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Tutorial Atualização PF Tek 2020 - Substrato

ExPoro

Enteogenista Apaixonado pela Vida
Cultivador confiável
14/04/2015
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É, finalmente resolvi dar andamento à construção de um tutorial pra Biblioteca com a PF Tek atualizada desde a última década: o que não se faz mais porque não precisa, e o que se faz de novidade porque é mais prático.

Esse é o primeiro tópico de uma série que virão devagar, em que vou apresentar todas as etapas da PF Tek o mais desmistificado e descomplicado possível.


Guia 2020 de PF Tek - PARTE I
HORA DE COZINHAR - Feitura do Substrato
*não precisa de assepsia

É isso ai. Fazer o substrato é um ato de cozimento que visa a esterilizar o substrato e o deixar cozido pra melhor digestão do fungo. Nós adotamos a Panela de Pressão para fazer isso com o tradicional substrato PF Tek: 2 de vermiculita pra 1 de água (mineral no meu caso) pra 1 de farinha de arroz integral (FAI).

A PP realiza uma autoclave caseira e mata tudo dentro dos potes e copos: bactérias, fungos e esporos. Não resta nada pra tentar comer o substrato além do nosso amado Cubensis que será inoculado.

O importante a se descartar nessa fase é a assepsia que se recomendava antigamente. Você só precisa ter a higiene normal que teria na cozinha. Pode mexer o substrato e tudo mais com as mãos. Depois, a PP irá esterilizar o substrato, o que torna as medidas de assepsia nessa fase perda de tempo - então esqueça álcool 70, luvas, máscaras e tudo mais.

Você só precisa dos potes e de um lugar pra misturar os ingredientes na seguinte ordem: primeiro vermiculita, então adicione água e misture bem, e só por fim coloque a FAI e a misture bem. Nessa ordem, o substrato ficará bem aerado.

O ponto de umidade é aquele em que você espreme o substrato na mão e escorre umidade de suas mãos, até poucas gotas. Não deve estar enxarcado. Siga as proporções e dará certo.

Hora das fotos:
20200723_204842.jpg
Pode relaxar e usar as mãos nuas. Na foto, o substrato misturado e a colher pra colocar ele nos copos sem compactar.

Bem, coloque as colheradas do substrato e de umas batidinhas leves do copo na pia pra acomodar o que colocou sem compactar. Jamais compacte.

20200723_205441.jpg
Preencha então os selos de vermiculita, cujo espaço de 1 dedo você deve deixar. Essa camada é opcional mas reduz bem a contaminação na hora de inocular com uma seringa, e também em caso de incidentes com a camada de lacre de alumínio.

Bem vão sobrar umas sujeirinhas de vermiculita e substrato na beira dos copos que pode atrapalhar e rasgar o selo:
20200723_205723.jpg
Pode limpar eles com os dedos sem qualquer problema, depois a PP esteriliza. A ideia é liberar as bordas pro selo de alumínio aderir sem sujeiras e passagens de contaminantes.

20200723_205801.jpg
Substratos prontos...

Hora de selar:
20200723_210454.jpg20200723_210524.jpg
Você pode cortar o alumínio ao redor da boca do pote não só com uma tesoura, mas também com uma faca de serra (com jeito) sem rasgar o alumínio. Na foto, também uso a caixa de uma fita isolante grande pra fazer a forma de corte do alumínio em torno do copo pra agilizar.

Daí passar aquela fita isolante esperta e:
20200723_211040.jpg
Eis os copos prontos pra ir pra PP, onde ficarão em fogo baixo por 45 minutos após as PP pegarem pressão.

A medida de água? O suficiente pra encher até o quanto os copos não queiram flutuar, em caso de copos e potes de vidro que são pesados.

Precisa de pano no fundo? Não. Uso copos de requeijão desde sempre. Eles trepidam mas não quebram. Sem panos, tendem a cair menos na PP porque o fundo fica irregular. Fica a seu critério.

:!: Não precisa furar o alumínio. A esterilização dentro dos copos ocorrerá igualmente e o lacre não rompe. Mas na hora de tirar da PP pra inocular, pode-se ter mais praticidade porque os copos saem lacrados e só quem os fura é a seringa, o que quase anula a chance de contaminação na retirara da PP.

