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Problemático Thai Pink Buffalo - PFTek / Milho de pipoca / CL

Diário de cultivo problemático.
Olá,

Há cerca de 6 anos fiquei curioso a respeito dos cubensis. Consegui 1 carimbo da variedade supracitada, mas acabei deixando a ideia de lado. Para o bem ou para o mal, o print ficou guardado dentro de um ziplock que, por sua vez, estava dentro de um envelope, este último guardado dentro de um livro – a título de curiosidade: o paraíso, da trilogia de Dante Alighieri.

Após 6 anos "no paraíso", resolvi ver se aqueles esporos ainda tinham futuro. Afinal, bibliotecas geralmente são lugares úmidos, cheio de microorganismos malvados e com condições ambientais esdrúxulas. Refiz algumas pesquisas aqui e em outros fórums e fui comprar as coisas (panela de pressão, vermiculita, etc etc) – a técnica escolhida era o PFTek com FAI + vermiculita descrita aqui no fórum.

Iniciante, por mais que tenha lido, sempre faz besteira, né? Começaram aqui as minhas.

Besteira 1 - Fazer a seringa: o print foi feito numa folha de ofício. Tirar os esporos dali era impossível sem molhar o papel e, teoricamente, contaminar a água. Juntou essa dificuldade com o fato do print ser bem pequeno e das minhas duvidas sobre a viabilidade dos esporos e... bem, o animal aqui acabou fazendo 1 seringa de 20cc com 1 print inteiro. Ficou "dormindo" 48 horas na geladeira antes de inocular. Ah, fiz tudo sem glovebox... achei bem complicado na época e não costumo ser muito paciente.

Dia 16/10... Tudo pronto e esterilizado, hora de inocular. Aparentemente, tudo correu bem. Segui as instruções bem conhecidas e guardei os bolos em temperatura controlada entre 28-30 graus. Até hoje não deram sinal de vida de micélio nem de contaminantes. Continuam guardados em temperatura controlada... vai que, né? A princípio, pensei que fosse excesso de água, mas o selo de vermiculita ao fundo está seco. Dei de ombros, continuam guardados. Alguma coisa há de surgir ali, mesmo que seja um contaminante visível a olho nu... não é possível....

Dia 23/10, meio frustrado com a ausência de sinais nos bolos PF e temendo a qualidade dos esporos, resolvi fazer a técnica do milho... Fiz +/- o que foi descrito pelo Mauricio, exceto pela parte final da adição de calcário, em virtude de não haver necessidade de diminuir o aumentar o PH (água sanitária é extremamente básico). Deixei simplesmente na água morna, para eliminar eventuais resíduos de água sanitária e para permitir que possiveis endoesporos tiverrem mais 1 dia para germinar.

Desses, até agora, 2 (de 6) copos mostraram colonização (estou assumindo que são colonizados por micélio de cubensis... vai saber?). Os outros permanecem sem indício de nada. Nem micélio, nem contaminação.

No dia seguinte, 24/10, fiz 2 CL. Queria testar. Usei água e maltodextrina. Aparentemente, estão dando certo (tem micélio de alguma coisa lá...)

No dia 03/11, tirei uma foto dos copos colonizados... anexo ao final. Fiquei com dúvidas se eram ou não micélio de cubensis, mas depois ficaram mais rizomórficos. A caixa incubadora está com um cheiro meio adocicado.

Ontem, 06/11, quando um dos copos de milho estava completamente colonizado, fiz uma transferência G2G. Proporção 1:6. Sobrou um pouco de milho colonizado e esterilizado, então fiz mais 1 potinho para ter ideia do desenvolvimento sem ter que ficar abrindo a incubadora.

Nesses G2G, não utilizei meu protótipo de glovebox (alias, só usei parte dela, estou pensando em algo melhor). Espero que as outras medidas de higiene tenham sido suficientes. Nesses, utilizei potes de vidro com tampa metálica. Recortei o metal de cima da tampa, deixando só a borda para rosquear e substitui ele por lã acrílica (perlon, acrilon, polyfill, etc).

O "copinho de controle", olhei hoje, já demonstra sinal do micélio avançando para os grãos de milho que estão ao lado do milho colonizado.


Bem... creio que tenha conseguido sintetizar a história. Manterei os colegas informados.

