Primeiro diário completo da Família Cool Bensis - de carimbo a carimbo e além.
Mas, como é o ciclo de vida do Psilocbe Cubensis? Para esta importante resposta, remeto vocês aos tópicos Ciclo de Vida dos Cogumelos Parte 1 e Ciclo de Vida dos Cogumelos Parte 2 - cujas leituras ajudarão na compreensão de tudo que será feito e dito nestes registros. Aqui neste diário vamos passar por todas essas etapas, começando pelo carimbo de esporos, do qual tiraremos os esporos para confeccionar a seringa, a qual usaremos para a inoculação em data futura.
O que veio primeiro, o cogumelo ou o esporo? Deixemos essa para qualificados filósofos responderem. Aqui vamos começar o ciclo de vida do cogumelo pela fase dos esporos.
Bem, em resumo, tudo se (re)inicia com os esporos, que eclodem quando em um substrato para darem origem às hifas que formarão o micélio, o qual será a próxima fase. Em certo momento, este micélio entende que está na hora de se reproduzir e entra finalmente na fase em que os cogumelos são produzidos. Por fim, há o retorno à fase do esporo, com a esporulação, e daí o reinício do ciclo de vida dos Cubensis.
As etapas que envolvem a fase dos esporos vão desde a confecção do carimbo de esporos até a inoculação no substrato, e serão vistas a partir de agora:
O que são Esporos? Esporo é como chamamos a "semente" (entre aspas porque tecnicamente não é semente mas esporo) de fungos. No caso dos esporos de Cubensis, eles dão origem ao micélio que posteriormente produzirá os cogumelos.
O que é Carimbo de Esporos? No momento em que o cogumelo começa a liberar seus esporos, é possível seccionar o chapéu do mesmo e colocá-lo sobre uma superfície, como um papel alumínio, onde ele depositará seus milhões de esporos microscópicos. O carimbo de esporos é então essa superfície onde ficarão os esporos. O nome "carimbo" vem porque, bem, é quase que literalmente uma carimbada - a diferença é que ao invés de tinta o chapéu solta esporos.
Carimbo utilizado neste cultivo. Um carimbo da strain TKSSS (Thai Koh Samui Super Strain), tirado em 23 de Janeiro desse ano, que foi obtido em uma troca com o nobre @Hórus em um momento de sorte minha, pois é uma das novas strains que eu mais desejava cultivar.
Como obter um carimbo? São várias formas:
Confecção de Carimbos. Estas informações serão dadas se/quando houver colheita.
Conservação do Carimbo. Eu simplesmente os deixo guardados em um pote vedado hermeticamente, cada um dentro de um ziplock, e com sílica gel dentro do pote, conforme a imagem abaixo:
Utilização para confecção de seringa de esporos ou de cultura líquida. A seguir, a confecção de seringas, método adotado para este diário.
O que é uma Seringa de Esporos? É como se chama uma seringa com uma solução de água com esporos misturados nela. Sua função é facilitar no momento da inoculação, que fica mais complicada de fazer se for necessário raspar o carimbo diretamente sobre o substrato onde crescerá o micélio. A agulha da seringa facilita que os esporos sejam inoculados diretamente dentro do substrato, o que inclusive acelera o tempo de colonização - além de possibilitar o uso do selo de vermiculita nos bolos, que é um fator favorável contra contaminações.
Informações Centralizadas sobre Seringas de Esporos. Na Biblioteca, em Perguntas Frequentes / Carimbos e Seringas, e no subfórum Carimbo, Seringa e Inoculação.
Resumo. O método que eu adoto desde o primeiro cultivo é o que considero o mais simples de todos e está no tópico Seringas extremamente simples. Em resumo, utiliza-se um pote de coleta de fezes que já vem esterilizado para misturar os esporos com a água, bem como a pazinha que vem dentro pra raspar o carimbo. Não utilizo água destilada nem água mineral, simplesmente fervo a água corrente e depois jogo pra seringa, conforme explicado no tópico citado.
Importância da Assepsia. Ao lado do momento da inoculação, a confecção da seringa de esporos requer muito cuidado para que não haja contaminações. Uma seringa de esporos contaminada pode determinar 100% de fracasso de um cultivo com bolos PF, tornando irrelevantes todos os procedimentos de esterilização realizados posteriormente à confecção da seringa contaminada.
Quantidade de seringas. Foram confeccionadas duas seringas de 20 ml cada com os esporos de TKSSS.
Local da confecção. O local onde faço as seringas é na boca do forno do fogão.