E aquele excessinho de água em cima do alumínio? Seque-os todos com papel toalha antes da inoculação para não prejudicar o micropore após inocular...

Mas isso é pro próximo capítulo dessa revisão da PF Tek.

Espero que gostem e os debates que podem se desenvolver me ajudem a melhorar o futuro tutorial em .pdf.

Abs a todos
 
Última edição:
O importante a se descartar nessa fase é a assepcia que se recomendava antigamente.


Se alguém recomendava isso antigamente estava viajando na maionese. É claro que o deve-se tentar trabalhar com utensílios e vasilhames limpos. Não é para misturar o substrato no prato com a comida que restou do jantar, mas para mim sempre foi claro que o que esterilizava é a panela de pressão.



Daí passar aquela fita isolante esperta e:

Não precisa furar o alumínio.


Passar fita isolante e não furar o alumínio significa que o vapor não vai circular dentro dos copos. E também que a pressão dentro dos mesmos não vai aumentar. Diminuirá a eficiência da esterilização.
 
Passar fita isolante e não furar o alumínio significa que o vapor não vai circular dentro dos copos. E também que a pressão dentro dos mesmos não vai aumentar. Diminuirá a eficiência da esterilização.

Eu faço assim há 4 anos desde que a @Malahov começou com isso. O resultado é que os copos ficam 4 a 5 meses sem qualquer sinal de vida - quando os descarto por desistir de qualquer eclosão. (Já fiz inoculação de carimbo estéril e verifiquei a eficácia da esterilização com o furo tapado). Isso se repetiu umas 3x com a autoclave sem furo no alumínio. A autoclave ocorre igualmente.

A questão é que a temperatura e a pressão dentro do copo lacrado ficam iguais à da PP, sendo por isso desnecessário o furo que até então se achava fazer diferença. Inclusive, a ausência de rasgos indica a mesma pressão interna/externa, e a mesma temperatura é evidente. De resto a água que compõe o substrato faz sua parte dentro do copo.


Se alguém recomendava isso antigamente estava viajando na maionese. É claro que o deve-se tentar trabalhar com utensílios e vasilhames limpos. Não é para misturar o substrato no prato com a comida que restou da jantar, mas para mim sempre foi claro que o que esterilizava é a panela de pressão.

Pois é. Muitos dos tutoriais da Bib e fórum mais acessados descrevem um procedimento asséptico na hora de fazer o substrato - ao invés de tratar com a leveza de um procedimento de preparo de comida.

Podemos ver a consequência disso nos diversos diários de primeiros cultivos (inclusive o meu) em que se usam luvas de procedimento (não precisa) e esterilização dos potes em água fervendo (basta estar tudo lavado com água e detergente neutro) etc. Todos procedimentos de assepcia que como você disse são desnecessários mas que constam como necessários em diversos tópicos e tutoriais do Portal de forma equivocada e defasada. Aí quem começa a cultivar tem trabalho extra que não precisava até se dar conta que... não precisa.

Então, bom deixar claro no tutorial de atualização. :)
 
Olá @ExPoro. Excelente artigo. :) Esse lacre que vai por cima de vermiculita não precisa esterilizar antes correto? Vai esterilizar na panela de pressão?

Outra dúvida, não tenho microondas para esterilizar vermiculita depois para fazer o casing, posso esterilizar esse vermiculita do casing na panela de pressão também futuramente?
 
Valeu! :)

Esse lacre que vai por cima de vermiculita não precisa esterilizar antes correto? Vai esterilizar na panela de pressão?

Não precisa esterilizar nada que vá pra PP, pois tudo será esterilizado lá dentro: copos, substratos, lacres de alumínio, fita isolante e o que mais tiver lá.

Aqui vai o artigo da Biblioteca sobre a autoclave, que é o que fazemos na PP: Autoclave.

Outra dúvida, não tenho microondas para esterilizar vermiculita depois para fazer o casing, posso esterilizar esse vermiculita do casing na panela de pressão também futuramente?

