- 18/11/2005
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Então a consciência e o universo são a mesma coisa pra vc?
Ou melhor dizendo.. o que é que não É?
Teonanacatl.org
Aqui discutimos micologia amadora e enteogenia.
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A utopia da teoria unificada do Universo e outros textos de Marcelo Gleiser
Então a consciência e o universo são a mesma coisa pra vc?
Ou melhor dizendo.. o que é que não É?
- 18/11/2008
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Mais ou menos... Diria que o Universo está contido na Consciência. Ainda havendo a não-consciência que somente É, eternamente, fora do tempoe espaço.
- 18/11/2005
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Nuss! Eu sempre achei que a Consciência estava contida no Universo. Pode a consciência ser tao VASTA de chegar a incluir o Universo dentro de si? Ou sera q ao contrario?
No caso da consciência que É, incluir o Universo, então sera q TUDO É?
- 18/11/2008
- 430
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haha... Isso são sacações minhas nesses longos anos no caminho. Por favor, não tome como dogma, apesar de pra mim, parecerem certezas.
Sim tudo É.
O universo acaba sendo um produto ou espelho da Consciência, assim como o tempo e o espaço (também produtos da consciência, ou de sua filha, a percepção) são as condições na qual ele - o universo - existe.
Mas pra entender isso você tem que partir de um pressuposto: que a Consciência é UMA só, seja abstrata, cósmica ou individual...
Até onde entendo, tudo tem consciência. O átomo, por exemplo. O que faz com que ele encontre seus pares para formar um elemento? Que força é esta que rege as relações entre bilhões de átomos para constituírem uma célula, e o mesmo para trilhões de células que compõem um organismo?
E aí vai subindo: os organismo que compoem o planeta, os planetas que compõem o sistema estelar, as estrelas na galaxia, agrupamento de galaxias...
Inclusive parece haver um padrão consciente que se repete em diferentes escalas. Uma padrão fractal, poderia se dizer.
Eu acho que tudo está animado por consciência, e inclusive para além do que podemos conceber com nossas limitações sensoriais.
O que está acima é como o que está embaixo - e no meio.
Vida É consciência.
Edit:
Não acho que haja uma relação 'vertical' entre consciência e matéria, há sim um entrelaçamento infinito e fractal entre ambos. Um não contém o outro simplesmente porque não há partes de matéria ou partes de consciência. É um todo interdependente e dinâmico atuando simultaneamente em todas as escalas da existência. Percepção é outra coisa.
E aí vai subindo: os organismo que compoem o planeta, os planetas que compõem o sistema estelar, as estrelas na galaxia, agrupamento de galaxias...
Inclusive parece haver um padrão consciente que se repete em diferentes escalas. Uma padrão fractal, poderia se dizer.
Eu acho que tudo está animado por consciência, e inclusive para além do que podemos conceber com nossas limitações sensoriais.
O que está acima é como o que está embaixo - e no meio.
Vida É consciência.
Edit:
Não acho que haja uma relação 'vertical' entre consciência e matéria, há sim um entrelaçamento infinito e fractal entre ambos. Um não contém o outro simplesmente porque não há partes de matéria ou partes de consciência. É um todo interdependente e dinâmico atuando simultaneamente em todas as escalas da existência. Percepção é outra coisa.
- 18/11/2005
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hehehe eu sei que são sacações tuas, so tava curtino a troca de ideias hehehe.
Me convenceu essa parte.
Olhe para a sua mão, movimente o seu braço....
E veja o óbvio: A consciência atuando sobre a matéria.
- 18/11/2005
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Cada dia eu to mais convencido disso também. Mas sempre resta aquela dúvida misteriosa universal incompreensível.
Perceber é relativo
- 22/12/2007
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Folha de São Paulo - 27/03/2011
Quem teme a Singularidade?
