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Paranóia do Lysergic

O mundo à beira do caos

por Miguel Urbano Rodrigues

A crise do capitalismo é tão profunda que até os líderes dos EUA e da União Europeia e os ideólogos do neoliberalismo assumem essa realidade. Estão alarmados por não enxergarem uma solução que possa deter a corrida para o abismo. Esforçam-se sem êxito para que apareça luz no fim do túnel.

Apesar das contradições existentes, os EUA e as grandes potências da União Europeia puseram fim às guerras inter-imperialistas – como a de 1914-18 e a de 1939-45 – substituindo-as por um imperialismo colectivo, sob a hegemonia norte-americana, que as desloca para países do chamado Terceiro Mundo submetidos ao saque dos seus recursos naturais.

Mas a evolução da conjuntura mundial demonstra também com clareza que a crise do capital não pode ser resolvida no quadro de uma "transnacionalização global", tese defendida por Toni Negri e Hardt no seu polémico livro em que negam o imperialismo tal como o definiu Lenine. Entre os EUA e a União Europeia (e os países emergentes da Ásia e da América Latina) existe um abismo histórico que não foi nem pode ser eliminado em tempo previsível.

A crescente internacionalização da gestão não desemboca automaticamente na globalização da propriedade. O Estado transnacional, a que aspiram uma ONU instrumentalizada, o FMI, o Banco Mundial e a OMC é ainda uma aspiração distante do sistema de poder.

O caos em que o mundo está a cair ilumina o desespero do capital perante a crise pela qual é responsável.

A ascensão galopante da direita neoliberal ao governo em países da União Europeia ressuscita o fantasma do fascismo na República de Weimar. A História não se repete porem da mesma maneira e é improvável que a extrema-direita se instale no Poder no Velho Mundo. Mas a irracionalidade do assalto à razão é uma realidade.

O jogo do dinheiro nas bolsas é hoje muito mais importante na acumulação de gigantescas fortunas do que a produção. O papel dos "mercados" – eufemismo que designa o funcionamento da engrenagem da especulação nas manobras do capital – tornou-se decisivo no desencadeamento de crises que levam à falência países da União Europeia. Uma simples decisão do gestor de "uma agência de notação" pode desencadear o pânico em vastas áreas do mundo.

O surto de violência em bairros degradados de Londres, Birmingham, Manchester e Liverpool alarma a Inglaterra de Cameron e motiva nas televisões e jornais ditos de referência torrentes de interpretações disparatadas de sociólogos e psicanalistas que falam como porta-vozes da classe dominante.

Em Washington, congressistas influentes manifestam o temor de que, o "fenómeno britânico" alastre aos EUA e, nos guetos das suas grandes cidades, jovens latinos e negros imitem os da Grã-Bretanha, estimulados por mensagens e apelos no Twitter e no Facebook.

Mas enquanto a pobreza e a miséria alastram, mesmo nos países mais ricos, a crise não afecta os banqueiros e os gestores das grandes empresas. Segundo a revista Fortune, as fortunas de 357 multimilionários ultrapassam o PIB de vários países europeus desenvolvidos.

Nos EUA, na Alemanha, na França, na Itália os detentores do poder proclamam que a democracia política atingiu um patamar superior nas sociedades desenvolvidas do Ocidente. Mentem. A censura à moda antiga não existe. Mas foi substituída por um tipo de manipulação das consciências eficaz e perverso. Os factos e as notícias são seleccionados, apresentados, valorizados ou desvalorizados, mutilados e distorcidos, de acordo com as conveniências do grande capital. O objectivo é impedir os cidadãos de compreender os acontecimentos de que são testemunhas e o seu significado.

Os jornais e as cadeias de televisão nos EUA, na Europa, no Japão, na América Latina dedicam cada vez mais espaço ao "entretenimento" e menos a grandes problemas e lutas sociais e ao entendimento do movimento da História profunda.

Os temas impostos pelos editores e programadores – agentes mais ou menos conscientes do capital – são concursos alienantes, a violência em múltiplas frentes, a droga, o crime, o sexo, a subliteratura, o quotidiano do jet set, a vida amorosa de príncipes e estrelas, a apologia do sucesso material, as férias em lugares paradisíacos, etc.

Evitar que os cidadãos, formatados pela engrenagem do poder, pensem, é uma tarefa permanente dos media.

