Teonanacatl.org

Aqui discutimos micologia amadora e enteogenia.

Cadastre-se para virar um membro da comunidade! Após seu cadastro, você poderá participar deste site adicionando seus próprios tópicos e postagens.

  • Por favor, leia com atenção as Regras e o Termo de Responsabilidade do Fórum. Ambos lhe ajudarão a entender o que esperamos em termos de conduta no Fórum e também o posicionamento legal do mesmo.

Completo Primeiro Diário - Primeiro Monotube

Diário de cultivo completo.
Raças
Albino A+
Inoculação
28/12/2022
Inoculação via
Seringa Multiesporos
Assepsia (Inoculação)
Glovebox
Terrário
Monotube
Técnicas
Pasteurização, pftek, spaw, tindalização
Substratos
FAI, Fibra de coco, vermiculita e esterco bovino
Oi, pessoal!

Depois de um tempo - dois anos - voltei com um cultivo. Fiquei me questionando o porquê de não ter tido interesse antes e o porquê de ter interesse agora. Google fotos me relembrou um cultivo e um amigo me disse: "você sabe cultivar cogumelos"; talvez precisasse desse gatilho pra me dar conta de que sabia um pouco sobre o cultivo de cogus e mais além, arrisco-me dizer que inconscientemente minha mente tava sabendo antes de mim que precisava deles.

Ainda não tinha feito um Diário e como decidi experimentar outras técnicas, achei válido construir um.

Por fim, ou por início, comprei um carimbo de uma galera que trabalha com cultivo na capital e comecei por fazer uma Glovebox com uma antiga caixa de 20L que já foi utilizada como terrário. Não queria riscos e tava a fim de saber se sabia fazer uma Glovebox bacana.

Comprei dois canos de pvc que passassem a minha mão dentro, fita isolante, durepox, luvas (as maiores que encontrei na redondeza) e abraçadeiras de plástico para fixar as luvas com ajuda da fita isolante. Comprei baratinho um tampo de vidro para o fundo da caixa. Abri os buracos e o fundo da caixa esquentando a faca na boca do fogão com muita paciência. Depois encaixei os canos e vedei com o durepox. O vidro também foi com durepox pois a cola de silicone estava fora do meu orçamento. Achei que ficou bacana! Lavei com sabão e água sanitária e depois coloquei água fervendo e tampei, além de um tanto de álcool.
20221227_100409.jpg20221227_110042.jpg20221227_150144.jpgImagem do WhatsApp de 2023-02-09 à(s) 20.41.05.jpgImagem do WhatsApp de 2023-02-09 à(s) 20.41.06.jpg

Fervi água para esterelizar as seringas e depois fervi água desmineralizada para deixar as seringas cheias e estéreis. Deixei esfriando em um vasilhame de plástico bem limpo com tampa. Fico viajando na limpeza dos processos, depois fico pensando serem desnecessários e depois penso que assepsia nunca é demais.

Coloquei dentro da glove as seringas, o carimbo, uma colher, papel toalha e álcool. Coloquei o celular pra gravar, por que sou essa dos registros.
O carimbo veio embalado no estilo daquelas placas petri de vidro mas nesse caso era de plástico. Joguei a água de uma seringa dentro, esperei um pouco e mexi com a colher, puxei de volta e tive a primeira seringa bem escura. Já li aqui no fórum que seringa escura nem sempre é sinal de seringa saudável, mas pelo espaço que tinha para depositar a água tinha que ser assim. Em resumo fiz 5 seringas de 10ml, 3 de 5ml e 1 de 20ml. Ainda sobrou um pouco do carimbo para outras seringas.

O manuseio dentro da glove teve que ser bem delicado, o espaço entre as mãos ficou pequeno, mas deu pra manipular.
1.jpg2.jpg3.jpg

Depois das seringas prontas preparei o substrato utilizando a receita básica de pftek (2:1:1 vermiculita, FAI e água). No dia seguinte, durante três dias fiz a tindalização de um milho de pipoca no esquema de colocar o milho na panela, cobrir com água, tampar a panela, levar ao fogo, esperar ferver, marcar 10 min e desligar. Repeti esse processo depois de 24h e depois de mais 24h repeti e escorri o milho para ir para geladeira. Quando tirei da geladeira o milho ainda estava um pouco úmido então tentei tirar o excesso de água com papel toalha. Deu certo.

