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Reiniciando o Início

  • Criador do tópico Mauricio
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Mauricio

Visitante
De tempo em tempo, pela entrada de novos membros no fórum, ressurge dúvidas sobre : Qual a melhor forma de iniciar um cultivo? Qual a melhor strain? Como fazer seringa, inocular, guardar, consumir? E por aí vai. Mesmo apontando para a busca e pesquisa no fórum, os iniciantes só querem a resposta para sua própria pergunta.

Iniciar e levar um cultivo não é tarefa para quem não tem paciência ou quer tudo de um dia para o outro. Uma vez um camarada, através do shout, queria saber qual o próximo passo, pois ele já estava fervendo o milho e quando teria os cogumelos para consumir.

Antes de tudo tenha um carimbo e saiba valorizar o que recebeu, pois ninguém tem obrigação de tirar bons carimbos para oferecer e ainda ser criticado. “pequeno, quase nada.” Um carimbo, por vezes, é muito difícil conseguir mesmo através de um cultivo todo certinho. O que faz um carimbo ser pequeno é o jeito como se usa, e quase todos, quando iniciam, usam de forma errada e perde um carimbo do tamanho de uma moeda de 1 centavo, ralinho, que forneceria incontáveis inoculações.

Se o seu carimbo for pequeno ou enorme, tenha em mente que se você usá-lo todo ou usá-lo de maneira errada não haverá diferença entre pequeno ou grande.
Então ao receber um carimbo use a técnica certa para obter o máximo do seu carimbo.

Uma coisa que me chama atenção, por vezes me irrita, é a pessoa querer iniciar um cultivo e não querer gastar nem R$10,00. “Quero o mais barato possível, pois não tenho como gastar.” Então não cultiva, ou você vai a um restaurante quando está duro ?.
Pra cultivar é preciso gastar algum dinheiro, e não é pouco, de inicio, depois com o material certo, os custos diminuem. Cultivar sem aparato e jogar tempo fora e invejar o cultivo do outro que está dando certo e o seu só contaminação.

Compre potes, copos (certos), seringas, agulhas, panela de pressão, caixa de isopor, caixa plástica, luvas, e por aí vai. Então leia, principalmente os diários de cultivo, que são, justamente, o passo à passo que todos querem. Procure um diário que seja bem explicativo e se apóie nele. Vá em frente e sucesso.

Respondendo algumas perguntas para não dizer que foi só papo.

Qual a melhor tek ?

A que você leu e entendeu

Qual a melhor raça ?

O carimbo que você recebeu, se foi de graça é a melhor de todas.

Por que o micélio não cresce, ou não pina ou contaminou ?

Porque você não observou algo importante.
 
Existem diversas formas de propagar o micélio : em meio líquido, meio sólido, em agar-agar.
Em meio líquido:

Preparar uma cultura líquida (CL) é muito simples, basta adquirir dextrose em pó ou xarope de glucose, o que muda é só a forma de apresentação.

CL 1.JPGCL 2.JPG

Então pese 5 g de um ou outro e misture com 95 g de água mineral quente. Agite com uma colher até total dissolução, depois derrame numa mamadeira, ponha 1 bolinha de gude e ferva em banho-maria por 30 minutos.
Quando estiver totalmente fria, retire a mamadeira da panela, cubra com a tampa de proteção e leve para dentro de uma caixa plástica. Na caixa abra um carimbo e raspe pequena quantidade de esporos, descubra a mamadeira, desenrosque a tampa com bico de silicone e derrame os esporos raspados dentro, feche, ponha a tampa protetora e guarde dentro de uma pequena caixa de isopor a 28ºC. Em 10 dias uma nuvem esbranquiçada flutua no líquido, é o micélio.
Com a CL desenvolvida, use seringa para sugar a CL e inocular no substrato sólido (grãos ou PF).