As crónicas de cinema, de televisão, a música, a crítica literária reflectem bem a atmosfera apodrecida do tipo de sociedade definida como civilizada e democrática por aqueles que, colocados na cúpula do sistema de poder, se propõem como aspiração suprema a multiplicar o capital.

Nos EUA, pólo hegemónico do sistema, o discurso do Presidente Obama, despojado das lantejoulas dos primeiros meses de governo, aparece agora como o de um político disposto a todas as concessões para permanecer na Casa Branca. A sua última capitulação perante o Congresso estilhaçou o que sobrava da máscara de humanista reformador. Para que o Partido Republicano permitisse aumentar de dois biliões de dólares o tecto de uma dívida pública astronómica – já superior ao Produto Interno Bruto do país – aceitou manter intocáveis os privilégios indecorosos usufruídos por uma classe dominante que paga impostos ridículos e golpear duramente um serviço de saúde que já era um dos piores do mundo capitalista. A contrapartida da debilidade interior é uma agressividade crescente no exterior.

Centenas de instalações militares estado-unidenses foram semeadas pela Ásia, Europa, América Latina e África.

Mas "a cruzada contra o terrorismo" não produziu os resultados esperados. As agressões americanas aos povos do Iraque e do Afeganistão promoveram o terrorismo em escala mundial em vez de o erradicar. Crimes monstruosos foram cometidos pela soldadesca americana no Iraque e no Afeganistão. O Congresso legalizou a tortura de prisioneiros. A "pacificação do Iraque", onde a resistência do povo à ocupação é uma realidade não passa de um slogan de propaganda. No Afeganistão, apesar da presença de 140 mil soldados dos EUA e da NATO, a guerra está perdida.

Os bombardeamentos de aldeias do noroeste do Paquistão por aviões sem piloto, comandados dos EUA por computadores, semeiam a morte e a destruição, provocando a indignação do povo daquele país.

O bombardeamento da Somália (onde a fome mata diariamente milhares de pessoas) por aviões da USAF, e de tribos do Iémen que lutam contra o despotismo medieval do presidente Saleh tornou-se rotineiro. Como sempre, Washington acusa as vítimas de ligações à Al Qaeda.

Na África, a instalação do AFRICOM, um exército americano permanente, e a agressão da NATO ao povo da Líbia confirmam a mundialização de uma a estratégia imperial.

O terrorismo de Estado emerge como componente fundamental da estratégia de poder dos EUA.

Obviamente, Washington e os seus aliados da União Europeia tentam transformar o crime em virtude. Os patriotas que no Iraque, no Afeganistão, na Líbia resistem às agressões imperiais são qualificados de terroristas; os governos fantoches de Bagdad e Cabul estariam a encaminhar os povos iraquiano e afegão para a democracia e o progresso; o Irão, vítima de sanções, é ameaçado de destruição; o aliado neofascista israelense apresentado como uma democracia moderna.

A perversa falsificação da Historia é hoje um instrumento imprescindível ao funcionamento de uma estratégia de poder monstruosa que, essa sim, ameaça a Humanidade e a própria continuidade da vida na Terra.

O imperialismo acumula porém derrotas e os sintomas do agravamento da crise estrutural do capitalismo são inocultáveis.

O capitalismo, pela sua própria essência, não é humanizável. Terá de ser destruído. O desfecho pode tardar. Mas a resistência dos povos à engrenagem do capital que os oprime cresce na Ásia, na Europa, na América Latina, na África. Eles são o sujeito da História e a vitória final será sua.
 
amo muito todos vocês, adoro descer para brincar aqui xD

cara, tive minha revelação esses dias, o governo é demoniaco, e tive esse insight de acordo com a "liberdade religiosa", o governo abomina drogas, psicotrópicos e etc, por que justo agora estão liberando com a finalidade religiosa? a resposta é simples, por que não acreditam em religião. Eles acreditam neles mesmos e qual quer coisa que sirva para enrolar a população está ótimo. O catolicismo é uma salada de frutas de religiões antigas, as festas religiosas dentro do catolicismo são englobamentos de festas pagãs. os protestantes coitados pegaram a salada de frutas e tiraram as uvas passas.... e nós vivemos uma farsa dês de tempos remotos....
 
A única alternativa que desponta no horizonte é o socialismo.

O cara até estava indo bem no discurso cataclísmico/messiânico.