A crença na imortalidade por meio das máquinas lembra outra muito antiga, no triunfo da alma humana
VOCÊ ESTÁ preparado para virar um deus? "A Singularidade Está Próxima" é um documentário dirigido por Anthony Waller e codirigido pelo famoso inventor e autor Ray Kurzweil. No Brasil, existe a tradução do seu "A Era das Máquinas Espirituais", pela editora Aleph. Eis a sinopse do filme:
"No século 21, nossa espécie vai se libertar do seu legado genético e atingirá um nível inimaginável de inteligência, progresso material e longevidade; consequentemente, a definição de "ser humano" será enriquecida e transformada. O celebrado futurista Ray Kurzweil apresenta uma visão que é a culminação dramática de séculos de desenvolvimento tecnológico e que transformará o nosso destino".
De acordo com Kurzweil, o avanço tecnológico e, em particular, o avanço na velocidade de processamento e de memória de dados, é tão rápido que em breve atingiremos um ponto no qual máquinas serão capazes de superar o cérebro humano. Ele prevê que a humanidade atingirá um ponto final, a "Singularidade". De lá em diante, algo novo e imprevisível, talvez um híbrido de máquina e humano, talvez apenas máquina, existirá, matéria inanimada imitando a vida em estado de animação virtual.
A esperança de Kurzweil e outros entusiastas da Singularidade é que velocidades altas de processamento, mais o acesso ilimitado a dados, podem simular o cérebro: máquinas com altíssima complexidade computacional podem criar uma ultrainteligência emergente. Humanos, preparem-se, pois o seu fim está próximo! E a data foi marcada para 2045.
Kurzweil não é nem bobo nem louco. Apesar de ter vários críticos, é um inventor reconhecido, vencedor de vários prêmios. Stevie Wonder foi o primeiro a comprar a sua máquina de leitura para cegos; seus sintetizadores são famosos.
Ele fundou a Universidade da Singularidade, hospedada no Centro de Pesquisa Ames, da Nasa, e parcialmente financiada pelo Google, na qual executivos fazem cursos para se preparar para a Singularidade. (Lembram os evangélicos se preparando para o Apocalipse.) Kurzweil quer mais do que máquinas ultrainteligentes; quer ser imortal também. Acredita que a morte é uma doença curável, e que os avanços da medicina e da genética permitirão estender a longevidade indefinidamente. Esses seres imortais não serão de carne e osso, mas máquinas espirituais dotadas de nossa consciência e memória. A felicidade, e outras qualidades e emoções, como a generosidade e o ódio, terão de ser repensadas.
Teremos de rever tudo, e o pior é que nem sabemos como começar.
"Singularidade" significa um ponto no qual nosso conhecimento deixa de funcionar, onde as leis deixam de ser leis. Será que devemos levar isso a sério? Sim, devemos.
Apesar de várias questões (a extrapolação de Kurzweil é baseada em dados passados; não há garantia que funcionará no futuro), nossa simbiose com as máquinas de silício é cada vez maior. Você vê isso na rua, com as pessoas e seus celulares e bluetooths como extensões de seus braços e ouvidos. Por outro lado, a crença na Singularidade me parece a versão moderna duma crença muito antiga, a do triunfo final da alma humana.
MARCELO GLEISER é professor de física teórica no Dartmouth College, em Hanover (EUA), e autor do livro "Criação Imperfeita"
Quem teme a Singularidade?
A crença na imortalidade por meio das máquinas lembra outra muito antiga, no triunfo da alma humana
VOCÊ ESTÁ preparado para virar um deus? "A Singularidade Está Próxima" é um documentário dirigido por Anthony Waller e codirigido pelo famoso inventor e autor Ray Kurzweil. No Brasil, existe a tradução do seu "A Era das Máquinas Espirituais", pela editora Aleph. Eis a sinopse do filme:
"No século 21, nossa espécie vai se libertar do seu legado genético e atingirá um nível inimaginável de inteligência, progresso material e longevidade; consequentemente, a definição de "ser humano" será enriquecida e transformada. O celebrado futurista Ray Kurzweil apresenta uma visão que é a culminação dramática de séculos de desenvolvimento tecnológico e que transformará o nosso destino".
De acordo com Kurzweil, o avanço tecnológico e, em particular, o avanço na velocidade de processamento e de memória de dados, é tão rápido que em breve atingiremos um ponto no qual máquinas serão capazes de superar o cérebro humano. Ele prevê que a humanidade atingirá um ponto final, a "Singularidade". De lá em diante, algo novo e imprevisível, talvez um híbrido de máquina e humano, talvez apenas máquina, existirá, matéria inanimada imitando a vida em estado de animação virtual.
