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Utilização de malte de cevada ou trigo

O que estou planejando é a utilização desta biomassa com o menor aporte extra de energia possível.

Como sou apenas um esporo…rsrsrs, mesmo eu já tendo lido os tutoriais e vários tópicos, peço o auxílio dos mais experientes aí.

Repisando o processo da produção artesanal de cerveja, eu faço com a utilização de 3 panelas.

A panela que nos enteressa aqui, possui um fundo falso cheio de orifícios. Ela serve como um enorme coador/peneira para que seja filtrado o mosto (caldo açucarado que vai virar cerveja) do bagaço do malte (que é o que queremos transformar em substrato para os cogumelos).

Este bagaço ainda tem bastante açúcar (a extração nunca é nem próxima a 100%) e demais nutrientes. (Tem até um post aí em cima com composições, mas talvez seja necessário ter em mente de que a extração indústrial, que não é o nosso caso, é bem mais eficiente. Ou seja. Provavelmente nisso bagaço seja mais rico em nutrientes que o da indústria.)

Ao final da brassagens esse bagaço ficou bem mais de uma hora em temperatura superio 70°C, ou seja: está praticamente pasteurizado.

Primeira questão a se resolver seria a umidade demasiada do bagaço.

A umidade do bagaço de malte na panela de mostura eu poderia resolver de duas formas:

Poderia retirar aquilo tudo dali, colocar em uma outra grande panela, ligar o fogo, e ir mexendo até evaporar a água excedente, “dar o ponto”. Isso acabaria de estilizar* o bagaço.

*Estou falando “estilizar” mas sei que ainda tem alguns contaminantes no materia. Talvez esteja assim para os nossos propósitos.

Esse método teria o inconveniente de sem trabalhoso, demandar mais gás.

2 - Poderia simplesmente deixar o bagaço acabar de escorrer na panela até que ele chegasse à umidade correta.

Esse método teria a desvantagem de inevitável fermentação/contaminação do bagaço.

Mas aí que me veio a ideia:

Pensei em justamente fermentar esse bagaço com as leveduras que já tenho, inclusive como forma de “conservar” ou mantê-lo o mais equilibrado possível, pois é isso que o levedo de cerveja faz.
Ele, o levedo, é também uma fonte de alimentos (não sei se o cogumelo consegue se alimentar de alguma forma dele) mas, com certeza, o cogumelo convive com ela na natureza.

Então, a dúvida que me resta é em qual momento eu inoculo o substrato: Ao final da fermentação (dura uns 3 dias) ou inoculo a levedura juntamente com os esporos?

Estou pensando em fazer um cultivo que seja “na pegada” de “monotubs ao ar livre”: Haver uma preocupação relativa com contaminação, mas apostar na condição de competitividade dos Cogus. E, como temos muito substrato, contar que a eficiência não precisa ser total.

Todo o malte que sobrar (mesmo que mais diluído) eu vou usar (depois de fervido) para as regas do substrato, como um aporte de açúcar e nutrientes.
 
Pensei em justamente fermentar esse bagaço com as leveduras que já tenho, inclusive como forma de “conservar” ou mantê-lo o mais equilibrado possível, pois é isso que o levedo de cerveja faz.

Você só vai acabar com a possibilidade do micélio da espécie psicoativa de se instalar.

Ele, o levedo, é também uma fonte de alimentos (não sei se o cogumelo consegue se alimentar de alguma forma dele) mas, com certeza, o cogumelo convive com ela na natureza.


Cubensis e Pans. Cyans (os psicoativos mais comuns de produção) NÃO convivem com levedura. É entendido que seu ciclo de vida começa pois seus esporos tem resistência ao estômago dos ruminantes e de outros animais, assim tendo o pontapé inicial de tomar o substrato quando o animal faz cocô.

Esses cogumelos psicoativos tem um substrato completamente diferente de leveduras comuns, que é bem menor em quantidade nutritiva (açúcar, por exemplo), do que os substratos que as leveduras se reproduzem de fato (cascas de frutas, seiva, frutas maduras em decomposição etc).

Podem "conviver" apenas como esporos livres voando pelo ar, mas nunca compartilham do mesmo substrato.