-A mamadeira é prática em diversos aspectos, permite guardar boa quantidade, o bico de silicone veda com eficiência, o furo no bico permite a entrada da seringa, a tampa isola o furo do meio ambiente.
Pode também ser usada sem o bico, com a tampa de vedação

CL 4.JPGCL 5.JPG
1 mamadeira com bico de silicone, 1 mamadeira com tampa de vedação
Faça 1 furo com prego quente no bico de silicone, o furo deve ser pequeno, menor que 1 mm.
Coloque 1 bola de gude para ajudar quando necessário agitar.

CL 3.JPG
Mamadeira com a tampa de proteção para o bico de silicone, evita que penetre contaminantes.

CL 6.JPG
Mamadeiras arrumadas na panela, serão fervidas por 30 minutos.

CL 7 pan cambo.JPG
Nuvem de micélio de PANAEOLUS CAMBODIAN

CLs são excelentes para cultivos problemáticos, pois ficamos com muito material para diversas inoculações.

A quantidade de esporos para fazer uma CL é muito pequena. Por isso se seu carimbo é do tamanho de uma moeda de 1 centavo, você pode usar 1/32 desse carimbo para fazer sua CL.
 
Em meio sólido:

Em se tratando de cultivo em meio sólido, você tem diversos produtos para escolher, mas os melhores são arroz integral com casca (cateto), milho de pipoca e centeio. Todos são fontes de carboidratos que servirão de alimento para o fungo se desenvolver.


Existem duas formas de preparar o grão escolhido:
Moer, pré-cozinhar (ou vice-versa) e misturar na proporção 1/1 com vermiculita para fazer bolos
Não moer, pré cozinhar para preparar casings.
Eu gosto de preparar meus bolos e casings com milho de pipoca ou arroz integral com casca com adição de alpiste na proporção 1/1. Gosto de substituir a vermiculita por pó de coco usando a mesma proporção 1/1.
Exemplo:
1 kg de arroz
1 kg de alpiste
Bater no liquidificador (só para quebrar, não para virar farinha), por numa bacia e cobrir com água quente (só cobrir para não sobrar água), deixar por 12 horas para amolecer (pré-cozinhar). Medir uma porção da mistura e 1 porção de pó de coco. Misturar bem tudo, por em copos, cobrir com papel alumínio e esterilizar por 90 minutos. Espere esfriar e inocule com CL ou com esporos em suspensão (seringa de água e esporos).

Depois de colonizado o bolo e assentado sobre pó de coco (úmido e esterilizado) distribuído num prato e colocado no terrário.
Os casings são preparados retirando os grãos colonizados do copo e derramando sobre uma cama de pó de coco e cobrindo com mais pó de coco. Depois de 10 dias, ou mais para esperar a superfície colonizar, são colocados no terrário .
PIC_0047.JPGPIC_0048.JPGPIC_0049.JPGPIC_0050.JPGPIC_0052.JPGPIC_0053.JPG
 
Olá Maurício.

Muito interessante e prática essa técnica da cultura líquida, mas fiquei com uma dúvida. Como saberei se ela contaminou?

Alguma cor/aparência específica? Ou melhor, existem cores/aparências para as contaminações mais comuns?

Grande abraço.
 
Olá Maurício.

Muito interessante e prática essa técnica da cultura líquida, mas fiquei com uma dúvida. Como saberei se ela contaminou?

Alguma cor/aparência específica? Ou melhor, existem cores/aparências para as contaminações mais comuns?

Grande abraço.

Coloquei uma foto para visualizar a aparência da CL, num post acima.

Como para preparar uma CL você só necessitará de dextrose, água e o carimbo, se tomar os cuidados necessários, dificilmente ela se desenvolverá com contaminação.

Porém se o carimbo estiver com alguma contaminação, a CL também terá contaminação.
Algumas contaminações são visíveis na CL.
Basicamente, o líquido deve ser incolor ou levemente branco.
Se estiver laranja, vermelho ou qualquer outra coloração, a CL estará contaminada.
Esporos verdes ou de outra cor também é contaminação.
 