A esperança de Kurzweil e outros entusiastas da Singularidade é que velocidades altas de processamento, mais o acesso ilimitado a dados, podem simular o cérebro: máquinas com altíssima complexidade computacional podem criar uma ultrainteligência emergente. Humanos, preparem-se, pois o seu fim está próximo! E a data foi marcada para 2045.
Kurzweil não é nem bobo nem louco. Apesar de ter vários críticos, é um inventor reconhecido, vencedor de vários prêmios. Stevie Wonder foi o primeiro a comprar a sua máquina de leitura para cegos; seus sintetizadores são famosos.
Ele fundou a Universidade da Singularidade, hospedada no Centro de Pesquisa Ames, da Nasa, e parcialmente financiada pelo Google, na qual executivos fazem cursos para se preparar para a Singularidade. (Lembram os evangélicos se preparando para o Apocalipse.) Kurzweil quer mais do que máquinas ultrainteligentes; quer ser imortal também. Acredita que a morte é uma doença curável, e que os avanços da medicina e da genética permitirão estender a longevidade indefinidamente. Esses seres imortais não serão de carne e osso, mas máquinas espirituais dotadas de nossa consciência e memória. A felicidade, e outras qualidades e emoções, como a generosidade e o ódio, terão de ser repensadas.
Teremos de rever tudo, e o pior é que nem sabemos como começar.
"Singularidade" significa um ponto no qual nosso conhecimento deixa de funcionar, onde as leis deixam de ser leis. Será que devemos levar isso a sério? Sim, devemos.
Apesar de várias questões (a extrapolação de Kurzweil é baseada em dados passados; não há garantia que funcionará no futuro), nossa simbiose com as máquinas de silício é cada vez maior. Você vê isso na rua, com as pessoas e seus celulares e bluetooths como extensões de seus braços e ouvidos. Por outro lado, a crença na Singularidade me parece a versão moderna duma crença muito antiga, a do triunfo final da alma humana.
MARCELO GLEISER é professor de física teórica no Dartmouth College, em Hanover (EUA), e autor do livro "Criação Imperfeita"
Singularidade: taí um bom tema para discussão.
Para mim, ela tem mais a ver com a Iluminação da humanidade (O tão falado fim dos tempos). Está claro que estamos caminhando a passos largos para a integração da nossa espécie como um único ser. Além disso, vejo esta coisa de imortalidade no silício uma bobagem. Se algo ficará imortalizado, creio que seja o conhecimento.
PS: Quer coisa mais singular que a Internet?
Para mim, ela tem mais a ver com a Iluminação da humanidade (O tão falado fim dos tempos). Está claro que estamos caminhando a passos largos para a integração da nossa espécie como um único ser. Além disso, vejo esta coisa de imortalidade no silício uma bobagem. Se algo ficará imortalizado, creio que seja o conhecimento.
PS: Quer coisa mais singular que a Internet?
- 02/08/2009
- 147
- 52
Sera que uma maquina e capaz de inteligencia humana digo vontade de vida que podemos ver em qualquer animal, essa vontade esta muito relacionada ao corpo e ao sentido, entao inteligencia tambem e instinto de sobrevivencia. Como um semicondutor poderia ter esse instinto tao animal ?
As maquinas ja sao inteligente mais falta aquilo que nos torna inteligente , os sentidos sera ? A dor tudo isso e um aprendisado para a inteligencia.
Agora um hibrido humano maquina e totalmente possivel. Mais temos outros metodos de evoluir a bioengenharia, melhoramentos geneticos etc. Sera que ja nao estao construindo o superhomem ?
As maquinas ja sao inteligente mais falta aquilo que nos torna inteligente , os sentidos sera ? A dor tudo isso e um aprendisado para a inteligencia.
Agora um hibrido humano maquina e totalmente possivel. Mais temos outros metodos de evoluir a bioengenharia, melhoramentos geneticos etc. Sera que ja nao estao construindo o superhomem ?
