Teonanacatl.org

Aqui discutimos micologia amadora e enteogenia.

Cadastre-se para virar um membro da comunidade! Após seu cadastro, você poderá participar deste site adicionando seus próprios tópicos e postagens.

  • Por favor, leia com atenção as Regras e o Termo de Responsabilidade do Fórum. Ambos lhe ajudarão a entender o que esperamos em termos de conduta no Fórum e também o posicionamento legal do mesmo.

Budismo

A cordinha para escapar da roda não seria a superação do karma? É o que eu tinha entendido da figura:
A parte clara e escura representam o karma, que podem ser "positivos" e "negativos".


Sim, é a portinha de saída.

Como disse um Buddha: "Mente. A mente é o vazio. Sua expressão é a claridade."

Mas para quem está na realidade relativa, melhor ter karma positivo de sobra. Não acha? ehehehehe

Muito mais fácil uma pessoa mais inocente alcançar a liberação do que um criminoso, por exemplo.

No desenho da Bhavachakra, a cordinha só passa por dois reinos: dos deuses e dos semideuses, e o fio da meada está bem no topo do lado claro da roda interna (a do karma, como você bem falou).

Até porque, não sendo a liberação uma realização individual, o amor e a compaixão a guarnecem e essas são qualidades da mente iluminada algo incompatíveis com o karma negativo.

É claro que a meta não é o surgimento em um reino mais elevado, mas o movimento segue uma direção vertical e um sentido ascendente, por assim dizer. Por isso, para o Theravada, por exemplo, não há os meios-termos que muitas vezes são vistos nos Tantras.

Por isso acho importante não se ter uma visão sectária: enquanto parece ser relativamente melhor ter um karma mais positivo, a fixação pelo mesmo não traz a liberação, só uma tendência ascendente.

Como diria Baruch de Spinoza, se tivermos de escolher entre um mal maior e um mal menor, realizar este é fazer o bem. O que importa é o equilíbrio. Esse é o trabalho com os Elementos de que os antigos falavam.


Quanto ao pseudo-Eistein aí do camarada shinobi e com todo respeito a ele, faço coro com o Mestre Jedi Mortandello: SOOOOO FAAAAAA-AAKE!!! kkkkkk

Apesar desse deslize, até que o núcleo da mensagem é legal. :rolleyes:
 
Finalmente o jovem perguntou ao professor: “Senhor, o mal existe?”


Cleiton,

Acho que você deve pesquisar melhor as suas fontes. E talvez ler mais sobre Einstein, se você se interessa por ele.

Mas vá lá que você queria mesmo enviar essa história, verifique se o foco do tópico combina com a mensagem que você vai enviar.

Peço também por favor que não envie duas mensagem seguidas com pouca diferença de tempo, como fez nessa do historinha e a anterior.


um abraço,
 
Bagunça só nos tópicos de assuntos aleatórios generalizados, como Deus, O Diabo e 2012.

Nesse aqui mantenham o foco no assunto, por favor.
 
Sim, é a portinha de saída.

Como disse um Buddha: "Mente. A mente é o vazio. Sua expressão é a claridade."

Mas para quem está na realidade relativa, melhor ter karma positivo de sobra. Não acha? ehehehehe

Muito mais fácil uma pessoa mais inocente alcançar a liberação do que um criminoso, por exemplo.

No desenho da Bhavachakra, a cordinha só passa por dois reinos: dos deuses e dos semideuses, e o fio da meada está bem no topo do lado claro da roda interna (a do karma, como você bem falou).

Até porque, não sendo a liberação uma realização individual, o amor e a compaixão a guarnecem e essas são qualidades da mente iluminada algo incompatíveis com o karma negativo.

É claro que a meta não é o surgimento em um reino mais elevado, mas o movimento segue uma direção vertical e um sentido ascendente, por assim dizer. Por isso, para o Theravada, por exemplo, não há os meios-termos que muitas vezes são vistos nos Tantras.

Por isso acho importante não se ter uma visão sectária: enquanto parece ser relativamente melhor ter um karma mais positivo, a fixação pelo mesmo não traz a liberação, só uma tendência ascendente.

Como diria Baruch de Spinoza, se tivermos de escolher entre um mal maior e um mal menor, realizar este é fazer o bem. O que importa é o equilíbrio. Esse é o trabalho com os Elementos de que os antigos falavam.

