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Vegetarianismo

Menos pensamento crítico e mais Amor Equador!


Sem pensamento crítico você fatalmente será enganado. Se não se importar vá em frente.

Tem um tópico sobre taoísmo. Basta procurar no Perspectivas Multidimensionais.
 
Muito, muito, muito obrigado mesmo Ecuador! (Cara esse fórum é demais e você ajuda a cuidar dele, isso é muito bom!)
Pedi só por menos dele, acredite, o Amor é mais!
O Amor mostra tudo sem crítica, é difícil quem não senti entender.
Talvez comer muita carne faça com que fique meio anestesiado haha brincadeira remador, só pra abordar o assunto do tópico.
Me importo sim, e peco (erro o alvo) muito ainda, mas to buscando o melhor pra todo mundo, peço sua ajuda aí na caminhada, desculpa se ofendi em qlq momento, tenho muito que aprender com as palavras também.
 
Última edição:
Bem, o desmatamento é um problema. Mas o sistema pode não ser tão simples assim. A Europa, por exemplo, pôs abaixo quase tudo. Só resta 0,3% da vegetação nativa preservada na Europa, e continua chovendo por lá. A Ásia também perdeu boa parte das florestas, ainda mais nas regiões de ocupação humana mais antiga.

No meu entendimento o sistema não é simples, justamente por isso é tão difícil chegarmos a um consenso.
O fato de continuar chovendo na Europa não significa que a coisa corre como deveria ser. Como está a intensidade dessas chuvas? E a distribuição dessas chuvas?

Como não vivo na Europa, não posso argumentar esses valores. No entanto tenho um exemplo bem nacional.
A grande maioria aqui deve saber que São Paulo tem o título de "terra da garoa". Essa garoa era muito comum há muitos anos, no Outono. Hoje não ela não ocorre mais e isso é um fato.

Ora, o que mudou no ambiente para que um evento natural deixasse de ocorrer?
Além do fato de termos arrasado a vegetação nativa, temos o aumento da área construída onde o concreto além que acumular calor, rouba a umidade pela impermeabilização do solo e absorção da umidade atmosférica.

Se diminuirmos o zoom da nossa lente para observar uma amostragem maior, veremos que continua chovendo em São Paulo e os jornais estão aí, todos os anos, confirmando isso. E ainda assim nossas represas secam. Nessa afirmação estou desconsiderando fatores como o consumo humano.

Por menor que seja a alteração de uma variável, essa alteração causará uma readequação em todo o sistema.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Efeito_borboleta

Já desvirtuei demais do tema do tópico e peço desculpas. Mas não poderia deixar de reforçar meu ponto de vista.

Abraços!
 
Concordo que a REDUÇÃO do consumo de carne deva ser praticada por todos, isso se torna óbvio para quem se aprofunda nas preocupações sociais e ambientais, e com o próprio corpo também, mas fica difícil engolir esse sensacionalismo descarado e essa fábrica suja de ilusões desses vídeos de vegetarianos. É simplesmente patético!
 
Última edição:
No meu entendimento o sistema não é simples, justamente por isso é tão difícil chegarmos a um consenso.
O fato de continuar chovendo na Europa não significa que a coisa corre como deveria ser. Como está a intensidade dessas chuvas? E a distribuição dessas chuvas?

Como não vivo na Europa, não posso argumentar esses valores. No entanto tenho um exemplo bem nacional.
A grande maioria aqui deve saber que São Paulo tem o título de "terra da garoa". Essa garoa era muito comum há muitos anos, no Outono. Hoje não ela não ocorre mais e isso é um fato.

Ora, o que mudou no ambiente para que um evento natural deixasse de ocorrer?
Além do fato de termos arrasado a vegetação nativa, temos o aumento da área construída onde o concreto além que acumular calor, rouba a umidade pela impermeabilização do solo e absorção da umidade atmosférica.

Se diminuirmos o zoom da nossa lente para observar uma amostragem maior, veremos que continua chovendo em São Paulo e os jornais estão aí, todos os anos, confirmando isso. E ainda assim nossas represas secam. Nessa afirmação estou desconsiderando fatores como o consumo humano.

