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A maior limitacao humana eh a auto aflingida.
Folha de são Paulo - 24/03/2011
CONTARDO CALLIGARIS
O prazer e a culpa
Os jovens são levados a pensar que é só frustrando seus próprios desejos que ganham o amor dos adultos
ccalligari@uol.com.br
Realmente se pode pensar o que quizer, se pode falar o que quiser, mas não se pode agir e concretizar o pensamento como queremos.
E o motivo é simples e secular: poder. E ele não chega de forma natural, precisa-se buscá-lo de forma veemente para daí se criar suas próprias regras, mas até chegar nesse ponto, vai saber o que é preciso fazer e vivenciar.
As limitações são as regras e leis e tudo aquilo que venha a nos conduzir a agir de certa forma na qual não condiz com os nossos desejos. Certamente somos ilimitados em nossos desejos, mas limitados por forças exteriores, e que honestamente penso serem intransponíveis, e a prova do que falo é que sabemos que há erros, sabemos a solução, mas individualmente, não somos capazes de mudar uma vírgula de uma lei Municipal dada a impunidade e a violência no Brasil. Não ousamos entrar numa Câmara de vereadores para cobrar nossos direitos porque sabemos que amanheceremos com a boca cheia de formiga.
Foi nesses termos que expressei "limitação", é a impotência outorgada.
Quanto ao artigo da "Folha de são Paulo - 24/03/2011 - CONTARDO CALLIGARIS", o problema é o mesmo que noto quando se vai criticar as religiões e os religiosos, mais especificamente, os seguidores de Jesus: os críticos não lêem o principal fundamento do que vão criticar. Nem mesmo a maioria dos cristão que eu conheço lêem a Bíblia ao ponto de entenderam de per si, ficam a mercê de interpretações alheias. Seria a mesma coisa de eu começar a criticar outras crenças sem saber seus princípios só porque Jesus disse que é o caminho, a verdade e a vida e que ninguém chega ao Pai senão por ele, esquecendo a dimensão histórica e sincrônica dessa declaração.
Não que eu me preocupe com as críticas ao cristianismo, a grande maioria dessas críticas são merecidas, mas é o fato de achar que o cristianismo se reduz à igreja Católica, e que os erros cometidos por ela são os erros de todos os cristãos atuais. Creio sinceramente que nem precisamos de religião e igreja, mas aí é outra história...
As frustações dos desejos de um cristão deve ter um motivo específico pelo fato de que suas aspirações e desejos diferem dos desejos dos que não são cristãos. Então as frustações dos desejos de um cristão se chama jejum. E sinceramente creio que em determinadas situações não agir é a melhor ação. Então o jejum é uma não ação que gera ação.
Outra coisa que acontece, que é oriunda de uma percepção cristalizada historicamente, é de achar que o indivíduo por ser cristão não age. Por exemplo: um policial que seja crente, vai se ajoelhar e pedir a Deus que o bandido seja impedido?, parece improvável, então porque pensar que não irá agir em outras situações?
É o ranço histórico sobre o cristianismo.
Jesus ensina que a fé sem obra é morta, e sabemos que Deus é Verbo, ou seja, ação, então se um cristão está à merce de seus desejos ele deve rever suas apirações. Portanto isto tudo é um questão de fé, e fé não é coisa do homem é dada por Deus, e os mistérios da fé somente acontece quando se crê na existência de Deus e na atuação Dele na nossa vida.