Imagens passo a passo do procedimento:
--> materiais utilizados para fazer a seringa. Só faltou o potinho de polipropileno usado pra facilitar encher as seringas de água quente.
--> tudo já sobre a boca do fogão e a água fervendo.
--> alumínio separado para enrolar as seringas após confeccioná-las.
--> primeiro encher as seringas com a água fervida ainda quente.
--> depois deixar esfriar pra não matar os esporos, ou pode acelerar o processo com água corrente, com cuidado pra não molhar a agulha.
--> abrir o potinho logo antes de fazer a raspagem do carimbo.
--> abrir o carimbo a ser raspado.
--> raspar o carimbo. Aqui na foto, cerca de 1/4 foi utilizado, o que neste caso foi até muito para duas seringas, dado o tamanho grande do carimbo.
--> após raspar os esporos, misturar água no potinho. Uma dica é usar a pressão da água saindo da agulha para limpar os esporos que fiquem grudados na pazinha (foto do meio) e nas paredes do potinho (foto da direita).
--> encher a seringa, tornar a esvaziá-la, enchê-la novamente e repetir até que sinta que os esporos estejam bem misturados. Então, encher de vez.
--> Pronto, seringas feitas. Como se pode ver, não precisa ser escura a água da seringa, mas dá pra ver de boa os esporos ali em flutuação na água.
--> finalmente, enrolar as seringas em papel alumínio e...
--> armazenar na geladeira.
Com isto, está completa a confecção da seringa e é só guardar o carimbo pra próxima.
:!: Recomenda-se o descanso das seringas em pelo menos 12 horas antes de utilizá-la, pra que os esporos sejam reidratados.
O próximo passo será fazer o substrato onde serão inoculados os esporos da seringa recém confeccionada.
Mas, como é o ciclo de vida do Psilocbe Cubensis? Para esta importante resposta, remeto vocês aos tópicos Ciclo de Vida dos Cogumelos Parte 1 e Ciclo de Vida dos Cogumelos Parte 2 - cujas leituras ajudarão na compreensão de tudo que será feito e dito nestes registros. Aqui neste diário vamos passar por todas essas etapas, começando pelo carimbo de esporos, do qual tiraremos os esporos para confeccionar a seringa, a qual usaremos para a inoculação em data futura.
FASE I - ESPOROS
O que veio primeiro, o cogumelo ou o esporo? Deixemos essa para qualificados filósofos responderem. Aqui vamos começar o ciclo de vida do cogumelo pela fase dos esporos.
Bem, em resumo, tudo se (re)inicia com os esporos, que eclodem quando em um substrato para darem origem às hifas que formarão o micélio, o qual será a próxima fase. Em certo momento, este micélio entende que está na hora de se reproduzir e entra finalmente na fase em que os cogumelos são produzidos. Por fim, há o retorno à fase do esporo, com a esporulação, e daí o reinício do ciclo de vida dos Cubensis.
As etapas que envolvem a fase dos esporos vão desde a confecção do carimbo de esporos até a inoculação no substrato, e serão vistas a partir de agora:
Etapa 1 - Carimbo de Esporos
A) Informações Gerais sobre Seringas de Esporos
O que são Esporos? Esporo é como chamamos a "semente" (entre aspas porque tecnicamente não é semente mas esporo) de fungos. No caso dos esporos de Cubensis, eles dão origem ao micélio que posteriormente produzirá os cogumelos.
O que é Carimbo de Esporos? No momento em que o cogumelo começa a liberar seus esporos, é possível seccionar o chapéu do mesmo e colocá-lo sobre uma superfície, como um papel alumínio, onde ele depositará seus milhões de esporos microscópicos. O carimbo de esporos é então essa superfície onde ficarão os esporos. O nome "carimbo" vem porque, bem, é quase que literalmente uma carimbada - a diferença é que ao invés de tinta o chapéu solta esporos.
Carimbo utilizado neste cultivo. Um carimbo da strain TKSSS (Thai Koh Samui Super Strain), tirado em 23 de Janeiro desse ano, que foi obtido em uma troca com o nobre @Hórus em um momento de sorte minha, pois é uma das novas strains que eu mais desejava cultivar.
Como obter um carimbo? São várias formas:
- Tirar você mesmo o carimbo de um cogumelo;
- Comprar na internet em um sítio que venda esporos - as lojas que se encontram nas regras da comunidade se acham no Repositório / Bancos de Esporos;
- Solicitar a um dos bancos de esporos pelo mundo - Repositório / Bancos de Esporos;
- Fazer troca com algum amigo ou com outro membro, se tiver acesso ao subfórum Compartilhando & Trocando - veja aqui as condições para participar do fórum de trocas e suas regras.