Por menor que seja a alteração de uma variável, essa alteração causará uma readequação em todo o sistema.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Efeito_borboleta

Já desvirtuei demais do tema do tópico e peço desculpas. Mas não poderia deixar de reforçar meu ponto de vista.

Abraços!
entao to louco que dia sim dia nao baixa a garoa as 15- 16 da tarde e prossegue ate as 21 horas. chapinha aqui NEVER.
 

ENTREVISTA COM DAVID PEARCE

(JANEIRO DE 2011)

QUESTIONS:

(1) Em que sentido o abolicionismo e o veganismo são importantes na construção de uma sociedade mais ética e solidária atualmente?
DP: Vamos usar um exemplo concreto. Considere um porco. Um porco possui a capacidade intelectual – e criticamente, a capacidade de sofrer – de uma criança humana. Nós reconhecemos que crianças têm direito de serem amadas e bem cuidadas. Em contraste, nós criamos e matamos milhões de porcos usando métodos que nos condenariam à prisão perpétua se nossas vítimas fossem seres humanos. Naturalmente, um porco não é um membro da “nossa” espécie. Porém, a questão não é se existem diferenças genéticas entre membros de diferentes raças ou espécies, mas sim se essas diferenças são moralmente relevantes. Ao contrário dos seres humanos, os animais não-humanos não possuem a estrutura neocortical que possibilita o uso da linguagem. Ainda assim, por que esse módulo funcional conferiria algum tipo de status moral único sobre quem o possui? Os humanos surdos-mudos deveriam ser tratados da mesma maneira que tratamos “animais estúpidos”? Intuitivamente, nós pensamos que os seres humanos são “mais conscientes” do que os animais não-humanos que exploramos. Isso acontece porque a maioria dos seres humanos adultos é mais inteligente do que a maior parte dos animais não-humanos. Mas há qualquer evidência para se fazer uma conexão entre aptidão intelectual e intensidade da consciência? O que mais impressiona é como as experiências mais “primitivas” pelas quais passamos, como por exemplo, a agonia em seu estado bruto ou o pânico cego [blind panic], são algumas das sensações mais intensas que um ser humano pode sentir, visto que a maior parte das experiências cerebrais – e.g. geração de linguagem ou prova de teoremas matemáticos – são fenomenologicamente tão frágeis quanto pouco acessíveis à introspecção. Em suma, ninguém precisa ser inteligente para sentir uma angústia profunda. Há uma corrente de evidências evolucionárias, comportamentais, genéticas e neurocientíficas que sugere que os animais não-humanos que exploramos e matamos sofrem intensamente – assim como “nós”. Então o que é preciso, creio eu, é um sentido desse “nós” mais inclusivo e solidário, capaz de abarcar todos os seres sencientes.
Um consumidor de carne poderia responder que deveríamos valorizar uma criança humana mais do que um animal não-humano funcionalmente equivalente porque a criança possui o “potencial” de se tornar um ser humano adulto intelectualmente maduro. Ainda assim, esse argumento simplesmente não funciona pelo fato de que consideramos uma criança portadora de uma doença progressiva que nunca completará o seu terceiro aniversário tão digna de amor e respeito quanto os jovens que estão se desenvolvendo normalmente. Pela mesma razão, as limitações intelectuais dos animais não-humanos são motivos para dar-lhes um maior cuidado e proteção, não para explorá-los.
Talvez uma pequena nota terminológica seja útil aqui. O termo “vegano” já está bem definido. Um vegano é um vegetariano estrito que não consome produtos de origem animal. Em contraste, “abolicionista” possui múltiplos sentidos. Neste contexto em particular, dois são relevantes. Um sentido deriva da bioética: abolicionistas acreditam que deveríamos utilizar biotecnologias para eliminar gradativamente todas as formas de sofrimento, tanto de humanos quanto de não-humanos. O segundo sentido deriva dos escritos do jurista americano Gary Francione. Francione argumenta que os animais não-humanos requerem apenas um único direito, isto é, o direito de não serem considerados como propriedade. Por conseguinte, nós deveríamos abolir o status dos animais não-humanos como propriedade. Assim sendo, é certamente possível ser um abolicionista em ambos os sentidos. Mas eles refletem perspectivas distintas: é possível ser um abolicionista num sentido e não ser no outro.

(2) Por que não deveríamos consumir produtos de origem animal?