A vermiculita não precisa ser esterilizada, em qualquer fase que seja. Como explicado na caixa da vermiculita Dimmy, o processo de confecção do mineral expandido se dá em altíssima temperatura e mata tudo. Logo em seguida o produto é ensacado. A marca Dimmy faz questão de destacar na caixa isso, mas vale pra qualquer vermiculita que você compre, inclusive o sacão de 100 litros, pois o produto é ensacado logo após a expansão.

A vermiculita também não é nutritiva, malgrado o que fóruns gringos desconfiem, o micélio só coloniza as camadas de casing de vermiculita para pegar água e oxigênio. E isso gera lá nos gringos a ideia de que é nutritiva - mas não é, o que se vê pela consistência diferente do micélio que se forma na camada de casing feita apenas com vermiculita, que é do tipo "aéreo" (fácil fragmentação e é do mesmo tipo que se forma no bolo quando a troca de ar não está boa) e não do tipo "bolo" (que forma capa micelial e é consistente).

Por fim, no uso com casing, o micélio já está forte e pode se defender de um ou outro esporo ou bactéria.

Não é, pois, uma fonte de contaminação relevante. A menos que você conserve a vermiculita toda aberta por dias acumulando contaminantes. Se a caixa ou saco forem guardados e fechados, não há que se preocupar com esterilizar a vermiculita.

Enfim, não precisa esterilizar vermiculita conservada fechada no saco ou caixa entre os usos.
 
Última edição:
Gostei muito do seu tutorial, vai ajudar muitas pessoas que estão começando...

A primeira vez que fiz o PF TEK eu usei luvas no processo da preparação, foi um horror kkk a fita grudava na luva e tals.
 
A primeira vez que fiz o PF TEK eu usei luvas no processo da preparação, foi um horror kkk a fita grudava na luva e tals

Kkkkk é uma desgraça mesmo kkkk
 
Passar fita isolante e não furar o alumínio significa que o vapor não vai circular dentro dos copos. E também que a pressão dentro dos mesmos não vai aumentar. Diminuirá a eficiência da esterilização.

O que esteriliza é a temperatura, não a pressão. A maior pressão "aperta" as moléculas de água e as força a ficar no estado líquido com maior temperatura comparado a menor pressão.

É absurdo achar que a pressão não aumenta só por que não tem um furo. Se você soldar o pino e a válvula de escape da panela de pressão (ou não limpar a casquinha de feijão) ela não deixa de pegar pressão, ela explode.
 
O que esteriliza é a temperatura, não a pressão.


Não é que calor não esterilize. Flambar uma agulha, por exemplo, efetivamente esteriliza a mesma, com o agente sendo o calor.

Mas no caso de autoclave, ou do seu similar doméstico, a panela de pressão, a combinação de calor e pressão é importante para a eficiência. Ou dizendo melhor, a combinação de temperatura e vapor saturado. Inclusive é mais eficiente, quando se considera a mesma temperatura.

Para não ficar no você acha isso eu acho aquilo busquei um texto básico. Acho que esta comparação serve, mas tem outros.

Gráfico de comparação

Base para ComparaçãoEsterilização por calor úmidoEsterilização por calor seco
SignificadoA esterilização envolvendo temperatura mais baixa e alta pressão de água (vapor) é conhecida como esterilização por calor úmido.A esterilização envolvendo o ar seco de temperaturas mais altas e por mais tempo é conhecida como esterilização por calor seco.
Processo requerComo o nome diz, ele precisa de vapor e água.Não há uso de vapor e água.
A esterilização é feita porCoagulando proteína dos micróbios de forma muito eficaz.Oxidação da proteína e outras ligações químicas presentes nos micróbios.

Outros requerimentos
Este processo é realizado sob pressão.É realizado em chamas diretas.
A autoclave e a ebulição são submetidas à esterilização por calor úmido.Incertação, o queimador de Bunsen (chama), o forno de ar quente e o microondas são submetidos à esterilização a calor seco.
Tempo necessário para concluir o processoA esterilização por calor úmido leva menos tempo.Esse processo leva mais tempo comparativamente.

