Teonanacatl.org

Aqui discutimos micologia amadora e enteogenia.

Cadastre-se para virar um membro da comunidade! Após seu cadastro, você poderá participar deste site adicionando seus próprios tópicos e postagens.

  • Por favor, leia com atenção as Regras e o Termo de Responsabilidade do Fórum. Ambos lhe ajudarão a entender o que esperamos em termos de conduta no Fórum e também o posicionamento legal do mesmo.

Completo Cultivo MoKsha PF Tek - cubensis B+

Diário de cultivo completo.
Então, comecei ontem o meu cultivo, fazendo a preparação das seringas pra inoculação. A ideia é fazer cerca de 50 bolos de PF Tek, que terão garrafas PET de 2 L com vermiculita ou perlita ao fundo, pra manter a umidade, como terrários.

PREPARAÇÃO DAS SERINGAS - 26/10/12

Pra preparar as seringas os materiais usados foram os seguintes:
- 6 seringas 10 ml
- 1 seringa 5 ml
- 3 potinhos urina
2012-10-26 19.35.01.jpg
- álcool 70
- água sanitária
- dextrose
- extrato de levedura

Ideia geral:
3 diferentes meios.
O primeiro deles apenas com água e os esporos, uma seringa multiesporos convencional. Uma seringa de 10 e outra de 5, 15 ml. Solução pra preparar a próxima cultura líquida, reserva.
O segundo apenas com 1% de dextrose. Meio de cultura líquida convencional. 3 seringas, 30 ml. Ideia de preparar a cultura dentro da própria seringa vem do MicelioCarioca.
O terceiro com 1% de dextrose + 0,5g/L de extrato de levedura. Li que o cultivo em dextrose, apesar de ser o mais cristalino e, portanto, o mais fácil de se detectar contaminações, também é um dos meios mais incompletos. Rico em açúcares, mas pobre em aminoácidos e mesmo íons em gerais (como, por exemplo, os de fósforo, que os fungos precisam para compor seu DNA), o crescimento em dextrose é mais lento e deficiente que o em, por exemplo, caldo de milho ou Karo. O extrato de levedura é resultado da lise de leveduras, ou seja: contém todos os nutrientes essenciais ao desenvolvimento de um fungo. A concentração vem de Catalfamo & Tyler, 1964 (http://www.erowid.org/archive/rhodium/pdf/psilocybin.submerged.culture.pdf).


Preparo:
- Liguei o fluxo laminar, com as seringas e materiais que eu iria usar dentro do fluxo (depois de dar um banho de álcool 70 nele e em todo o resto). A luz ultravioleta ficou ligada. À esquerda dá pra ver o borrifador de álcool, que era utilizado sempre que eu tirava minhas mãos do fluxo e precisava colocar de volta.
2012-10-26 20.29.24.jpg
- Os potinhos de urina estéreis foram abertos, tiveram a dextrose e extrato de levedura pesados e foram fechados. Tentei ser o mais rápido possível, cerca de 15 segundos com cada potinho aberto.
- Uma proveta foi desinfetada. Para isso, ela foi bem limpa com detergente e esponja e depois ficou durante 15 minutos imersa em água sanitária pura, seguidos de 10 minutos imersa em álcool 70. Depois foi enxaguada várias vezes com água bidestilada.
- Foram medidos os volumes (de água bidestilada) na proveta e adicionados aos potinhos de urina. +3 segundos aberto.
- Os potinhos foram levados para o fluxo laminar e ficaram sob irradiação de ultravioleta durante 20 ~ 25 min.
2012-10-26 20.40.48.jpg
- Os potinhos foram abertos e as seringas preenchidas.

Resultado:
2 seringas (15 ml) de multiesporos
2 seringas (20 ml) de CL em dextrose 1% + extrato de levedura 0,5g/L
3 seringas (20 ml) de CL em dextrose 1%

Por enquanto é isso... As inoculações vão ocorrer entre 5 e 15 dias (os esporos que usei eram frescos). Conforme as coisas forem andando vou editando o post e colocando mais resultados.

*Ah é, desculpem pela má qualidade das fotos... Foram tiradas do celular :/
 
Última edição:
qual o volume dos bolos, e qual o metodo de vedaçao que pretendes utilizar neles(estou sem interrogaçao no teclado).
e a luz ultravioleta nao seria capaz de esterelizar ate os esporos de cubensis(interrogaçao)
 
Parabéns pela grandeza do trabalho.
Todas as seringas foram feitas de 1 único carimbo?
Inocule 1 bolo com cada seringa para saber se o carimbo está bom.
 