Mas tinha que encerrar com uma piada?
 
Também não defendo qualquer ismo, mas menos pior do que o capitalismo é... teoricamente falando.
Aliás (quase) qualquer coisa é melhor do que o estado atual das coisas.

Agora porque cataclísmico/messiânico não entendi. O artigo fala de coisas bem factíveis, óbvias até, pra quem não se guia pela Veja, pela Globo, pela mídia oficial...
 
Cataclísmico?
Esforçam-se sem êxito para que apareça luz no fim do túnel.
e outras passagens.

Messiânico?
Eles são o sujeito da História e a vitória final será sua.

Quanto ao socialismo, o que foi tentado não deu certo. A antiga URSS faliu e levou junto seus satélites. A China sutilmente mudou seu sistema econômico a tempo, e cada vez fica mais capitalista. Não sem que antes Stalin e Mao se tornassem os maiores carniceiros da história. Bush provocou muitas vítimas no Iraque e Afeganistão? Estima-se que Stálin e Mao provocaram a morte de mais de cinquenta milhões cada um. Outras matizes de socialismos como o Khmer vermelho foram igualmente desastrosas. Cuba empobreceu sem a ajuda soviética, e hoje se presta a apoiar qualquer caudilho sul-americano que lhe envie algum petróleo.

Talvez haja um futuro com um socialismo modificado, mas as experiências históricas socialistas são claramente piores que o capitalismo atual.
 
Historicamente sim. O ser-humano sempre estraga tudo afinal.

Aliás já corrigi (cortei essa parte). Mas quanto ao resto, concordo em MUITO com o que está escrito.
 
Também não defendo qualquer ismo, mas menos pior do que o capitalismo é... teoricamente falando.
Aliás (quase) qualquer coisa é melhor do que o estado atual das coisas.

Mas, tem um exemplo prático de uma dessas "coisas" em uso em uma sociedade grande e complexa como a nossa?
 
Esse artigo aqui é bonito:

Occupy Wall Street: a coisa mais importante do mundo hoje

Eu amo vocês.

E eu não digo isso só para que centenas de pessoas gritem de volta “eu também te amo”, apesar de que isso é, obviamente, um bônus do microfone humano. Diga aos outros o que você gostaria que eles dissessem a você, só que bem mais alto.

Ontem, um dos oradores na manifestação dos trabalhadores disse: “Nós nos encontramos uns aos outros”. Esse sentimento captura a beleza do que está sendo criado aqui. Um espaço aberto (e uma ideia tão grande que não pode ser contida por espaço nenhum) para que todas as pessoas que querem um mundo melhor se encontrem umas às outras. Sentimos muita gratidão.

Se há uma coisa que sei, é que o 1% adora uma crise. Quando as pessoas estão desesperadas e em pânico, e ninguém parece saber o que fazer: eis aí o momento ideal para nos empurrar goela abaixo a lista de políticas pró-corporações: privatizar a educação e a seguridade social, cortar os serviços públicos, livrar-se dos últimos controles sobre o poder corporativo. Com a crise econômica, isso está acontecendo no mundo todo.

Só existe uma coisa que pode bloquear essa tática e, felizmente, é algo bastante grande: os 99%. Esses 99% estão tomando as ruas, de Madison a Madri, para dizer: “Não. Nós não vamos pagar pela sua crise”.

Esse slogan começou na Itália em 2008. Ricocheteou para Grécia, França, Irlanda e finalmente chegou a esta milha quadrada onde a crise começou.

“Por que eles estão protestando?”, perguntam-se os confusos comentaristas da TV. Enquanto isso, o mundo pergunta: “por que vocês demoraram tanto? A gente estava querendo saber quando vocês iam aparecer.” E, acima de tudo, o mundo diz: “bem-vindos”.

Muitos já estabeleceram paralelos entre o Ocupar Wall Street e os assim chamados protestos anti-globalização que conquistaram a atenção do mundo em Seattle, em 1999. Foi a última vez que um movimento descentralizado, global e juvenil fez mira direta no poder das corporações. Tenho orgulho de ter sido parte do que chamamos “o movimento dos movimentos”.

