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Aqui discutimos micologia amadora e enteogenia.

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Ego

E sempre me pergunto: será que nas experiências que relatamos uma comunhão com o todo, contato com uma inteligência superior, extraterrena, sensação do divino atuando em nós, ou de que nos sentimos parte do cosmos, não seria também uma manobra do nosso ego?

Não descarto a possibilidade. Mas nesse caso, como você mesmo disse, tais experiências nos tornam mais humildes. Nos ensina através de uma outra linguagem, que devemos trabalhar juntos para o bem da natureza como um todo. Então a partir desse ponto de vista, essa possível manifestação do ego, seria um ego menos ignorante, com maior sensibilidade à vida. Lapidando a si mesmo, para quem sabe cada vez mais compreender algo além.
 
A dissolução do ego é momentânea, pois a nossa consciência, da qual o ego é parte, é metamorfa. É o ego que garante nossa sobrevivência, não podemos encará-lo como um mal, pois isso também é uma manobra do próprio ego. É a partir dessa contradição que podemos nos direcionar ao equilíbrio, e é através do equilíbrio que garantimos nossa paz.
Os cogumelos mostram, o que ensina é a viagem e não o fim, pois no final estamos de volta.
 
E sempre me pergunto: será que nas experiências que relatamos uma comunhão com o todo, contato com uma inteligência superior, extraterrena, sensação do divino atuando em nós, ou de que nos sentimos parte do cosmos, não seria também uma manobra do nosso ego?


Para mim a maior parte desses estados não parecem manobra do ego. Qual seria a vantagem para o mesmo de promover esses estados? O êxtase que pode acompanhar essas experiências? Normalmente o êxtase é tão forte que oblitera o próprio ego.

E a dissolução do ego, então, se for manobra do mesmo, seria totalmente contraditório.

Agora, o que pode ser manobra do ego são visões ou instruções dizendo à pessoa que ela é especial, que é um líder espiritual, que pode curar ou salvar ou outros etc. Com tudo isso o ego se delicia. Mas essas visões também podem desencadear neuroses ou psicoses.



É o ego que garante nossa sobrevivência, não podemos encará-lo como um mal, pois isso também é uma manobra do próprio ego.


Também não entendi como seria uma manobra do próprio ego o fato de o encararmos como um mal. Mas concordo que o ego não é um mal. O mal é o predomínio dele sobre o todo.
 
Última edição:
O ego sempre irá tentar criar máximas que nos façam ver o outro como algo alheio a nós, nem que isso custe ver a si mesmo como algo a parte de si mesmo. Nós somos o ego, o ego é parte de nós, então apontar um mal dentro de nós mesmos é o mesmo que apontar um mal fora de nós. Não há algo a ser combatido, mas compreendido, e a compreensão sempre irá tender a contradição enquanto não houver silêncio.
 
O ego sempre irá tentar criar máximas que nos façam ver o outro como algo alheio a nós, nem que isso custe ver a si mesmo como algo a parte de si mesmo. Nós somos o ego, o ego é parte de nós, então apontar um mal dentro de nós mesmos é o mesmo que apontar um mal fora de nós. Não há algo a ser combatido, mas compreendido, e a compreensão sempre irá tender a contradição enquanto não houver silêncio.


É, mas eu acho que nessa história de de apontar o outro como algo alheio a nós o ego não se aponta como alheio a nós. Ele aponta outros componentes da personalidade como alheios a ele, o ego, que seria o representante máximo ou único da personalidade.

Mas realmente não há nada a ser combatidode forma aberta, exceto quando os sintomas são tão fortes que você precisa se resguardar para não sofrer algum dano extenso. Compreender e integrar é a solução, embora seja difícil e exija muito trabalho interior.

Mesmo as nossas sombras devem ser tratadas com cuidado, pois um combate com uma sombra pode torná-la mais forte, mais dissimulada ou mesmo enraizá-la no subconsciente, onde não poderemos acessá-la facilmente.
 
Não há algo a ser combatido, mas compreendido, e a compreensão sempre irá tender a contradição enquanto não houver silêncio.
Interessante esse pensamento Rommmm. Dia desses me deparei com esse pensamento do filósofo Baruch Espinoza: "Não rir, não lamentar, não odiar, mas sim compreender."

Acredito que o cogumelo, a ayahuasca, a sálvia, etc; podem nos auxiliar nesse processo. Auto-exploração é revolução, evolução, é cair e se levantar, e continuar caminhando. Mas com essas ferramentas, colocando dessa maneira, acho que é inteligente pensar no que o Ecuador disse sobre "orientações" de que somos o messias, líderes espirituais, enfim, acho bem perigoso isso.

Para mim a maior parte desses estados não parecem manobra do ego. Qual seria a vantagem para o mesmo de promover esses estados?
@Ecuador, que pergunta incrível, digna de um koan zen, nem sei o que responder. Vou ter o que pensar nos próximos dias. :)

Muito bom esse tópico!
 
eu tenho quase certeza.

Que bom... Parabéns para você, campeão! :)

Quanto mais o meu ego tem certeza de algo sem experimentar/vivenciar, mais perdido ele fica.
 
E a dissolução do ego, então, se for manobra do mesmo, seria totalmente contraditório.

Somos todos contraditórios, querendo ou não. Nossos átomos não são ondas e nem partículas. São outra coisa.

Eu acho q existem casos em que há uma aparente dissolução do ego. O usuário pode achar que quebrou o ego, mas na verdade ele ta lambendo o próprio saco. Principalmente quando existe uma ânsia de realizar essa quebra.
 
Somos todos contraditórios, querendo ou não. Nossos átomos não são ondas e nem partículas. São outra coisa.