Ps.: Lá vão as fotos do dia 03/11. Só o que me falta é não serem cubensis crescendo ali... Foram os únicos copos em que alguma coisa cresceu... todos os outros (PF ou Milho) estão aparentemente intocados, seja por contaminantes visíveis seja por micélio de cubensis...

Abraços!
DSC_2745.jpgDSC_2743.jpgDSC_2744.jpg
 
Como que se tá fechando esses copos Cooper?

Então, tupy...
Eu fiz alguns testes:


1 - Máscara cirúrgica (é confeccionada em TNT) com fita isolante na lateral (aguentou a panela de pressão).
2 -Peguei potes de vidro com tampa metálica. Fiz um furo no meio com 1 prego razoavelmente grosso (furo de uns 4mm diâmetro) e passei lã acrilica por dentro (perlom, acrilom, etc).
3 - Meu favorito até agora: No mesmo tipo de pote de vidro com tampa metálica, fiz um furo no meio e, com um alicate, fui abrindo e retirando com um alicate o metal da tampa a partir do centro, até restar apenas a rosca metálica e a "boca" do pote completamente aberta. Recortei um quadrado de lã acrílica grossa para servir de filtro e adaptei à tampa. Em síntese: temos pote de vidro rosqueado com a moldura da tampa metálica e a abertura do pote protegida por lã acrílica.

Anexo a foto. (Ps.: como dá para notar, não sou nenhum mestre nas artes manuais. Um resultado esteticamente agradável no acabamento da tampa metálica não era o meu objetivo).

Mortandello : seu comentário não poderia me deixar mais animado. Obrigado!


Ps.2: Eu sei que genericamente o conselho é que os iniciantes não inventem muito.... mas tem coisas que são da natureza de cada um. Experimentar está na minha, mesmo que o preço seja um eventual fracasso.


Tampa.jpg
 
Perfeito, Cooper!

Com uma área grande de troca gasosa corre-se um risco de o substrato perder muito de sua umidade.
Nas tuas fotos o nível de umidade dos copos está excelente, mas caso ocorra de secar, basta tampar a boca do pote com um papel alumínio e retirá-lo de vez em quando.

Good vibes!
 
Perfeito, Cooper!

Com uma área grande de troca gasosa corre-se um risco de o substrato perder muito de sua umidade.
Nas tuas fotos o nível de umidade dos copos está excelente, mas caso ocorra de secar, basta tampar a boca do pote com um papel alumínio e retirá-lo de vez em quando.

Good vibes!

Obrigado, Anatman.

Para tentar diminuir a possibilidade dos copos ressecarem ou de ocorrerem mudanças bruscas de temperatura, mantenho todos em uma caixa de isopor fechada com umidade alta (~95%).
 
Então, tupy...

Mortandello : seu comentário não poderia me deixar mais animado. Obrigado!


Ps.2: Eu sei que genericamente o conselho é que os iniciantes não inventem muito.... mas tem coisas que são da natureza de cada um. Experimentar está na minha, mesmo que o preço seja um eventual fracasso.


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Pois prepare-se pra colonizar um bullk adiante ou um casing, leia MUITO bem o proximo passo a ser dado, e se tiver alguma duvida pergunta ANTES de fazer algo precipitadamente.

Tem medida pra tudo, tem maneira correta de seguir os procedimentos e so assim da pra gente te ajudar dentro de parametros que ja sao conhecidos pela maioria do pessoal, arriscou muito a dar cagada essa tampa de perlon ae que voce inventou, risca pinar dentro do pote por excesso de oxigenio mas pelo menos nao deu nenhuma contaminaçao aparente nos potes, e bem menos excreção do que poderia dar.

Vamos vivendo e aprendendo!
 
Pois prepare-se pra colonizar um bullk adiante ou um casing, leia MUITO bem o proximo passo a ser dado, e se tiver alguma duvida pergunta ANTES de fazer algo precipitadamente.

Tem medida pra tudo, tem maneira correta de seguir os procedimentos e so assim da pra gente te ajudar dentro de parametros que ja sao conhecidos pela maioria do pessoal, arriscou muito a dar cagada essa tampa de perlon ae que voce inventou, risca pinar dentro do pote por excesso de oxigenio mas pelo menos nao deu nenhuma contaminaçao aparente nos potes, e bem menos excreção do que poderia dar.