- 22/12/2007
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- 02/08/2009
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Imagina o espaço infinitamente curvo o que sera que isso quer dizer, nos buracos negros o tempo tambem e infinitamente lento.
Eu queria entender melhor a teoria da relatividade
Alguem consegue acompanhar as ideias de Einstein
Este: Singularidade tecnológica é um evento histórico previsto para o futuro no qual a humanidade atravessará um estágio de colossal avanço tecnológico em um curtíssimo espaço de tempo.
Não é difícil ver que já estamos no meio deste processo, único em toda a história da humanidade. O tema central da teoria de Kurzweil é a inteligencia artificial, tema que me é caríssimo, conheço suas idéias há anos.
legal, quando li fiquei bem por lembrarem de coisas como origem cósmica de nossos átomos , imaginação, distância e elétrons . Particulas como elétrons são como frágeis fofoqueiras que sempre q estimuladas soltam luz e dão com a língua nos dentes ou em outras palavras nos informam de intante em instante o seu relatório cabendo à nos ler ,estamos cheios de luzes locais de elétrons por dentro e por fora de nossos organismos esses flasches de luz são fotografados e organizados em mémórias especiais como chapas de carbono e outros átomos em um eterno telefone sem fio visceral . Imaginação tem tudo a ver com o momento em q assimilamos a informação ,por que tanta tentação pelas imagens subliminares? isso vai acabar nos prejudicando... o nosso medo cérebro no momento enfático tenta dar significado a tudo o que os sentidos pegam e não, quando vemos algo a mente diz é isso e armazena porém junto com esse conteúdo também vão as mensagens ocultas que uma vez assimiladas pela nossa memória de processamento posterior causa o que chamo de atentado sutil à integridade da imaginação , vejamos por exemplo o layout do CM alí tem cogumelos lombrados e um danado , pra quê? é bunitinho é? quando é que vamos facilitar pra nós mesmos cosmonautas amadores e romper de vez com o "parecer ser" . Imunes a isso só quem já está gato escaldado ou sequelado de buscas frustradas . Hoje em dia , O SONHAR é um poderoso enteógeno pouco usado pois é sem sombra de dúvida o melhor , e vejo que há forças ativas em escravisar pelo esquecimento, terror,substâncias e dietas anti-oníricas que separou o ser humano atual desse poderoso oráculo pessoal gratuito e sem contra indicação . Nós usamos moletas (externas) que também nos cobram e de certa forma nos distanciam e turvam nossas buscas por desdobramentos astrais objetivos , eu não posso acusar uma única instituição ou grupo de tal ação , apenas sei que já está em nossas células mesmo e é fomentada por um vício nosso (desculpem)pelo medo mesmo . Lembro de Maria Sabina quando diz que vê mosntros e serpentes as vezes e não tem medo... esses monstros estão no inconsciente coletivo popular e dela faz a sua parte em respeitar tanto que nem juga...
Os sonhos também mentem muito existem investidas que usam até imagem de entes familares pra nos atrapalhar e a unica fórmula é ser educado sem ser babaca as vezes se por até como isca como muitos cientistas o fazem . Como diz o Caverna não há nada fora de nossos limites... O ilusionismo existe e é sabido que a luz faz curvas em nosso planeta , o vapor de água refletido é capaz de carregar um holograma à distâncias como fibra ótica é de fato fantástico , porém nunca se gerou um filho de ilusões mas já vi milhões de vidas serem dizimadas por ilusões . Então se queremos realmente chegar à origem precisamos ver muitas ilusões , ser-mos educados e não ter-mos medo de romper com os trocadilhos e mensagens subliminares , nos atrapalha como buscadores ...
Um dia era o som(vibração), que se fez luz , gerou vida , e o som da vida (verbo), se fez conhecimento .