:!: Esse post não é de minha autoria, é contribuição do membro chico/CM.

Trouxe-o para cá para complementar esse estudo.


Eaê galera! Trabalho com isolamento há alguns anos.
Vou tentar passar algumas dicas.

Material:

- Para boa parte dos fungos decompositores (não-micorrizicos), pode-se utilizar meio PDA (ágar batata dextrosado) para o trabalho (dá pra comprar o meio pronto em lojas de laboratório ou fazer "in-house" com ágar e batatas).
- Gosto de utilizar placas de Petri descartáveis, que já vêm esterilizadas (também consegue em loja de laboratório).
- Rolo de plástico PVC, sacos plásticos de polipropileno, algodão, elástico.
- Canetinha para retroprojetor.
- Dois instrumentos: bisturi e pinça (consegue em lojas de materiais odontológicos).
- Panela de pressão (não precisa autoclave).
- Bico de bunsen ou boca de gás (dá pra improvisar no fogão).
- Detergente (tipo Veja), sabão líquido, hipoclorito (Qboa), alcool 70%
- Obs: não precisa câmara de fluxo.

Método:

- Preparar PDA e esterilizar (pode ser em panela de pressão, por 15 min.).
- Fazer assepsia de uma mesa ou bancada (a sequencia: hipoclorito, enxagua, detergente, seca, passa álcool é uma boa)
- Distribuir PDA nas placas (cuidado! PDA muito quente pode derreter as placas se forem de plástico.)
- Não lave o cogumelo a ser isolado. No máximo, retire sujeiras superficiais de maneira seca, e sem dispersar um monte de contaminações pelo ar na sala de isolamento. Pode cortar fora pedaços nitidamente contaminados.
- Faça assepsia dos instrumentos. (Cobrir com sabão líquido puro, enxaguar, passar detergente, enxaguar, passar álcool 70º, deixar secar, flambar ao rubro na chama é um bom protocolo).
- Ao fazer assepsia dos instrumentos já fazer assepsia das próprias mãos.
- Flambar instrumentos antes de cada ação.
- Fazer cortes nas porções em que o contexto for mais volumoso, expondo tecidos interiores possivelmente descontaminados.
- Cortar e pinçar ou espetar pedaços bem pequenos (1~3mm3) descontaminados do contexto.
- Transferir para placas. Pode colocar uns 3 pedacinhos por placa.
- Vedar cada placa usando PVC.
- Anotar dados (data, espécie) com canetinha de retroprojetor nas próprias placas.
- Colocar placas dentro de saco de polipropileno. Adaptar algodão fazendo o papel de filtro, preso com elástico na boca do saco.
- Incubar por alguns dias, no escuro, monitorando periodicamente.
- Após crescimento, fazer nova transferência de micélio purificado para novas placas. (dar preferência a setores mais vigorosos da colônia)

Obs: geralmente nas primeiras placas o grau de sucesso não é muito alto, por isso é bom fazer muitas repetições se for possível. Às vezes são necessários até uns 5 repiques para conseguir uma cepa bem pura.

Ah... isolamento a partir de tecidos do cogumelo, gera clones. Já o isolamento a partir de esporos gera indivíduos distintos do cogumelo inicial. É necessária a colaboração de dois esporos para gerar um micélio capaz de produzir frutificações. São possíveis muitas diferentes combinações de esporos compatíveis em uma esporada. Isolamento a partir de esporos é bom para gerar novas cepas em projetos de melhoramento.
 
:!: Esse post não é de minha autoria, é contribuição do membro chico/CM.

Trouxe-o para cá para complementar esse estudo.


Como surgiram algumas dúvidas quanto ao preparo e esterilização do ágar, aí vão umas dicas:

- num frasco de vidro de 600ml (esses de conservas) bem lavado, coloque 10g de PDA (BDA) e 250ml de água.
Obs: A composição do meio vai depender da espécie que vc quer isolar. Qualquer meio com ágar não serve... Imagino que PDA (BDA) vai servir, mas se me disser a espécie do cogumelo posso sugerir outras alternativas.