Mas que confusão. O fato de algumas entidades sub-atômicas, como os fótons e outros, se comportarem às vezes como partículas e às vezes como onda serve como base para dizer que os humanos são contraditórios? Essas analogias são fracas, e inúteis, visto que não há como mostrar que os dois fenômenos se baseiam nas mesmas causas. Creio que se você quiser discutir a contradição nos humanos é melhor dar exemplos dessa contradição do que vir com analogias mirabolantes.

Quanto à perda do ego, é mais ou menos o que o @Cosmik disse. A sua opinião a respeito parece o discurso de quem nunca experimentou cogumelos (eu sei que você já experimentou, então não estou me referindo ao seu caso) e fica teorizando sobre os efeitos. Se essa pessoa vier a experimentar verá que a teoria é bem diferente da prática.

Assim, você nunca teve uma dissolução do ego, mas tem várias teorias a respeito. Quem sabe um dia você não experimenta para então poder opinar como quem passou pela experiência? E lembro que você não precisa tomar cogumelos para isso. Algumas técnicas que não envolvem o uso de psicoativos podem induzir a dissolução do ego.

 
Tem alguma importância saber se eu já tive meu ego quebrado em algum momento da minha vida? Eu to aqui pra discutir ideias.
Se vcs preferem chamar aquilo que eu passei como dissolução do ego, podem chamar. Eu não ligo. Eu já tive meu "ego quebrado" antes de tomar cogumelos e foi com o LSD. A situação mais marcante mesmo foi com 5 sementes de argyreia.

Eu só queria frisar que a contradição existe em todo lugar. Prótons e elétrons também se comportam como ondas e partículas. Mas não são ondas clássicas e nem partículas clássicas. Qualquer partícula com massa "ondula" dependendo do referencial adotado. Aprendi isso no livro do Tipler de Física moderna. Não sei se estou sendo claro, mas é difícil de explicar esses conceitos sem antes falar das equações de Maxwell e a relatividade restrita de Einstein.

Ecuador, eu não gosto de espiritualidade mas eu acho massa a antiga ideia do yin yang. Faz mais sentido pra mim. Vc não vê a contradição em todo lugar? Por isso q eu consigo aceitar a ideia de ser contraditório. Não é uma analogia mirabulante.
 
Última edição por um moderador:
Tem alguma importância saber se eu já tive meu ego quebrado em algum momento da minha vida? Eu to aqui pra discutir ideias.
Se vcs preferem chamar aquilo que eu passei como dissolução do ego, podem chamar. Eu não ligo. Eu já tive meu "ego quebrado" antes de tomar cogumelos e foi com o LSD. A situação mais marcante mesmo foi com 5 sementes de argyreia.



É claro que tem importância. É a mesma coisa que querer discutir um lugar sem nunca ter estado lá, sentido o vento, a temperatura, falado com os habitantes. É por isso que as pessoas fazem turismo ao invés de ficarem só vendo documentários pela TV. Para ter a experiência real.

Agora que você revelou essa suas dissoluções do ego, que tal contar como foi? Se sentiu como um ego lambendo o próprio saco?

Aliás, você parece bem sensível. LSD só provoca dissolução em altas doses, ainda mais esses de hoje, e dissolução do ego com cinco sementes de argyreia, bem, sei não. Tem certeza que entendeu os relatos de dissolução do ego?

 
cara, eu descobri que eu sou vc. preciso falar algo mais?
 
Eu vi a unidade básica dos meus sentidos e notei que tudo é um só.
Se esse evento de quebra do ego é tão importante nas discussões, vcs podiam fazer uma lista de usuários que já "viram o outro lado" ao terem o seu ego quebrado.
Podemos começar a listar os nomes?
 
Se esse evento de quebra do ego é tão importante nas discussões, vcs podiam fazer uma lista de usuários que já "viram o outro lado" ao terem o seu ego quebrado.



Parece tão importante para você quanto é para nós. E pelo menos eu já descrevi o que senti. Aliás, eu não descreveria a dissolução do ego como ver o outro lado.

E essa sua última descrição é bem sucinta para se encaixar nos relatos de dissolução do ego.
 
Ecuador, vc ainda usa cogumelos para realizar a "dissolução" do seu ego?
 
Ecuador, vc ainda usa cogumelos para realizar a "dissolução" do seu ego?


Eu uso cogumelos. E algumas vezes doses grandes. O que acontece é variável.

Como eu já escrevi antes aqui mesmo:

E tomar um dose heroica não é garantia de dissolver o ego. Nessas doses o cogumelo comanda. Só te resta a opção de navegar, pois qualquer reação pode desencadear uma bad trip. Se for para acontecer uma dissolução do ego você a sentirá quando estiver lá.



Então, se acontece, bem. Se não, bem também. E na grande maioria das vezes não acontece.
 
Sei la kra. Eu não vejo necessidade nenhuma de consumir cogumelos atualmente na minha vida. Me sinto completamente pleno com as coisas que aprendi. Acho que as viagens só fazem sentido quando eu realmente estou precisando dos cogumelos. Eles ajudam a mastigar as coisas da realidade e me mostram os possíveis caminhos. Não quero ficar mastigando o que foi mastigado.

Não acha que um vício psicológico por cogumelos possa ser mascarado pelo ego? Não acha que o ego possa criar motivos para cultivar cogumelos e continuar consumindo-os?
 
Última edição por um moderador:
Não acha que um vício psicológico por cogumelos possa ser mascarado pelo ego? Não acha que o ego possa criar motivos para cultivar cogumelos e continuar consumindo-os?



Bem, se você acha que não deve tomar não tome, é simples.

Quanto à sua pergunta, respondo com outra. Você não acha que o ego possa criar barreiras à ingestão de certas substâncias, pois percebe que estas podem causar-lhe mudanças indesejadas? Ou mesmo dissolvê-lo?

 
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