Incorreto. A maioria dos clientes das smartshops são pessoas viciadas em alguma substância. Muitos dos produtos são para aliviar sintomas de abstinência, como o Kratom.
Eu morava em SP e ainda fiquei impressionado com a quantidade de junkies que viam na minha loja. Outros clientes eram turistas sem experiencia, outros eram turistas com muita experiência psicodélica e ainda, muitos clientes eram Holandeses que moravam na região.
Talvez você não tenha entendido, mas ele foi irônico. É bem sabido que pessoas nessas condições são os maiores clientes das lojas holandesas. Se você já andou pela cracolândia, Arouche, República, etc... dificilmente se impressionaria com qualquer outra coisa...
Vamos por partes. Eu particularmente discordo dos seus posts toda vez que mencionar a legalidade de cogumelos. Porque não são legalizados no Brasil e isso tem que ficar muito claro. Todo o comércio de cogumelos/trufas psilocybe e afins é ILEGAL.
É tão simples e óbvio, que a própria matemática explica, através da teoria dos conjuntos e lógica:
P é proibido;
Se P está contido em N, logo N é proibido. Isso vale para tudo.
Comprimidos não são proibidos. O que são proibidos, são comprimidos que contenham as substâncias listadas.
Brigadeiros e brownies não são proibidos, mas a versão com THC, sim.
Procura lá haxixe na portaria 344. O fato de não ter, o torna legal então?
Na lista de plantas, por exemplo, não tem argyreia nervosa, mas a ergina, ou mais conhecida como LSA, substância encontrada nas sementes da planta, está na lista de substâncias. Logo, se ergina estiver contida em dada semente, esta é proibida. Semente de cannabis não tem THC, logo é livre (vide HC 143890 STF). Assim como
esporos e cultura líquida de psilocybe, que não têm psilocibina/psilocina.
O fato de não ter na portaria 344 a proibição específica de cultivo de fungos da espécie, é o que nos dá maior segurança quanto a cultivadores privados, para consumo pessoal e intransferível.
A exploração comercial, juntamente com o aumento de incidentes, visibilidade, etc...pode acarretar uma simples revisão da portaria e a consequente proibição direcionada. Aquela historinha que provavelmente seus pais te contavam, de que se fulaninho pular do prédio, você também vai pular? Nunca fez tanto sentido. A proliferação atual de gente vendendo nas redes sociais, é algo no mínimo bizarro...no entanto se dizem travestidos de uma pseudolegalidade.
Provavelmente você não saiba disso, mas nesse exato momento está correndo um processo judicial que versa exclusivamente sobre venda de cogumelos que contém psilocibina/psilocina, proveniente de indiciamento por tráfico de entorpecentes, artigo 33 da lei especial. E aí, tá disposto a encarar um desses para tentar provar o seu ponto?
Tráfico de entorpecentes é considerado crime hediondo, independente de relação onerosa, ou seja, mesmo que doado, é o mesmo crime.
Isso implica em pena de reclusão, quer dizer que o regime inicial é fechado. Cadeia mesmo, tens noção o que isso significa?
Não há nada mais democrático e livre do que o cultivo.
Se a pessoa teve um cultivo bem sucedido ao ponto de poder ter uma experiência com o produto final, significa que ela passou por várias etapas de pesquisa e aprendizados importantes que contextualizam o processo da experiência.
Infelizmente não temos uma regulamentação para o uso religioso de cogumelos, o que implicaria uma forma de contextualizar e dar certa segurança, obedecendo certos preceitos importantes.
Isso está longe de acontecer nos casos de produto de prateleira...prova disso é quantidade de turistas surtando pelos hotéis de Amsterdam.
A Lei está aí, não tem o que fazer. O caminho para a legalização é a pesquisa e a ratificação da utilidade medicinal, em todos os aspectos, da substância, o que pode se transformar em um movimento político capaz de rever a legislação vigente (acho extremamente difícil), OU, como na Ayahuasca, submeter alguma religião ligada ao à consagração de cogumelos ao comitê do Conad e buscar uma regulamentação, o que para mim faz mais sentido do que liberar geral, dados os riscos óbvios envolvidos. Nenhuma das saídas é à pronta entrega.
No final das contas, o próprio discurso e ações antiproibicionistas, podem de fato gerar a proibição.
Vejo este fórum como uma fonte valiosa de informações sérias e precisas, capaz de educar para que seja possível explorar de forma segura e responsável parte do vasto mundo dos psicodélicos.
Não leve nada para o lado pessoal, isso causa chateação e o afasta do conhecimento.