DP: Atualmente, centenas de milhões de pessoas no mundo desfrutam de um estilo de vida vegano livre de crueldade. As tradições culturais do subcontinente indiano são em sua maioria veganas. Uma pequena, porém crescente minoria de pessoas no mundo ocidental também tem adotado um estilo de vida vegano livre de crueldade. Se alguém consome animais e produtos de origem animal é, em última instância, por uma questão de escolha. Abandonar o consumo de alimentos de origem animal não exige nenhum sacrifício pessoal heróico – apenas leve inconveniência pessoal. De fato, se alguém se arrisca a explorar a culinária vegana, há uma imensa variedade de pratos para se escolher. Isso deriva do fato de que há milhares de espécies de vegetais, contra apenas alguns tipos de carne. Então, eticamente, creio que precisamos nos perguntar: o prazer de muitos consumidores que advém do consumo da carne de animais mortos é moralmente mais importante do que o sofrimento que provém de sua produção? Podemos justificar “possuir” outro ser vivo senciente – seja humano ou não-humano? Alegando que direito?
Não tentarei combater o amoralismo ou o niilismo moral aqui. Niilistas morais asseveram que todos os julgamentos de valor são puramente subjetivos, ou seja, nem verdadeiros e nem falsos. Contudo, mesmo os niilistas morais comumente lastimam o abuso de crianças. Na medida em que o abuso infantil é moralmente errado, então é arbitrário negar que o abuso de criaturas funcionalmente equivalentes também seja moralmente errado.

(3) Quais são os desafios enfrentados pelo abolicionismo e pelo veganismo atualmente em face à indústria da carne e o cultivo maciço de soja e milho para alimentar o gado?