Mas também há diferenças importantes. Por exemplo, nós escolhemos as cúpulas como alvos: a Organização Mundial do Comércio, o Fundo Monetário Internacional, o G-8. As cúpulas são transitórias por natureza, só duram uma semana. Isso fazia com que nós fôssemos transitórios também. Aparecíamos, éramos manchete no mundo todo, depois desaparecíamos. E na histeria hiper-patriótica e nacionalista que se seguiu aos ataques de 11 de setembro, foi fácil nos varrer completamente, pelo menos na América do Norte.

O Ocupar Wall Street, por outro lado, escolheu um alvo fixo. E vocês não estabeleceram nenhuma data final para sua presença aqui. Isso é sábio. Só quando permanecemos podemos assentar raízes. Isso é fundamental. É um fato da era da informação que muitos movimentos surgem como lindas flores e morrem rapidamente. E isso ocorre porque eles não têm raízes. Não têm planos de longo prazo para se sustentar. Quando vem a tempestade, eles são alagados.

Ser horizontal e democrático é maravilhoso. Mas esses princípios são compatíveis com o trabalho duro de construir e instituições que sejam sólidas o suficiente para aguentar as tempestades que virão. Tenho muita fé que isso acontecerá.

Há outra coisa que este movimento está fazendo certo. Vocês se comprometeram com a não-violência. Vocês se recusaram a entregar à mídia as imagens de vitrines quebradas e brigas de rua que ela, mídia, tão desesperadamente deseja. E essa tremenda disciplina significou, uma e outra vez, que a história foi a brutalidade desgraçada e gratuita da polícia, da qual vimos mais exemplos na noite passada. Enquanto isso, o apoio a este movimento só cresce. Mais sabedoria.

Mas a grande diferença que uma década faz é que, em 1999, encarávamos o capitalismo no cume de um boom econômico alucinado. O desemprego era baixo, as ações subiam. A mídia estava bêbada com o dinheiro fácil. Naquela época, tudo era empreendimento, não fechamento.

Nós apontávamos que a desregulamentação por trás da loucura cobraria um preço. Que ela danificava os padrões laborais. Que ela danificava os padrões ambientais. Que as corporações eram mais fortes que os governos e que isso danificava nossas democracias. Mas, para ser honesta com vocês, enquanto os bons tempos estavam rolando, a luta contra um sistema econômico baseado na ganância era algo difícil de se vender, pelo menos nos países ricos.

Dez anos depois, parece que já não há países ricos. Só há um bando de gente rica. Gente que ficou rica saqueando a riqueza pública e esgotando os recursos naturais ao redor do mundo.

A questão é que hoje todos são capazes de ver que o sistema é profundamente injusto e está cada vez mais fora de controle. A cobiça sem limites detona a economia global. E está detonando o mundo natural também. Estamos sobrepescando nos nossos oceanos, poluindo nossas águas com fraturas hidráulicas e perfuração profunda, adotando as formas mais sujas de energia do planeta, como as areias betuminosas de Alberta. A atmosfera não dá conta de absorver a quantidade de carbono que lançamos nela, o que cria um aquecimento perigoso. A nova normalidade são os desastres em série: econômicos e ecológicos. Estes são os fatos da realidade. Eles são tão nítidos, tão óbvios, que é muito mais fácil conectar-se com o público agora do que era em 1999, e daí construir o movimento rapidamente.

Sabemos, ou pelo menos pressentimos, que o mundo está de cabeça para baixo: nós nos comportamos como se o finito – os combustíveis fósseis e o espaço atmosférico que absorve suas emissões – não tivesse fim. E nos comportamos como se existissem limites inamovíveis e estritos para o que é, na realidade, abundante – os recursos financeiros para construir o tipo de sociedade de que precisamos.

A tarefa de nosso tempo é dar a volta nesse parafuso: apresentar o desafio à falsa tese da escassez. Insistir que temos como construir uma sociedade decente, inclusiva – e ao mesmo tempo respeitar os limites do que a Terra consegue aguentar.

A mudança climática significa que temos um prazo para fazer isso. Desta vez nosso movimento não pode se distrair, se dividir, se queimar ou ser levado pelos acontecimentos. Desta vez temos que dar certo. E não estou falando de regular os bancos e taxar os ricos, embora isso seja importante.

Estou falando de mudar os valores que governam nossa sociedade. Essa mudança é difícil de encaixar numa única reivindicação digerível para a mídia, e é difícil descobrir como realizá-la. Mas ela não é menos urgente por ser difícil.

