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Aqui discutimos micologia amadora e enteogenia.

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Budismo

Thich Nhat Hanh (Vietnã, 1926 ~)
“Jesus e Buda, irmãos”, cap. 1

eu tenho la minhas teorias sobre algum ou alguns homens que conheceram o budismo e voltaram pra cezar com a boa nova.
enjezuizaram eles.

Pode ser que sim, mas o contrário também pode ser, suspeito que em Mateus 6:34 “Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã; porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo.”, está versando sobre o eterno presente.

Sendo o Amor a lanterna dessa experiência absoluta, eu concordo.
Eu vejo a dualidade como uma maneira de separar-nos do mundo para que possamos no sentir mais independentes dentro da totalidade que parece ao Ego uma força esmagadora e implacável. No entanto é um paliativo que se desgasta e se distorce, junto com a consciência.

Se é que eu entendi aguma coisa do que eu li dos post´s acima, essa dualidade que você entende como barreira para separar o ego e torná-lo independente da totalidade, mas que ao mesmo tempo essa mesma totalidade o subjulga por ser uma força esmagadora e implacável, essa dualidade é anulada pelo não-ego, sei lá, mas o que eu entendi é que a única forma de se relacionar e entender a realidade ou totalidade é não sendo. Lembra-me um conto do Guimarães Rosa: 'A terceira margem do rio', um dos personagem, lá pelas tantas, embarca em uma canoa e não volta mais, pelo que eu entendi do conto, ele se torna a terceira margem do rio, ele faz parte do rio mas teve que anular o seu ego, ele teve que abandonar todas as suas relações mais imediatas para poder assumir essa postura.

Sobre budismo e enteógenos, se não me engano, e também porque eu li em algum artigo da internet que não me lembro, Buda, assim como outras pessoas, comiam sementes de cânhamo, disso, o argumento desse artigo, estabelece uma relação entre a iluminação de Buda e o consumo das sementes.
 
Última edição por um moderador:
Sobre budismo e enteógenos, se não me engano, e também porque eu li em algum artigo da internet que não me lembro, Buda, assim como outras pessoas, comiam sementes de cânhamo, disso, o argumento desse artigo, estabelece uma relação entre a iluminação de Buda e o consumo das sementes.
Na verdade o budismo utiliza kawa-kawa.
 
Compaixão diante do karma

Da perspectiva budista, o tipo de sorte, felicidade ou tristeza que encontramos, não está relacionada com alguém fazendo alguma coisa por nós. Se eu ganho na loteria, não é porque o Buda me selecionou para receber um bônus. Nenhum deus ou buda é responsável pelo que nos acontece. Pelo contrário, nossas circunstâncias são fundamentalmente criadas por ações anteriores.

Esta é uma afirmação perigosa se for mal compreendida. Uma interpretação muito infeliz do que o Buda queria passar em seu ensinamento sobre o carma é a conclusão de que o sofrimento das outras pessoas é simplesmente por culpa delas. O Buda não ensinou que uma criança que sofre de uma doença ou de fome trouxe este sofrimento para si.

A explicação budista do sofrimento é que um ato embebido no continuum da consciência finalmente faz surgir as consequências. O ato pode ter ocorrido nesta ou em outras vidas. Isto não significa que uma pessoa que esteja sofrendo seja moralmente mais degenerada do que se tivesse sofrendo as consequências produzidas pela ingestão de um alimento contaminado. O sofrimento que vivenciamos é devido ao carma acumulado por influência da ilusão e das aflições mentais. Isto se aplica a todos os seres sencientes.

A pessoa que testemunha o sofrimento de uma outra pessoa deve ter somente uma reação: “Como posso ajudar?”. Quando o carma produz seus frutos e causa o sofrimento, a reação nunca deveria ser: “Este é o seu carma. É o seu destino, por isso eu não posso ajudar”. O seu próprio carma pode bem se apresentar como uma oportunidade para ajudar uma pessoa sofredora. Compreender erroneamente as ações e suas consequências pode ser desastroso.