B) Procedimentos com o Carimbo de Esporos
Confecção de Carimbos. Estas informações serão dadas se/quando houver colheita.
Conservação do Carimbo. Eu simplesmente os deixo guardados em um pote vedado hermeticamente, cada um dentro de um ziplock, e com sílica gel dentro do pote, conforme a imagem abaixo:
Utilização para confecção de seringa de esporos ou de cultura líquida. A seguir, a confecção de seringas, método adotado para este diário.
Etapa 2 - Seringa de Esporos
A) Informações Gerais sobre Seringas de Esporos
O que é uma Seringa de Esporos? É como se chama uma seringa com uma solução de água com esporos misturados nela. Sua função é facilitar no momento da inoculação, que fica mais complicada de fazer se for necessário raspar o carimbo diretamente sobre o substrato onde crescerá o micélio. A agulha da seringa facilita que os esporos sejam inoculados diretamente dentro do substrato, o que inclusive acelera o tempo de colonização - além de possibilitar o uso do selo de vermiculita nos bolos, que é um fator favorável contra contaminações.
Informações Centralizadas sobre Seringas de Esporos. Na Biblioteca, em Perguntas Frequentes / Carimbos e Seringas, e no subfórum Carimbo, Seringa e Inoculação.
B) Confecção da Seringa de Esporos
Resumo. O método que eu adoto desde o primeiro cultivo é o que considero o mais simples de todos e está no tópico Seringas extremamente simples. Em resumo, utiliza-se um pote de coleta de fezes que já vem esterilizado para misturar os esporos com a água, bem como a pazinha que vem dentro pra raspar o carimbo. Não utilizo água destilada nem água mineral, simplesmente fervo a água corrente e depois jogo pra seringa, conforme explicado no tópico citado.
Importância da Assepsia. Ao lado do momento da inoculação, a confecção da seringa de esporos requer muito cuidado para que não haja contaminações. Uma seringa de esporos contaminada pode determinar 100% de fracasso de um cultivo com bolos PF, tornando irrelevantes todos os procedimentos de esterilização realizados posteriormente à confecção da seringa contaminada.
Para detalhes sobre esterilização e outros procedimentos, confira o subfórum Esterilização.
Quantidade de seringas. Foram confeccionadas duas seringas de 20 ml cada com os esporos de TKSSS.
Local da confecção. O local onde faço as seringas é na boca do forno do fogão.
Imagens passo a passo do procedimento:
B.1 - Preparação
--> materiais utilizados para fazer a seringa. Só faltou o potinho de polipropileno usado pra facilitar encher as seringas de água quente.
--> tudo já sobre a boca do fogão e a água fervendo.
--> alumínio separado para enrolar as seringas após confeccioná-las.
B.2 - Confecção
--> primeiro encher as seringas com a água fervida ainda quente.
--> depois deixar esfriar pra não matar os esporos, ou pode acelerar o processo com água corrente, com cuidado pra não molhar a agulha.
--> abrir o potinho logo antes de fazer a raspagem do carimbo.
--> abrir o carimbo a ser raspado.
--> raspar o carimbo. Aqui na foto, cerca de 1/4 foi utilizado, o que neste caso foi até muito para duas seringas, dado o tamanho grande do carimbo.
--> após raspar os esporos, misturar água no potinho. Uma dica é usar a pressão da água saindo da agulha para limpar os esporos que fiquem grudados na pazinha (foto do meio) e nas paredes do potinho (foto da direita).
--> encher a seringa, tornar a esvaziá-la, enchê-la novamente e repetir até que sinta que os esporos estejam bem misturados. Então, encher de vez.
--> Pronto, seringas feitas. Como se pode ver, não precisa ser escura a água da seringa, mas dá pra ver de boa os esporos ali em flutuação na água.
B.3 - Armazenamento
--> finalmente, enrolar as seringas em papel alumínio e...
--> armazenar na geladeira.
Com isto, está completa a confecção da seringa e é só guardar o carimbo pra próxima.
:!: Recomenda-se o descanso das seringas em pelo menos 12 horas antes de utilizá-la, pra que os esporos sejam reidratados.
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O próximo passo será fazer o substrato onde serão inoculados os esporos da seringa recém confeccionada.
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