Pelo que você escreve aqui e no chat não sei se seria uma boa tática.
Não entendi porque chegastes a essa conclusão, caro Watson. Mas vamos abstrair então de minha pessoa e particularidades que me tornariam inapto para atuar nesse caso, e vamos supor que não haja nada que me impeça, como eventualmente não haverá então com outra pessoa que vier a ler o que proponho. Assim, mesmo que não seja uma boa tática pra mim, outros poderão aplicar, se acharem sensato.
Creio que o mais provável seria a pessoa se debater mais ainda, tentar fugir de todo modo, ou se voltar contra você para que parasse de falar.
Pois é, também é possível. Mas só é relevante se a pessoa for fisicamente superior. Se ela for francamente mais fraca, então, contenha-a a força (com calma) e continue a verbalização, que é melhor do que simplesmente segurar a pessoa. Talvez, só seja possível fazer a pessoa escutar algo depois de tê-la imobilizado. E também é possível que ela simplesmente ignore qualquer verbalização por horas, então só a contenha.
No caso oposto, alguém mais forte se debatendo, daria o exemplo de um amigo meu que é um monstro do tipo que sozinho bota pra correr cinco, como já vi mais de uma vez. Se ele tomar cogumelo perto de mim por um acaso sem meus conselhos (vai saber, tem pastos perto de onde ele mora e quando eu souber já tomou) e virar um bicho eu simplesmente saio de perto e deixo ele arcar com suas escolhas. Se ele começar a se debater num quarto, eu tento verbalizar de longe. Se não der certo, fico apenas observando se ele se machucar seriamente, mas nada poderei fazer para impedir, porque cada um é responsável pela própria vida e inclusive pelas besteiras que faça sem querer - eu ajudo, mas não me prejudico, desde que eu não tenha culpa sobre o que está ocorrendo. Se a verbalização no entanto servir pra ele avançar sobre mim, na hipótese do quarto, tranco ele ali dentro e volto em algumas horas. Depois de algumas horas eu paro pra ver como está. Se ficar muito silêncio, também paro pra ver como está. Se não tiver quarto, saio correndo e a gente gasta a onda dele numa correria louca pela floresta, pela praia, ou até mesmo no meio da pacata cidadezinha onde ele mora. Em algum momento, nossos amigos da cidade vão se juntar em galera e conseguir pará-lo e amarrá-lo.
A parte de conversar eu tirei do livro "Experiência Psicodelica - Um manual baseado no Livro Tibetano dos Mortos" do Timothy Leary. Se por um lado um guru experiente no livro vai saber identificar em qual fase estaria o viajante se debatendo, e poderia ler a passagem adequada, ou fazer um discurso adequado; por outro lado creio que um psiconauta experiente, apesar de não ter um conhecimento tão profundo, tem chance de saber dizer as coisas certas que eventualmente podem acalmar a pessoa.
Bem, também é fato de que minha resposta foi direcionada pela pergunta que deu duas opções de ação. Mas também é possível tentar outros caminhos mais indiretos e eficazes, como colocar uma música de fundo calmante, um mantra que redirecione a mente do viajante... Enfim, possibilidades não faltam dependendo do exemplo concreto. Nada nos obriga a agir, exceto a possibilidade e a falta de risco pessoal em fazê-lo. Não sendo possível, ou sendo arriscado, não faça nada.