DP: Talvez o desafio mais difícil seja a apatia moral. George Bernard Shaw acertadamente observou que “o costume faz as pessoas conviverem com qualquer atrocidade”. Infelizmente, essa observação não é menos verdadeira hoje em dia. Se pressionadas, muitas pessoas – quem sabe a grande maioria – reconhecerá que a criação intensiva de animais é cruel. Porém, logo em seguida, a maior parte dessas pessoas dará de ombros e continuará consumindo carne e outros produtos de origem animal exatamente como antes. Outros consumidores de carne parecem pensar que as fazendas de criação apenas amontoam um pouco os animais, os quais são abatidos de maneira indolor, da mesma forma que um animalzinho de estimação é posto para dormir por um veterinário bondoso. Poucos de nós estiveram dentro de matadouros.
Nem todos os consumidores de carne são relutantes para entrar em discussões morais. Alguns intelectuais tentam racionalizar o interesse próprio com a assim chamada Lógica da Despensa [http://www.abolitionist.com/resource/logic-of-the-larder.html]. A Lógica da Despensa é o argumento de que se os animais não-humanos não fossem criados intensivamente para serem consumidos, então eles não existiriam – a suposição aqui é que a vida em fazendas de criação é ao menos minimamente válida de ser vivida. Então, em certo sentido, nossas vítimas estariam involuntariamente endividadas conosco. Tal como está, esse argumento justificaria a criação de bebês humanos para consumo, não apenas animais não-humanos. O argumento por analogia também permitiria a escravidão humana, se os escravos fossem criados para esse propósito. Mas voltando ao ponto, animais criados intensivamente passam a maior parte de suas vidas abaixo do “zero hedônico”. Em muitos casos, sua aflição é tão desesperadora que eles têm de ser impedidos de mutilarem-se a si mesmos. A crença de que os seres humanos estão fazendo algum tipo de favor aos animais criados intensivamente requer uma extraordinária capacidade de auto-engano.
É importante salientar que o tormento suportado pelos animais criados intensivamente é um sofrimento institucionalizado, não um “abuso” isolado. Companhias na “indústria” da carne têm a obrigação legal de maximizar o lucro dos acionistas. Mesmo que essas companhias quisessem tratar os animais em cativeiro de maneira menos insensível, essas reformas seriam ilegais se as medidas de bem-estar diminuíssem o valor do acionista, pois o custo empurraria as empresas “ineficientes” para fora do mercado.
Então, o que pode ser feito?
Bem, creio que uma estratégia dupla seja vital. Por um lado, precisamos nos valer de argumentos morais e campanhas políticas para a conscientização acerca do sofrimento dos animais não-humanos. Muitos consumidores de carne parecem ficar verdadeiramente chocados quando assistem filmagens clandestinas de fazendas de criação e abatedouros que expõem o que realmente acontece. “Se os matadouros tivessem paredes de vidro, seríamos todos vegetarianos”, dizia Paul McCartney. Talvez não, mas certamente o processo de conversão aceleraria. Mais controversamente, contudo, creio que precisamos de uma segunda alternativa quando a persuasão moral falha: a tecnologia da carne in vitro. O desenvolvimento de uma deliciosa carne cultivada em laboratório livre de crueldade cujo sabor e a textura são indistinguíveis da carne de animais intactos será potencialmente viável em grande escala, saudável – e barata. A primeira conferência mundial sobre carne in vitro ocorreu em Oslo, na Noruega em 2008. Eu peço a todos para que apóiem a New Harvest [http://www.new-harvest.org/] uma organização sem fins lucrativos voltada para a pesquisa que trabalha para desenvolver carne cultivada em laboratório.
Alguém poderia supor que a maioria dos consumidores de carne jamais comeria um produto “não natural” caso a carne cultivada em laboratório chegue até o mercado. Mas um momento de reflexão acerca das condições insalubres e desnaturais dos animais criados intensivamente nos mostra que o argumento “Ai, que nojo!” não tem muito efeito. De fato, o nosso sentimento de aversão pode até mesmo atuar em prol dos produtos livres de crueldade, em vez de animais despedaçados. Se os consumidores soubessem o que realmente vai junto com a carne e os laticínios – os úberes das vacas com mastites e tumores que caem dentro do leite, porcos cheios de abscessos indo direto para o moedor, gripe suína, hormônios de crescimento bovino, imensas quantidades de antibióticos que diminuem a resistência humana, contaminações desenfreadas por E. coli, etc. – então, provavelmente, não iriam querer comprá-los por qualquer preço que fosse. Sem dúvida, com a atual tecnologia, nós podemos produzir apenas carne in vitro com a qualidade similar a carne moída, mas futuramente será possível criar e produzir em massa filés. A maior incerteza é quanto tempo isso levará para acontecer.
Eu sei que muitos ativistas pelos animais ficam nauseados frente à perspectiva da carne in vitro. Eu também. A clareza moral total não seria melhor? Se eu vejo um açougue ou carne de qualquer tipo, logo penso em Auschwitz. Ainda assim, muitos consumidores de carne salivam ao sinal de carcaças de animais e afirmam que jamais poderiam desistir disso. Nutricionalmente, isso é um absurdo, mas creio que devamos adotar o desenvolvimento de carne cultivada em laboratório, pois sua produção em massa e comércio possibilitará que os moralmente apáticos também adotem uma dieta livre de crueldade. Quando a maior parte da população mundial fizer a transição para uma dieta vegana ou com base no consumo de carne artificial, prevejo que a criação de outros seres sencientes para o consumo humano tornar-se-á ilegal segundo as leis internacionais – da mesma forma que a escravidão humana hoje em dia. Naturalmente, vaticinar os valores de gerações futuras tem muitas armadilhas. Mas suspeito que nossos descendentes olharão para trás acerca de como seus ancestrais tratavam os membros de outras espécies, não apenas de maneira imoral, mas como um crime lado a lado com o Holocausto. Como observou Isaac Bashevis Singer, escritor judeu e ganhador do prêmio Nobel em Literatura, em seu livro The Letter Writer(1968), “Para os [animais], todos os humanos são nazistas, para eles é uma eterna Treblinka”.

(4) Em que medida a prática do veganismo e do abolicionismo demonstra uma preocupação com relação à alteridade e a saúde da Terra num sentido mais amplo?