- feche o vidro com papel kraft (acho que papel de pão também serve) e elástico.

- não use a tampa original do vidro.

- coloque o vidro na panela de pressão.

- coloque água na panela (suficiente para não secar durante a esterilização).

- o vidro pode ficar parcialmente mergulhado desde que não entre água. A água fervendo mexe, mas o vidro tem que ficar de pé. Pode usar outros frascos com meio ou simplesmente com água, para escorar.

- faça a panela funcionar por uns 20 minutos depois que chegar na pressão.

- desligue o fogo.

- se deixar o meio na panela quente por muito tempo, vai caramelizar (escurecer). Algumas cepas podem não crescer em meio caramelizado.

- para evitar isso, deixe a pressão baixar totalmente (confira levantando a válvula). Não baixe a pressão muito bruscamente. Daí abra a panela e tire o vidro com o ágar derretido.

- se não for usar na hora, pode guardar na geladeira ou até no freezer.

- o ágar vai endurecer, claro.

- quando for usar, coloque no microondas até derreter o ágar completamente.

- deixe esfriar (ou resfrie na torneira) até uma temperatura que não vá danificar as placas.

- tem que ser placas esterilizadas.

- coloque o ágar nas placas.

- deixe solidificar.

- se não for usar na hora, vede com filme de PVC e coloque na geladeira (no freezer não).

Um abraço!
 
:!: Esse post não é de minha autoria, é a tradução e contribuição de um amigo e pesquisador.


EXISTEM CONCEITOS ULTRAPASSADOS E INFORMAÇÕES INCORRETAS, ENTÃO ESCOLHA SABIAMENTE

COLONIZAÇÃO:

*Incubar na escuridão é outra coisa na obra "THE MUSHROOM CULTIVATOR" de Paul Stamets que precisa ser esquecida. A antiga dica de "incubar na escuridão total" é besteira. Essas palavras foram escritas por Paul no TMC há 20 anos atrás, e hoje em dia ele já não reconhece essa afirmação. Não há dano ou benefício em manter os potes no escuro. A escuridão somente irá atrasar a pinagem. Se vc deixar na luz desde o primeiro dia, seus frutos aumentarão e vc não enfrentará problemas de overlay. Eu não vi problema algum em deixar os potes colonizando na luz desde a inoculação. Se alguns pins se formarem nos grãos, na verdade é algo bom. Ao contrário da crença popular, esses pins nos grãos podem ser spawnados diretamente num substrato bulk ou transferência GG, e eles não apodrecerão nem causarão contaminação alguma. Existe evidência de que eles realmente ajudam a dar uma pinagem mais uniforme e rápida. Paul Stamets acredita que sejam hormônios ou gatilhos químicos presentes nos pins que causem isso. Exposto à luz desde o primeiro dia, a probabilidade é de somente um dentre cem potes desenvolverem um ou dois pins mais cedo, e eu apenas spawno esses pins junto com os grãos direto no substrato, sem absolutamente nenhum efeito nocivo (em outras palavras, pequenos pins não contaminam quando spawnados junto com os grãos). Há 20 anos atrás Stamets escreveu "incube em escuridão total", e as pessoas seguiram isso à risca como se fossem palavras de Deus. Entretanto, Stamets não mais ensina incubação no escuro, e eu concordo. Se vc visitar a fungi perfect, verá 10.000 metros quadrados de área de incubação, iluminada por lâmpadas fluorescente, de 10 a 12 horas por dia. Paul é um pioneiro e está sempre aprendendo (assim como nós) coisas novas, e idéias vão surgindo e mudando assim que começamos realmente a entender melhor o que a natureza nos deu.