A seguir, são apresentados os pontos que apresentam as principais diferenças entre a esterilização por calor úmido e por calor seco:
  1. A esterilização envolvendo temperatura mais baixa e alta pressão da água (vapor) é conhecida como esterilização por calor úmido, na esterilização por contrapartida, incluindo o ar seco de temperatura mais alta e, por um período mais alto, é conhecida como esterilização por calor seco .
  2. Na esterilização por calor úmido, a coagulação de proteínas e enzimas dos micróbios é realizada de maneira muito eficaz, também leva menos tempo, enquanto na oxidação por calor seco, a desnaturação ou morte de micróbios é feita pelo processo de oxidação da proteína e outras ligações químicas presentes nos micróbios. e leva mais tempo para concluir.
  3. A autoclave e a ebulição são submetidas à esterilização por calor úmido, enquanto a incineração, o queimador de Bunsen (chama), o forno de ar quente e o micro-ondas são submetidas a esterilização a calor seco.

 
Última edição:
Podemos seguir pra uma próxima questão, pois acerca dos furos ou não (que é a relevância da discussão acima):

A questão é que a temperatura e a pressão dentro do copo lacrado ficam iguais à da PP, sendo por isso desnecessário o furo que até então se achava fazer diferença. Inclusive, a ausência de rasgos indica a mesma pressão interna/externa, e a mesma temperatura é evidente. De resto a água que compõe o substrato faz sua parte dentro do copo. = Calor úmido

Agradeço no entanto pelos debates em andamento. Desculpem-me se nesses tópicos eu ficar muito "seco" ou "objetivo" pra fazer o guia.
 
Última edição:
A vermiculita não precisa ser esterilizada, em qualquer fase que seja. Como explicado na caixa da vermiculita Dimmy, o processo de confecção do mineral expandido se dá em altíssima temperatura e mata tudo. Logo em seguida o produto é ensacado. A marca Dimmy faz questão de destacar na caixa isso, mas vale pra qualquer vermiculita que você compre, inclusive o sacão de 100 litros, pois o produto é ensacado logo após a expansão.
@ExPoro Obrigado pela resposta amigo! Sobre a vermiculita da Dimy ainda me confundo com alguns pontos. Na que eu comprei não fala em ser expandida, inclusive é bem fina, parece uma areia. Será que comprei a errada? Até conversei com outros cultivadores e eles comentaram que não tem problema em usar essa da Dimy, como se ela não fosse a melhor mas ainda assim funcionasse. Mesmo sendo fina, essa da Dimy é expandida?

Outra dúvida, para fazer o roll com vermiculita eu uso a mesma proporção água/vermiculita que usei no bolo, 1 copo vermiculita para 1/2 copo de água?

Levando em consideração seus pontos, para fazer o roll só misturo a água com a vermiculita e faço o roll diretamente nessa mistura, correto? Não precisaria do microondas ou qualquer etapa para esterilizar.

Outra dúvida aleatória, prometo que é a última, haha. Ouvi falar que se o carimbo for feito a muito tempo atrás, é bom deixar ele na seringa com água dentro da geladeira antes de inocular. Isso é necessário? Se sim, qual o tempo recomendado, ouvi falar entre 12 horas e dois dias.

Obrigado :)
 
Última edição:
Não usar pano de fundo na PP
Bem, parece que já há uma série de argumentos de segurança contra isso. Eu já não faço e o guia está sem nas fotos, mas ia constar no guia a opção. Acho melhor não...

Vejam o que o nobre @Mortandello disse:

tinha esquecido de dizer = PANO DE PRATO + PP = merda.
eu sei que voce deve ter escolhido um pano com bordas costuradas, sem risco de soltar felpas e tapar o respiro da PP, mas se voce usar um pano um pouco mais surrado, ele pode tanto soltar felpas e tapar o escoamento da pressao, causando explosão da panela.
ou em outro caso, se algum bolo explode, e aquela agua do fundo gruda toda com o pano, pode vir a pegar fogo dentro da panela no final da esterelizaçao, como aconteceu em um ou dois cultivos aqui no forum.
eu cheguei a criar um topico chamado CULTIVO - o que NAO fazer, se nao me engano onde eu mostro as fotos de um acontecimento do tipo.

Então, nada de pano no fundo da PP no guia resumido.
 
Então, nada de pano no fundo da PP no guia resumido.