DP: Um estilo de vida vegano e o comprometimento com o amplo Projeto Abolicionista certamente é capaz de expressar um grande respeito para com a vida no planeta Terra. Ahimsa significa não-agressão (literalmente: o ato de evitar a violência – himsa), e é um importante princípio das religiões do subcontinente indiano, principalmente do budismo, hinduísmo e mais especialmente do jainismo.
A abolição do consumo da carne vermelha também reduziria os gases emitidos pelos bovinos e caprinos que contribuem para o aquecimento global – um dos maiores problemas globais que enfrentamos nesse século e mais adiante. Contudo, igualmente, a prática do veganismo pode expressar uma aversão puramente secular à crueldade e ao sofrimento. Um ateu cuja vida interior é um deserto espiritual também pode aceitar o compromisso para com o bem-estar de toda a vida senciente. Para sermos bem sucedidos, precisaremos formar a mais ampla coalizão de ativistas, simpatizantes, religiosos e humanistas seculares possível.

(5) Como podemos compreender os assim chamados pós-humanos no século XXI quando milhões de pessoas continuam alimentando-se de carne e, por conseguinte, com sofrimento e morte?

DP: A adoção global de uma dieta livre de crueldade marcará uma importante transição evolucionária no desenvolvimento da civilização. Essa mudança pode levar séculos. Por outro lado, é possível que a combinação do ativismo pelos animais e do desenvolvimento da tecnologia da carne in vitro provoque uma revolução alimentar em escala global dentro de algumas décadas. Mas a transformação em pós-humanos está mais longe de alcance do que a adoção pessoal de um estilo de vida livre de crueldade. Animais “selvagens” livres também sofrem terrivelmente – devido à fome, sede, doenças e predação. A vida darwiniana na Terra é baseada em exploração – basicamente, as criaturas vivas devoram umas as outras. A “cadeia alimentar” pode aparentar ser um fato perpétuo da Natureza, lado a lado com a segunda lei da termodinâmica. Por centenas de milhões de anos isso tem sido verdade. Ainda assim, uma resposta fatalista acerca da “Mãe Natureza, rubra nos dentes e nas garras” subestima o poder transformador sem precedentes da ciência moderna sobre o mundo vivo. Recentemente, nós deciframos o código genético, a biotecnologia potencialmente nos permitirá reescrever o genoma vertebrado, redesenhar o ecossistema, regular a fertilidade de uma espécie inteira através da imunocontracepção e, finalmente, abolir o sofrimento de todo o mundo vivo [http://www.abolitionist.com/reprogramming/portugues/index.html].
No presente momento, esse tipo de cenário pode soar de maneira fantástica, para não dizer ecologicamente surreal. Porém, esse projeto é tecnicamente viável, ainda nesse mesmo século. Os maiores obstáculos para um mundo sem sofrimento são éticos e ideológicos, não técnicos.

(6) Em que sentido o veganismo e o abolicionismo depõem os seres humanos de sua posição antropocêntrica?

DP: A tradição judaico-cristã – e, de fato, todas as religiões abraãmicas – colocam o Homem no centro do universo. Essa concepção de humanidade é difícil de ser conciliada com a teoria da evolução por seleção natural e a síntese neodarwinista. Mas suponha que Deus exista. Todas as tradições concordam que o Deus Todo Poderoso é infinitamente compassivo. Se meros mortais são capazes de considerar o bem-estar de toda a criação senciente, poderíamos supor que Deus é mais diminuto que os seres humanos na vastidão ou profundidade de Sua compaixão? Essa limitação na benevolência divina parece pouco coerente. Lembre-se de como o Livro de Isaías prevê o dia em que o leão se deitará junto ao cordeiro. Bem, a habilidade humana pode fazê-lo – mas não apenas através de orações. Um mundo livre de crueldade pode surgir somente através do uso compassivo da biotecnologia: carnívoros verdadeiros e outros predadores geneticamente redesenhados [genetically re-engineering]; controle de fertilidade entre espécies; implantes de neurochips; vigilância e monitoramento via GPS; nanorobôs nos ecossistemas marinhos; e uma série de intervenções técnicas que estão além da imaginação pré-científica.

(7) Como o veganismo poderia ajudar as pessoas a mudar seus hábitos alimentares e reduzir a fome mundial?

