Boa noite a todos!
Esta é minha primeira experiência com o cultivo dos Psilocybes, embora já os conheça à algum tempo. Neste momento, estou acompanhando a fase de frutificação. Descreverei todo o procedimento realizado, apontando os erros e acertos, com o intuito não só de aprender, mas também de compartilhar os conhecimentos adquiridos com esta primeira empresa.
Escolhi a técnica dos bolos PF tradicional, por ser a mais indicada para iniciantes. A partir dela também é possível acompanhar de forma simples e detalhada, todo o desenvolvimento do fungo. Para melhorar a compreensão, dividirei a apresentação do conteúdo em duas partes: a primeira tratará de todo o processo compreendido entre a preparação dos bolos para a inoculação até a finalização da colonização. A segunda, se inicia com a preparação do terrário e corresponde a fase atual de frutificação.
1. PRIMEIRA PARTE:
1.1. Preparação dos bolos e esterilização (03/12)
A receita utilizada nos bolos foi a tradicional, na proporção 2:1:1, vermiculita, arroz integral e água mineral. Primeiramente, foi misturada a vermiculita e a água, e por último foi acrescentada a farinha de arroz. Durante este processo nenhuma atenção foi dada ao uso de luvas, tocas e máscaras. Todos os recipientes utilizados foram lavados apenas com detergente neutro.
Com a mistura pronta, o substrato foi transferido para os copos, onde uma camada de vermiculita seca foi acrescentada. Em seguida, os copos foram tampados por uma folha dupla de papel alumínio. No total foram preparados 4 copos. Estes foram submetidos ao processo de esterilização em panela de pressão por 45 minutos.
1.2. Processo de inoculação e incubação (04/12)
Os copos não foram inoculados dentro de uma glovebox. Optou-se pela utilização de um cômodo pequeno, com poucas aberturas (portas e janelas), previamente limpo com água sanitária (NaClO). Os esporos foram misturados à água mineral em um recipiente estéril (frascos para exame). Foi utilizada uma seringa estéril de 20 ml. Antes da inoculação, a agulha foi flambada em uma chama de isqueiro. Foram feitos 4 furos para inoculação em cada copo. A quantidade injetada não foi controlada. Por último, os copos foram tampados por mais uma camada de papel alumínio e foram selados por fita adesiva transparente.
Os recipientes inoculados foram armazenados em uma caixa plástica coberta por tecido escuro, para evitar a entrada de luz. A temperatura da incubadora não foi controlada. Os bolos estavam totalmente colonizados no dia 23/12, sem nenhum sinal de contaminação, mas permaneceram na incubadora até o dia 26/12, totalizando 22 dias de incubação.
2. SEGUNDA PARTE:
2.1. Terrário
Para o terrário, foi escolhido um recipiente plástico, em formato circular, de 9 litros, que possuía apenas uma tampa transparente, para a entrada de luz. Não foram feitos furos para a liberação do CO2 e as trocas de ar são feitas manualmente, 3 vezes ao dia. Para a umidade, foi adicionada uma camada de argila expandida juntamente com água mineral (cobrindo 1/2 da camada de argila). O terrário foi limpo com álcool 70 e foi adicionada água oxigenada (H2O2) para manter o meio estéril.
2.2. Frutificação - Fase atual
Os bolos foram aniversariados no dia 26/12, entretanto, um dos recipientes não permitiu a retirada do bolo colonizado, devido ao seu formato. Os 3 bolos não apresentavam nenhum sinal de contaminação e foram levados ao terrário, em um cômodo com ar condicionado. As trocas de ar eram feitas manualmente, 3 vezes ao dia. No dia 29/12 surgiram os nós hifais e primórdios em apenas um dos bolos. Até o dia 31/12 não percebi nenhum progresso do bolo que iniciou a frutificação, assim como nos outros, exceto por uma coloração azulada em um dos bolos.
Embora não possuísse nenhum higrômetro, concluí que o problema possivelmente seria a umidade, mesmo observando a formação de gotículas de água na parede do terrário. Por ser meu primeiro cultivo e não ter experiência, descartei o bolo que apresentou a mudança de coloração. Submeti os bolos a um dunk de 12 horas e fiz um roll em um deles.
No dia 1/1 retornei os 2 bolos restantes para o terrário, que ainda permanecia no cômodo com ar condicionado, e passei borrifar água mineral, evitando o contato direto desta com os bolos. Mas pude perceber que o grande vilão estava sendo o ar condicionado, pois mesmo cuidando da umidade manualmente, tinha que repetir esta atividades várias vezes ao dia, desestabilizando todo o sistema.
Fase atual
No dia 2/2 coloquei o terrário em um outro cômodo, agora sem o ar condicionado, continuei fazendo o mesmo procedimento, acrescentando apenas uma embalagem de isopor contendo gelo no terrário, afim de diminuir a temperatura. Hoje (03/01) pude perceber novamente o aparecimento e nós hifais nos dois bolos, porém, o que foi submetido ao roll parece estar mais tímido.
Obs. Não consegui adicionar imagens ao tópico.