Suportes podem funcionar bem para manter os copos mais altos. Eu tenho um de inox que é muito bom. Mas é melhor deixar claro que é OPCIONAL.
 
Última edição:
Nunca achei esses suportes até hoje... acabei desistindo. Onde costuma achar?

No caso dos copos de vidro grosso, é possível colocar um nível bom de água sem eles boiarem ou tombarem. Dispensa totalmente o suporte.

Já potes de PP ou de vidro fino (azeitona ou palmito) já podem flutuar mais, devido ao empuxo (costumam ter área maior que um copo de requeijão) e ao baixo peso. Aí é até básico o suporte, ou colocar vários potes pra que eles se apoiem um no outro sem tombarem.

Como o guia é com copos de requeijão, a parte sobre o suporte pode ficar nos complementos na mesma ideia da ponta da seringa rosa ser dado extra. Obrigado, @Ecuador.
 
Nunca achei esses suportes até hoje... acabei desistindo. Onde costuma achar?


A impressão que eu tenho é que o meu é um suporte de mesa para panelas. Mas como é pequeno se encaixa muito bem na panela de pressão grande que tenho.
 
Bem, sobre a questão do número de pontos de inoculação x tempo de colonização...
15982140467954985393702270521333.jpg :apontar: em uma inoculação de 6 copos, a ordem dos primeiros foi 4, 2 e 4 pontos de inoculação.
15982141489074837704014615757663.jpg :apontar: em outra inoculação de 6 copos, a ordem dos primeiros foi 2, 2, 4 e 4 pontos de inocuĺação.

Mas há muita variação pela genética, mas...

Contudo, deduz-se que 4 pontos é desnecessário em relação ao tempo que 2 pontos levam pra colonizar. Os demais copos aqui estão todos a quase 100%.

As exceções são os de 1 ponto de inoculação, em que 75% deles não passou de 90% ainda. Mas 25% fechou.

Conclusão. Em condições de inoculação ME, usar dois pontos parece ser o mais eficiente e econômico de seringa se a pessoa quiser otimizar a taxa de colonização.

Pro guia, basta tratar de 2 furos então. Além de outras vantagens, como ver o micélio eclodir (1 ponto não dá) e reduzir a concorrência pelo substrato (4 pontos dão eclosões em demasia).
 
Mais uma opção de preparo dos copos pra ir pra PP:
20210221_153909.jpg

Não é nenhuma novidade, mas agiliza substituir o papel alumínio pelas próprias tampas dos copos de requeijão. Nesse caso, a "vedação" fica bem mais simplificada com a fixação das tampas via fita isolante.

No caso da foto, escolhi não usar uma camada de micropore sobre os furos porque estou usando a camada de vermiculita sobre o substrato lá dentro. Assim, as tampas foram lacradas com os furos expostos, e as PP só serão abertas em uma área de trabalho limpa ou asséptica.

Além do furo central, resolvi também que as tampas deviam ter furos em 2 extremidades para inoculação em pontos duplos. Para abrir os furos, utilizei furadeira com broca beeeem fininha, mas um prego faria o mesmo serviço.

Esses furos só serão tapados após a inoculação. Em reta, bastará um micropore pra tapar os 3 furos.

P.S.: esse é um adendo, não será comentado no tutorial em pdf.
 
É, finalmente resolvi dar andamento à construção de um tutorial pra Biblioteca com a PF Tek atualizada desde a última década: o que não se faz mais porque não precisa, e o que se faz de novidade porque é mais prático.

Esse é o primeiro tópico de uma série que virão devagar, em que vou apresentar todas as etapas da PF Tek o mais desmistificado e descomplicado possível.


Guia 2020 de PF Tek - PARTE I
HORA DE COZINHAR - Feitura do Substrato
*não precisa de assepcia

É isso ai. Fazer o substrato é um ato de cozimento que visa a esterilizar o substrato e o deixar cozido pra melhor digestão do fungo. Nós adotamos a Panela de Pressão para fazer isso com o tradicional substrato PF Tek: 2 de vermiculita pra 1 de água (mineral no meu caso) pra 1 de farinha de arroz integral (FAI).