DP: Uma transição global para uma dieta vegana livre de crueldade não ajudará apenas os animais não humanos. Essa mudança também ajudará os seres humanos desnutridos que não podem se beneficiar dos grãos que atualmente servem para alimentar os animais criados intensivamente. Para esses animais isso não é apenas cruel; também é energeticamente ineficiente. Vamos usar um exemplo: Durante as últimas décadas milhões de etíopes morreram por “escassez alimentar”, enquanto na Etiópia são cultivados grãos que são vendidos para outros países com a finalidade de alimentar o gado. Os hábitos dos consumidores de carne ocidentais elevam o preço dos grãos, dessa forma os pobres dos países em desenvolvimento não podem se dar ao luxo de comprá-los. Consequentemente, milhões deles passam fome. Em minhas obras, exploro soluções futurísticas e hi-tech para o problema do sofrimento. Mas qualquer um que realmente queira reduzir o sofrimento de humanos e não-humanos deveria adotar um estilo de vida vegano livre de crueldade.


fonte:
http://www.hedweb.com/animals/interview-br.html
 
Isso não deveria agradar nem aos gaúchos...
 
A comida está sendo planejada propositalmente para matar a pop...
 
falando em instinto…
 
Segundo alguns religiosos peixes, bois, aves, etc. foram feitos por Deus para serem comidos pelo homem, o que vocês acham do grande sofrimento que a humanidade impõe a estes animais tão adoráveis?
 
Segundo alguns religiosos peixes, bois, aves, etc. foram feitos por Deus para serem comidos pelo homem, o que vocês acham do grande sofrimento que a humanidade impõe a estes animais tão adoráveis?

E se foram?
Esses religiosos tb disseram que os animais devem sofrer para nos alimentar?
Os judeus, por exemplo, possuem regras muito claras para o abate de animais, visando o menor sofrimento possível.
 
Me tornei vegetariano em 2010, após minha primeira experiência com Ayahuasca. Fui vegano durante alguns meses, mas não consegui seguir a dieta por questões externas - dificuldade de organizar o tempo entre alimentação e trabalho -, pois é uma dieta que exige um alto nível de planejamento para ser saudável.
Em 2012, por insistência de uma amiga nutricionista sobre a carência de vitamina B12 e proteína, voltei a comer peixe.
Em 2014, minha amiga virou vegetariana (!), e eu voltei a ser.
Como oleaginosas, ovos e sementes todos os dias para balancear a proteína e a B12. Feijão, grão-de-bico e grãos cerca de 3x por semana.
 
Admiro quem consegue ser vegetariano mas pro Jabhão não rola não. Carnes são meus alimentos prediletos. Sou um onívoro por definição.

Inclusive fazer churrasco sob efeito de uma baixa dosagem de cubanitos é muito bom...Eu achava que talvez os efeitos das psilocina/binas pudessem atrapalhar na arte de se assar um churras mas estava enganado, há uns meses atrás pilotei a churrasqueira com maestria (mas sem modéstia hehehehe) sob o efeito, fiquei impressionado como deu pra manter uma atenção absoluta nos tempos das diferentes peças e intensidade da brasa...Ficou perfeito e foi muito elogiado pelos comensais presentes hahahahaha. Confesso que fiquei meio preocupado à princípio com o manejo da brasa e do passador (de fato cortei o dedo no pico do excesso de confiança hahahaha, nada grave e que não tenha feito muito pior bêbado) mas na real foi de boíssima. Cheguei mesmo a cortar um toco que não cabia na churrasqueira com facão da maneira mais ninja que já fiz na vida, foi incrível como estava com um foco absoluto e cada golpe foi entrando no angulo e força perfeitos para tirar a maior lasca da madeira, um brother foi tirar onda achando que eu ia fazer merda e teve que dar o braço a torcer.

Dosagem baixa, recreativa, óbvio.

Quanto ao vegetarianismo em si acho plenamente válido e louvável pra quem gosta, conheço muita gente que não digere bem carne e vive muito bem sem ela. Quanto ao impacto ambiental e crueldade de fato a indústria da carne é péssima...Mas poucas indústrias não o são, tem mais a ver com o sistema socioeconômico geral do que com esse setor específico, de certa forma quase toda a mercadoria e serviço está ligado de alguma maneira com exploração, violência, devastação ambiental e sofrimento animal ou humano. Só pelado no meio do mato morando numa toca se estaria plenamente livre de colaborar indiretamente com algum tipo de injustiça. Triste mas é fato. Acredito que devemos atuar na melhoria do atual sistema da melhor forma que possamos e não usar o fato dele ser podre como desculpa para agirmos de forma escrota também mas da minha chuleta desculpem-me os vegetarianos: Abro mão não....
 
