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Completo Xapuris em fibra de coco e vermiculita

Diário de cultivo completo.
Continuando os testes com fibra de coco, este é o segundo cultivo com a mesma (o primeiro está em A+ albino em fibra de coco). Dessa vez resolvi misturar fibra de coco e vermiculita na proporção 50/50, como base "inerte" do substrato.

Início da preparação em 10/01/2015.

A fibra de coco é de uma marca chamada Coco Verde, com volume declarado de 3 litros e peso declarado de 500 g. É a mesma que usei no cultivo anterior. Medi dois copos de requeijão de 250 ml de fibra seca, compactada. Em seguida picotei-a bem com uma tesoura. Algumas fibras grandes escaparam, mas no geral ficou satisfatório.

Resolvi usar um pouco de gesso, como indicado pelo @Mauricio. Como fonte de gesso usei uma atadura gessada. Cortei dois pedaços de 12 X 12 cm e amassei para o gesso cair na fibra. Acho que caiu uma quantidade até maior do que a necessária. Em seguida misturei a fibra e o gesso com os grãos. Um copo e meio daqueles de 250 ml requeijão de arroz integral agulhinha (branco com vermelho), e meio copo do mesmo de lentilha. Não foi tão fácil de misturar como eu esperava. A fibra de coco formou aglomerados difíceis de desfazer.

Coloquei água e fervi numa panela durante meia hora. No final da fervura aproveitei para misturar de forma mais homogênea e coloquei para escorrer durante outra meia hora. Por fim adicionei mais dois copos de vermiculita (média) e fiz a mistura final. Nessa fase é que consegui finalmente deixar tudo homogêneo. Meia hora de fervura deixou os grãos bem cozidos, úmidos mesmo após a secagem, e inchados.

Coloquei nos copos, e usei um selo de vermiculita superior. Rendeu bem mais que o usual. Treze copos de 250 ml e mais um de 220 ml. Tampa de papel alumínio duplo.

Em 10/01 mesmo esterilizei a primeira leva de quatro copos. Segunda leva de quatro copos esterilizada em 11/01. Terceira leva esterilizada em 12/01 e os últimos dois copos esterilizados em 13/01. Guardei os copos esterilizados na geladeira. Todos os copos esfriaram na panela de pressão e foram imediatamente vedados após serem retirados da mesma, após terem esfriados completamente.

Em 24/01 preparei uma solução de esporos de Xapuri com um frasco recém aberto de solução fisológica, e deixei hidratando por 24 horas.

Desses quatorze copos inoculei oito em 25/01 com a solução de esporos de xapuris. Limpei antes os copos com álcool 70 e inoculei três furos por copo, 025 ml a 0,5 ml por furo, na tampa aberta do forno quente. Flambei a agulha em uma das bocas do fogão entre cada copo.

Primeiros sinais de germinação 28/01. Micélio bem desenvolvido em 30/01. O micélio impressionou pela velocidade e vigor, embora as fotos não ajudem muito. Nesse início o micélio ficou mais algodoado, mas depois apresentou setores bem rizomórficos.

XAP 1 30-01.JPG XAP 2 30-01.JPG XAP 3 30-01.JPG

Em 17/02 os bolos estavam totalmente colonizados, exceto por alguns poucos locais onde um grão, geralmente de lentilha, grudou no vidro. Sacudi e bati de leve nos copos para soltar os bolos e os inverti, colocando a abertura para baixo. Assim o bolo ficou solto dentro do copo e com espaço entre o substrato e a parede do copo. A idéia era que o micélio crescesse e avançasse sobre esses grãos que antes estavam grudados, mas que agora estavam na superfície do bolo. A estratégia funcionou, e o micélio cobriu também esses grãos, exceto em um caso, que retirei quando fui colocar os bolos no dunk.

Bolos totalmente colonizados há mais de uma semana em 26/02. Aniversariei e coloquei em dunk e cold-shock.

Quando tirei os bolos dos copos notei que perderam um pouco do volume. Diria até que um pouco mais que o usual do que nas preparações que fiz com somente com arroz integral e vermiculita, e cozinhando um pouco menos o arroz.

Abaixo, bolos totalmente colonizados no recipiente onde fiz o dunk.

Bolos XAP prontos para o dunk.JPG

Em 28/02, após umas 40 horas de dunk, retirei os bolos, fiz um roll e coloquei-os em um terrário de isopor de 60 litros. No terrário fiz quatro aberturas para ventilação, de aproximadamente 10 x 3 cm cada uma, cobertas com esparadrapo transpore tanto pelo lado de dentro como pelo lado externo.

O micélio cresceu agressivamente por entre a vermiculita do roll. Mantive um regime de quatro ventilações manuais por dia, e duas borrifadas de água, uma de manhã e outra à noite.

Ontem, 06/03, vi os primeiros pins em um dos bolos.

Hoje estão assim. Pins em pelo menos seis dos bolos.

Pins em 07-01.JPG

Foto mais próxima dos dois bolos mais desenvolvidos:

Pins em 07-01 b.JPG
 
Última edição:
Fotos de hoje à noite. Não ficaram boas, mas dão uma ideia geral de como estão os bolos.

Todos os bolos com pins.

Cogumelos 09-03_.JPG


Desses dois já vou ter que colher algo, visto que alguns cogumelos estão crescendo para baixo.

Cogumelos 09-03a_.JPG
 
Última edição:
O micélio cresceu agressivamente por entre a vermiculita do roll.
Realmente, bem incomum. Legal usar o gesso, faz tempo que não via. Xapuris são uma delícia!
 
Realmente, bem incomum.