Com o substrato de FAI preenchi 10 potes de 220 ml, 5 potes de 250 ml e 2 potes de vidro de 200ml. Fui preenchendo sem apertar, coloquei o selo de vermiculita, fechei com papel alumínio e fita isolante. Com o milho tindalizado preenchi três potes de vidro grandes de 500 ml e um pequeno de 200ml, tampei com o alumínio, fiz uns furos e coloquei micropore neles. Tudo nas panelas de pressão, fogo baixo, de 45min a 1h. Esperei esfriar e inoculei tudo em um quarto bem limpo, numa mesa bem limpa com muito álcool e velas pra parada ficar segura e dar certo.
Cada seringa que fiz coloquei um número e coloquei marquei os potes com o número das seringas para observar se tinha alguma diferença na colonização de cada bolo. Dois furos em cada bolo, sempre passando a seringa no fogo azul - até ficar vermelha - antes de cada furo. Fechei os furos com micropore e coloquei papel alumínio. Nos potes com milho fiz apenas um furo e tentei ao máximo colocar só o pingo suficiente com esporos para não deixá-lo molhado em excesso sem necessidade. Não tirei foto da inoculação. :/

20221227_183451.jpg20221228_074352.jpg20221228_083400.jpg20230101_184355.jpg20230101_190007.jpg

Então ficou que inoculei 10 pfteks dia 28/12 e dia 02/01 inoculei os 4 potes de milho

Os milhos estavam assim dia 08/01:

20230108_083103.jpg

E dia 15/01 assim:

20230115_101142.jpg

Dia 26/01:
20230126_122354.jpg
Aí nessa parte da história percebi que os outros potes de milho estavam travados e não estavam evoluindo como este. O fato é que este pote pequeno estava apenas com a fita microporosa, sem camada de papel alumínio por cima e os outros três potes grandes tinham papel alumínio por cima. Todos os outros potes estavam assim. O micélio já bem desenvolvido quase fechando os potes e nada de continuar.
Vim aqui no fórum e a resposta foi retirar o papel alúminio e se necessário fazer uns furos com objeto esterelizado para que o tadinho do micélio pudesse respirar. Tava faltando a troca de ar. Ficaram assim:


Fiz os furos nos pf teks e em mais uns dias completaram a colonização. (teria um nome melhor?)
Além disso tirei da caixa térmica e coloquei em outra caixa transparente dentro do forno. Deixei dentro da térmica somente os potes com milho com uns furos bem bons feitos com um garfo mesmo :)

Tava querendo fazer o monotube pra testar algo novo e porque o orçamento tava baixo pra montar um terrário. Imagino que pela quantidade de bolos teria que ter mais de uma caixa organizadora e compressor e argila e magueira e pedra porosa e energia, etc.

Li bastante por aqui, na verdade o que sei vem das experiências que tive e das experiências que vejo por aqui. O monotube sendo mais independente que um terrário assemelha-se melhor com a forma natural, ainda que de forma controlada em alguns passos, como na pasteurização do substrato, mas ainda assim mais orgânica que os terrários que precisam da energia elétrica para manter. Não sei se o monotube é ideal para quaisquer faixas de temperatura, aqui no interior do Ceará é bem quente mas ameniza à noite.

Fui atrás de fazer um monotube, neste caso um baldetube: um balde de manteiga de 15kg com 4 furos de mais ou menos 10cm. Tampei os furos com perlon e fita crepe.

Depois que preparei o local, preparei o substrato que iria nutrir o micélio novamente. Usei um vasilhamente de plástico daqueles de sorvete de 1L e fiz a receita: 2 fibra de coco + 1 vermiculita + 1 esterco bovino + 1 de água. Misturei tudo - com carinho - fui mexendo com as mãos e colocando a água aos poucos pra sentir quando ficasse num ponto que o substrato solta alguma gota de água.
Coloquei o substrato em uma panela grande, cobri com plástico filme e coloquei dentro de outra panela com água quase fervendo no fogo mais baixo possível, sem contato com a água, só no vapor. Fiquei observando por 2h e alguns minutos a mais. Quando a temperatura chegava a 70º - 72º eu tirava a panela de dentro da outra ou desligava rapidinho o fogo. Descobri que é um processo lento e que para maiores quantidades de substrato é preciso outro método mais rentável. Pensarei e pesquisarei depois. Aqui algumas fotos dessa parte.