A corda passa também pelo nascimento, na parte mais externa da roda.
Deixa eu ver se entendi. A saída da roda e ascensão ao Bodhisattva se dá a partir dos reinos superiores: Humano, Devas e Asuras (deuses e semi-deuses). O karma é criado pela interação com os "3 venenos" da parte central: A cobra (ira/intemperança), o porco (ignorância) e a ave (apego), que é correspondente ao pecado ou ao prórpio diabo das religiões ocidentais, uma afirmação moral.
A tendência ascendente do karma na parte clara se dá pela supressão dos 3 animais, proporcionando o nascimento nos reinos superiores, onde há maior ensejo de sair da roda, rumo ao Bhodi; o que é o contrário do lado negro, onde as pessoas são levadas a nascer nos reinos inferiores, onde há poucas chances de ascender diretamente ao Bhodi.

Será a leitura correta?

Só sei que já estive em dois reinos inferiores pesados com meus cogumelos: Em alguns Narakas quentes e gélidos e no Preta da fome. Consegui fugir de lá com uma compaixão quase ágape que me colocou lá em cima, com os Devas.

Cogumelos são mesmo auto-explicativos.
 
Há espaço para tudo, desde que tudo não vira uma bagunça.
 
Reconhecer a presença da raiva

Assim que nos tornamos conscientes do funcionamento de nossa mente, iremos nos descobrir lutando com um pregador de peças interno. Preste atenção! A mente em que surge a raiva também é a mente que a abriga, esconde, atiça, justifica ou reprime. É por isso que o primeiro passo é crucial — antes de podermos compreender, acolher, domar e transformar nossa raiva, temos que reconhecê-la clara e francamente. Essa não é uma tarefa simples.

Auto-consciência é um pré-requisito para compreender e curar nossa raiva. Se nos tornarmos conscientes do funcionamento de nossa mente, podemos descobrir os meios através dos quais criamos a raiva e a chave para curá-la.

Se nos tornarmos conscientes que estamos abrigando crenças irracionais, ideias com premissas falsas, suposições enganadas e lógica falha, podemos examiná-las e corrigi-las. Se descobrimos que alimentamos ideias que não estão em harmonia com as realidades da vida e da natureza, podemos aprender a relaxar em nossa existência. Se descobrimos que abrigamos desejos, esperanças e expectativas que não podem ser alcançadas, temos a opção de soltá-las.

[...] Desenvolver atenção é embarcar em uma jornada interior, para o coração de nosso ser.

Ron Leifer, “Vinegar Into Honey”
(Dharma Quote of The Week – Snow Lion, 29/04/11)

http://samsara.blog.br/2011/04/reconhecer-a-presenca-da-raiva/
 
Ecuador disse:
À primeira vista, isso parece ser um tipo de niilismo. Aparentemente, aponta que no correr normal das coisas não podemos conhecer nada sobre a verdade; a realidade parece estar totalmente além de nossa compreensão e a filosofia Madhyamaka ["Caminho do Meio"] frequentemente é mal compreendida e criticada por isso.

Criticada pelo fato de não termos escolha de seguir este caminho, pela ignorância de acreditarmos que viver o material é muito mais prazeroso que viver em transcendência. Na realidade global torna-se um privilegiado quem mantém total desapego da vida cotidiana.

Já que me criei com o avanço do mundo e a tecnlogia, meu caminho do meio torna-se diferente do caminho do meio citado por Bodhisattiva, cada um tem uma filosofia a seguir, o caminho da verdade absoluta como citada na outra estrofe, realmente torna-se relativa pelo fato de cada ser fazer parte do universo, porém ao mesmo tempo vive uma verdade paralela que é o sub-universo mente.

A filosofia Madhyamaka é mal compreendida por interesses maiores, por homens que se apegam a essa unica verdade de que o intelectual deve ser compreendido, de que a ciência tem a verdade absoluta. Na verdade é pura ignorância, medo de flutuar a mente e sentir-se parte do universo.

Por isso a necessidade material para acreditarmos que estamos vivos que existe alguma verdade absoluta, se criticam tanto essa filosofia, porque na filosia atual em que vivemos o mundo está uma bomba relógio? Se agente conhece a verdade como o mundo atual nos força a acreditar, porque todo esse caos?