B. Alan Wallace (EUA, 1950 ~)
“Budismo com Atitude”, cap. 2

http://samsara.blog.br/2010/12/compaixao-diante-do-karma/
 
Se pensam que só conseguirão alcançar Deus abandonando tudo no mundo, duvido que conseguirão alcançá-lo. Se estiverem buscando o nirvana rejeitando tudo que existe em vocês e à sua volta, ou seja, forma, sentimentos, percepção, concepções mentais e consciência, não conseguirão atingir o nirvana de maneira alguma. Se eliminarem todas as ondas, não haverá água para tocar.


http://samsara.blog.br/2010/12/principio-do-ser/[/QUOTE]
"quando combateres a verdade impregnada no ar,verás o fraco que tu és"
e mesmos sob admito conhecimento, não deixarás perceber o que digo...

SANSARA...?
 
Última edição por um moderador:
Atividades da vida no caminho

Todos nós aprendemos com o mesmo professor — a realidade… pôr as crianças na perua escolar todas as manhãs é tão difícil quanto cantar os sutras no salão do Buda nas manhãs frias.

Uma coisa não é melhor do que a outra, as duas podem ser muito aborrecidas e ambas têm a virtuosa qualidade da repetição. A repetição e seus bons resultados transformam as atividades da vida no caminho.

Gary Snyder, poeta beat e zen
citado por Jack Kornfield (EUA, 1945 ~), em “Depois do êxtase, lave a roupa suja”, cap. 14

http://samsara.blog.br/2011/01/atividades-da-vida-no-caminho/
 
Morrer sem ódio


Prometa,
prometa neste dia,
prometa hoje,
enquanto o sol paira
bem no zênite,
prometa:

Mesmo que eles
te derrubem com uma montanha de ódio e violência;
mesmo que eles te pisoteiem e estripem,
lembre-se, irmão,
lembre-se:
o homem não é nosso inimigo.

A única coisa adequada a ti é compaixão –
invencível, ilimitada, incondicional.
O ódio jamais permitirá que você encare
a besta no homem.

Um dia, quando você encarar sozinho essa besta,
com sua coragem intacta, seus olhos bondosos,
imperturbáveis
(mesmo que ninguém os veja),
de seu sorriso
irá desabrochar uma flor.
E aqueles que o amam
vão te enxergar
por dez mil mundos de nascimento e morte.

Sozinho de novo,
seguirei determinado,
sabendo que o amor se tornou eterno.
Na estrada longa e dura,
o sol e a lua
continuarão a brilhar.


Thich Nhat Hanh (Vietnã, 1926 ~)
“Recommendation” (poema de 1965)


http://darma.info/trechos/2011/01/morrer-sem-odio/
 
Desejo altruísta

A respeito de permanecer destacado das coisas porque elas são impermanentes, se tivéssemos que nos separar das coisas simplesmente porque elas são impermanentes, então deveríamos deixar o caminho espiritual, porque ele também é impermanente. A questão não é se os fenômenos são impermanentes ou permanentes, mas se vale ou não a pena desejar obter algo e, se for assim, como satisfazer tal desejo.

É importante fazer uma distinção entre desejo próprio e impróprio. Quando descobrimos através do raciocínio investigativo que será de benefício satisfazer certo desejo, então ter tal desejo é útil. Por exemplo, o desejo de alcançar o estado búdico e o desejo de trabalhar para o benefício de todos os seres sencientes são desejos benéficos.

Deliberadamente, devemos tentar cultivar em nós estes tipos de desejos altruísticos. Devemos fazer um esforço especial para desenvolver o sentimento de que todos os seres sencientes são meus [pais, parentes etc].

Por outro lado, hoje em dia, frequentemente você deseja algo, mas quando analisa profundamente, descobre que realmente não precisa disso. Por exemplo, quando se vai a um supermercado e se vê muitas coisas boas, surge o desejo de querer todas elas. Então você conta seu dinheiro e o segundo pensamento vem à sua mente: você realmente precisa de tudo aquilo? Sua resposta? Não necessariamente.

Dalai Lama (Tibete, 1935 ~)
“Cultivando a meditação diária”

http://samsara.blog.br/2011/03/desejo-altruista/
 
É raro, mas no Brasil há uma gelongma, uma monja plenamente ordenada, essa na linhagem Shangpa Kagyu do Budismo Tibetano. Ela reside em São Caetano do Sul e é aluna de SE. Kalu Rinpoche, Ven. Mingyur Rinpoche, Tenzin Wangyal Rinpoche e também de Namkhai Norbu, entre outros mestres tibetanos.