20230203_153148.jpgIMG-20230210-WA0006.jpgImagem do WhatsApp de 2023-02-10 à(s) 10.17.17.jpgIMG-20230210-WA0004.jpgIMG-20230210-WA0008.jpg

Substrato pasteurizado e frio, comecei a montar as camadas. Coloquei um saco plástico cortado em formato redondo no fundo e em seguida uma medida e meia do substrato; quebrei dois pfteks com muito amor e cuidado. (Quando peguei o bolo com as mãos [sem luvas mesmo] senti um respeito muito grande e um poder de conexão, como se um organismo vivo mais inteligente que eu e estivesse ali me comandando a alimentá-lo e a fazer com que se multiplicasse. Muito respeito pelo meu amigo micélio. Gosto de imaginar coisas fantásticas advindas dos reinos que existem dentro do nosso universo).
Cobri novamente com uma medida e meia de substrato e tampei. Quando estava fazendo os furos grandes ao redor do balde, fiz um bem no meio da tampa e cobri com perlon também.
Em outro balde menor, de 5kg, fiz furos ao redor do balde, tampei todos com perlon e segui o mesmo processo. Como o recipiente era menor coloquei menos substrato, não usei uma medida precisa, mas acredito que tenha sido 3/4 do pote de sorvete que vinha utilizando para medir o volume.

03/02
20230203_211007 (1).jpg20230203_210941.jpgIMG-20230210-WA0015.jpg20230203_211122.jpgIMG-20230210-WA0014.jpgImagem do WhatsApp de 2023-02-10 à(s) 10.28.03.jpgIMG-20230210-WA0013.jpgIMG-20230210-WA0018.jpg

Coloquei o balde pequeno dentro da caixa térmica, junto com os outros três potes grandes de milho que ainda não tinha completado a colonização e o balde grande num local escuro e sem muita ventilação. Viajei no dia seguinte e após uns dias longe pedi pro meu irmão verificar como estava o desenvolvimento e ele me mandou essa foto:

07/02 (4 dias)
dada.jpg

Fiquei feliz. Posso estar errada, mas acredito que o micélio gostou do bulk. Esse foi com o spaw de milho, não registrei o outro tube com o pftek.
Os milhos que foram incubados dia 02/01 estavam assim dia 08/02:

66.jpg11.jpg77.jpg
35 dias no total incluindo os dias que a colonização ficou parada. Os pfteks foram aproximadamente 36 dias incluindo também o tempo que ficaram parados. Acredito que o começo das chuvas por aqui amenizaram a temperatura e pode ter influenciado na demora e sendo menos crítica comigo, acho que fui bem :)

Tô aqui pasteurizando outro substrato para poder montar outro tube e já tindalizando mais milho pra usar o que já tá pronto para começar a colonizar um novo milho (g2g, certo?) Tenho dúvidas para quando for frutificar o tube e nas questões de adaptação das strains aos diferente tipos de climas. Aqui onde moro o clima é semiárido, a temperatura varia entre 24º e 31º, a noite é clima de sertão mesmo, bem frio, mas pela manhã o calor e a umidade não me parecem favoráveis, não sei se é propício para os albinos a+.. só aguardando os resultados mesmo e os comentários dos amigos. Tô com um carimbo de MDK (que chegou pra mim de uma maneira bem legal, depois que descobri um grupo bem legal de amigos iniciantes) :) E li que o TPB adapta-se bem a essas temperaturas.

Se alguém tiver lido até aqui e quiser deixar uma sugestão - ou duas - ou uma crítica que incentive a melhora do cultivo... ou ainda uma correção sobre algum equívoco... por favor :)
Grata, amigos.
 

Anexos

  • 20230102_102551.jpg
    20230102_102551.jpg
    567.4 KB · Visualizações: 18
  • IMG-20230210-WA0005.jpg
    IMG-20230210-WA0005.jpg
    206 KB · Visualizações: 17
  • IMG-20230210-WA0007.jpg
    IMG-20230210-WA0007.jpg
    237.6 KB · Visualizações: 16
  • IMG-20230210-WA0008.jpg
    IMG-20230210-WA0008.jpg
    173.4 KB · Visualizações: 17
Última edição por um moderador:
Oi, pessoal!