Estamos longe de ter um mundo em sua maioria seguindo este conceito, mas em um futuro teremos um mundo que compreenderá todos esses dizeres. Digo que eu compreendo e acredito em tudo isso, porém estou longe de entender a essência destas palavras, mas no meu interior queria ter o prazer de alcançar esta sabedoria. Meu caminho é longo, árduo, mas um dia virei a repousar perfeitamente: dos conceitos, livre.

Ecuador disse:
Se nos tornarmos conscientes que estamos abrigando crenças irracionais, ideias com premissas falsas, suposições enganadas e lógica falha, podemos examiná-las e corrigi-las. Se descobrimos que alimentamos ideias que não estão em harmonia com as realidades da vida e da natureza, podemos aprender a relaxar em nossa existência. Se descobrimos que abrigamos desejos, esperanças e expectativas que não podem ser alcançadas, temos a opção de soltá-las.

Está é a resposta para nossa discussão sem fim no 2012, Deus e Diabo. Todos somos tolos.
Porém temos essa necessidade de debater para chegar a certas conclusões, a infinita busca do porque, hoje levo essas palavras acima como uma reflexão para os demais tópicos que se tornaram baixos.

Devemos examinar e compreender os ideais do próximo aqui no fórum, afinal se todos nos encontramos aqui pelo ideal dos cogumelos, todas as teorias dos nossos irmãos aqui do fórum devem ser aceitas, ou podemos dizer que os cogus não tem sabedoria. Não devemos debater com ignorância, e sim usar a sabedoria para contribuir com o próximo, em vez de um ficar criticando ao outro.

Deviamos todos por mais que pequeno que seja a proporção, seguir o caminho do meio aqui no fórum e contribuirmos sabedoria uns com os outros crescendo, buscando compreender o próximo ao invés de ficarmos gastando energia a toa, e destruindo tópicos com títulos tão interessantes.

Uma idéia para resgatarmos os outros tópicos!!!
 
Dano auto-infligido

[...] Quando vemos uma pessoa como cem por cento desagradável, sem nenhum atributo, sentimo-nos justificados em nosso desprezo. Quando sentimos aversão, tendemos a organizar o quadro como uma grande caricatura. Mas ninguém é uma caricatura. Para dissolver isso, preste mais atenção. Deve haver algo mais acontecendo.

Um inimigo é alguém que nos causou dano ou a alguém a quem consideramos, intencionalmente ou não, por meio de trapaças, abusos ou fraudes. Se a sua resposta for o ódio, o inimigo venceu. O inimigo deseja causar dano, e se a nossa resposta for contorcer nosso coração pela raiva, o efeito da ação do inimigo encontrou eco.

A pessoa que deseja nos causar dano deve ficar satisfeita ao nos atingir com o primeiro soco da sua agressão, e dobrará o resultado com o ressentimento infligido por nós. Na longa corrida, nossa própria raiva e ressentimento nos causarão um sofrimento maior do que qualquer dano infligido por outra pessoa. Quando nossa resposta é o ódio, nosso inimigo acertou em cheio. Por outro lado, podemos interromper o jogo dizendo: “Você me ofereceu de presente seu ódio, mas eu escolhi não aceitar.” Isso é possível.


B. Alan Wallace (EUA, 1950 ~)
“Budismo com Atitude”, cap. 2

http://samsara.blog.br/2011/05/dano-auto-infligido/
 
A cordinha para escapar da roda não seria a superação do karma? É o que eu tinha entendido da figura:
A parte clara e escura representam o karma, que podem ser "positivos" e "negativos".

A sublimação do karma que nos faz escapar da roda de samsara não? Ao nos separarmos dos frutos das nossas ações e nos reintegrarmos à Totalidade..