É isso o que vejo acontecendo nesta praça. Na forma em que vocês se alimentam uns aos outros, se aquecem uns aos outros, compartilham informação livremente e fornecem assistência médica, aulasde meditação e treinamento na militância. O meu cartaz favorito aqui é o que diz “eu me importo com você”. Numa cultura que treina as pessoas para que evitem o olhar das outras, para dizer “deixe que morram”, esse cartaz é uma afirmação profundamente radical.

Algumas ideias finais. Nesta grande luta, eis aqui algumas coisas que não importam:

Nossas roupas.

Se apertamos as mãos ou fazemos sinais de paz.

Se podemos encaixar nossos sonhos de um mundo melhor numa manchete da mídia.

E eis aqui algumas coisas que, sim, importam:

Nossa coragem. Nossa bússola moral.

Como tratamos uns aos outros.

Estamos encarando uma luta contra as forças econômicas e políticas mais poderosas do planeta. Isso é assustador. E na medida em que este movimento crescer, de força em força, ficará mais assustador. Estejam sempre conscientes de que haverá a tentação de adotar alvos menores – como, digamos, a pessoa sentada ao seu lado nesta reunião. Afinal de contas, essa será uma batalha mais fácil de ser vencida.

Não cedam a essa tentação. Não estou dizendo que vocês não devam apontar quando o outro fizer algo errado. Mas, desta vez, vamos nos tratar uns aos outros como pessoas que planejam trabalhar lado a lado durante muitos anos. Porque a tarefa que se apresenta para nós exige nada menos que isso.

Tratemos este momento lindo como a coisa mais importante do mundo. Porque ela é. De verdade, ela é. Mesmo.

* Naomi Klein é escritora, autora dos livros 'Sem Logo: a tirania das marcas em um planeta vendido' e, mais recentemente, de 'Cercas e Janelas: na linha de frente do debate sobre a globalização'. Seu último livro é 'A Doutrina do Choque'. Discurso originalmente publicado no The Nation. Tradução de Idelber Alvelar, da Revista Fórum.

Fonte
 
quem vai produzir comida pra esses vagabundos?
a massa, pobre e podre de ideias.
e eles cheios de ideais
 
Não sei se alguém aqui já ouviu falar da coleção baderna, editada pela editora Conrad eu li todos os livros da coleção mais um zilhão de textos e livros sobre o tema, acho sinceramente que esses atos simbólicos remetem mais a um revival de um "movimento hippie" do que a uma proposta de modificação real, sinceramente sem armas não a revolução pacifismo politico é conversa fiada de zé mané, me polpe desses modismos políticos, americanos são idiotas e despolitizados como a maioria dos brasileiros, acham que meia duzia de placas e gritinhos no central park vai resolver alguma coisa? ta brincando comigo né... não mete uma kalashnikov na mão não e rebenta com o C* da burguesia pra ver se alguma coisa realmente vai mudar.
 
Não é só um comentário sobre "Ocupe Wall Street", mas também sobre as próprias teorias das conspirações, afinal, o essencialismo é uma características das mesmas.

Não que eu seja contra o essencialismo, mas como todo "ismo", pode acabar dando resultados inesperados.

http://www1.folha.uol.com.br/coluna...98-entre-wall-street-e-a-idade-da-pedra.shtml

20/10/2011 - 07h00

Entre Wall Street e a Idade da Pedra

DE SÃO PAULO

A pedidos, comento as manifestações da família do "Ocupe Wall Street" que estão se espalhando pelo mundo. Acredito que elas podem ser úteis, enquanto ajudarem governos esclarecidos a impor uma regulação mais sábia sobre os mercados financeiros. Não é preciso ter pós-graduação em economia pelo Instituto Lênin para reconhecer que, em determinados setores, o Estado precisa criar mecanismos que moderem os apetites de agentes privados, sob pena de produzir megaconfusões como a crise de 2008, cujas consequências o planeta amarga até hoje.

Outro ponto interessante é que esse tipo de movimento, à medida que lança legiões de jovens numa reflexão sobre o papel das instituições, contribui para arejar e até mesmo desfossilizar a ação política. É em ocasiões como essas que demandas das próximas gerações são incorporadas ao "Zeitgeist", o horizonte de preocupações de uma época.

Isso dito, passo ao que há de preocupante nesses protestos. Eles se sustentam em algumas das forças mais retrógradas da psique humana, que, no passado remoto e recente, coadjuvaram em vários tipos de massacres e genocídios.

