Pra quem se interessa pelo Jesus histórico:
A arqueologia bíblica e os historiadores de um modo geral, juntaram, através dos séculos documentos que atestam a passagem de Jesus Cristo pelas terras de israel, há mais de dois mil anos atrás.
Além dos 27 documentos que compõem o Novo Testamento, existem 39 documentos externos à Bíblia que mencionam Jesus e sua vida terrena. Estas fontes incluem: o Talmude judaico; o Didaquê; historiadores romanos, gregos e judeus; os evangelhos apócrifos (por exemplo, o evangelho de Tomé); etc. Essas fontes extra-bíblicas revelam-nos mais de 100 factos sobre a Sua vida, os Seus ensinos, a Sua morte e ressurreição. A Enciclopédia Britânica, edição XV, dedica 20.000 palavras à pessoa de Jesus Cristo e em nenhum momento sugere que ele não tenha existido. Como se isso não bastasse, existem mais de cinco mil manuscritos do Novo Testamento, o que o torna o mais bem documentado dos escritos antigos.
Para se ter uma ideia do quanto a existência de Cristo é rica nas suas fontes, foram analisadas analogamente as biografias de Alexandre, o Grande e as de Jesus Cristo. As duas biografias mais antigas sobre a vida de Alexandre foram escritas por Adriano e Plutarco depois de mais de 400 anos da morte de Alexandre, ocorrida em 323 AC e mesmo assim os historiadores consideram-nas muito confiáveis. Para a maioria dos historiadores, nos primeiros 500 anos, a história de Alexandre ficou quase intacta. Portanto, comparativamente, é insignificante saber que os evangelhos foram escritos 60 ou 30 anos (isso no máximo) depois da morte de Jesus e esse tempo seria insuficiente para se mitificar uma pessoa.
São alguns deles:
1.1 Documentos de escritores romanos (110-120):
1.1.1 Tácito por volta do ano 116, falando do incêndio de Roma que aconteceu no ano 64, apresenta uma notícia exata sobre Jesus, embora curta: "Um boato acabrunhador atribuía a Nero a ordem de pôr fogo na cidade. Então, para cortar o mal pela raiz, Nero imaginou culpados e entregou às torturas mais horríveis esses homens detestados pelas suas façanhas, que o povo apelidava de cristãos. Este nome vêm-lhes de Cristo, que, sob o reinado de Tibério, foi condenado ao suplício pelo procurador Pôncio Pilatos. Esta seita perniciosa, reprimida a princípio, expandiu-se de novo, não somente na Judéia, onde tinha a sua origem, mas na própria cidade de Roma" (Anais XV,44).
1.1.2 Plínio o Jovem, Governador romano da Bitínia (Asia Menor), escreveu ao imperador Trajano, em 112: "...os cristãos estavam habituados a se reunir em dia determinado, antes do nascer do sol, e cantar um cântico a Cristo, que eles tinham como Deus" (Epístolas, I.X 96).
1.1.3 Suetônio, no ano 120, referindo-se ao reinado do imperador romano Cláudio (41-54), afirma que este "expulsou de Roma os judeus, que, sob o impulso de Chrestós (forma grega equivalente a Christós), se haviam tornado causa frequente de tumultos" (Vita Claudii, XXV). Esta informação coincide com o relato de Atos 18,2 ("Cláudio decretou que todos os judeus saíssem de Roma"); esta expulsão ocorre por volta do ano 49/50. Suetônio, mal informado, julgava que Cristo estivesse em Roma, provocando as desordens.
1.2 Documentos Judaicos:
1.2.1 O Talmud dos judeus apresentam passagens referentes a Jesus. Coletânea de leis e comentários históricos dos rabinos judeus posteriores a Jesus. Um trecho do Talmud: "Na véspera da Páscoa suspenderam a uma haste Jesus de Nazaré. Durante quarenta dias um arauto, à frente dele, clamava: "Merece ser lapidado, porque exerceu a magia, seduziu Israel e o levou àrebelião. Quem tiver algo para o justificar venha proferí-lo!" Nada, porém se encontrou que o justificasse; então suspenderam-no àhaste na véspera da Páscoa." (Tratado Sanhedrin 43a do Talmud da Babilônia).
1.2.2 Flávio Josefo, historiador judeu (37-95), escreveu: "Por essa época apareceu Jesus, homem sábio, se é que há lugar para o chamarmos homem. Porque Ele realizou coisas maravilhosas, foi o mestre daqueles que recebem com júbilo a verdade, e arrastou muitos judeus e gregos. Ele era o Cristo. Por denúncia dos príncipes da nossa nação, Pilatos condenou-o ao suplício da Cruz, mas os seus fiéis não renunciaram ao amor por Ele, porque ao terceiro dia ele lhes apareceu ressuscitado, como o anunciaram os divinos profetas juntamente com mil outros prodígios a seu respeito. Ainda hoje subsiste o grupo que, por sua causa, recebeu o nome de cristãos" (Antiguidades Judaicas, XVIII, 63a).
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Manuscritos em Existência
Nós temos 5.664 manuscritos gregos em existência, de 8.000 a 10,000 em latim vulgar e cerca de 8.000 etíopes, eslavos e armênios. (Fonte: Entrevista de Lee Strobel a Bruce M. Metzger em “The Case For Christ”). Tanto o Código do Sinai, ‘The Codex Sinaiticus’, o único completo do Novo Testamento, quanto o Código do Vaticano, ‘Codex Vaticanus’, datam de aproximadamente 350 D.C. e estão todos em letras gregas maiúsculas.
O Novo Testamento é extremamente rico em veracidade de manuscritos se for comparado aos materiais textuais de outras obras históricas antigas.
Citando novamente F.F. Bruce, “For Caesar’s “Gallic War” (escrito entre 58 e 50 a.C) existem ainda vários manuscritos, mas apenas nove ou dez são bons, e o mais velho é de 900 anos depois dos tempos de César. Dos 142 livros da História Romana de Livy (59a.C – 17D.C.) apenas trinta e cinco sobreviveram; destes nós conhecemos não mais que vinte, um dos quais data do século IV e contém fragmentos dos Livros III e IV. Dos catorze livros das “Histórias” de Tácito (100D.C.) apenas quatro e meio restaram; dos dezesseis livros de seus “Anais”, dez sobreviveram inteiros e dois em partes. O texto destes fragmentos que restaram dessas duas grandes obras depende em sua totalidade dos manuscritos, um do século nove e o outro do século onze.”
Conhecemos a ‘A História de Tucides’- “The History of Thucydides” (460-400 a.C) por oito manuscritos que restaram, o mais antigo datando de 900 D.C. e alguns são pedaços de papiros, datando provavelmente do início da era Cristã. O mesmo acontece com a ‘The History of Herodotus’- “A História de Heródoto” (488-428 a.C).
“Ainda assim nenhum erudito daria ouvidos ao argumento de que a autenticidade de Heródoto ou Tucides é duvidosa, já que os primeiros manuscritos de suas obras não foram de utilidade histórica para nós e apareceram 1.300 anos mais tarde do que os originais”.