TEMPERATURA IDEAL – MITOS

Estou tentando corrigir essa informação errada há anos. É tudo baseado em alguns gráficos que alguém mandou para Stamets há muitos anos atrás, mostrando que 30°C é a temperatura de pico de crescimento do micélio de cubensis em uma placa de petri, e todo mundo aceitou isso como se fosse um dos dez mandamentos. Entrentando, cada um dos vários experimentos que realizei tentando duplicar isso com extrema precisão de controle de temperatura não foram capazes de confirmar esse mito. O que eu repetidamente constatei, independentemente da strain, é que a colonização do micélio de cubensis se mantém estável , linear, nas temperaturas entre 23°C e 27°C . Passando de 28°C a taxa de crescimento cai drasticamente. Aos 30°C o crescimento diminui 50% em relação a quando estava entre 23°C e 27°C. Esses experimentos foram conduzidos em placas de petri ,pois não causam praticamente nenhum aquecimento por se tratar de uma fina camada de micélio. Nos potes, vários graus de calor a mais são produzidos devido ao aquecimento interno produzido pelo micélio colonizante. Se vc procura uma taxa máxima de crescimento, procure não passar de 27°C (se vc realmente insiste em deixar dentro de uma incubadora, ajuste a temperatura então para 22°C).

Se vc passar desta temperatura, estará favorecendo o aparecimento de contaminações por bactérias e mofos estimulados pelo calor. Quantas vezes vemos posts de pessoas que têm suas incubadoras ajustadas entre 28°C e 30°C, e que ficam perguntando por que seus potes ainda não colonizararm depois de 4 ou 5 semanas, e possuem um líquido amarelo formando? Esse líquido são metabólitos que o micélio secreta em resposta ao stress, normalmente causado por competição contra as bactérias e mofos. O que realmente aconteceu é que elas desestimularam o micélio e favoreceram os competidores.

*Substratos bulk não precisam de incubação pois produzem calor suficiente.

*Eu não uso uma incubadora faz muitos anos. Não existe necessidade de incubar seus potes acima de 25°C, e se vc fizer isso irá aumentar os riscos de contaminação consideravelmente. O interior de seus potes possui uma temperatura 3 ou 4 graus mais alta do que a do ar em sua volta. Então, se vc ajustar sua incubadora para 28°C por exemplo, no interior dos seus potes a temp será de 32°C e será muito provável que contamine. Eu deixo colonizando na prateleira do meu quarto, pegando luz. Não há necessidade de controlar a temperatura do terrário também, se for inverno e estiver muito frio, apenas ligue um aquecedor no quarto onde se encontra os potes para manter uma temperatura agradável, não mais que 24°C. Não há necessidade de transformar o cultivo em uma coisa mais difícil ainda!! Mantenha a simplicidade!

*Vcs já viram na natureza algum lugar em que os cugumelos frutifiquem normalmente que não tenha diferença de temperatura e luminosidade durante o dia e noite?? No fundo de incubadoras, onde se encontram os potes, é um lugar quente e sem ventilação, propício ao aparecimento de bactérias. Deixando os potes colonizando no seu quarto, pegando a luz do dia e a escuridão da noite, estará de certa forma imitando a natureza. Potes em colonização precisam de troca gasosa, e não ficarem trancados dentro de uma incubadora hermética.


*Incubadoras causam mais problemas do que resolvem. O vidro é um isolante térmico e segura o calor mt bem. Eu já presenciei o aumento em até 10 graus no interior de um pote em relação à temperatura externa. Outro problema de usar caixas como incubadora é o ar estático. Não faz diferença alguma ter filtros nas tampas de seus potes se eles estão lacrados dentro de uma caixa. Temperatura ambiente é o ideal para o crescimento do micélio.

*Temperatura ambiente é o melhor jeito de colonizar seus potes. Pessoas que constróem incubadoras tem muito mais chances de contaminarem seus potes. Entre 23°C e 27°C é perfeito para colonização, vc certamente é capaz de achar um lugar adequado na sua casa, seja no seu quarto, na cozinha, na despensa. Potes colonizando precisam de troca gasosa, e dentro de uma caixa fechada é que isso não ocorrerá.

