Que tal se a gente juntasse nossos argumentos, em uma petição a ser submetida para apreciação do STF. O que você acha? hum? Muito ousado? (Além deles ainda temos a jurisprudência da ayahusca.)
Não seria ótimo cultivar e consumir os mágicos com a consciência tranqüila e sem nóias, sabendo que estamos amparados pela lei?
Eu particularmente não tenho nenhuma paranóia jurídica em cultivar cogumelos alucinógenos. Caso possa ser considerado realmente um crime, ao menos no meu caso será mero consumo pessoal. Além disso, não tem repercussão social como as drogas traficadas, não me deixando mais do que uma mera imoralidade para lidar (se quem estiver avaliando for hipócrita e arrogante o suficiente para encarar como imoral e não amoral o ato de ingestão dos cogumelos).
Não há um amparo legal claro nem para a incriminação e tampouco para a legalização. Por isso não encontramos um condenado sequer em solo nacional por algum crime das leis antidrogas que tenha como substância o cogumelo ou mesmo a psilocibina.
Os problemas começam quando há sistemas, organizações, dinheiro e as típicas massas (
Homo bovinus) envolvidos. Eu jamais aceitaria entender o cogumelo e outros psiloscópios como muitos entendem a ayahuasca: como uma panacéia irrestrita de todos os males. Isso é curandeirismo. Na melhor das hipóteses, torna-se falta de ética e de critério. Na pior, é maldade mesmo.
Quanto à medida judicial que se espera chegar até o Supremo ou ser diretamente proposta, acho desnecessária, mas não ousada. Para mim ela é bem ponderada, um exercício de um direito ao menos de petição. Essa ideia me parece um pouco sem lugar. Que tipo de atenção isso poderia atrair? Desejamos isso agora?? Teremos condições de lidar com as consequências, sejam quais forem??? O buraco é mais embaixo, meu caro... kkkkk
Que tipo de ação pensa propor?? Diretamente ao STF?
De certo modo, tudo está bem como está para o cogumelo e seus poucos e pequenos adeptos, a não ser que você queira fundar a "religião do cogumelo", com direito a anuidades, graus e honrarias. É uma possibilidade e eu até teria um modelo lindo aplicável. Porém, é mesmo essa a questão?
Tinham que trabalhar para eliminar essa praga, antes de liberar as drogas, tinham que criar centros de reabilitação para os que já estão nessa vida, e o suficente para suportar os novos.
Não importa se legalizar ou não, é uma questão de logica, os traficantes vão continuar, ou voce acha que vai vender crack na farmacia? Ou no mercado?
Antes de pensar nas vantagens, tem que pensar em como amenizar os danos que isso causaria.
Não creio ter compreendido plenamente seu ponto de vista. Com certeza a falha é minha, desculpe-me.
Concordo que a legalização dos cogumelos ou não é de somenos importância diante da escalada do abuso de outras drogas. Quem gosta de frequentar a Sta. Efigênia e arredores, sabe como está a coisa.
Há em nossas mão um importante auxiliar na luta contra as drogas, que é o cogumelo.
O uso dele no contexto correto pode ser um coadjuvante importante na sanação da compulsão e do vício, motores de um estilo de vida tendentes à autodestruição.
Mas não podemos voar demais: sem um programa de reabilitação que promova reinserção social, não há cura. O vício em drogas, sejam quais forem, é um problema que se leva por anos a fio. Sem emprego e oportunidade, o maluco volta a delinquir rapidinho.
O cogumelo faz parte de uma energia de revolução humana. Nós já conquistamos o mundo, o espaço, micro e macrocosmos. O universo quântico se abriu e, no entanto, ainda somos quase animais pré-históricos em termos de convivência entre nossos pares. Há quase 66 milhões de brasileiros praticamente na miséria, coisa que ninguém aqui sabe o que é, mesmo tendo sofrido grandes dificuldades ou vivido estupendas aventuras.
Vemos um mundo em convulsão porque deixamos de explorar o principal terreno, que é o nosso mundo interior, nossos valores sociais e tudo que seja mais humano e menos lucro.
O problema não está no sistema capitalista em si, mas na ganância e na cobiça desmedidas, que converteram nossos governos em podremente corruptos. Da forma como segue, corroída por dentro, a humanidade com certeza não caminhará longe. Em algumas gerações enfrentaremos nosso final.
O que pode ser feito contra isso? O cogumelo e demais psiloscópios falam disso e acho que esse é o propósito. Isso não depende de legalização, mas de compreensão.
Uma coisa bonita é a inocência inicial que existe em certos povos ditos "mais primitivos", em fazer uso de substâncias alucinógenas naturais num contexto completamente diverso do abuso. Eles podem ter mil defeitos que contem para realmente defini-los como primitivos, mas uma coisa é certa: eles sempre tiveram uma relação algo idílica com a farmacopéia vegetal e fúngica. Algo que talvez tenhamos perdido como sociedade e como cultura.
Então, para não fugir do teu assunto, os danos que a legalização das drogas causaria depende de quais drogas estamos falando.
Acho que não teremos mais males do que causa a ayahuasca se fizerem a liberação de sessões psicodélicas com cogumelos e cannabis dentro de um modelo psiconáutico, espiritualista, social e terapêutico, mais do que religioso e organizado.
Isso pode criar uma indústria do cânhamo brasileiro, que dê emprego e vida digna a milhares de brasileiros, enquanto pode propor um novo paradigma na relação com as drogas através dos cogumelos. Só que para levar um projeto desses precisa ter culhão, saber muito do que fala e faz, porque irá enfrentar uma corja de pessoas que já mamam na máquina.
Talvez seja necessária uma hecatombe mesmo...
Mas eu naum sei se vocês viram, mas uma psicologa foi presa um tempo depois porque estava sendo investigada porque estava comprando extrato de plantas cuja o principio ativo é o DMT, isso foi em Maranhão eu acho,
ela foi atuada em flagrante e acusada de trafico. Ate então o DMT so seria pego como droga na forma sintética, mas depois do caso do cartunista e do garoto que não sabia nadar, ate mato viro droga.
Essa psicolouca aí tinha hashish e outras coisas mais. Sei lá, pra mim DMT puro é coisa de traficante ou cientista. Se é cientista, precisa ter alguma pesquisa e essa mulher não tinha anotação nenhuma, até onde sei. Se é traficante, tem de ir preso. Ora, quer usar a Jurema e a Chacrona, há o contexto certo para isso.
Uma das coisas que fez o Daime ser liberado nesse país foi a presença de um juiz de direito nesses mais de vinte anos de estudos que o governo fez. Ele é um oasqueiro convicto e uma das suas frases que mais me marcou foi algo mais ou menos assim: "Chá de cipó e folha não é a ayawaska. Ayawaska é um contexto cultural que acompanha a beberagem."
Esse paralelo serve para falar do cogumelo, seu estado jurídico e as possibilidades de abordagem de tal situação, sendo este o espectro do tema do tópico.
Voltando ao teu post, acho que não foi depois desses casos. O problema é que a Dilma e seu governo são muito conservadores quando se trata de drogas. Há uma bancada forte no Congresso querendo voltar que consumo de drogas seja apenado com pena privativa de liberdade. Isso deveria chamar nossa atenção.
A sorte é que um STF derrubaria rapidinho o aspecto de constitucionalidade de uma lei absurda dessas... (tomara mesmo!)