O interessante é que ela também é daimista e uma das organizações que ela lidera se chama CEU de Maitreya, onde ela faz sessões com ayahuasca, práticas budistas, especialmente Dzogchen do Longchen Nyinthig (para os leigos, traduziria como uma das linhagens mais elevadas de meditação budista).

Inclusive nesse Carnaval ela esta liderando um retiro na fazenda em que ela iniciou um projeto assistencial e onde está fundando um monastério (já está nas fundações).

Ela é bem aberta ao uso de enteógenos.


Se pensam que só conseguirão alcançar Deus abandonando tudo no mundo, duvido que conseguirão alcançá-lo. Se estiverem buscando o nirvana rejeitando tudo que existe em vocês e à sua volta, ou seja, forma, sentimentos, percepção, concepções mentais e consciência, não conseguirão atingir o nirvana de maneira alguma. Se eliminarem todas as ondas, não haverá água para tocar.

Primeiro, um mau entendido que deve ser desfeito: não é preciso aproximar-se de outra cultura impregnado fortemente pela sua própria a ponto de a mesma sempre ser um filtro interpretativo. Trocando em miúdos, a proposta do budadharma não é "alcançar Deus˜. O budismo é ATEU.

Segundo, Nirvana NÃO é abandonar tudo no mundo, mas sim a cessação dos venenos individuais. Portanto, constitui-se apenas parte da meta final, que na verdade é o Samyaka Sambodhi, o Supremo Despertar.

Isso consta de todo o contexto budista, desde o Canon Páli até correntes modernas.

Os Quatro Brahmaviharas também estão presentes no Yoga Sutra de Patañjalí.

O Yoga Sutra diz que o samádhi pode ser atingido de várias formas, entre elas janmaushadi, a ingestão de colheitas herbais (cogumelos abrangidos).

Em muitos diksha e em quase todos os abhishekas (iniciações tântricas, budistas e hindus) há a ingestão de alguns preparados vegetais com fins específicos.

Também o Hatha Yoga que é o Yoga que qualquer um imagina, nasceu de Gorakshanatha/Gorakshnath um grande adepto, venerado tanto no budismo quanto no hinduísmo e que era adepto de correntes tântricas que faziam uso de charas.

Angkor Wat era primeiramente dedicado a Vishnu, depois a Buda (que é tido como avatara de Vishnu pelos vaishnavas). Nós estamos carecas de saber que dos campos ao redor de Angkor Wat é que nasceu a linda strain Cambodjan.

Ficaríamos aqui falando por dias seguidos das ligações entre budismo e enteógenos, principalmente via Mahasiddhas (os 84 grandes adeptos, que são a ligação entre o tantra hindu e o budista).

Logo, a linha entre as correntes orientais e os enteógenos só se tornou mais fosca e opaca hoje por questões meramente políticas.

Valeu, Ecuador, por manter esse tópico em up!

É um bom protetor para o conhecimento do CM não ser vandalizado!
 
Primeiro, um mau entendido que deve ser desfeito: não é preciso aproximar-se de outra cultura impregnado fortemente pela sua própria a ponto de a mesma sempre ser um filtro interpretativo. Trocando em miúdos, a proposta do budadharma não é "alcançar Deus˜. O budismo é ATEU.


Essa frase a respeito alcançar Deus não é do cosmos day, mas sim do Thich Nhat Hanh, em “Jesus e Buda, irmãos”, cap. 1 - http://samsara.blog.br/2010/12/principio-do-ser/ - mensagem 21 desse tópico.

Se pensam que só conseguirão alcançar Deus abandonando tudo no mundo, duvido que conseguirão alcançá-lo. Se estiverem buscando o nirvana rejeitando tudo que existe em vocês e à sua volta, ou seja, forma, sentimentos, percepção, concepções mentais e consciência, não conseguirão atingir o nirvana de maneira alguma. Se eliminarem todas as ondas, não haverá água para tocar.


Imagino que por causa do livro que escreveu ele tenha recorrido à essa comparação. De qualquer modo o Budismo não é homogêneo, e muitas vezes me dá a impressão não de que eles sejam ateus, pelo menos não todos, mas de que não se importam com a discussão de Deus.
 
Essa frase a respeito alcançar Deus não é do cosmos day, mas sim do Thich Nhat Hanh, em “Jesus e Buda, irmãos”, cap. 1 - http://samsara.blog.br/2010/12/principio-do-ser/ - mensagem 21 desse tópico.