*A ciência da micologia progride rapidamente, e o que foi escrito há 25 anos atrás não é mais uma informação precisa hj em dia. Se vc der uma lida nos trabalhos mais recentes de Stamets, verá que ele não recomenda mais a temperatura de 30 °C, e muito menos a incubação no escuro. Eu vou um pouco mais além e não recomendo incubação nenhuma, pois descobri em mais de 35 anos de cultivo que a temperatura ambiente é a ideal.

*No verão, quando está mt quente, vc pode congelar garrafas de água no seu freezer, e po-las no terrário para absorver calor.

*O papel alumínio deve ser retirado assim que for feita a esterlização. É importante a troca gasosa durante a colonização, então nunca ponha os potes dentro de uma caixa ou coisa parecida. Meus potes colonizam numa prateleira à temperatura ambiente.

*Se vc vai usar fita micropore como filtro, use duas camadas.

*Não vire seus potes de cabeça para baixo, isso apenas irá foder com seu filtro de vermiculita. CO2 não irá ser drenado para fora fazendo isso, o próprio calor produzido pelo micélio promoverá circulação de ar e se encarregará da troca gasosa.




GRÃOS

*Grãos colonizam bem mais rápido qd estão secos (por fora), se vc ver umidade neles significa que eles ainda estão mt molhados.

*Se substrato pronto para casing ter cheiro de álcool, isso significa que alguma fermentação aconteceu ou está acontecendo.

*Vc nunca deve fazer uma transferência GG com um pote que não está 100% colonizado, os riscos de contaminação são mt altos. Não arrisque todo seu trabalho por não poder esperar 2 dias.

*Uma boa maneira de chacoalhar os potes é batendo contra um pneu de bicicleta ou uma lista telefônica. Qd fizer a transf GG, procure não deixar os potes abertos por mais de 5 segundos, programe-se para isso e trabalhe rápido.

*Nunca faça transferência GG usando um pote q pinou cedo. Normalmente, alguma coisa acionou o gatilho da pinagem, provavelmete contaminação por bactérias.

*Vc pode usar um pote 100% colonizado para inocular até 10 potes.

*Eu discordo em dar mais de uma sacudida durante a colonização. Uma sacudida entre os 20% e 40% de colonização é suficiente para espalhar os grãos e garantir uma colonização total em poucos dias. Depois de sacudir, há um período entre 24h e 48h em que o micélio está meramente tentando se recuperar do dano, não se espalhando para novos grãos. Sacudindo mais de uma vez vc estará forçando o micélio a gastar energia desnecessára. Se o micélio falhar em se recuperar depois de sacudir o pote, significa que os grãos estão contaminados.

*Sacudir logo depois de inocular é um erro, nunca faça isso. Se vc fizer isso, o micélio será felpudo no início, como algodão fino. Eu sugiro inocular e não sacudir pelo menos por 1 semana. Sacudindo vc espalha os esporos pelo pote forçando o micélio monocariótico buscar por um par. Se vc deixar os esporos germinarem próximos uns aos outros, eles se unirão e formarão micélio dicariótico nos primeiros dias, se tornando denso e rizomórfico nos próximos dias.

*Se os grãos não se separarem facilmente depois das batidas, é um bom sinal de contaminação por bactérias.

DICAS:

*Uma boa dica é salpicar um poquinho de cal (aquela cal pra jardinagem pessoal) em cima de sua casing layer, isso criará uma zona de ph alto bem no topo que é onde a trichoderma e outros esporos contaminantes aterrisam.