Mas o que exatamente é karma?
Karma é uma palavra em Sânscrito, (Kamma em Pali), que quer dizer ação baseada na intenção e essa intenção inclui volição, escolha e decisão, o ímpeto mental que conduz à ação. A intenção é aquilo que incita e dirige todas as ações humanas, ambas, criativas e destrutivas e por isso é a essência de karma.
Intenção no contexto Budista tem um significado muito mais sutil do que o uso mais geral dessa palavra. Em geral tendemos a usá-la quando queremos proporcionar um elo de ligação entre o pensamento interno e as suas ações externas resultantes. Por exemplo, podemos dizer, “Eu não tinha intenção de fazer isso,” “Eu não tinha intenção de dizer isso” ou “Ela fez isso de forma intencional.”
Mas, de acordo com os ensinamentos Budistas, todas as ações e linguagem, todos os pensamentos, não importa quão fugazes sejam, e as respostas da mente a sensações recebidas através dos órgãos dos sentidos contêm elementos de intenção. Assim, a intenção é a escolha volitiva feita pela mente em relação aos objetos para os quais a atenção é dirigida; é o fator que conduz a mente a se inclinar ou a repelir os vários objetos da atenção, ou de prosseguir em uma certa direção; é o que guia ou governa como a mente responde aos estímulos; é a força que planeja e organiza os movimentos da mente e no final das contas é aquilo que determina os estados experimentados pela mente.
Karma opera no universo como uma cadeia contínua de causa e efeito. Essa cadeia não está só confinada à causação no sentido físico, mas também tem implicações éticas e morais. “Boas ações trazem bons resultados, más ações trazem maus resultados”, é um dito comum. Nesse sentido karma é uma lei moral.
Os seres humanos estão constantemente emitindo energia física e mental em todas as direções. Na física aprendemos que não há perda de energia, ela só muda de forma. Essa é a chamada lei da conservação de energia. Do mesmo modo, a energia mental nunca é perdida. Ela é transformada. Portanto, karma é a lei da conservação da energia moral.
Através das ações com a mente, corpo e linguagem os seres estão emitindo energia para o universo, e em contrapartida, eles são afetados pelas influências que fluem na sua direção. Os seres portanto, enviam e recebem todas essas influências, encontrando-se num estado de interdependência.
O Karma não deve ser confundido com destino, fatalidade. Destino transmite a idéia de que a vida de alguém foi planejada de antemão por algum poder externo e que a pessoa não tem controle sobre o desenrolar dos eventos na sua vida.
Nesse sentido é importante observar que karma através dos seus frutos é um fator que influencia o futuro e não que determina o futuro, pois a cada momento os seres têm a oportunidade de agir no sentido de reforçar os frutos do karma ou de minimizá-los. Isso ocorre porque no Budismo karma não é visto de uma forma absolutamente linear. Há um processo linear em operação através do qual experimentamos no presente os frutos de ações passadas mas também há um processo sincrônico no qual o presente é influenciado pelo fruto das ações no presente. Dessa forma o Budismo reconhece que há um certo espaço para o exercício do livre arbítrio.
Qualquer ação desprovida de intenção não tem impacto na lei de karma. Por exemplo, um barranco desmoronando, uma pedra caindo de uma montanha, ou um galho morto caindo de uma árvore, não faz parte do escopo da lei de karma, mas de alguma outra lei da natureza.

(FONTE: http://www.acessoaoinsight.net/arquivo_textos_theravada/abc_budismo.php)

Só sei que já estive em dois reinos inferiores pesados com meus cogumelos: Em alguns Narakas quentes e gélidos e no Preta da fome. Consegui fugir de lá com uma compaixão quase ágape que me colocou lá em cima, com os Devas.

Que loucura! Eu já visitei esses reinos inferiores também e consegui escapar ascendento ao reino dos devas.. sempre através da compaixão..

Um antigo provérbio diz: “O mais mole, a água, pode furar o mais duro, a pedra. Se permanecermos fiéis ao anseio primordial do coração, não há como fracassarmos no Caminho da Iluminação.” (193, tyūshakuban, p. 1292)

Percebemos com facilidade os males causados pelos outros. Os nossos, temos dificuldade de admitir. Por isso, quando nos conscientizamos de algum mal nosso, devemos considerá-lo como um grave mal, já que até mesmo nós conseguimos percebê-lo. Por isso é urgente a transformação da nossa mente. (195, tyūshakuban, p. 1293)

Ao vermos um adepto exemplar do Darma cometer um engano, devemos refletir profundamente sobre a natureza humana, já que até mesmo tal adepto do Darma comete enganos. Apesar disso, há quem pense que, “se mesmo um adepto exemplar do Darma comete erros, então é mais natural ainda que eu os cometa”. Isso é lamentável!
(222, tyūshakuban, p. 1304)

Alguém conhece o Budismo da Terra Pura?
 