Prossigamos com vagar e cuidado, começando pelas noções intuitivas de economia que estão na base das manifestações. Nosso cérebro foi moldado para operar no paleolítico. Ali, as trocas, quando havia, eram todas na base do olho por olho, dente por dente, isto é, um bem concreto, como, digamos, uma caverna confortável por uma mulher, ou uma vaca e três galinhas ou outros produtos e serviços bastante concretos. Nossa psicologia tem dificuldade para lidar com as abstrações matemáticas envolvidas na economia moderna, como dinheiro, lucro, juros, para não mencionar verdadeiros desafios lógicos, como o mercado de derivativos e as alavancagens financeiras.

O resultado é que não temos nenhuma dificuldade para ver operários, artesãos e fazendeiros como produtores de valor. Eles, afinal, transformam coisas de menor valor em alimentos ou objetos dos quais temos necessidade para sobreviver.

O mesmo não se aplica a comerciantes e outros intermediários, aos quais chamamos pejorativamente de "atravessadores" --como se a logística de levar produtos das fábricas e hortas para as gôndolas dos supermercados não valesse nada.

Em pior situação ainda estão os pobres banqueiros (nunca achei que utilizaria o adjetivo "pobres" para qualificar o substantivo "banqueiros", mas para tudo há uma primeira vez). Para nosso cérebro pré-histórico, emprestar dinheiro a juros é muito mais uma exploração do que um serviço. Quase nunca nos vem à mente que os níveis historicamente extraordinários de riqueza global de que hoje desfrutamos, que podem ser medidos em termos de calorias por habitante e até de expectativa de vida, só se tornaram possíveis graças ao comércio e aos mecanismos financeiros.

E, como mostra o psicólogo evolutivo Steven Pinker no recém-lançado "The Better Angels of Our Nature: Why Violence Has Declined" (os melhores anjos de nossa natureza: por que a violência diminuiu), essa indisposição quase neurológica para com intermediários tem complexas implicações sociais.

(A propósito, este novo livro de Pinker é uma das obras mais estimulantes que li nos últimos anos. Ainda estou na metade do catatau de quase mil páginas. Prometo uma resenha mais substanciosa assim que terminá-lo).

É muito fácil, diz Pinker, transferir a antipatia em relação a um comerciante ou banqueiro em particular para um grupo étnico. Essas atividades não exigem a possessão de terra ou fábricas. Elas dependem principalmente de conhecimento, que é algo que pode ser passado com certa facilidade para familiares e amigos. Igualmente importante, a expertise é portátil. Essas características fizeram com que alguns grupos étnicos se especializassem em atividades intermediárias, mudando-se para comunidades que delas tinham necessidade. Logo, tornaram-se minorias prósperas, virando alvo de inveja e ressentimento.

Não é uma coincidência que esses grupos tenham sido vítimas preferenciais de discriminação, expulsões e mesmo genocídio. O caso dos judeus na Europa é bem conhecido, mas está longe de ser o único. Também experimentaram perseguições os indianos no leste da África e na Oceania, os armênios na Turquia, os ibos na Nigéria, os chineses na Indonésia, Malásia e Vietnã, e várias minorias burguesas na União Soviética, na China e no Camboja.

Mais do que acidentes históricos, as agressões a que esses e outros grupos foram submetidos têm raízes em nosso essencialismo, sustenta Pinker. Intuições econômicas fora de lugar nos fazem ver comerciantes e banqueiros como aproveitadores. Muitas vezes, apenas pensar em pessoas enriquecendo à custa de outras já produz em nosso cérebro a emoção do desgosto. Mas é porque temos a tendência de procurar uma natureza secreta por trás das coisas (o essencialismo) que rapidamente estendemos a sensação de aversão originada por um intermediário em particular a todos os demais membros da categoria, que por acaso equivale a um grupo étnico. Também por uma operação de generalização, o desgosto é elevado do plano físico para o moral.

Ditadores e todos aqueles interessados em perseguir uma minoria raramente têm dificuldade em fazer com que a população passe a ver o alvo como uma categoria moralmente diferenciada, sempre descrita através de metáforas que evocam a emoção do desgosto: ratos, insetos, piolhos, predadores, vermes, sanguessugas, parasitas, baratas são alguns dos termos historicamente utilizados para referir-se aos membros do grupo perseguido.