Os sonhos também mentem muito existem investidas que usam até imagem de entes familares pra nos atrapalhar e a unica fórmula é ser educado sem ser babaca as vezes se por até como isca como muitos cientistas o fazem . Como diz o Caverna não há nada fora de nossos limites... O ilusionismo existe e é sabido que a luz faz curvas em nosso planeta , o vapor de água refletido é capaz de carregar um holograma à distâncias como fibra ótica é de fato fantástico , porém nunca se gerou um filho de ilusões mas já vi milhões de vidas serem dizimadas por ilusões . Então se queremos realmente chegar à origem precisamos ver muitas ilusões , ser-mos educados e não ter-mos medo de romper com os trocadilhos e mensagens subliminares , nos atrapalha como buscadores ...
Um dia era o som(vibração), que se fez luz , gerou vida , e o som da vida (verbo), se fez conhecimento .
Não acho, o surgimento da religião foi tão devastador quanto.
Há controvérsias. (E eu adoro
)O conceito religioso (eu -> Eu/Deus) é inerente do ser humano e está profundamente arraigado em nós, é preciso fazer muita força para negar o divino.
Já a singularidade é resultado da evolução. Matematicamente, pode ser vista como o zero de uma derivada (na ilustração animada da Wikipedia, é aquele ponto onde a curva inverte a direção e a barra móvel fica na preta, na horizontal)
- 22/12/2007
- 9,071
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MARCELO GLEISER
O fim do mundo, de novo
Se existe um risco imediato de destruição, ele não vem do céu, de cometas ou de asteroides assassinos, mas de nossas próprias mãos
PARECE QUE o mundo vai acabar.
De novo. A data definida pelo americano Harold Camping, um fundamentalista cristão de 89 anos, é resultado de cálculos e numerologia obscura, usando eventos bíblicos e catástrofes naturais. Camping previu o Apocalipse antes, em 1994. Mas desta vez está certo, diz ele.
Recentemente, cerca de 50 pessoas juntaram-se a Camping em Washington para espalhar a notícia. Entre eles, um oficial do Departamento de Segurança Interna que tirou férias especialmente para isso."Tenho de voltar no dia 23,mas não será preciso, pois no dia 21 sumirei", disse ao"Washington Post".
Nesse meio-tempo, um ateu está se oferecendo para tomar conta dos animais domésticos que ficarem para trás, já que eles não vão para o céu. Já tem mais de mil clientes.
Ironicamente, os céus estão oferecendo uma série de espetáculos neste mês, com vários alinhamentos planetários visíveis no hemisfério Sul. Como em tempos imemoriais, esses alinhamentos costumam ser interpretados como sinais apocalípticos. Em 11 de maio, Mercúrio, Vênus e Júpiter convergiram numa região com apenas 2,05 graus de diâmetro.
Como referência, a Lua cheia ocupa meio grau. Portanto, os planetas se juntaram no equivalente a quatro luas cheias, uma visão belíssima. No dia 21, o dia da previsão de Camping, Mercúrio, Vênus e Marte estarão numa região com apenas 2,13 graus de diâmetro.
Em 1186, os cinco planetas conhecidos então (até Saturno) alinharam-se nos céus, causando pânico por toda a Europa. Inúmeros outros fenômenos celestes, de eclipses a cometas e chuvas de meteoros, fizeram o mesmo no decorrer da história.
E continuam assustando as pessoas desnecessariamente. Os céus foram sem previstos como sagrados.
Portanto, fenômenos inesperados e misteriosos eram interpretados como mensagens de deuses prontos para punir os pecadores. Conforme discuto em meu livro "O Fim da Terra e do Céu", essa tradição apocalíptica não se reserva apenas a fanáticos religiosos. Cientistas também participam ocasionalmente, se bem que sob a luz de argumentos racionais e testáveis.
De fato, é importante considerarmos o risco de um asteroide ou de um cometa com mais de um quilômetro de diâmetro colidir com a Terra (possível, mas realmente muito improvável), ou de o Sol explodir (isso ocorrerá, em aproximadamente 5 bilhões de anos), ou de o próprio Universo ter um fim (terá, continuando sua expansão indefinidamente, enquanto as estrelas morrerão e se apagarão, se bem que existem outras alternativas).
Começos e fins são parte integral do discurso científico desde o nascimento da ciência moderna no século 17. Newton previu o fim do mundo para 2060. Halley, famoso pelo cometa homônimo, sugeriu que o Dilúvio foi causado pelo impacto de um cometa contra a Terra.