Mistério da vida

O mistério da vida contém a infinita escuridão do céu da noite iluminada pelas distantes órbitas de fogo, a casca enrugada de uma laranja que solta sua fragrância ao nosso toque, as profundezas insondáveis dos olhos da amada. Nenhuma história da criação, nenhum sistema religioso consegue descrever ou explicar direito essa riqueza e essa profundidade. O mistério é tal que ninguém sabe ao certo o que vai acontecer daqui a uma hora.

Do ponto de vista do mistério, não existe um caminho fixo. Na verdade, nem existe um caminho, pois isso seria situá-lo no domínio do espaço e do tempo. Mas tempo e espaço também são um mistério — o passado que desapareceu, o futuro só imaginado, o presente tão fluido quanto a água. Despertar não é fixar nem segurar, mas gostar do que está aqui. Essa verdade liberta o coração da sofreguidão. O mistério que nos gerou se transforma numa dança.

Os sábios hindus chamam essa dança de “lila”, a dança eterna da vida. Para os místicos cristãos e judeus, ela é a mente de Deus, um jogo do Divino, enquanto, para os budistas, o nascimento e a morte são ondas no oceano da consciência: aparecem e logo desaparecem, como um sonho.

Essa verdade está sempre conosco. Quem entra em contato com essa realidade eterna, está curado. Isso acontece quando, perdidos no melodrama da vida, sucumbimos ao medo ou à saudade, ao amor ou ao ciúme, à raiva ou ao júbilo. De repente, ouvimos uma voz dizer: “Essa me pegou!”. Então, damos uma risada e estamos livres.

Jack Kornfield (EUA, 1945 ~)
“Depois do êxtase, lave a roupa suja”

http://samsara.blog.br/2011/05/misterio-da-vida/
 
Não existe caminho ou método para o Nirvana

Nir- negativa, não, ausente, sem.
Vana- trilha da floresta, caminho, estrada
Nirvana - Sem Caminho

Talvez nos desapegando aos conceitos e classificações, talvez poderemos ter a consciencia de que ja estamos lá, apenas ainda não prestamos atenção
 
"A Vida é Nirvana e Nirvana é Vida" (Isto que você vive hoje, já é nirvana)
 
Reconhecimento sem distração

De tudo que percebemos como formas e sons, não há nada que não surja da mente. Reconhecer que a mente é estado desperto primordial inseparável de vacuidade é a visão. Manter esse reconhecimento o tempo todo, sem se distrair, é a meditação. Praticar as duas acumulações como uma ilusão mágica a partir desse estado é a ação.

Se você fizer dessa prática uma experiência viva, ela terá continuidade em seus sonhos. Se estiver presente no estado do sonho, estará presente no momento da morte. Estando presente no momento da morte, estará presente no estado intermediário. E, se estiver presente no estado intermediário, você pode ter certeza de que atingirá a realização suprema.

Atisha (Índia/Tibete, ano 982-1054)
citado por Patrul Rinpoche
em “As Palavras do Meu Professor Perfeito”, 2ª parte | cap. 3

http://samsara.blog.br/2011/05/reconhecimento-sem-distracao/
 
Símbolos e rituais

Nós seres humanos podemos ficar deslumbrados — ou no mínimo nos distrair — com a cerimônia e as cores das práticas culturais budistas. Velas e incenso são coisas exóticas e atrativas; impermanência e ausência de ego não são.​

O próprio Sidarta disse que a melhor maneira de cultuar é simplesmente lembrar os princípios sobre a impermanência, o sofrimento das emoções, o fato de que os fenômenos não têm existência inerente e de que o nirvana está além dos conceitos.

Em um nível superficial, o budismo pode parecer ritualista e religioso. Disciplinas budistas como mantos bordôs, rituais, implementos, incenso, flores e até monastérios têm forma — elas podem ser observadas e fotografadas. Nós esquecemos que elas são um meio para um fim. Esquecemos que uma pessoa não se torna um seguidor do Buda executando rituais ou adotando disciplinas como vegetarianismo ou uso de mantos.

Mas a mente humana adora tanto os símbolos e rituais que eles são quase inevitáveis e indispensáveis. Mandalas de areia tibetanas ou jardins zen japoneses são lindos; isso pode nos inspirar e até ser um meio para compreender a verdade. Mas a verdade em si mesma não é nem bonita nem não-bonita.

Dzongsar Khyentse Rinpoche (1961 ~)
“What Makes You Not a Buddhist”
(O que faz você ser budista?)

http://samsara.blog.br/2011/05/simbolos-e-rituais/
 
Back
Top