Só que, como nota Pinker, grupos étnicos rivais podem passar décadas ou mesmo séculos desconfiando um do outro sem se matarem, ou ao menos sem fazê-lo em larga escala. Para transformar a competição em um grande genocídio é preciso trazer mais um elemento: a ideologia, que pode assumir roupagens religiosas, políticas, nacionalistas ou ainda uma mistura disso tudo.

A ideologia nesse sentido amplo opera como um gatilho porque ela introduz a noção de utopia, a ideia de uma sociedade perfeita ou quase onde todos serão infinitamente felizes, seja no outro mundo, no paraíso socialista ou no Reich de mil anos. Passa a valer, então, o cálculo utilitarista. Se é uma minoria que se põe no caminho entre o aqui e a perfeição absoluta, torna-se lícito eliminar os representantes desse grupo. Em alguns casos, notadamente no universo religioso, essa licitude vira até um imperativo moral: manda-se o herege para a fogueira para salvar-lhe a alma imortal.

Nada indica que os estudantes acampados em Wall Street sairão por aí queimando banqueiros ou os enforcando nas tripas de comerciantes. Por enquanto, vale a avaliação inicial de que esses movimentos mais contribuem com as democracias do que as desestabilizam. Mas, antes de aplaudi-los e apoiá-los incondicionalmente, é bom ter em mente que eles também exprimem forças profundamente reacionárias de nosso psiquismo. A depender delas, prevaleceria um igualitarismo primitivo baseado no escambo e na aversão às tecnologias. Em suma, ainda estaríamos na Idade da Pedra.

af.i.uol.com.br_folha_colunas_images_foto_helio_schwartsman_70x70.jpg
Hélio Schwartsman, 44, é articulista daFolha. Bacharel em Filosofia, publicou "Aquilae Titicans - O Segredo de Avicena - Uma Aventura no Afeganistão" em 2001. Escreve para aFolha.comàs quintas-feiras.
 
Ecuador,

Eu gostaria se possível que você se manifestasse a respeito do texto postado, eu o li é um texto digno da folha... mas quero saber o que você entende desse texto, pois ele por si próprio não é auto explicativo.
 
Ecuador,

Eu gostaria se possível que você se manifestasse a respeito do texto postado, eu o li é um texto digno da folha... mas quero saber o que você entende desse texto, pois ele por si próprio não é auto explicativo.

Não é só um comentário sobre "Ocupe Wall Street", mas também sobre as próprias teorias das conspirações, afinal, o essencialismo é uma características das mesmas.

Não que eu seja contra o essencialismo, mas como todo "ismo", pode acabar dando resultados inesperados.
 
Não sei se alguém aqui já ouviu falar da coleção baderna, editada pela editora Conrad eu li todos os livros da coleção mais um zilhão de textos e livros sobre o tema, acho sinceramente que esses atos simbólicos remetem mais a um revival de um "movimento hippie" do que a uma proposta de modificação real, sinceramente sem armas não a revolução pacifismo politico é conversa fiada de zé mané, me polpe desses modismos políticos, americanos são idiotas e despolitizados como a maioria dos brasileiros, acham que meia duzia de placas e gritinhos no central park vai resolver alguma coisa? ta brincando comigo né... não mete uma kalashnikov na mão não e rebenta com o C* da burguesia pra ver se alguma coisa realmente vai mudar.

seu escrito me fez lembrar do Grandi Gandhi, modificacao real sem armas. cabecinhas carecas como aquele aparecem raramente aqui nessa dimensão, amor demais condensado numa love-bomb sangrenta.

nao se preocupe, essa molecada ta armada ATE OS DENTES! sorte sua ter sido agraciado com uma carapaça dura.

e pode cre que em 2012 a coisa vai feder mesmo, como disseram os profetas do apocalipse e essa molecada vai ta na frente. fica registrada a profecia gabiruna.
 
seu escrito me fez lembrar do Grandi Gandhi, modificacao real sem armas. cabecinhas carecas como aquele aparecem raramente aqui nessa dimensão, amor demais condensado numa love-bomb sangrenta.

nao se preocupe, essa molecada ta armada ATE OS DENTES! sorte sua ter sido agraciado com uma carapaça dura.

e pode cre que em 2012 a coisa vai feder mesmo, como disseram os profetas do apocalipse e essa molecada vai ta na frente. fica registrada a profecia gabiruna.

