São bem interessantes esse padrões. Já comentei em algum outro tópico (ou no PE) o som de cânticos ritualísticos. É tudo questão de atenção. Por ser a viagem de cogumelos enfaticamente visual, a atenção pra audição nem sempre se faz presente.
Eu cheguei a fazer viagens "longas" de olhos fechados, no escuro e em silêncio, eu me misturava a universos coloridos, que se moviam e se transformavam em outras coisas, e durante o tempo inteiro tinha uma música, que estava intimamente relacionada com as cores e os movimentos, a música lembrava muito a música dmt do shpongle, talvez por eu ter escutado ela algumas vezes antes da trip.
A minha explicação para a maneira com que as alucinações se manifestam, e, consequentemente, para os padrões, está intimamente relacionada com a cultura que acabamos adquirindo ao pesquisar sobre cogumelos, invariavelmente acabamos lendo sobre xamanismo, sobre os rituais dos povos ameríndios, sobre budismo e tudo o mais, acho que de certa forma nosso cérebro acaba imitando em alguns aspectos desses rituais.
Uma das "provas", eu sou um grande fã de matrix, gosto de música eletrônica, eu lembro de ter passado bastante tempo brincando de tentar induzir sonhos usando auto-hipnose, e tudo era sempre relacionado com matrix e música eletrônica, lembro até de ter tido alguns sonhos conforme o que eu esperava, agora falando do que importa, durante uma das viagens eu ouvi umas músicas que eu ouvia na época e tudo era bem parecido com os sonhos e com as espectativas que eu tinha na época das auto-hipnoses.
Bem, talvez tudo isso não faça muito sentido para aqueles que pensam em cogumelos como sagrados e as viagens de maneira religiosa, quero deixar não é a minha intenção ir contra isso, estou apenas relatando algumas de minhas reflexões.
Se o desconhecido se mostra aos nossos olhos físicos, astrais ou mentais, ele tb deve usar nossos ouvidos pra se manifestar.
Agora, a questão que cabe é: que tipo de ouvido ouve esse sons? O ouvido astral? O mental? Certamente nem sempre é o físico...
Bem, eu não acredito num ouvido astral, então vou resumir minhas idéias em relação a percepção apenas mental e a de origem física.
Primeiro tem que ficar bem claro que fazer tal distinção não faz muito sentido, sempre fazemos uma série bem grande de associações mentais em relação a tudo o que percebemos, fazendo um exemplo simples, se você está num jantar romântico com sua namorada e da sua playlist toca a Pachebel Canon, sempre que você ouvir essa música, mesmo que você não perceba por que, a sensação boa do jantar pode voltar, o mesmo acontece quando uma música é ouvida num momento triste, mesmo anos depois uma música pode acabar causando sentimentos ruins, mesmo sem saber mais a origem.
Assim, apesar da percepção física, imediatamente acabamos tendo uma percepção apenas mental, fazer tal separação não faz muito sentido, até mesmo por que não estamos aptos a saber quais são os sentimentos realmente causados pela percepção física, já que toda percepcão física supostamente é transformada em percepção mental, e só depois a sentimos, e sabemos que a mente gosta de inventar coisas, quem nunca teve alucinações aqui? Heheheh.
Concluindo, assim, as vezes pode escutar o bagulho da respiração da sua namorada e acabar ouvindo uma mistura da música do jantar romântico com o barulho dos barulhos pós jantar romântico, agora, me diga, isso é um barulho percebido por qual ouvido? Será que você realmente ouviu sua namorada respirando ou só de pensar nisso teve uma série de alucinações e acabou ficando muito confuso e teve medo de nunca mais saber o que é real e isso acabou fazendo você ficar desesperado a ponto de nunca mais acreditar nos seus sentidos e...?
(putz, que autobiográfico..)
Até que níveis os nossos sentidos podem ser expandidos?
Isso eu nem arrisco tentar responder, é uma pergunta que vivo me fazendo...
Até mais.