De início pensei até que havia algo errado, principalmente nos dois bolos da segunda fileira, a partir da esquerda, mas era claramente micélio de cubensis, então não havia nada a fazer senão deixar rolar.

E o micélio realmente está em toda a vermiculita. Tanto que nem consigo gotejar água na camada superior de vermiculita que coloquei em cima do bolo, como normalmente faço. Tentei e a água escorre, pois ela está compactada por causa do micélio.

Achei a strain uma ótima colonizadora e bem agressiva. Se quisesse poderia ter aniversariado os bolos vários dias antes.
 
Tá difícil manter esses cogumelos em pé ?
Agora não dá mais para fazer, mas depois que voce colher todos, faça uma cerca com garrafa de pet ao redor de cada bolo para os frutos se apoiarem.
Corte a garrafa (as de 3 lt são bem largas) em cima e em baixo de tal forma que fique um cilindro, ajuste a altura (uns 10 cm é suficiente) e envie em cada bolo.
Se ficar estreita (muito colado ao bolo), abra o cilindro com um corte longitudinal e ajuste o diametro com tiras
 
Tá difícil manter esses cogumelos em pé ?

Eles estão caindo sim, mesmo crescendo em bolos e portanto bem menores que os seus, em bulks.

Como não tenho tanto espaço nesse terrário de início vou colher os que se inclinarem mais e deixar os que ficarem mais retos para carimbar.

Acho que tenho que fazer ajustes na iluminação também. Cortei a tampa do isopor e coloquei um pedaço de acrílico para a luz do ambiente servir como orientação, mas acho que está pequeno, e a luz passa também por baixo, pela abertura coberta com transpore, confundindo os cogumelos.
 
Eles estão caindo sim, mesmo crescendo em bolos e portanto bem menores que os seus, em bulks.

Como não tenho tanto espaço nesse terrário de início vou colher os que se inclinarem mais e deixar os que ficarem mais retos para carimbar.

Acho que tenho que fazer ajustes na iluminação também. Cortei a tampa do isopor e coloquei um pedaço de acrílico para a luz do ambiente servir como orientação, mas acho que está pequeno, e a luz passa também por baixo, pela abertura coberta com transpore, confundindo os cogumelos.

Eu creio que estipe longa e chapeu pequeno pode ser grande acumulação de CO2 ou então iluminação baixa. Se eles tiverem crescendo em direção aos buracos do seu terrário, pode ser problema de pouca troca de ar.
 
Eu creio que estipe longa e chapeu pequeno pode ser grande acumulação de CO2 ou então iluminação baixa.

Olhando as fotos é possível ver o tamanho dos buracos, então certamente o problema não é "grande acumulação de CO2". Além do que, esse é um tema controverso. O problema maior pode ser baixa iluminação e/ou genética.

Se eles tiverem crescendo em direção aos buracos do seu terrário, pode ser problema de pouca troca de ar.

Juro que me esforcei, mas não vi lógica nessa sua afirmação. Digamos que um terrário está com iluminação adequada, mas com baixa troca de ar, ainda assim os frutos vão crescer em direção aos buracos? :confused: Por favor, você poderia elaborar melhor a sua afirmação? Se possível com citação de algum cultivador experiente.
 
Fiz o seguinte teste: fiz duas aberturas opostas cobertas com filtros de café no meu saco/terrário bem próximas ao fundo do saco e abaixo do nível do bulk pra ver se procedia essa informação. O resultado foi que não notei nenhuma diferença positiva.

O que realmente faz diferença é deixar uma das aberturas cobertas por filtro direcionada estrategicamente a alguma corrente de vento seja ela por cooler, ventilador, janela, varanda...

Que acumula gás carbônico no terrário pode até ser, mas o que não acredito é nesse deposito no fundo. O que mais parece é que esta disperso pelo terrário.
 

Anexos

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Juro que me esforcei, mas não vi lógica nessa sua afirmação. Digamos que um terrário está com iluminação adequada, mas com baixa troca de ar, ainda assim os frutos vão crescer em direção aos buracos? :confused: Por favor, você poderia elaborar melhor a sua afirmação? Se possível com citação de algum cultivador experiente.



Uma imagem vale mais que mil palavras. Nessa foto você pode notar que os cogumelos estão crescendo em direção ao filtro de polyfill. Pode notar também a quantidade excessiva de penugem nascendo na base do cogumelo. Esses são sinais de pouca troca de ar.

132963840-blaaaaaa_008.jpg
 
Última edição por um moderador:
Aposto minhas fichas nesse caso, na baixa troca gasosa mais a genética.
Essas strains ainda não pré estabelecidas geneticamente, necessitam de troca gasosa frequente (3xhr).
Com os primeiros VALE DO CHOPIM tbem encontrei dificuldade com fenótipo correto.
 
Nessa foto você pode notar que os cogumelos estão crescendo em direção ao filtro de polyfill.

Nessa foto os cogumelos estão crescendo em todas as direções, visto que o terrário é transparente. Se você realmente for ver os que parecem se inclinar para os filtros de polyfill são somente três, no centro, do lado direito.


Pode notar também a quantidade excessiva de penugem nascendo na base do cogumelo.

Pois é, nesse cultivo os meus não apresentam essa penugem na base.
 
Bem, pessoal, estou dando por completo esse cultivo. A produção foi boa, mas não tirei fotos dos cogumelos adultos.

Não sei se devido à genética da strain ou às condições do terrário não houveram propriamente flushes, mas sim cogumelos surgindo mais ou menos regularmente nos bolos, após a primeira explosão de pins.

Gostei da strain.
 
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