Na minha opinião (ainda sou esporo também, que os outros membros mais avançados me corrijam e critiquem também) pode valer a pena fazer um teste utilizando spawn em quantidades diferentes e sob condições diferentes de umidade como você colocou, para ver qual tem maior chance de sucesso e qual é o índice de contaminação. A regra de ouro é "apertar" o substrato e sair apenas algumas gotinhas de água, levando em conta que isso é feito num ambiente de ar não-estéril o ideal seria reduzir a umidade dele (e fazer a inoculação do spawn) o mais rápido possível para evitar contaminações.

Tem também a questão da nutrição do composto, que simplesmente pode tornar o cultivo inviável devido a contaminações.
 
Última edição:
Você só vai acabar com a possibilidade do micélio da espécie psicoativa de se instalar.




Cubensis e Pans. Cyans (os psicoativos mais comuns de produção) NÃO convivem com levedura. É entendido que seu ciclo de vida começa pois seus esporos tem resistência ao estômago dos ruminantes e de outros animais, assim tendo o pontapé inicial de tomar o substrato quando o animal faz cocô.

Esses cogumelos psicoativos tem um substrato completamente diferente de leveduras comuns, que é bem menor em quantidade nutritiva (açúcar, por exemplo), do que os substratos que as leveduras se reproduzem de fato (cascas de frutas, seiva, frutas maduras em decomposição etc).

Podem "conviver" apenas como esporos livres voando pelo ar, mas nunca compartilham do mesmo substrato.



Na minha opinião (ainda sou esporo também, que os outros membros mais avançados me corrijam e critiquem também) pode valer a pena fazer um teste utilizando spawn em quantidades diferentes e sob condições diferentes de umidade como você colocou, para ver qual tem maior chance de sucesso e qual é o índice de contaminação. A regra de ouro é "apertar" o substrato e sair apenas algumas gotinhas de água, levando em conta que isso é feito num ambiente de ar não-estéril o ideal seria reduzir a umidade dele (e fazer a inoculação do spawn) o mais rápido possível para evitar contaminações.

Tem também a questão da nutrição do composto, que simplesmente pode tornar o cultivo inviável devido a contaminações.
Muito obrigado pela contribuição!

Li aqui mesmo no fórum, que são utilizados substratos fermentados para bulk.

Tá certo que a pasteurização que foi relatada é após a fermentação: pega-se o estrume (que já fermentou), pasteuriza e usa este substrato.

As leveduras, quando estão com a sua atividade metabólica no auge, são “brabas” mesmo. Produzem álcool, esquentam o substrato, diminuem o pH. Nem sei se os esporos resistem a isso, se o esterco já saí inoculado do boi, ou depende na natureza que algum esporo caia nele, ou que haja algum outro micélio prévio…

Mas o que vc mesmo agora me inferiu foi isso: no estômago dos ruminantes, onde quem está mandando são as leveduras, está havendo a fermentação juntamente com o aproveitamento máximo dos nutrientes. O que sobra e é expelido (esterco com menos nutrientes) é que é colonizado pelo micélio. Então talvez a fermentação que eu vou mimetizar também cumpra esse papel de “diminuição” dos nutriente biodisponíveis para outro micro-organismos.

As leveduras quando acaba o seu alimento de escolha, o açúcar que elas conseguem digerir, entram em uma estado de hibernação que acho que não será competitivo com o micélio.

Tô tirando da minha cabeça, mas deve haver sim muita levedura selvagem, floculada, no esterco que é colonizado pelos micélio.

Mas a minha hipótese é que se eu conduzir a fermentação com uma alta inoculação de levedura, o substrato vai estar equilibrado, com menos micro-organismos, pois a levedura faz isso. É justamente isso que, grosso modo, garante a conservação dos fermentados.

Ai, depois da fermentação, eu inoculo os esporos. (Ou posso fazer os dois experimentos, inoculação de esporos e levedura ao mesm

O que me ocorreu agora é que eu posso fazer uma terceira vertente de teste. 1 - fazer com o bagaço assim que esfriar após a pasteurização. 2- fazer com ele depois de fermentado. 3- pasteurizar novamente após a fermentação.
Daí vejo o melhor resultado custo/benefícios.

Em tempo: Tenho plena consciência de que haverá contaminação, a minha aposta é que alguns micélio vão conseguir prosperar.

Não tem condições nem sentido para a proposta fazer spawn para inoculação da quantidade de substrato que eu vou trabalhar. Vai ter que ser na só com esporos, diretamente.

Quando eu meter a mão na massa mesmo posto um diário.