Não considero Gandhi como uma figura positiva por sí mesma, devemos refletir alguns aspectos dessa figura que passam muito longe dos olhos do senso comum, deve-se pensar que figuras como Gandhi, Marte luther King, Lutero, Joana D'arc entre outras, são apenas figuras que representa um retranca num processo de modificação real, eles aparecem como um duplo componente, o primeiro de pacificação da rebelião que estar por vir, ou seja são agentes e valvulas de escape do "sistema", e a segunda que essas figuras representam uma manutenção do status quo social, e uma inserção de determinados grupos dentro da sociedade capitalista, é muito interessante perceber que a aceitação de figuras messiânicas dentro do panorama político é uma demostração de como a visão religiosa e de uma ideia de modificação por paz ocorrera por uma simples casualidade.

O que os nossos amigos baderneiros da esquerda real demonstram muito bem seja na teoria ou na prática, é que a modificação que queremos só sera possível com a extirpação das classes dirigentes e com a modificação radical das relações sociais e econômicas, e isso meu amigo só é possível com a revolução armada, as figuras pacificas são muito interessantes ao sistema vigente e por este são amplamente divulgadas, é estranho perceber que figuras como Gandhi, Luther King e Einstein esse terceiro envolvido até os ultimos fios de cabelo com o projeto manhatan que levou os estados unidos a jogar as bombas no japão, e dizem ser ele um cientista deísta, e um "gênio"... devem ser muito bem analisadas, engolir a seco essa mensagem de paz é tolice a verdadeira paz só é alcançada pela guerra, misturar politica com espiritualidade é um erro que não devemos cometer vide as cruzadas.

Caso as pessoas leiam a biografia de pessoas como Gandhi, perceberam seu machísmo, sua agrecidade familiar e sua defesa do sistema de castas indiano... pacifista... e obrigava a mulher a lavar esgoto para demosntrar "humildade", se formou em direito em uma universidade inglesa por ser membro da elite indiana e como sempre representante da mesma, e é o exemplo prático de que rebelião civil é ineficaz, se a mesma não vem acompanhado de uma revolução, nesse xadrez político os olhos devem ser de águia, ingenuidade é um luxo que não podemos ter.
 
Ih lagostinha, tu viaja com essa parada de esquerda. ˜Representam a retranca˜
que retranca loco??? Esses cara eram os bixo solto!

Gandhi: ele abominava a divisao de castas e fazia com que todos lavassem a latrina no Ashram , ele incluso..ele ate tecia a propria roupa (ate o final da vida)
Foi um politico astuto (vide a sacada do sal indiano) e nunca quis o titullo de Mahatama ou Bapu que veio do povo, teve muito mais atuaçao politica do que religiosa.
Muito natural que tenha misturado espiritualidade aos seu discursso, afinal ele era indiano e estava na India de 1900 e guarana…
Se era machista ou ista alguma coisa é bom relativizar, tem aquela parada de cultura-etnia-em-um-periodo-remoto-pior-melhor-do-que-cultura-etnia-em-outro-periodo-remoto

O que o Gandhi conseguiu na India foi uma revolucao nao-violenta real, a volencia veio mesmo é depois da independencia qdo muculmanos e hindus comecaram a mijar nos postes e rosnar,o que matou o careca de desgosto

Ele nao usou a violencia FISICA, ele usou a violencia CONSCIENCIAL. love-Bombs

Revolucao nao vai passar na tv ja dizia o poeta. (vao derrubar todo sistema de comunicacao mundial)
 
OWS é só a ponta do iceberg.

Qual o potencial uma mob em wall street tem para modificar as regras do jogo?

Enfoque errado sobre a questão.

Protestos aqui acolá são só uma manifestação de um sistema que se tornou lento demais para lidar com o ritmo de informação no mundo.

A questão não é se vai mudar. Já está mudando, a questão é saber pra onde vai.

Nos EUA ao meu ver caminha para uma coisa meio fascista.

Podem esquecer que os grandes líderes desse protesto não vão existir.
 
e pode cre que em 2012 a coisa vai feder mesmo, como disseram os profetas do apocalipse e essa molecada vai ta na frente. fica registrada a profecia gabiruna.

deixa eu anotar na minha listinha aqui...

teoria da consipracao numero 20341 - profecia gabiruna.
 
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