Esta é minha primeira experiência com o cultivo dos Psilocybes, embora já os conheça à algum tempo. Neste momento, estou acompanhando a fase de frutificação. Descreverei todo o procedimento realizado, apontando os erros e acertos, com o intuito não só de aprender, mas também de compartilhar os conhecimentos adquiridos com esta primeira empresa.
Escolhi a técnica dos bolos PF tradicional, por ser a mais indicada para iniciantes. A partir dela também é possível acompanhar de forma simples e detalhada, todo o desenvolvimento do fungo. Para melhorar a compreensão, dividirei a apresentação do conteúdo em duas partes: a primeira tratará de todo o processo compreendido entre a preparação dos bolos para a inoculação até a finalização da colonização. A segunda, se inicia com a preparação do terrário e corresponde a fase atual de frutificação.
1. PRIMEIRA PARTE:
1.1. Preparação dos bolos e esterilização (03/12)
A receita utilizada nos bolos foi a tradicional, na proporção 2:1:1, vermiculita, arroz integral e água mineral. Primeiramente, foi misturada a vermiculita e a água, e por último foi acrescentada a farinha de arroz. Durante este processo nenhuma atenção foi dada ao uso de luvas, tocas e máscaras. Todos os recipientes utilizados foram lavados apenas com detergente neutro.
Com a mistura pronta, o substrato foi transferido para os copos, onde uma camada de vermiculita seca foi acrescentada. Em seguida, os copos foram tampados por uma folha dupla de papel alumínio. No total foram preparados 4 copos. Estes foram submetidos ao processo de esterilização em panela de pressão por 45 minutos.
1.2. Processo de inoculação e incubação (04/12)
Os copos não foram inoculados dentro de uma glovebox. Optou-se pela utilização de um cômodo pequeno, com poucas aberturas (portas e janelas), previamente limpo com água sanitária (NaClO). Os esporos foram misturados à água mineral em um recipiente estéril (frascos para exame). Foi utilizada uma seringa estéril de 20 ml. Antes da inoculação, a agulha foi flambada em uma chama de isqueiro. Foram feitos 4 furos para inoculação em cada copo. A quantidade injetada não foi controlada. Por último, os copos foram tampados por mais uma camada de papel alumínio e foram selados por fita adesiva transparente.
Os recipientes inoculados foram armazenados em uma caixa plástica coberta por tecido escuro, para evitar a entrada de luz. A temperatura da incubadora não foi controlada. Os bolos estavam totalmente colonizados no dia 23/12, sem nenhum sinal de contaminação, mas permaneceram na incubadora até o dia 26/12, totalizando 22 dias de incubação.
2. SEGUNDA PARTE:
2.1. Terrário
Para o terrário, foi escolhido um recipiente plástico, em formato circular, de 9 litros, que possuía apenas uma tampa transparente, para a entrada de luz. Não foram feitos furos para a liberação do CO2 e as trocas de ar são feitas manualmente, 3 vezes ao dia. Para a umidade, foi adicionada uma camada de argila expandida juntamente com água mineral (cobrindo 1/2 da camada de argila). O terrário foi limpo com álcool 70 e foi adicionada água oxigenada (H2O2) para manter o meio estéril.
2.2. Frutificação - Fase atual
Os bolos foram aniversariados no dia 26/12, entretanto, um dos recipientes não permitiu a retirada do bolo colonizado, devido ao seu formato. Os 3 bolos não apresentavam nenhum sinal de contaminação e foram levados ao terrário, em um cômodo com ar condicionado. As trocas de ar eram feitas manualmente, 3 vezes ao dia. No dia 29/12 surgiram os nós hifais e primórdios em apenas um dos bolos. Até o dia 31/12 não percebi nenhum progresso do bolo que iniciou a frutificação, assim como nos outros, exceto por uma coloração azulada em um dos bolos.
Embora não possuísse nenhum higrômetro, concluí que o problema possivelmente seria a umidade, mesmo observando a formação de gotículas de água na parede do terrário. Por ser meu primeiro cultivo e não ter experiência, descartei o bolo que apresentou a mudança de coloração. Submeti os bolos a um dunk de 12 horas e fiz um roll em um deles.
No dia 1/1 retornei os 2 bolos restantes para o terrário, que ainda permanecia no cômodo com ar condicionado, e passei borrifar água mineral, evitando o contato direto desta com os bolos. Mas pude perceber que o grande vilão estava sendo o ar condicionado, pois mesmo cuidando da umidade manualmente, tinha que repetir esta atividades várias vezes ao dia, desestabilizando todo o sistema.
Fase atual
No dia 2/2 coloquei o terrário em um outro cômodo, agora sem o ar condicionado, continuei fazendo o mesmo procedimento, acrescentando apenas uma embalagem de isopor contendo gelo no terrário, afim de diminuir a temperatura. Hoje (03/01) pude perceber novamente o aparecimento e nós hifais nos dois bolos, porém, o que foi submetido ao roll parece estar mais tímido.
Obs. Não consegui adicionar imagens ao tópico.