Imagino que por causa do livro que escreveu ele tenha recorrido à essa comparação. De qualquer modo o Budismo não é homogêneo, e muitas vezes me dá a impressão não de que eles sejam ateus, pelo menos não todos, mas de que não se importam com a discussão de Deus.


É, creio que seja esse o contexto mesmo. Como o do Lama Zopa escrevendo sobre Natal. São tentativas de aproximação, mas eu acho meio políticas.... torço o nariz.

Pois é, não é homogêneo e temos essa tendência a fazer essa aproximação, porque temos uma forte carga cultural. Quem sabe no fim dê no mesmo! kkkkkk

Lá atrás você trouxe o texto sobre o que é o culto a Buda, inclusive ali aparece o termo brahmavihara e é isso, realmente é difícil escapar de um ideal divino de existência divina.

Não é à toa, como vimos graficamente no outro tópico, que a cordinha para escapar da roda está no reino mais alto.... ;)

Os caras que se desprendem desses ideais de iluminação devem ser aqueles bodhisatvas (bodhisativas... kkkk) que são capazes de mergulhar em profundos infernos para beneficiar os seres....
 
A cordinha para escapar da roda não seria a superação do karma? É o que eu tinha entendido da figura:
A parte clara e escura representam o karma, que podem ser "positivos" e "negativos".
 
Por coincidência, até tangencia um assunto que discutimos outro dia ...


Repousar livre dos conceitos

Manjushri, o bodisatva da sabedoria

Relativa e absoluta,
Diz-se que são assim as duas verdades.
A verdade absoluta não está ao alcance do intelecto,
Porque o intelecto é relativo.
(“O Caminho do Bodisatva” [Bodhicharyavatara] 9 | 2)


O significado disso é que todas as declarações, todas as teorias, qualquer coisa que advenha de operações da inteligência racional, têm natureza de verdade relativa. Teorias podem ter utilidade prática, confirmando experiências empíricas, mas como declarações sobre a verdade absoluta — a natureza das coisas — elas são inadequadas. O absoluto está acima do racional e não pode ser expresso em termos conceituais.


Assim, nas escrituras Pāli, há o registro de Buda dizendo que “o Tathāgata está livre de todas as teorias”. Ou então: “A visão de que tudo existe, Kachchāyana, é um extremo; a de que nada existe é o outro extremo. Não aceitando os dois extremos, o Tathāgata proclama a verdade do caminho do meio”. [...]

Isso significa que qualquer declaração que afirma conter a verdade absoluta, qualquer afirmação sobre “isso” ou “aquilo” ser real de modo absoluto, é falsa — falsa pelo simples fato de ser uma formulação resultante da inteligência conceitual.

À primeira vista, isso parece ser um tipo de niilismo. Aparentemente, aponta que no correr normal das coisas não podemos conhecer nada sobre a verdade; a realidade parece estar totalmente além de nossa compreensão e a filosofia Madhyamaka ["Caminho do Meio"] frequentemente é mal compreendida e criticada por isso.

Mas dizer que o absoluto “não está ao alcance do intelecto” não significa que ele não pode ser conhecido; significa apenas que isso excede a capacidade do pensamento comum e da expressão verbal. O conhecimento do absoluto transcende o pensamento. Vai além do racional. É não conceitual e não dual — muito diferente, podemos supor, de qualquer coisa que já vivenciamos. Trata-se de prajñā: insight imediato e intuitivo sobre a “talidade”, a sabedoria da vacuidade além de sujeito e objeto.

Como alguém alcança ou mesmo se aproxima desse tipo de conhecimento? Shāntideva dá a resposta numa estrofe-chave (esse é o momento de sua recitação em Nālandā quando, conforme a história, ele e Mañjushrī começam a levitar):

Quando alguma coisa e sua não existência
Estão ambas ausentes diante da mente,
Ela não tem opção,
Vindo a repousar perfeitamente; dos conceitos, livre.
(“O Caminho do Bodisatva” 9 | 34)


Essas linhas indicam a tarefa em nossas mãos: a mente deve ser deixada como é, livre e desembaraçada, simplesmente alerta, não mais presa e emaranhada em pensamentos, teorias e a coisificação de eu e substância. [...]