Vamos vivendo e aprendendo!

Valeu Mortandello. Como disse logo no primeiro post, você é um dos que me ajudou antes mesmo de começar a responder este tópico.
Estou estudando bastante o casing de pó de coco + vermiculita + pó de concha.
A ideia de ficar cozinhando estrume para o bulk não me agrada muito.

Só pra constar: sou curioso, mas não (muito) estúpido. Como eu disse, só 1 copo está daquele jeito. Os outros seguem outros modelos mais clássicos (um furo preenchido com perlom, por exemplo). A ideia do perlom na tampa inteira veio depois de ver alguns gringos usando (ok, no caso eles usavam tyvek, mas tava um pouco complicado de achar).

Abraços!
 
bacana! tyvek eu nao lembro aonde pode se encomendar facil fora do brasil.
ja no brasil.... so recebi uma vez de uma amiga da suecia, me mandou alguns envelopes de tyvex que tenho ate hoje, usei uma vez so.
 
bacana! tyvek eu nao lembro aonde pode se encomendar facil fora do brasil.
ja no brasil.... so recebi uma vez de uma amiga da suecia, me mandou alguns envelopes de tyvex que tenho ate hoje, usei uma vez so.

Certa vez li uma dica aqui no fórum, não recordo o autor, mas era a seguinte: comprar um macacão de tyvek no mercado livre (ou em lojas de material de proteção). Tem aos montes e tenho certeza que 1 unidade do tamanho grande deve render o suficiente para muitos potes... Está na minha lista para um próximo cultivo (2013).
 
Caros colegas,

Lamento o tempo ausente.
Tive que me ausentar de casa e trazer junto os potes colonizados na mala.
Somente ontem pude proceder com o casing (verm/pó de coco/pó de concha). As condições de higiene estavam longe do meu ideal, vamos ver no que dá.
as quentinhas ficarão na incubadora por alguns dias. Darei notícias em alguns dias sobre isso.

No entanto, venho aqui para compartilhar outros pensamentos paralelos. Até mesmo por que, caso esse cultivo não vingue, outros virão (agora estou reabastecido com esporos, good news!).

Vi diversos tópicos sobre o uso de placas de peltier para resfriamento do terrário, especialmente nesse verão de rachar.
Uma alternativa cara (2000-2500 reais) seria o uso de um chiller de aquário, mas:
a) não é economicamente viável para muita gente.
b) pesado e barulhento. Para quem "reside" em várias partes do Brasil, isso é um problema...


Meu conhecimento sobre eletrônica é bem pueril, mas consegui montar uma ideia que, talvez, possa ser interessante para os colegas. (Vou usar minhas férias para brincar com esses projetos DIY)

A ideia é a seguinte:

1 caixa de isopor como terrário
1 caixa de isopor menor como central de resfriamento.
alguns metros de tubo de plástico
alguns metros de tubo de cobre flexível usados em refrigeração
bomba de aquário submersa
abraçadeiras, silicone, parafusos, etc.
Termostato
Placa de peltier
Cooler de computador
1 mistmaker

Premissas:
1) placas de peltier são boas para transferir calor de um lado para outro
2) o uso direto de placas de peltier no terrário diminui a umidade -- por força da condensação--, o que é prejudicial aos amigos cogumelos. Como a diferença de temperatura proporcionada pelas placas de peltier é grande, essa variação brusca também poderia prejudicar nossos amigos.

Solução:
1 ) Montar uma caixa de isopor menor que possua água (que tem alto calor específico, logo, é capaz de manter uma temperatura estável por mais tempo, especialmente no num recipiente de isopor).
Nessa caixa, teria uma bomba de aquário que faria circular água entre a caixa resfriadora e o terrário. Os materiais dos segmentos do tubo por onde a água dependerão da necessidade de isolar ou trocar calor: ex: dentro do terrário e da caixa com água fria, seriam de cobre, para facilitar a troca de calor. No restante, até pela flexibilidade, os tubos seriam plásticos mesmo.

Lembrando: a água circula por tubos e nunca entra em contato com o material do terrário. Os tubos dentro do terrário ficariam em forma de serpentina, na parte inferior, cobertos pela camada de perlita ou argila expandida (para diminuir a condensação). Isso também ajudará a manter a temperatura mais equilibrada, sem maiores choques, pois o volume de água da caixa resfriadora irá ser fator impeditivo para que o circuito peltier alcance temperaturas absurdamente baixas.