Vegetarianismo pode ajudar a salvar o mundo

Essa é para polemizar mesmo.

Dizem as línguas carnívoras que se a maior parte das pessoas deixasse de comer carne faltaria verdura na mesa. Enganam-se.

Uma pesquisa alemã garante: para cada quilo de carne chegar ao prato, outros seis quilos de vegetais foram ingeridos pelo gado.

É por isso que 80% das terras de agricultura do mundo são usadas justamente para produzir alimentos para esses animais. Imagine, então, se esse espaço todo fosse usado para produção direta de alimentos para nós.

Seria o suficiente para produzir mais 70% de calorias, em comparação com a produção de carne– ou comida extra para alimentar mais 4 bilhões de pessoas (o cálculo considera também as áreas destinadas à produção de biocombustíveis).

Além disso, segundo o estudo, a pecuária contribui com 18% das emissões globais dos gases do efeito estufa – culpa do metano liberado pelos bichos e do desmatamento (mas, vale lembrar, até aí a agricultura também contribui com o desmatamento).

E ainda ameaça a biodiversidade do planeta.

Por conta disso tudo, o estudo conclui que apostar mais em dietas vegetarianas e veganas deveria fazer parte das políticas de sustentabilidade dos países. Nem precisa ser radical, galera, só cortar a carne uma ou duas vezes por semana.

Fonte: http://www.brasilpost.com.br/2015/0...cia_n_7797510.html?ncid=fcbklnkbrhpmg00000004.
 
É por isso que 80% das terras de agricultura do mundo são usadas justamente para produzir alimentos para esses animais. Imagine, então, se esse espaço todo fosse usado para produção direta de alimentos para nós.
Faltaria nutriente na terra, já que pasto precisa de bem menos nutrientes, sem queimadas ou pesticidas? De onde sairão os adubos para agricultura? Da indústria química que polui a água?

Seria o suficiente para produzir mais 70% de calorias, em comparação com a produção de carne– ou comida extra para alimentar mais 4 bilhões de pessoas (o cálculo considera também as áreas destinadas à produção de biocombustíveis).

Além disso, segundo o estudo, a pecuária contribui com 18% das emissões globais dos gases do efeito estufa – culpa do metano liberado pelos bichos e do desmatamento (mas, vale lembrar, até aí a agricultura também contribui com o desmatamento).
Onde colocar mais 4 bilhões de pessoas? E porque trocar milhões de vacas, por 4 bilhões de pessoas, que também comem mato, peidam e cagam, será necessariamente melhor / mais sustentável?

Nem precisa ser radical, galera, só cortar a carne uma ou duas vezes por semana.
Nem todo mundo que come carne, come carne todo dia... E cortar 1 ou 2 vezes por semana não muda muita coisa... A carne continua congelada na geladeira, açougue e frigorífico; o boi ainda não abatido, continua crescendo, comendo mato e peidando.


Isso tudo sem falar que menos bois e mais agricultura = menos cubensis por aí :p
 
Faltaria nutriente na terra, já que pasto precisa de bem menos nutrientes, sem queimadas ou pesticidas? De onde sairão os adubos para agricultura? Da indústria química que polui a água?

"A motivação aqui é racionalizar a utilização dos recursos naturais para a obtenção de alimentos. Um vegetariano reduz um elo da cadeia alimentar, tornando-a mais eficiente e, conseqüentemente, reduzindo o impacto ambiental da sua alimentação. As frutas, os cereais e os vegetais exigem 95% menos de matérias-primas para serem produzidas. Além disso, é necessária muito mais energia fóssil para produzir e transportar carne do que para produzir uma porção idêntica de proteínas de origem vegetal." (Al Gore, Uma Verdade Inconveniente, nova edição revista, Esfera do Caos, 2006, p. 317, ISBN 989-8025-15-8.)

"Para se produzir 1 caloria de proteína a partir de feijões de soja são necessárias 2 calorias de combustível fóssil, enquanto que para se produzir uma caloria de proteína a partir de bife são necessárias 54 calorias de combustível fóssil." (John Robbins, "The Food Revolution", Conari Press, 2001, p. 266.)