Valeu! Tomara que dê 10% certo!kkk
 
Uma vez acompanhei o relato de um cultivador que tentou usar esse tipo de material; a principal dificuldade é acertar o ponto ideal para fazer o spawn, por causa da umidade que ele absorve, como o grão não tem a casca, acaba virando uma gororoba e fica bem difícil secar; pra quem não tem muita experiência com spawn, um dos fundamentos para ele dar certo é acertar a umidade, o grão deve ficar umido (internamente) mas fora dele, o saco ou jarra, não pode ter muita água, pq isso favorece contaminação principalmente aquela mancha marrom (wet spot).
Tem tbm um problema com o amido, como grãos estão estourados, o amido fica muito exposto (faz parte do problema do acerto da umidade) mas tbm fica com muito carboidratos simples expostos
 
Última edição:
Não tem condições nem sentido para a proposta fazer spawn para inoculação da quantidade de substrato que eu vou trabalhar. Vai ter que ser na só com esporos, diretamente.

Esporos apenas funcionam em substratos esterilizados, esqueça de colocar esporos diretamente em substrato pasteurizado (seja qual for), não dará certo, deve ser usado algum tipo de spawn em boa quantidade, já vi gente ESTOURANDO fazendo de 1 pra 10 em condições ideias.

Mas a minha hipótese é que se eu conduzir a fermentação com uma alta inoculação de levedura, o substrato vai estar equilibrado, com menos micro-organismos, pois a levedura faz isso. É justamente isso que, grosso modo, garante a conservação dos fermentados.

No meu entendimento a levedura faz a conservação por dois meios: alcoolização do substrato ou na acidificação, os dois matam seus competidores, e pode crer que os nossos amigos mágicos são bem frescos e odeiam esse ambiente (também são mortos e nem conseguem se estabelecer).


@SpiritualMind ele não quer utilizar o bagaço de malte como substrato de spawn, mas sim como bulk.

O que deu certo do pessoal que postou isso antes foi que eles utilizaram o malte como ingrediente de PF.
 
ele não quer utilizar o bagaço de malte como substrato de spawn, mas sim como bulk.

O que deu certo do pessoal que postou isso antes foi que eles utilizaram o malte como ingrediente de PF.
Ahhhhh sim, mano. Confundi tópico, na minha cabeça eu já tinha lido o post e tratava de outra coisa hehehhehe
 
Uma vez acompanhei o relato de um cultivador que tentou usar esse tipo de material; a principal dificuldade é acertar o ponto ideal para fazer o spawn, por causa da umidade que ele absorve, como o grão não tem a casca, acaba virando uma gororoba e fica bem difícil secar; pra quem não tem muita experiência com spawn, um dos fundamentos para ele dar certo é acertar a umidade, o grão deve ficar umido (internamente) mas fora dele, o saco ou jarra, não pode ter muita água, pq isso favorece contaminação principalmente aquela mancha marrom (wet spot).
Tem tbm um problema com o amido, como grãos estão estourados, o amido fica muito exposto (faz parte do problema do acerto da umidade) mas tbm fica com muito carboidratos simples expostos
A cevada é utilizada predominantemente na cervejaria justamente pq tem casca. Realmente há muito amido no grão original, mas o processo de formação do mosto é basicamente transformar esse amido em açúcar e extraí-lo pra fazer cerveja. Claro que nunca se consegue lavar tudo, mas a proporção de casca/amido- aumenta muito. Tem “muito mais casca” no final.
Como falei acima, talvez a fermentação prévia equalize mais ainda os carboidratos simples que sobraram.

mas, realmente, só na prática que vou ver.

A panela de mostura já tem um fundo falso que talvez consiga drenar a umidade excessiva se ficar ali os dias da fermentação.

Em último caso, teria que pensar uma forma de “dar o ponto” na umidade. Não sei se jogando em uma panela e mexendo pra evaporar, ou talvez incorporando algo seco, que se for “barato” talvez valha a pena.

Esporos apenas funcionam em substratos esterilizados, esqueça de colocar esporos diretamente em substrato pasteurizado (seja qual for), não dará certo, deve ser usado algum tipo de spawn em boa quantidade, já vi gente ESTOURANDO fazendo de 1 pra 10 em condições ideias.



No meu entendimento a levedura faz a conservação por dois meios: alcoolização do substrato ou na acidificação, os dois matam seus competidores, e pode crer que os nossos amigos mágicos são bem frescos e odeiam esse ambiente (também são mortos e nem conseguem se estabelecer).


@SpiritualMind ele não quer utilizar o bagaço de malte como substrato de spawn, mas sim como bulk.