2) a condensação diminuída ainda assim, provavelmente, afetará a umidade (ainda que em menor escala do que se o kit peltier estivesse diretamente no terrário). Para isso, um simples mist maker (daqueles usados em fontes decorativas, que fazem névoa de água através de ultrassom) deverá dar conta.

Em tese: a água estará em circulação constante pelos terrários. Caso o termostato detecte temperatura inferior a superior a 22 graus (creio que esteja dentro de um bom patamar para frutificação), ele irá ativar o resfriamento peltier até que a temperatura volte ao padrão estabelecido.

Em testes preliminares, consegui fazer com que uma placa de peltier de 100W (12v, 8A) diminuisse a temperatura de cerca de 1kg de água em um recipiente não isolado termicamente (plástico) em 75 minutos.

OBVIAMENTE, pode-se trocar a ideia da placa peltier e encher a caixa menor (resfriadora) com água gelada. Mas procuro algo mais controlável e sofisticado. Engenhocas me dão certo prazer.

Caso a moderação deseje, pode-se mover este tópico para uma área mais oportuna.
Obviamente, manterei os colegas informados nas próximas etapas.


Anexo um desenho mal feito da ideia para compartilhar com os colegas (desconsiderem a ausência de perlita, vermiculita, furos de ventiulação, compressores de aquário para oxigenação, etc... a finalidade é pensar o resfriamento).
Algumas boas novidades:
agora tenho acesso a:
2 novos carimbos.
placas petri
agar-batata-dextrose
ambiente pequeno e facilmente esterelizável para trabalhar.
autoclave.

Editando:
eu queria dizer que:

Em testes preliminares, consegui fazer com que uma placa de peltier de 100W (12v, 8A) diminuisse a temperatura de cerca de 1kg de água em 10 graus Celsius num recipiente não isolado termicamente (plástico) em 75 minutos.
sketch0.jpg
 


Olá Ecuador e demais,

Lamento pelo sumiço.

Ultimamente andei pra cima e pra baixo nesse Brasil enorme. Como a maioria dos meus destinos seriam adequados para cultivar, resolvi levar os copos colonizados na mala em algumas ocasiões. Entretanto, na última delas, a tal mala foi extraviada pela cia aérea e não encontraram até agora.
Vale ressaltar, contudo, que aquele casing "de teste" que resolvi fazer com 1 copo que levava na bagagem de mão, deu pra perceber que dificilmente era micélio de cubensis.
A isso junte-se o fato de que, antes de sair viajando, deixei em casa 5 frascos de grãos inoculados com aquela mesma seringa de print antigo de ThaiPinkBuffalo e que ficaram incubando por 20 dias em temperatura adequada...
Quando passei em casa, 20 dias depois de inoculados, os copos estavam intactos. Nada de micélio, nada de contaminantes.
Posteriormente, tive que viajar mais uma vez, e no meu atual destino continuarei até o fim do mês.
Creio que a seringa estava estragada/inviável e que o bolo estava correto com o seu alegado "faro".
Via das dúvidas, assim que voltar para casa, tentarei inocular aquela seringa em placas de petri com agar pda e ver no que dá.

O cultivo certamente falhou, mas peço para não fechar ainda o tópico, uma vez que pretendo postar detalhadamente as fotos do "casing em que brotou algodão, mas não cogumelos". Peço só um tempo para organizar tudo.

Sobre outros pontos que levantei, adianto:
1) O resfriador com placas de peltier FUNCIONA. Estou aperfeiçoando tudo para montar um tutorial legal. Muitas tentativas e muitos erros, mas, sim, é VIÁVEL e simples de fazer (depois de errar um bocado).
2) Iniciei um novo cultivo (dessa vez, depois de esmiuçar o clássico do Stamets/Chilton) com base em um novo print que consegui. No caso, da strain A+ albino. Estou ainda em estágio bem inicial, mas documentando tudo para posterior diário.

Espero retornar em breve com mais novidades sobre o esquema de refrigeração com placas de peltier, o fim deste cultivo e (espero) o sucesso do novo.
Obrigado a todos!

Ps.: lamento pelos eventuais erros de português. Tive que fazer este post com certa pressa.
 
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