Mas já que você falou em adubo, posso citar um exemplo de associação mutualística entre planta e bactéria:
No solo, existem bactérias que usam o nitrogênio do ar e o converte em compostos úteis para as plantas, um processo denominado fixação do nitrogênio. As bactérias do gênero Rizhobium, capazes de fixar nitrogênio diretamente do ar, mantém relação de estreita cooperação com plantas da família das leguminosas (soja, feijão, alfafa, etc.) Estas possuem, em suas raízes, nódulos cujas células são erpletas de bactérias Rizhobium, que captam nitrogênio (N₂) do ar, e com ele, produzem compostos nitrogenados. Esses compostos produzidos pelas bactérias fixadoras de nitrogênio são compartilhados com a planta hospedeira. Em troca, a planta leguminosa fornece açúcares e outros compostos orgânicos às suas hóspedes bactérias.
Os compostos nitrogenados produzidos pelas bactérias dos nódulos das leguminosas fertilizam o solo, favorecendo também plantas não leguminosas. Por isso certos agricultores alternam o plantio de espécies não leguminosas (milho, por exemplo) com leguminosas (como feijão ou soja), método conhecido como rotação de culturas. Pode-se também plantar leguminosas e não leguminosas simultaneamente, em fileiras alternadas, método conhecido como plantação consorciada. Há agricultores, ainda, que plantam leguminosas e depois da colheita deixam as plantas apodrecer no campo, como preparação do solo para uma próxima cultura de não leguminosas; esse método é chamado adubação verde.

Onde colocar mais 4 bilhões de pessoas? E porque trocar milhões de vacas, por 4 bilhões de pessoas, que também comem mato, peidam e cagam, será necessariamente melhor / mais sustentável?

Não entendi sua pergunta, foi brincadeira? Pois não se trata do nascimento de mais 4 bilhões de pessoas e sim do sustento de mais 4 bilhões de pessoas. Que se ainda não nasceram, quando nascerem não irão ter o que comer.
Já ouviu falar da dieta de um ser humano em estado de extrema pobreza? Seja no continente africano, sudeste asiático ou até mesmo no nordeste brasileiro. "A maior parte da população mundial pratica uma espécie de vegetarianismo não opcional, por simplesmente não ter acesso à carne. O consumo mundial de carne está concentrado em poucos países: Os EUA e a China, concentram juntos cerca de 25% da população mundial, no entanto, estas populações são responsáveis pelo consumo de 35% da carne bovina, mais de 50% da carne de frango e 65% da carne suína do mundo. Se acrescentarmos a população do Brasil e da União Européia a estas populações, teremos o consumo de mais de 60% da carne bovina, mais de 70% da carne de frango e mais de 80% da carne de porco.
[...] De fato, o aumento na produção animal nas últimas décadas não colaborou em nada com o problema da fome mundial, pelo contrário. Segundo a FAO (1998), de 1960 a 1997 o rebanho bovino cresceu 42%, o de ovelhas cresceu 32%, de porcos 131%, de galinhas 244%. Neste período, a população humana cresceu 90%." (Sérgio Greif, Vegetarianismo e Combate à Fome, http://www.svb.org.br/205-vegetarianismo/saude/artigos/18-vegetarianismo-e-combate-ome/, 2007)

Nem todo mundo que come carne, come carne todo dia... E cortar 1 ou 2 vezes por semana não muda muita coisa... A carne continua congelada na geladeira, açougue e frigorífico; o boi ainda não abatido, continua crescendo, comendo mato e peidando.

Você come menos carne, compra menos carne; o açougue vende menos carne, compra menos carne; a indústria vende menos carne, fabrica menos carne.
 
Greif é um conhecido propagandista exagerado.

Então o que ele escreve deve ser lido com cautela. Tipo esse trecho:

De fato, o aumento na produção animal nas últimas décadas não colaborou em nada com o problema da fome mundial, pelo contrário. Segundo a FAO (1998), de 1960 a 1997 o rebanho bovino cresceu 42%, o de ovelhas cresceu 32%, de porcos 131%, de galinhas 244%. Neste período, a população humana cresceu 90%."

O que quer dizer isso?

A fome no mundo, em termos absolutos e estatísticos, está aumentando ou diminuindo?


Fome é um assunto delicado, então é um bom tema de propaganda.
 
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