O que deu certo do pessoal que postou isso antes foi que eles utilizaram o malte como ingrediente de PF.
Beleza! Vou pensar nisso e como resolver/adaptar.
Acidificação eu tava pensando em algo como carbonato de cálcio, ia ver a proporção.
Agora o álcool, mesmo quedeis pouco em relação à massa total, vai ser complicado mesmo, só se eu “ferver” tudo de novo em outra panela, o que seria talvez também a solução pra secar e “sanitizar” novamente.
Vamos ver.
 
Olha isso:

Agora deu uma boa clareada.
Eu tinha pensado em sacos, é essa ideia do fechamento com espuma e elástico parece ótima.

Talvez seja o caso de adicionar uma serrragem.

É muito maneiro que tem a proporção calcário e gesso. Preciso verificar se a faixa de pH desses outros cogumelos é a mesma dos mágicos.

Acho que vou migrar a direção do Bulk, para um PF tek em sacos de até 500ml.
 
Última edição:
Pow, que maneiro tópico! Era justamente o que eu estava procurando!
Vou começar a produção com o bagaço de malte da mostura. Realmente são muito quilos de um possível substrato.
Eae amigao voce faz cerveja para consumo ou tambem para venda ? eh cerveja artesanal ?
 
Olha isso:

Agora deu uma boa clareada.
Eu tinha pensado em sacos, é essa ideia do fechamento com espuma e elástico parece ótima.

Talvez seja o caso de adicionar uma serrragem.

É muito maneiro que tem a proporção calcário e gesso. Preciso verificar se a faixa de pH desses outros cogumelos é a mesma dos mágicos.

Acho que vou migrar a direção do Bulk, para um PF tek em sacos de até 500ml.

Massa demais isso!

Mas é bom lembrar que os mágicos não são cogumelos de serrapilha, ou seja, não utilizam de celulose como nutrição. Os cogumelos-ostra utilizados no estudo realmente se alimentam de celulose.

No caso de cultivo dos mágicos as fibras de celulose (sejam elas quais forem) servem como "reservatório" de água, provendo pouca nutrição, se é que alguma.
 
Massa demais isso!

Mas é bom lembrar que os mágicos não são cogumelos de serrapilha, ou seja, não utilizam de celulose como nutrição. Os cogumelos-ostra utilizados no estudo realmente se alimentam de celulose.

No caso de cultivo dos mágicos as fibras de celulose (sejam elas quais forem) servem como "reservatório" de água, provendo pouca nutrição, se é que alguma.
Sim! O que aproveitei dessa coisa da serragem é: ser de graça. Reter água, que pode ser um fator pra eu equilibrar a saturação do bagaço, e a coisa de descompactar o substrato, que pelo relatório, parece ser bom para o desenvolvimento do micélio.
 
Sim. Sou artesão e faço para venda também. Na escala e com os procedimentos que fazem jus ao termo “artesanal”.
Nossa maneirissimo voce mesmo que faz seu malte ? usa organico ? da para viver disso (se nao for encomodo responder ) tambem quero viver disso fazer uma pequena cervejaria de malte organico
 
Nossa maneirissimo voce mesmo que faz seu malte ? usa organico ? da para viver disso (se nao for encomodo responder ) tambem quero viver disso fazer uma pequena cervejaria de malte organico
Brow, qq coisa, pra não ficar off tópico demais, pode perguntar in box aí que te respondo com o maior prazer.

Mas em resumo: o malte é quase sempre comprado. Há muito tempo que virou raridade a cervejaria também preparar seu malte. Hoje é residual isso. Talvez aos poucos volte a existir também.
Tem malte orgânicos a venda também.

Quanto a viver disso… cara, aí é muito relativo. Eu diria que sim.
 
Brow, qq coisa, pra não ficar off tópico demais, pode perguntar in box aí que te respondo com o maior prazer.

Mas em resumo: o malte é quase sempre comprado. Há muito tempo que virou raridade a cervejaria também preparar seu malte. Hoje é residual isso. Talvez aos poucos volte a existir também.
Tem malte orgânicos a venda também.

Quanto a viver disso… cara, aí é muito relativo. Eu diria que sim.
Ta certo amigo eh que eu faco malte para fazer pao germinado cru.... E ja trabalhei numa cervejaria artesanal... quem experimenta cerveja artesanal nunca mais sente tesao em cervejas industrializadas... mais demoro nao vamos desvirtuar o topico neh
 
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