Felizmente, podemos afirmar com confiança absoluta que alinhamentos planetários não trarão o Apocalipse e que o Sol, mesmo que volta e meia lance enormes bólidos de matéria em nossa direção, continuará fundindo hidrogênio em hélio de forma relativamente pacata por muito tempo. Se existe ameaça mais imediata, ela não vem dos céus, mas das nossas próprias mãos.
MARCELO GLEISER é professor de física teórica no Dartmouth College, em Hanover (EUA), e autor do livro Criação Imperfeita
O fim do mundo, de novo
Se existe um risco imediato de destruição, ele não vem do céu, de cometas ou de asteroides assassinos, mas de nossas próprias mãos
PARECE QUE o mundo vai acabar.
De novo. A data definida pelo americano Harold Camping, um fundamentalista cristão de 89 anos, é resultado de cálculos e numerologia obscura, usando eventos bíblicos e catástrofes naturais. Camping previu o Apocalipse antes, em 1994. Mas desta vez está certo, diz ele.
Recentemente, cerca de 50 pessoas juntaram-se a Camping em Washington para espalhar a notícia. Entre eles, um oficial do Departamento de Segurança Interna que tirou férias especialmente para isso."Tenho de voltar no dia 23,mas não será preciso, pois no dia 21 sumirei", disse ao"Washington Post".
Nesse meio-tempo, um ateu está se oferecendo para tomar conta dos animais domésticos que ficarem para trás, já que eles não vão para o céu. Já tem mais de mil clientes.
Ironicamente, os céus estão oferecendo uma série de espetáculos neste mês, com vários alinhamentos planetários visíveis no hemisfério Sul. Como em tempos imemoriais, esses alinhamentos costumam ser interpretados como sinais apocalípticos. Em 11 de maio, Mercúrio, Vênus e Júpiter convergiram numa região com apenas 2,05 graus de diâmetro.
Como referência, a Lua cheia ocupa meio grau. Portanto, os planetas se juntaram no equivalente a quatro luas cheias, uma visão belíssima. No dia 21, o dia da previsão de Camping, Mercúrio, Vênus e Marte estarão numa região com apenas 2,13 graus de diâmetro.
Em 1186, os cinco planetas conhecidos então (até Saturno) alinharam-se nos céus, causando pânico por toda a Europa. Inúmeros outros fenômenos celestes, de eclipses a cometas e chuvas de meteoros, fizeram o mesmo no decorrer da história.
E continuam assustando as pessoas desnecessariamente. Os céus foram sem previstos como sagrados.
Portanto, fenômenos inesperados e misteriosos eram interpretados como mensagens de deuses prontos para punir os pecadores. Conforme discuto em meu livro "O Fim da Terra e do Céu", essa tradição apocalíptica não se reserva apenas a fanáticos religiosos. Cientistas também participam ocasionalmente, se bem que sob a luz de argumentos racionais e testáveis.
De fato, é importante considerarmos o risco de um asteroide ou de um cometa com mais de um quilômetro de diâmetro colidir com a Terra (possível, mas realmente muito improvável), ou de o Sol explodir (isso ocorrerá, em aproximadamente 5 bilhões de anos), ou de o próprio Universo ter um fim (terá, continuando sua expansão indefinidamente, enquanto as estrelas morrerão e se apagarão, se bem que existem outras alternativas).
Começos e fins são parte integral do discurso científico desde o nascimento da ciência moderna no século 17. Newton previu o fim do mundo para 2060. Halley, famoso pelo cometa homônimo, sugeriu que o Dilúvio foi causado pelo impacto de um cometa contra a Terra.
Felizmente, podemos afirmar com confiança absoluta que alinhamentos planetários não trarão o Apocalipse e que o Sol, mesmo que volta e meia lance enormes bólidos de matéria em nossa direção, continuará fundindo hidrogênio em hélio de forma relativamente pacata por muito tempo. Se existe ameaça mais imediata, ela não vem dos céus, mas das nossas próprias mãos.
MARCELO GLEISER é professor de física teórica no Dartmouth College, em Hanover (EUA), e autor do livro Criação Imperfeita