*Existe um procedimento para cruzar strains de fungos. Tudo que é necessário é conhecimento em ágar. Todos são familiarizados com os "setores" ou zonas que vemos quando o micélio cresce na placa de petri. Isso significa que essas substrains são imcompatíveis. Agora, pegue dois pedaços de substrains diferentes e ponha as duas no meio de uma placa de petri nova. Se elas se separarem, elas são incompatíveis. Se uma passar por cima da outra, significa apenas que é uma strain mais forte. MAS se as duas substrains "crescerem" juntas, e formarem o que é conhecido como "zipper" bem no ponto de encontro (vai parecer como uma terceira zona ou setor de micélio) pegue uma amostra de micélio rizomórfico que está crescendo nas bordas dessa zona, ENTÃO VC TERÁ ACABADO DE CRIAR UMA TERCEIRA STRAIN (CHAMADOS DE HÍBRIDOS)!! Isso funciona, mas talvez vc tenha q tentar centenas de vezes até conseguir um cruzamento, é assim que funciona na indústria dos fungos. Não necessidade de laboratório, divisão de genes, etc.

*Meus experimentos com cerveja foram feitos simultâneamente com os de café. A cerveja ajuda um pouco, mas não é nada demais. Uma coisa que eu tenho absoluta certeza, deixe a cerveja ficar choca ou ferva-a antes de usar. O álcool é ruim para o micélio. No meu caso, eu usei cerveja para hidratar grãos de centeio, a colonização foi um pouco mais rápida, mas não muito. Pinagem não pareceu ser afetada nem de um jeito nem de outro.

*Água destilada é a correta para se fazer seringas.
 
blz mauricio muito bom esse resumo
minha duvida é que eu tirei os potes da incubadora a 28 graus e coloquei em uma prateleira
(aqui na minha regiao a temperatura essa epoca é na media de dia 23 e a noite 18 graus)
os potes depois de 20min. começaram a formar agua na parede do vidro isso pode prejudicar
a colonizaçao?
quanto mais simplificar melhor ,agradeço muito de vc compartilha toda essa experiencia
do seu trabalho
vlw
obrigado
 
A temperatura sugerida para colonização é 25 à 26º C o que deixaria o interior da massa na temperatura de 28º à 29ºC.
Se o ambiente não está nessa faixa , então deixe dentro de caixa de papelão, para fornecer um calor extra.
A condensação de água no interior de copos não prejudica o processo.
 
Construção de uma Glove box.

Glove 1.JPG Glove 2.JPG Glove 3.JPG Glove 4.JPG Glove 5.JPG Glove 6.JPG Glove 7.JPG Glove 8.JPG Glove 9.JPG Glove 10.JPG Glove 11.JPG Glove 12.JPG Glove 13.JPG Glove 14.JPG Glove 15.JPG Glove 16.JPG Glove 17.JPG Glove 18.JPG Glove 19.JPG Glove 20.JPG

Potes para esterilização:
Esses são potes festa de 140 ml.
Em lojas você encontrará variados tamanhos (140, 250, 500, 1000 ml).
Eles podem ser usados em panela de pressão, desde que não fiquem em contato com a água, senão deformam.
Usei uma tampa de panela, sem o segurador e sobre ela coloquei a bandeja fura.
O nível de água não ultrapassa essa bandeja.
Na 1ª foto estão 7 copos arrumados.
Na 2ª foto coloquei outra bandeja furada sobre os 7 copos para arrumar mais 6 copos.
Todos os copos devem ter as devidas tampas apenas apoiadas, não feche senão os copos implodem.

Potes festa 1.JPG Potes festa 2.JPG
 
Última edição por um moderador:
Potes para esterilização:
Todos os copos devem ter as devidas tampas apenas apoiadas, não feche senão os copos implodem.


Você não fura as tampas, Mauricio?
 
Eu já deixo prontos três furos por tampa, para fazer a inoculação.

Inoculo logo após tirar os potes da panela e tampo logo em seguida com micropore.
 
Técnicas de Umidade


Em alguns diários de cultivo que vi, para aumentar a umidade do terrario usa-se garrafa com gelo e em outros agua quente.

Qual dos dois metodos é mais eficiente ? [Corrijam-me se tiver falando bobagem... :censored: é a inexperiência]
 
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