a própria tarefa”.

Se você espera comportar-se assim, de modo que tanto esta vida quanto as futuras são sabotadas, então a prática do Darma se tornou um mero hobby para você. Tal hobby continuará sendo nada mais que uma prática do Darma de palavras, comida e fingimento.

“Wisdom of the Kadam Masters”, loc. 580

http://darma.info/trechos/2014/03/beneficiar-se-com-o-darma/
 
Na construção de qualquer habilidade psíquico-física o ‘Eu’ consciente deve dar ordens, – mas não muitas ordens – deve supervisionar a formação de hábitos de uso apropriado, mas sem barulho e numa forma modesta, que se nega. A grande verdadeira descoberta no nível espiritual pelos mestres de orar, é a que quanto mais há de ‘Eu’ menos sem tem de ‘Deus’, tem sido descoberta de novo e de novo no nível psicológico pelos mestres de várias artes e habilidades. Quanto mais há de ‘Eu’, menos há de Natureza – do funcionamento correto e normal do organismo.

A. Huxley
 
Todas as coisas do samsara são obrigatoriamente não existentes.Do mesmo modo que a corda multi-colorida percebida como sendo uma cobra.
"Oral Instructions of Manjushri, citado em " The Nyingma School of Tibetan Buddhism", de Dudjom Rinpoche.
 
Como escolhemos viver nossa interdependência

17º Karmapa (Tibete, 1985 ~ ):

Normalmente, acreditamos que precisamos de tantas condições e coisas para sermos felizes. Talvez, no entanto, na verdade seja muito simples. Isso repentinamente surgiu para mim um dia em que estava dando uma volta no monastério. Era uma dia agradável e havia uma brisa suave. Isso disparou em minha mente a atenção à minha respiração.

Tornei-me consciente desses simples fatos: eu estava respirando, e isso não era algo que dependia apenas de mim. Dependia da presença de oxigênio no ar — e mil etapas anteriores tiveram que acontecer para que o oxigênio estivesse lá para mim quando eu precisasse de cada respiração.

Fui atingido por um completo maravilhamento com esse pensamento. Eu sabia que não poderia produzir oxigênio por mim mesmo. Ainda assim, minha própria sobrevivência dependia de ele estar disponível para mim a cada respiração. Já respirei incontáveis vezes, e se em apenas uma delas não houvesse oxigênio, minha vida poderia ter terminado. No entanto, ali ele estava e sempre esteve. Isso me preencheu com um senso de bem-estar completo.

As coisas mais ordinárias podem ser tão maravilhosas. Nós quase nunca voltamos nossa atenção para as condições básicas de nossa própria existência, mas elas estão constantemente presentes e gratuitamente disponíveis. Apenas lembrar disso a qualquer momento pode trazer de volta o sentimento de alegria que senti ali.

Não precisamos comprar ou possuir nada para sermos felizes. A qualquer momento, podemos acessar esse sentimento de alegria. A mesma interdependência que faz nosso consumismo ser tão destrutivo para o ambiente, também pode fazer o ambiente natural ser uma fonte de alegria e maravilhamento constante para nós, sem precisarmos de nada mais que uma lufada de ar. Depende apenas de como escolhemos viver nossa interdependência.

Imagino que no final tudo se resume à nossa atitude. No momento em que paramos de permitir que a cobiça nos faça correr atrás daquilo que não temos, e de tomar como garantido o que já temos, podemos ter um profundo e pleno sentimento de apreciação. Nós realmente já temos tudo que precisamos. A inesgotável prosperidade do contentamento está ali esperando. Podemos encontrar felicidade ilimitada simplesmente respirando.

“The Heart is Noble”, cap. 5

http://darma.info/trechos/2014/04/como-escolhemos-viver-nossa-interdependencia/
 
Não precisamos comprar ou possuir nada para sermos felizes. A qualquer momento, podemos acessar esse sentimento de alegria. A mesma interdependência que faz nosso consumismo ser tão destrutivo para o ambiente, também pode fazer o ambiente natural ser uma fonte de alegria e maravilhamento constante para nós, sem precisarmos de nada mais que uma lufada de ar. Depende apenas de como escolhemos viver nossa interdependência.

Imagino que no final tudo se resume à nossa atitude. No momento em que paramos de permitir que a cobiça nos faça correr atrás daquilo que não temos, e de tomar como garantido o que já temos, podemos ter um profundo e pleno sentimento de apreciação. Nós realmente já temos tudo que precisamos. A inesgotável prosperidade do contentamento está ali esperando. Podemos encontrar felicidade ilimitada simplesmente respirando.

“The Heart is Noble”, cap. 5

http://darma.info/trechos/2014/04/como-escolhemos-viver-nossa-interdependencia/

Concordo plenamente com essa filosofia, basta estarmos vivos e saber que devemos viver com harmonia e disciplina para sermos felizes!!!mesmo que seja um desafio diário!!!
 


Para quem tiver tempo......muito divertido!!!
 
