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Setup Terrário MuiLok - Controle digital de Temperatura

  • Autor MuiLok
  • Publish date
  • Atualizado
  • Article read time 6 min read
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Em fase de estudos, para realizar meu primeiro cultivo de cogumelos, percebi que, se alguns parâmetros fossem controlados, além de maior eficiência no cultivo, percebi que isso garantia meu sucesso no cultivo. Como moro em uma região onde as variações de temperatura e umidade relativa do ar oscilam muito, estudei a melhor maneira de monitorar e estabilizar esses fatores, sendo que não tenho tempo hábil durante o dia para cuidar do terrário, e em alguns casos chego a ficar 2 dias sem apreciar meu cultivo.

Após estudos e visualizações dos terrários utilizados pelos colegas aqui do Teo, resolvi dar um novo passo, até antes, acredito, nunca utilizado em um terrário, digamos, caseiro.

Ressalvo que não é necessário tantos “apetrechos” no cultivo de cogumelos, com um simples balde, já é possível , porém cada investimento, traz retorno e garantia de sucesso.

Materiais:


Materiais utilizados para confecção do terrário:
  • 01 caixa de isopor de 60 litros (terrário)
  • 01 caixa de isopor de 8 litros (reservatório)
  • 01 oxigenador de aquário 2 saídas
  • 01 bomba de água de fonte, das menores
  • 10 m mangueira cristal 5/16” x 1,0 mm (parede fina)
  • 2 m mangueira p/ oxigenador
  • 2 pedras porosas
  • 01 termômetro analógico
  • 01 higrômetro analógico
  • tela plástica mosquiteiro
  • acrilon (lã acrílica)
  • vidro 4 mm liso
  • borracha de silicone transparente anti-fungo
  • argila expandida
Material utilizado para confecção do controlador digital MuiLok:
  • Base de madeira
  • 1 conector sindall duplo 6 mm louça ou plástico
  • 01 interruptor bipolar
  • 03 tomadas externas
  • 01 conector sindal duplo plástico 4mm
  • 01 caixa plástica (p/ o controlador)
  • 01 controlador digital de temperatura
  • 01 sensor de temperatura tipo NTC
  • 01 pino macho
  • 03 m fio paralelo 2 x 1,5 mm

O Controlador Digital:


Existem inúmeros controladores de temperatura, e inúmeras marcas. Após estudar a rotina que deveria ser executada pelo controlador, optei por um modelo que atendesse a todas as necessidades que previa, inclusive, com apenas alteração de um parâmetro, posso mudar o controle de resfriamento para aquecimento, interessante pra usar aqui no nosso inverno, onde as temperaturas chegam facilmente próximas de 0°C, as vezes chegando a temperaturas abaixo disso.

Este controlador deve possuir os seguintes dispositivos (mínimo):
  • 01 saída a relé, potência 5 A (amperes), contato NF (normalmente fechado)
  • 01 saída a relé, potência 5 A , contato NA (normalmente aberto)
  • 01 entrada para sensor, tipo NTC
  • alimentação 110/220 v
Pela facilidade de parametrização, custo x benefício, e por já ter utilizado este componente em outros projetos mecânicos, usei um controlador digital marca INOVA INV-083. Quem quiser consultar: www.inova.ind.br.

Sistema de Resfriamento / Aquecimento / Aeração:


Basicamente, com o uso de uma serpentina para circulação de solução, gelada ou aquecida.

A serpentina é montada no terrário, com a mangueira plástica ao redor desta, nas paredes. No meu caso, no meio da altura do terrário, assim, com melhor desempenho. No fundo do terrário encontra-se argila expandida, solução de água de poço artesiano + cloro, e 2 pontos de borbulhadores de aquário submersos, promovendo umidade e troca de ar quase que permanente (isso explico depois). Não é interessante que a serpentina toque a solução e a argila expandida, pois assim, em baixa temperatura, essa deixa de atuar em sua função de promover umidade.

No reservatório (caixa de 8 litros) e no terrário, entrada e saída das mangueiras da serpentina, vedadas com silicone antifungo e encaixadas sob pressão (usa-se um prego aquecido p/ furar o isopor, rapidamente). No terrário, 2 entradas da mangueira do oxigenador, também com mesma técnica (prego menor). Na parede oposta do terrário, abre-se uma janela, e usa-se um filtro, pra promover troca gasosa. O filtro, tipo sanduíche com 2 camadas de tela mosquiteiro, 8 camadas de acrilon. Vedado com fita crepe larga.

Na tampa, fiz 2 janelas, para ficar um apoio entre elas. O vidro, inteiro, grande, foi colado e vedado com silicone na parte interna, evitando assim acúmulo de umidade e/ou contaminantes nas paredes da janela, pois ficam pra fora do terrário, e como o terrário fica um pouco inclinado, não oferece risco de gotejamento em cima do cultivo. Em uma das paredes internas do terrário, em local visível por uma das janelas, está um termômetro e um higrômetro, por onde monitoro as condições internas do cultivo.

