O código natural da Vida é a continuidade. A exceção, o bug, o impulso suicida.
Entretanto, como tudo, o ato suicida pode ser utilizado para benefício ou malefício.
Se for por dor pessoal, eu diria que sempre há um meio de superação. Falo de experiência própria, por vir de uma
cepa com fortes tendências depressivas e suicidas e por já ter podido talvez evitar um suicídio, mas não consegui chegar a tempo.
Como disse Nietzsche, o
pensamento do suicídio já me ajudou a suportar certas dores. Porém, hoje eu vejo que a oportunidade de estar vivo é tão rara (o que me garante que há continuidade? ao menos do ego não há e como disse o Morta, O que já é, já É) que esses pensamentos foram contraproducentes.
Melhor é dar o grande rugido e derrubar todas as forças que induzam ao suicídio, reservando esse ato extremo para os raríssimos casos de heroísmo e bravura em que sejam necessários e possam ser eficazes.
Se a pessoa parar pra pensar um pouquinho no que há ao seu redor, verá que sempre há alguém pior e que sempre há algo que se possa fazer para se sentir com vontade de viver novamente, de lutar para viver.
Se houver algum tipo de continuidade, trata-se de algo ao qual a maioria não estará habituada, mesmo se tiver acesso a veículos úmidos (psilocibina, etc) ou secos (meditação, etc). Mesmo adentrando o bardo, sem o preparo correto o ser fica sujeito às torrentes do karma. Suicídio não pode trazer consequências benéficas, a não ser em atos heróicos.
"Por que caímos? Para aprender a levantar."
(filme "Batman Begins", mas poderia ser Jigoro Kano, Toshitsugu Takamatsu, Morihei Ueshiba ou Mikhail Ryabko).