Medir seu nível de realização

Patrul Rinpoche (Tibete, 1808-1887):

Para medir seu nível de realização, você obviamente pode apresentá-la como uma oferenda a um mestre, mas isso nem sempre é necessário. Em vez disso, você pode ser seu próprio juiz e oferecer sua realização a si mesmo. Valide-a com esse simples método:

À medida que você segue treinando na lucidez do estado desperto, se notar que possui mais confiança e devoção, mais compaixão, menos apego, mais renúncia, gentileza e tudo mais, então posso garantir que você está seguindo no caminho correto.

Contudo, se notar que está se tornando mais insensível, que não confia nos mestres que encontra, que quanto mais tempo passa com seu guru, menos apreço tem por ele, que não se importa se os seres sencientes estão sofrendo ou não, e que está mais apático e frio, então posso certificar que você está seguindo na direção errada.

A meditação, permanecendo no caminho errado, não vai trazer absolutamente nenhum benefício, e não é uma causa direta para a iluminação.

Citado por Adeu Rinpoche, em “Freedom in Bondage”.

http://darma.info/trechos/2014/05/medir-seu-nivel-de-realizacao/
 
Geshe Kelsang Gyatso (1931 - ) é um monge budista, iniciador e líder da Nova Tradição Kadampa.

O texto abaixo é de um dos seus livros, chamado Viver significativamente, morrer com alegria.



"Uma das poucas certezas desta vida é a morte!

Se a morte fosse o fim de nossos problemas, talvez nós não devêssemos nos preocupar. Mas, como Buda disse, enquanto continuarmos como seres comuns uma vida é seguida por outra assim como um dia é seguido pela noite.

Apesar da inevitabilidade de nossa morte e a completa incerteza de sua hora e do modo como vamos morrer, poucos de nós dedicam um minuto de reflexão até que seja tarde demais. Dado que teremos muitas vidas futuras e que essas serão modeladas por nossas ações desta vida e das anteriores, não vale a pena morrer sem se preparar.

(...)

Contemplar nossa própria morte irá nos inspirar a usar a vida com mais sabedoria, desenvolvendo o refúgio interior das realizações espirituais. Caso contrário, não teremos a habilidade de nos proteger contra os sofrimentos da morte nem daquilo que virá depois dela. Além disso, quando alguém próximo de nós, como um parente ou amigo, estiver morrendo, seremos impotentes para ajudá-lo, porque não saberemos o que fazer; experienciaremos tristeza e frustração frente à nossa inabilidade de prestar genuína ajuda. Preparar-se para morrer é uma das ações mais bondosas e sábias que podemos fazer, tanto por nós como pelos outros.

Este mundo não é nossa casa – isso é um fato. Somos viajantes, estamos de passagem. Viemos de nossa vida anterior e em poucos anos ou dias vamos nos mudar para a próxima vida. Entramos neste mundo sozinhos e de mãos vazias e sairemos dele sozinhos e de mãos vazias. Tudo o que adquirimos nesta vida, inclusive nosso próprio corpo, terá que ser deixado para trás. As únicas coisas que se leva de uma vida para outra são as marcas de ações positivas e negativas. Se ignorarmos a morte, desperdiçaremos nossa vida com coisas que serão deixadas para trás; criaremos muitas ações negativas e viajaremos para a próxima vida sem nada, a não ser um pesado fardo de carma negativo.

Por outro lado, se a consciência da mortalidade for o pilar de nossa vida, daremos mais importância para o desenvolvimento espiritual do que para as aquisições deste mundo; nossa passagem pela vida será vista, principalmente, como uma oportunidade para cultivarmos paciência, amor, compaixão e sabedoria.

Motivados por essas mentes virtuosas, praticaremos muitas ações positivas e, dessa forma, criaremos causas de felicidade futura. Quando nossa hora chegar, seremos capazes de morrer sem medo nem remorso, pois nossa mente estará fortalecida pelo carma virtuoso que criamos.

Os professores kadampa dizem que sentir medo na hora da morte é inútil; a hora certa de sentir medo é enquanto somos jovens. A maioria das pessoas faz o inverso. Enquanto são jovens, pensam “não vou morrer” e vivem imprudentemente, sem se preocupar com a morte; mas, quando a morte chega, sentem medo, frustração, ansiedade e desespero.

Se desenvolvermos medo de morrer agora, usaremos nossa vida significativamente praticando ações virtuosas e evitando as não virtuosas. Criaremos, assim, as causas para um renascimento afortunado. Quando a morte realmente chegar, nos sentiremos como uma criança que retorna ao lar, e partiremos com alegria.

(...)"


http://kadampa.org/pt/books/viver-significativamente-morrer-com-alegria/
 
Duvide

17º Karmapa (Tibete, 1985 ~ ):

Para garantir a manutenção de uma perspectiva ampla, devemos nos proteger para não nos tornarmos dogmáticos. Penso que é muito bom duvidar. Ao duvidar, você questiona e busca respostas. Você quer ouvir o que os outros tem a dizer. Garanta que vai fazer perguntas, e estude para clarificar qualquer coisa que não esteja clara. Isso exige que você permaneça com a mente aberta. Vá em frente e duvide!