Dentro do reservatório, vai a bomba de circulação. Uso uma dessas submersas de fonte, qualquer tamanho, a minha é das menores, e dá conta do recado. Solução suficiente para submergir a bomba + encher a serpentina (talvez nesse momento, dependendo do tamanho da bomba, tem que ajudar a bomba, puxando um pouco de ar da serpentina, depois de cheia, só alegria). Coloca-se gelo (grandes potes pra aguentar bastante tempo). No caso de inverno, uso um aquecedor de aquário de 80 W, que é acionado junto com a bomba, conforme programação do controlador digital.

Sistema de Controle Digital MuiLok:


1 - Funcionamento básico


No controlador, parametriza-se a temperatura ideal desejada. Um sensor de temperatura que encontra-se dentro do terrário faz a leitura da temperatura nesse momento. Se a temperatura do terrário for maior que a parametrizada, o controlador aciona o relé NA, fechando o circuito e acionando a bomba de circulação. Quando a temperatura interna for igual a programada, o controlador desliga a bomba (NA) e aciona o oxigenador, que está ligado no relé NF. Assim, nesse ciclo, sempre que variar 1°C (também programável), aciona novamente a circulação, desliga o oxigenador. Quando o relé da bomba é acionado, um LED acende na interface do controlador. Pode-se optar por o oxigenador ficar ligado permanentemente, mas acredito que como está sendo utilizado, o sistema apresenta bons resultados.

Para baixas temperaturas, como é meu caso no inverno, mudo um parâmetro do controlador, e passo a monitorar o aquecimento. A temperatura externa ambiente é muito baixa, dentro do terrário conseguimos manter a temperatura ideal de cultivo. Usa-se um aquecedor de aquário de 80 W, submerso dentro do reservatório de solução. Em cima de um pires, dentro de um copo... não pode encostar no isopor, senão derrete. Este aquecedor vai ligado junto com a bomba, e são acionados juntos. Do mesmo modo como a condição de resfriamento, quanto atinge a temperatura ideal, desliga bomba e aquecedor, e liga o oxigenador. Pro inverno, o uso de um pequeno cooler na parede oposta a janela com o filtro, é de bom uso, pois com o aquecimento, muita umidade se concentra no vidro.

Atenção: não pode-se ligar muita carga diretamente nas saídas, uma bomba maior e um aquecedor de maior potência, não garanto que o relé do controlador aguente, pois este só suporta carga de 5 A (amperes) por relé. Para maior carga, faz-se necessário o uso de chaves contatoras, e o contato do relé é utilizado para energizar as bobinas destas.

2 - Construção


O controlador é encaixado, através de um corte na tampa da caixa plástica (usa-se um gabarito). Um conector sindal é utilizado para entrada de força (dispensável). Após o conector, um fio é ligado a ele e vai diretamente a uma tomada, tendo energia disponível em tempo total, sem depender do controlador. Pode-se utilizar esta para os mais variados fins, pra ligar túnel de vento, iluminação, cooler, o aquecedor que uso durante a fase de colonização dos bolos, ou para troca gasosa permanente.

Mais um fio duplo é ligado ao conector de entrada de força, que passa pelo interruptor bipolar. Esse interruptor garante que o sistema não terá nenhum ponto energizado, quando desligado, pois interrompe os dois fios, positivo e negativo, a qual não sabemos qual é sem o uso de uma chave teste. O fio sai do interruptor e segue, para dentro da caixa, e é ligado nos pontos de alimentação do controlador digital.

Muita atenção nesse passo: coloca-se na base 2 tomadas externas, às quais serão ligados o oxigenador e a bomba de circulação. Saindo da tomada da bomba, os 2 fios são ligados ao controlador, no contato NA. Do mesmo modo, os 2 fios da tomada do oxigenador são ligados ao controlador no contato NF. Prende-se na base, através de parafuso, um conector sindal duplo, a qual é ligado o sensor de temperatura, que possui 2 fios. Estes 2 fios que saem do conector, são ligados no controlador, na saída do sensor. É através deste que é monitorada a temperatura interna do terrário, na qual é visualizada na interface do controlador.



Taí Irmãos, estou dividindo esta experiência com vocês aqui do Teo. Acredito ter criado um bom dispositivo, mostra-se muito útil pra quem não pode estar toda hora cuidando do seu cultivo, além de garantir um equilíbrio de condições climáticas para os cogumelos.

Procurei explicar de uma forma acessível pra todos poderem construir o seu, não é difícil, e seguindo a risca os passos das ligações, não precisa ter conhecimento nenhum para montar, apenas atenção e um pouco de capricho. Espero ter conseguido isso.

Um agradecimento todo especial ao pessoal que me auxilia no cultivo, cada um sabe de quem falo. Um outro grande agradecimento aos Pimpos e ao MuiLokCão, que assim como no cultivo, me auxiliaram na construção do terrário. Eles recebem sempre suas recompensas...tá na foto!

Se alguém tiver alguma dúvida, estou a disposição pra ajudar todo mundo.

Muita Paz, Muita Luz !
Sobre o autor
MuiLok
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MuiLok
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