A PP realiza uma autoclave caseira e mata tudo dentro dos potes e copos: bactérias, fungos e esporos. Não resta nada pra tentar comer o substrato além do nosso amado Cubensis que será inoculado.

O importante a se descartar nessa fase é a assepcia que se recomendava antigamente. Você só precisa ter a higiene normal que teria na cozinha. Pode mexer o substrato e tudo mais com as mãos. Depois, a PP irá esterelizar o substrato, o que torna as medidas de assepcia nessa fase perda de tempo - então esqueça álcool 70, luvas, máscaras e tudo mais.

Você só precisa dos potes e de um lugar pra misturar os ingredientes na seguinte ordem: primeiro vermiculita, então adicione água e misture bem, e só por fim coloque a FAI e a misture bem. Nessa ordem, o substrato ficará bem aerado.

O ponto de umidade é aquele em que você espreme o substrato na mão e escorre umidade de suas mãos, até poucas gotas. Não deve estar enxarcado. Siga as proporções e dará certo.

Hora das fotos:
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Pode relaxar e usar as mãos nuas. Na foto, o substrato misturado e a colher pra colocar ele nos copos sem compactar.

Bem, coloque as colheradas do substrato e de umas batidinhas leves do copo na pia pra acomodar o que colocou sem compactar. Jamais compacte.

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Preencha então os selos de vermiculita, cujo espaço de 1 dedo você deve deixar. Essa camada é opcional mas reduz bem a contaminação na hora de inocular com uma seringa, e também em caso de incidentes com a camada de lacre de alumínio.

Bem vão sobrar umas sujeirinhas de vermiculita e substrato na beira dos copos que pode atrapalhar e rasgar o selo:
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Pode limpar eles com os dedos sem qualquer problema, depois a PP esteriliza. A ideia é liberar as bordas pro selo de alumínio aderir sem sujeiras e passagens de contaminantes.

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Substratos prontos...

Hora de selar:
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Você pode cortar o alumínio ao redor da boca do pote não só com uma tesoura, mas também com uma faca de serra (com jeito) sem rasgar o alumínio. Na foto, também uso a caixa de uma fita isolante grande pra fazer a forma de corte do alumínio em torno do copo pra agilizar.

Daí passar aquela fita isolante esperta e:
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Eis os copos prontos pra ir pra PP, onde ficarão em fogo baixo por 45 minutos após as PP pegarem pressão.

A medida de água? O suficiente pra encher até o quanto os copos não queiram flutuar, em caso de copos e potes de vidro que são pesados.

Precisa de pano no fundo? Não. Uso copos de requeijão desde sempre. Eles trepidam mas não quebram. Sem panos, tendem a cair menos na PP porque o fundo fica irregular. Fica a seu critério.

:!: Não precisa furar o alumínio. A esterilização dentro dos copos ocorrerá igualmente e o lacre não rompe. Mas na hora de tirar da PP pra inocular, pode-se ter mais praticidade porque os copos saem lacrados e só quem os fura é a seringa, o que quase anula a chance de contaminação na retirara da PP.

E aquele excessinho de água em cima do alumínio? Seque-os todos com papel toalha antes da inoculação para não prejudicar o micropore após inocular...

Mas isso é pro próximo capítulo dessa revisão da PF Tek.

Espero que gostem e os debates que podem se desenvolver me ajudem a melhorar o futuro tutorial em .pdf.

Abs a todos
Dúvida básica pode ser qualquer pote de vidro tipo aqueles que vem massa de tomate ou azeitonas dentro?
 
Dúvida básica pode ser qualquer pote de vidro tipo aqueles que vem massa de tomate ou azeitonas dentro?

Sim, nobre @Ochiha.

Eu não os uso mais, exceto pra CL, pois as encho 80% de água com mel, que pesa. São muito finos, leves e tem uma área maior (mais empuxo na água da PP), podendo tombar ou até boiar por pouco a depender do peso do substrato.

Coloque outros vidros ou copos na PP (cheios apenas com água) até que eles não tenham espaço pra tombar nada lá dentro.

E de extra, nunca use paninho no fundo. Vidro aguenta calor e trepidação. Fiapinho de pano se trava na válvula da PP causa explosão.

Abs
 
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