Textos budistas mencionam dois tipos de dúvidas: um deles é útil ao crescimento espiritual; o outro, não. O que não é muito útil é um tipo de dúvida que rejeita: você basicamente já decidiu por si mesmo que algo é falso e errado, mas ainda deixa os outros apresentarem o lado deles. Você escuta o que eles tem a dizer apenas com “meia consideração”, pois está pré-disposto a rejeitar.

Com o tipo mais imparcial ou inquisitivo de dúvida, você tem a sensação de que o que eles dizem pode realmente ser verdade, mas você quer ter certeza. Com esse segundo tipo de dúvida, você está receptivo, mas ainda há uma parte da mente que escuta com muito cuidado, querendo compreender a verdade por si mesma.

“The Heart is Noble”, cap. 10


http://darma.info/trechos/2014/05/duvide/
 
Expectativas da prática

Tulku Urgyen Rinpoche (Tibete, 1920 — Nepal, 1996):

Algumas pessoas vem a mim e dizem: “Agora, já pratiquei por dez anos”; ou até: “Pratico há 20 anos e passei um bom tempo em retiro, mas não cheguei a nenhuma experiência especial ou qualquer realização notável. Nada aconteceu”. Por que isso?

Não basta chamar a si mesmo de praticante e deixar o tempo passar. Esse não é o significado de praticar o Darma. Estamos no samsara há incontáveis vidas. Nossas mentes ficaram completamente absorvidas nas tendências da existência samsárica — como podemos ter a expectativa de nos transformarmos totalmente em alguns anos? Não é assim que acontece.

Os padrões habituais e a fixação dualista estão todos latentes em nossas mentes. Eles têm estado lá, em constante recreação, desde um tempo sem início. [...] Quando essas tendências são purificadas, nossos três kayas ["corpos iluminados"] intrínsecos são de fato realizados. Quandos os três kayas estão completamente evidentes, chegamos ao estado búdico.

Até esse ponto, contudo, nossa natureza buda está oculta. A única maneira de tornar a natureza buda plenamente manifesta é continuar praticando o Darma de modo genuíno. E isso não acontece apenas praticando aqui e ali por alguns anos. Claro que a prática esporádica deixa boas marcas mentais, mas ela não gera mudança autêntica a partir das profundezas de nosso ser. [...]

Sentir-se desencorajado porque nada extraordinário aconteceu desde que você começou a praticar é errar o alvo. Renúncia é o verdadeiro sinal de êxito, benção e realização. Em outras palavras, há um desencanto natural com sucessos mundanos, com qualquer estado samsárico.

Infelizmente, as pessoas às vezes anseiam pelo extraordinário. Alguns esperam que o divino desça lá de cima e nos conceda poderes especiais. Outros pensam que ao forçar certa experiência em suas mentes, para se intoxicar nisso, eles podem ficar elevados o tempo todo, drogados com a prática do Darma. [...] Algumas pessoas, quando entram em algum estado alterado de meditação, pensam que as formas sutis dos três venenos — conhecidas como as experiências de êxtase, claridade e não-pensamento — são realização. Muitas pessoas ficam presas nessas crenças. [...]

Não credite nenhuma importância a essas experiências temporárias; nenhuma, jamais. [...] O que realmente importa é um aumento de sua devoção e confiança no Darma, de modo que a partir de dentro, você sente que apenas o Darma importa, que apenas praticar é importante. Este é um sinal inequívoco de realização.

“As It Is, vol. 2″, loc. 3614

http://darma.info/trechos/2014/06/expectativas-da-pratica/
 
O mantra de Tara:

No Tibete: "Om Tare Tuttare Ture Soha"
Em sânscrito: "Oṃ Tāre Tuttāre Ture Svāhā"

A prática de Tara Verde ajuda a superar o medo e a ansiedade, mas os devotos acreditam também que pode conceder desejos, eliminar o sofrimento de todos os tipos e trazer felicidade.

Ao ser chamada, Ela instantaneamente nos salva de oito calamidades específicas. (Outra linhagem descreve 16.)

O primeiro Dalai Lama lista os 8 e os interpreta como representantes de correspondentes defeitos, falhas ou obscuridades:
1) os leões e orgulho
2) elefantes selvagens e delírios
3) os incêndios florestais e ódio
4) cobras e inveja
5) ladrões e opiniões fanáticas
6) prisões e avareza
7) inundações e luxúria
8) demônios e dúvidas


Quanto ao mantra:

Om contém três sons: ah, oh e mm, e significa as imensuráveis qualidades dos corpos, da fala e das mentes dos seres iluminados.

Tare(a): "Aquela que liberta."

Tuttare: "Que elimina todos os medos."

Ture: "Que concede todo o sucesso."

Soha: "Que se enraize no meu coração."


Uma versão do mantra de Tara:



Principal fonte: http://www.anjodeluz.net/mantras/om_tara_tuttare_ture_svaha.htm
 
Última edição:
Back
Top