Estou enviando good vibes pra você brother! Aonde vai frutificar tanto bolo, vai usar vários bulbos daqueles que postou no outro tópico?

Um abraço!
 
É isso ai pra tudo tem um começo! 50 bolos? Ganancioso vc hein vai estocar pra uma vida!

É que conheci os cogumelos junto com um grupo de várias pessoas e vários de nós topamos cultivar. Vai acabar sendo umas 5 casas diferentes, com cerca de 10 copos cada uma.

qual o volume dos bolos, e qual o metodo de vedaçao que pretendes utilizar neles(estou sem interrogaçao no teclado).
e a luz ultravioleta nao seria capaz de esterelizar ate os esporos de cubensis(interrogaçao)

O volume dos bolos seria o equivalente a uns 70, 80% de um copo de requeijão de PP (200 ml), 140 ~ 160 ml. A vedação durante a esterilização em panela de pressão seria feita por uma camada dupla bem apertada de papel alumínio. Os copos vão ficar umas 24 hrs resfriando dentro da panela de pressão e, depois de abrir, vou imediatamente vedar com fita isolante. Depois distribuir 4 fitas micropore nos locais em que vou inocular, e então furar nesses pontos.

E sim, provavelmente seria... Mas só adicionei os esporos depois de esterilizar os meios com UV... E aí já tava tudo dentro do fluxo, com uma quantidade de contaminantes ínfima se comparado com o exterior

Parabéns pela grandeza do trabalho.
Todas as seringas foram feitas de 1 único carimbo?
Inocule 1 bolo com cada seringa para saber se o carimbo está bom.

Bá, valeu!
Sim, usei meio carimbo pra fazer todas (preparando meio de sobra pra não correr risco de faltar).

Estou enviando good vibes pra você brother! Aonde vai frutificar tanto bolo, vai usar vários bulbos daqueles que postou no outro tópico?

Um abraço!

Obrigado! Não, não... Vão ficar em garrafas PET de 2 L, distribuidos nas casas de 4 ou 5 pessoas.


Ah é, tinha esquecido de falar... Hoje, cerca de 24 horas depois (aqui tá fazendo um calor de 30 graus), já dá pra observar pequenas aglomerações esbranquiçadas no meio com dextrose + extrato de levedura. A seringa multiesporos e a só com dextrose permanecem iguais.


.
 
Última edição:
show de bola moksha, estou aqui torcendo pelo seu cultivo.
qualquer duvida estamos ae pra ajudar.
E POR FAVOR ESQUECE AQUELES GLOBOS, AMIGO hehehehehhe
 
Parabéns moskha, você esta indo muito bem no final das contas,muito legal esse equipamento que você utilizou. Pode metirar uma dúvida, como você faz pra se proteger da luz UV? Ou não precisa?

Paz e Luz
 
Parabéns moskha, você esta indo muito bem no final das contas,muito legal esse equipamento que você utilizou. Pode metirar uma dúvida, como você faz pra se proteger da luz UV? Ou não precisa?

Paz e Luz

Não precisa. Eu ligo o UV depois que já coloquei todas as coisas dentro e saio da sala. Só entro de novo quando for desligar o UV e começar a trabalhar.
 
Entendo.. eu tava olhando na internet uma lampada como essa, porém menor, portátil, não achei informação sobre o que usar para se proteger dela, saberia me dizer?
 
Hmm... Imagino que um refletor bem posicionado deva servir... O que que eu imagino seria algo tipo um abajour com uma caixinha de lente isolando e focalizando a luz. Dependendo da intensidade da lâmpada vai levar mais ou menos tempo... Mas, como regra geral, quanto mais próximo a lâmpada maior vai ser o poder desinfetante do processo. Uma lâmpada UV fora de uma glovebox ou fluxo não faria sentido na minha opinião.
 
moksha acho que nao ficou muito clara minha pergunta, gostaria de saber se voce evitou que os esporos fossem irradiados com UV.
 
Então... Escrevi certinho quais são os próximos passos que vou tomar a partir de terça (preparando e esterilizando os primeiros 10 bolos) e quarta (inoculando os primeiros 10 bolos). Crítica e sugestões são muitíssimo bem vindas.



