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Tutorial Domesticando Psilocybe Cubensis

Pêxe

ex-membro
Excluido
17/03/2018
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Salve Loucomelos! Este tópico deveria ser diário de cultivo, porém decidi fazê-lo aqui pq a ideia central será mostra-los uma forma simplificada e bem sucedida que usei para domesticar um cubensis da minha região, inclusive pq nos últimos 2 anos não têm tido chuvas em dias seguidos suficientes pra gerar nossos lindos pãezinhos de queijo. Kkkk... Então resolvi salvar um dos poucos exemplares para a reprodução. O dono do carimbo encontra-se postado no tópico 'CURRAIS".
Pois bem, comecemos: em março, já frustrado com encontros de, no máximo, 3 exemplares, os quais eu nunca colhia para deixar a natureza seguir seu curso, resolvi pegar um bolinho onde nascia um cogumelo. Neste dia eu colhi os 3 cogumelos que achei pois, segundo a previsão e que foi comprovado nos dias seguintes, não haveria mais chuvas e entraríamos na seca do Centro-Oeste.
Para receber o bolinho (esterco parcialmente colonizado), preparei uma bacia com uma camada de terra (comprada em casas agropecuárias) encharcada de água limpa, fiz uma fina forração com composto orgânico (mistura de palhas e húmus de minhoca) coloquei o bolo em cima, cobri com mais composto orgânico e borrifava bem todo dia, pelo menos de manhã e de noite. Um cogumelo abortou pq estava saindo, mas ainda escondido, e eu virei o bolo pra ver. Daí eu já vi que o micélio estava prosperando e resolvi não mexer mais. Em alguns dias apareceu outro, que subiu e abriu o chapéu rapidamente. Eu pensei que iria tirá-lo no outro dia e ele me surpreendeu. kkkk... Fui pego de calças curtas e tive que improvisar. Como eu não queria levar contaminação que poderia estar correndo ao ar livre (uma das maiores causas de contaminação em carimbos), borrifei álcool 70 por cima do chapéu e no píleo, evitando borrifar as lamelas para não matar os esporos. Passei um guardanapo borrifado com álcool no papel alumínio, cortei o píleo e deixei o chapéu carimbar o alumínio embaixo de um copo limpo. Não deu pra deixar as mínimas 12hs necessárias, pq qdo eu fui vê-lo já estava deteriorando por causa do álcool, tive que tirá-lo! Fiquei preocupado com o carimbo pq tinha muito vapor de álcool, e eu acabei fechando por ansiedade com medo de entrar alguma contaminação. Além disso o carimbo saiu muito transparente, bem fraco mesmo. Resumindo: tudo nas coxas. kkk.. Mas tirei o carimbo da geladeira e fiz o cultivo há 2 meses, e funcionou! Hoje tenho um congelador cheio de cogumelos congelados, que vou preparar em suco de limão e gengibre. Um destaque para o fato de que eu, particularmente, gosto deles "in natura". Andei comprando aqueles desidratados na net e confesso que preferi muito mais a onda dos frescos. O segredo é lavar e congelar, depois fazer um chá (selvagens) ou suco (indoor) de limão e gengibre e congelar. Com os frescos eu já desci até tobogã psicodélico que eu tive que abrir os olhos constatar que eu ainda estava deitado no sofá da minha casa. kkkkkkkk...
Agora, o cultivo: segui a técnica PF TEK, com uma pequena particularidade, usei 1Verm+1PoFibCoc+1FAI. Fiz apenas a esterilização necessária. Preparei os copos em ambiente normal, sem esterilização, lavei com sabão e os enchi com o substrato. Cobri com papel alumínio, tbm não esterilizado, e pus na panela. Simplifiquei ao máximo essa parte pq, pela logica, toda contaminação vai morrer na PP, e vai virar matéria orgânica para o consumo do micélio. Portanto, os procedimentos assépticos só são necessários a partir da reabertura da PP. Bom, passado o cozimento e esterilização do substrato, aguardei de um dia para o outro, e fiz a inoculação no dia seguinte pela manhã, antes de sair pro trabalho. Preparei um pequeno lavabo, raramente utilizado, limpo, apenas com uma bomba de pulverização daquelas bem baratinhas, amarelas, que se acha por toda parte, com uma mistura de álcool 70+água sanitária. Borrifei o pequeno espaço até fazer neblina, coloquei tudo o que eu ia utilizar