Grupo de tradução Padmakara
na introdução do livro “The Way of the Bodhisattva”
de Shantideva (Índia, séc. VII)


http://samsara.blog.br/2011/03/repousar-livre-dos-conceitos/
 
"Mas dizer que o absoluto “não está ao alcance do intelecto” não significa que ele não pode ser conhecido; significa apenas que isso excede a capacidade do pensamento comum e da expressão verbal. O conhecimento do absoluto transcende o pensamento. Vai além do racional. É não conceitual e não dual — muito diferente, podemos supor, de qualquer coisa que já vivenciamos. Trata-se de prajñā: insight imediato e intuitivo sobre a “talidade”, a sabedoria da vacuidade além de sujeito e objeto."

Também penso assim. Mas às vezes não me conformo em simplesmente contemplar...
 
Compreendo porquê não somos seres totalmente racionais. Há razões que nem a razão compreende. Para que sejamos seres plenamente humanos, precisamos nos desvincular de velhos paradigmas filosóficos que hoje não se encaixam...
É necessário termos a consciência de que somos uma família, a Humanidade


Durante uma conferência, com vários universitários, um renomado professor da Universidade de Berlim desafiou seus alunos com esta pergunta: “Deus criou tudo o que existe?”
Um aluno respondeu valentemente: “Sim, Ele criou!”
“Criou tudo, mesmo?” Insistiu o professor. “Sim, senhor.” Disse o aluno.
O professor respondeu: “Se Deus criou tudo, então Deus fez o mal? Pois o mal existe, e partindo do preceito de que nossas obras são um reflexo de nós mesmos, então Deus é mau?”
O jovem ficou calado diante de tal resposta e o professor, feliz, se regozijava de ter provado mais uma vez de que a fé era um mito.
Outro estudante levantou a mão e disse: “Posso fazer uma pergunta, professor?” “Lógico!” foi a resposta do professor.
O jovem ficou de pé e perguntou: “Professor, o frio existe?”
“Que pergunta é essa? É claro que o frio existe! Por acaso você nunca sentiu frio?” secamente disse o professor.
O rapaz respondeu: “De fato, senhor, o frio não existe. Segundo as Leis da Física, o que consideramos frio é a ausência de calor. Todo o corpo ou objeto é suscetível de estudo quando possui ou transmite energia. E o calor é o que faz com que esse corpo tenha ou transmita energia. O Zero Absoluto é a ausência total e absoluta de calor, todos os corpos ficam inertes e incapazes de reagir, mas o frio não existe. Nós criamos essa definição para descrever como que nos sentimos se não temos calor.”
Antes de qualquer comentário, o estudante acrescentou:E a escuridão, ela existe?”
O professor só disse: “Existe.”
“Novamente, cometeste um erro, professor. A escuridão também não existe, é na realidade a ausência de luz. A Luz pode-se estudar, a escuridão não. Até existe o Prisma de Nichols para decompor a luz branca nas várias cores de que é composta, com suas diferentes longitudes de ondas. Já a escuridão… não. Um simples raio de luz atravessa as trevas e ilumina a superfície onde termina o raio de luz. Como pode saber o quão escuro está um espaço determinado? Com base da quantidade de luz presente nesse espaço! Não é assim?! Escuridão, nada mais é, do que a definição que o homem desenvolveu para descrever o que acontece quando não há luz presente.”. Firmemente assegura o aluno.
Finalmente o jovem perguntou ao professor: “Senhor, o mal existe?”
O professor fita os olhos do aluno e responde: “Claro que sim. Lógico que existe, como disse desde o começo. Vemos estupros, crimes e violência no mundo todo, essas coisas são do mal.”
E o estudante disse: “O mal não existe, senhor. Pelo menos não existe por si mesmo. O mal é simplesmente a ausência do bem, é como nos casos anteriores. Mal é a definição que o homem criou para descrever a ausência de Deus. Deus não criou o mal. Não é como a fé e como o amor que existem, assim como, há a luz e o calor. O mal é o resultado de a humanidade não ter Deus presente em seus corações. È como acontece com o frio quando não há calor, ou a escuridão quando não há luz.”
Nesse momento, o professor apenas abaixou a cabeça e tentou compreender o mistério de Deus. Todos os conferencistas se levantaram e aplaudiram o jovem estudante. No fim da aula, o diretor veio ao jovem e perguntou seu nome. O jovem disse: “Einstein, Albert”.
 
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