PLANO EXPERIMENTAL – PF Tek
Preparação, esterilização, inoculação e incubação dos bolos


Da preparação e distribuição do substrato


• Materiais necessários:
Copos (apróx. 240 ml) resistentes a alta temperatura (120°C)
Papel alumínio

• Receita dos bolos:
½ Vermiculita1
¼ Farinha de arroz integral2
¼ Água mineral3

Algumas considerações são importantes:
1 – Tanto o tipo fino (1-2mm) quanto o grosso (5-8mm) servem. Entretanto, vermiculita fina armazena mais água que grossa e, portanto, a quantidade de água a ser utilizada é diferente. Num teste do Shroomery, 14g da fina seguraram 54ml de água, enquanto que da grossa 46ml.
2 – O único arroz que serve é o integral, que é rico em minerais e proteínas. Arroz branco é praticamente só amido e não serve (pode até ser que venha a produzir cogumelos, mas esses possuirão quantidades mínimas de psicoativo).
3 – Não necessariamente mineral, mas de preferência. Como dito, a quantidade de água vai depender do tipo de vermiculita. Como regra geral, melhor pouca água do que água em excesso! Mas, claro, o melhor mesmo é usar a quantidade ideal. Um método de acertar é o seguinte (usando todo o material, não em copos individuais): misturando, adicionar água na vermiculita até ela ficar saturada – quando água visível sai dos grânulos quando apertados. Depois adiciona-se a farinha de arroz integral: a ideia é umedecer a farinha seca com a vermiculita saturada, criando o nível ideal de água.

Quando o substrato estiver pronto, ele é distribuído entre os copos. Deve-se utilizar uma colher para isso, tomando cuidado para não prensar a mistura nos copos. Substrato prensado não possui espaço para a difusão de oxigênio e não gerará bolos saudáveis. Quanto ao volume, cerca de 240 ml são normalmente utilizados (copo de Whisky), mas qualquer volume aproximado a esse servirá. Copos menores colonizam mais rapidamente e maiores geralmente demoram tempo demais para colonizar (o que aumenta a chance de contaminações). Também é importante que os copos resistam a alta temperatura e pressão. Os copinhos de polipropileno de requeijão caem como uma luva. Outro cuidado importante: os copos não devem ser completamente preenchidos com o substrato. Deve-se deixar 1 – 2 cm sem substrato e adicionar vermiculita seca no final, pois isso dificulta contaminações. Limpar as bordas do copo e tapar, vedando bem, com uma dupla camada de papel alumínio, dobrando as bordas. Os bolos estão prontos para serem esterilizados.


Da esterilização dos copos com substrato


• Materiais necessários:
Copos com substrato fechados
Panela de pressão (de preferência que aguente 15 psi de pressão)
Descanso pra ficar no fundo da panela
Fita isolante / Durex de qualidade

Os copos são colocados prontos e fechados com uma dupla camada de alumínio dentro da panela de pressão. Não é possível colocar os copos diretamente na panela, pois o metal do fundo chega a ficar mais quente que 120 graus e faz com que os copos estourem/derretam. Apesar de diversas pessoas terem sucesso utilizando um pano embaixo dos copos, é altamente recomendada a utilização de um suporte metálico, uma vez que é possível colocar um nível maior de água, reduzindo a chance da panela secar durante o processo (fenômeno que é relativamente comum e carboniza o pano, além de fazer com que seja necessário repetir o processo). Além disso, o suporte metálico reduz a necessidade de se fixar os copos dentro da panela, uma vez que somente vapor, mas não água, entrará em contato com eles. A partir do momento em que a válvula da panela começa a deixar escapar ar e o fogo é baixado, conta-se uma hora, a panela é desligada e deixada pra esfriar até o dia seguinte – só se tiram os copos de dentro dela quanto ela estiver na temperatura ambiente. Importante: dito isso, é necessário esterilizar os bolos no mínimo um dia antes da inoculação. Dentro da panela, depois de terem sido esterilizados, os bolos podem ser mantidos com boa segurança por 7 – 14 dias. Quando frios, os copos são retirados da panela e lacrados (na borda do papel alumínio) com fita isolante.