dentro, borrifei mais, e saí por 5min. Preparei a solução de esporos com água da torneira, uma seringa nova e estéril, e raspei com um canivete, que ainda limpei com o dedo e sacudi o dedo na água (pq o carimbo nem aparecia direito de tão pouco que extraiu), tudo na maior negligência. Kkkkkk.. Essa parte não é recomendada. Use água para injeção e seringas novas. Aqui, na minha cidade, a agua destilada custa 4,50 e a seringa 0,85. Compensando mais comprar do que arriscar perder o cultivo e o carimbo. Contudo, deu certo assim mesmo. Segui para o pequeno lavabo com a seringa já cheia e um resto de solução no copo. O processo de inoculação foi bem simples: Abri a PP e inoculei cada copo ainda dentro dela, fechando os furos com microporosa e guardando numa caixa de sapatos para o período de incubação. Nos dias seguintes eu fiquei a observar os copos todo dia de noite, até que no 5º dia apareceram pontos de micélios em todos os copos. demorou quase 30dias pra colonizarem 100% pq eu compactei demais os bolos. Dava pra ver a dificuldade do micélio em expandir-se para o fundo do copo. Outra dica é que, cada vez que abrir a incubadora, borrife álcool ou agua sanitária, ou os dois, fechando ainda nevoado. Isso vai garantir que nenhuma contaminação conseguira permanecer no ambiente de incubação. Depois fiz o dunk dos bolos (24hs) e levei ao terrário. Demorou mais de uma semana pra aparecerem os primeiros pins, mas vieram e estão "flushando" até hoje.
Agora, o terrário: este eu preparei utilizando uma caixa organizadora dessas compradas em lojas de utilidades pro lar, fita microporosa, coolers de computador, carregadores velhos de telefones antigos (sempre bom ter tralhas guardadas kkkk), e cola quente, daquelas pistolas de silicone. Fiz dois furos circunferentes na tampa e um na lateral. Coloquei os dois ventiladores da tampa virados pra cima, para extrair o ar da caixa através de uma fita microporosa, partindo do princípio que CO2 é mais leve que O2, portanto sendo dois exaustores de CO2. Na lateral usei um cooler com ventilador virado pra dentro da caixa, puxando o ar de fora através de uma fita microporosa e jogando pra dentro através de outra fita microporosa, sendo a introdução de um ar duplamente filtrado, garantindo a pureza do ar em nosso alimento sagrado. Porém, é bom verificar a umidade do ar para administrar os 3 ventiladores. Tem dias que eu uso os 3, mas em dias muito quentes, às vezes uso só um exaustor e o indutor. Dependendo, uso só um: indutor ou um exaustor. Após preparados, colados e devidamente conectados (cada um em um carregador separado) eu limpei com um pano e álcool 70. Para forrar o fundo do terrário e manter a umidade, usei argila expandida, esterilizada em um balde com água+agua sanitária, conforme uma recomendação encontrada aqui no fórum. Seguem as fotos abaixo:

Obs.: Não quis fazer como diário pq já está no final, mas queria mostrar uma forma simplificada de esterilização, não requerendo tanto aparato e produtos que desanimam novos cultivadores, inclusive eu, que pensava que seria um bicho de sete cabeças mas se mostrou mais simples do que parece. Rsrs... Espero ter ajudado os novatos, ou aqueles que seguem rigorosos padrões estéreis, mas ainda encontram contaminações no caminho. Outra coisa que quero deixar aqui no campo de observação, pq é conhecimento obtido do cultivo de TKSSS, que fiz paralelamente a este, é que eu achei mais eficiente sem o selo de vermiculita. Observei no cultivo de TKSSS, que fiz sem selo de vermiculita, que o micélio logo chegou nos furos e nas bordas das tampas (fiz esse com pote PP5), defendendo todas as entradas de contaminação e protegendo o substrato abaixo. Nos próximos cultivos não farei o selo.
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Esse aqui foi o fundo de um dos copos que não colonizou 100% e eu cortei e pus num copo com substrato orgânico (palhas e húmus de minhoca). O micélio colonizou com belas hifas. Porém, esse meio, como se pode imaginar, deu bolor. Dá pra ver na foto que ele está se formando.
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