Da inoculação dos copos com susbstrato esterilizado

• Materiais necessários:
Copos com substrato esterilizados
Seringa de esporos ou cultura líquida
Fita micropore

Inocula-se a seringa em quatro pontos diferentes do copo, com cerca de 0,25 ml cada um, furando o papel alumínio. A diferença em utilizar uma seringa multiesporos ou uma seringa com cultura líquida encontra-se aqui, na colonização do bolo. Com a cultura, o tempo de colonização pode ser de duas a três vezes menor do que com os esporos, o que reduz a chance de contaminação. Ou seja: a utilização da cultura líquida em vez dos esporos é desejável. A fase de micélio, que é a massa esbranquiçada que aos poucos vai dominar o substrato, é assexuada, enquanto que a fase de cogumelo é resultado do encontro sexual entre dois micélios diferentes. A injeção em quatro pontos diferentes propicia tal fenômeno, uma vez que quatro diferentes micélio em desenvolvimento vão se encontrar em diversos pontos. Tapa-se cada um dos furos feitos com fita micropore, que impede a passagem de contaminantes, mas não a troca gasosa.


Da incubação dos bolos

• Materiais necessários:
Copos inoculados

• Condições adequadas:
Escuro
Calor (cerca de 27°C)


Os bolos devem permanecer entre 23 e 30 graus e no escuro (a existência de luz no local faz com que cogumelos comecem a sair antes do bolo estar completamente colonizado, o que é indesejável). Os primeiros sinais de micélio surgem entre dois dias até uma semana ou mais e entre 2 a 5 semanas, dependendo das condições em que o bolo foi criado e está sendo mantido, deve haver a colonização total. Uma vez que toda a superfície do bolo foi dominada pelo micélio, espera-se mais 5 dias, para garantir a colonização total, seguidos de 2 dias de exposição a luz, para começarem a se formar os primeiros pins – o início da formação dos cogumelos. Depois os bolos são retirados dos copos e são transferidos para o terrário, que manterá a alta umidade durante o período de frutificação.
 
Muito bom mesmo, extramamente detalhado, acho que tem tudo pra dar certo, parabéns moskha.

Só uma observação que na minha opinião você deve conferir. Já vi muita gente falando que os bolos devem parmanecer numa temperatura preferencialmente fixa, em torno de 26~27~28°, no período de colonização. Se ele estiver a 23° acho que aumentam as chances de retardar esse processo, então um regulador de temperatura é essencial.

https://teonanacatl.org/wiki/temperatura-para-incubacao/

Paz e Luz!
 
Última edição:
Se seguir esses passos não tem mistério! Imprime essa parada e usa como "cola" na hora dos procedimentos, as vezes a ansiedade é tão grande que dá branco! :)
 
Algumas atualizações... Ontem preparamos os primeiros copos. Materiais utilizados:
169967_376715705744563_875293448_o.jpg

Foram, basicamente: arroz integral, vermiculita, composto para pássaros, papel alumínio e fita isolante. O composto de pássaros tinha girassóis, que foram removidos. Foram preparados 6 copos:
169961_376716459077821_1988437212_o.jpg

Mas só couberam 5 na panela de pressão...
622737_376716799077787_801939429_o.jpg

Até entrava um sexto ali no meio, mas aí não rolava fechar a panela. As inoculações vão ser realizadas sem a minha presença, mas a instrução geral é essa: 0,25ml por furo, 4 furos, um em cada extremidade do copo, flambando a agulha a cada 2 copos e antes de guardar, e colando uma fita micropore logo em seguida.

Sobre o desenvolvimento das seringas:

As seringas com glicose + extrato de levedura desenvolveram diversos pontos com micélio (de forma muito rápida, inclusive... Em menos de 24 horas já eram visíveis os primeiros sinais de desenvolvimento), enquanto que a somente com glicose não teve nenhum desenvolvimento visível. Pensando nos motivos pra isso ter acontecido, só consigo encontrar um: tanto a água (bidestilada) quando a glicose (P.A. laboratorial) eram puras demais. Acontece que a solução que foi formada, contendo quase que exclusivamente moléculas de água e glicose, praticamente não continha qualquer outro tipo de íon, o que impossibilitou o desenvolvimento do micélio. A seringa com glicose vai ser utilizada nessa primeira inoculação, já que não encontrei agulhas 18G 1 1/2 ainda.
 
Última edição:
As seringas com glicose + extrato de levedura desenvolveram diversos pontos com micélio (de forma muito rápida, inclusive... Em menos de 24 horas já eram visíveis os primeiros sinais de desenvolvimento), enquanto que a somente com glicose não teve nenhum desenvolvimento visível.


Esse levedura foi esterilizada? Ou você comprou levedura estéril?
 
Back
Top