Depois de um tempo - dois anos - voltei com um cultivo. Fiquei me questionando o porquê de não ter tido interesse antes e o porquê de ter interesse agora. Google fotos me relembrou um cultivo e um amigo me disse: "você sabe cultivar cogumelos"; talvez precisasse desse gatilho pra me dar conta de que sabia um pouco sobre o cultivo de cogus e mais além, arrisco-me dizer que inconscientemente minha mente tava sabendo antes de mim que precisava deles.

Ainda não tinha feito um Diário e como decidi experimentar outras técnicas, achei válido construir um.

Por fim, ou por início, comprei um carimbo de uma galera que trabalha com cultivo na capital e comecei por fazer uma Glovebox com uma antiga caixa de 20L que já foi utilizada como terrário. Não queria riscos e tava a fim de saber se sabia fazer uma Glovebox bacana.

Comprei dois canos de pvc que passassem a minha mão dentro, fita isolante, durepox, luvas (as maiores que encontrei na redondeza) e abraçadeiras de plástico para fixar as luvas com ajuda da fita isolante. Comprei baratinho um tampo de vidro para o fundo da caixa. Abri os buracos e o fundo da caixa esquentando a faca na boca do fogão com muita paciência. Depois encaixei os canos e vedei com o durepox. O vidro também foi com durepox pois a cola de silicone estava fora do meu orçamento. Achei que ficou bacana! Lavei com sabão e água sanitária e depois coloquei água fervendo e tampei, além de um tanto de álcool.
View attachment 208539View attachment 208540View attachment 208541View attachment 208542View attachment 208543

Fervi água para esterelizar as seringas e depois fervi água desmineralizada para deixar as seringas cheias e estéreis. Deixei esfriando em um vasilhame de plástico bem limpo com tampa. Fico viajando na limpeza dos processos, depois fico pensando serem desnecessários e depois penso que assepsia nunca é demais.

Coloquei dentro da glove as seringas, o carimbo, uma colher, papel toalha e álcool. Coloquei o celular pra gravar, por que sou essa dos registros.
O carimbo veio embalado no estilo daquelas placas petri de vidro mas nesse caso era de plástico. Joguei a água de uma seringa dentro, esperei um pouco e mexi com a colher, puxei de volta e tive a primeira seringa bem escura. Já li aqui no fórum que seringa escura nem sempre é sinal de seringa saudável, mas pelo espaço que tinha para depositar a água tinha que ser assim. Em resumo fiz 5 seringas de 10ml, 3 de 5ml e 1 de 20ml. Ainda sobrou um pouco do carimbo para outras seringas.

O manuseio dentro da glove teve que ser bem delicado, o espaço entre as mãos ficou pequeno, mas deu pra manipular.
View attachment 208544View attachment 208545View attachment 208546

Depois das seringas prontas preparei o substrato utilizando a receita básica de pftek (2:1:1 vermiculita, FAI e água). No dia seguinte, durante três dias fiz a tindalização de um milho de pipoca no esquema de colocar o milho na panela, cobrir com água, tampar a panela, levar ao fogo, esperar ferver, marcar 10 min e desligar. Repeti esse processo depois de 24h e depois de mais 24h repeti e escorri o milho para ir para geladeira. Quando tirei da geladeira o milho ainda estava um pouco úmido então tentei tirar o excesso de água com papel toalha. Deu certo.

Com o substrato de FAI preenchi 10 potes de 220 ml, 5 potes de 250 ml e 2 potes de vidro de 200ml. Fui preenchendo sem apertar, coloquei o selo de vermiculita, fechei com papel alumínio e fita isolante. Com o milho tindalizado preenchi três potes de vidro grandes de 500 ml e um pequeno de 200ml, tampei com o alumínio, fiz uns furos e coloquei micropore neles. Tudo nas panelas de pressão, fogo baixo, de 45min a 1h. Esperei esfriar e inoculei tudo em um quarto bem limpo, numa mesa bem limpa com muito álcool e velas pra parada ficar segura e dar certo.
Cada seringa que fiz coloquei um número e coloquei marquei os potes com o número das seringas para observar se tinha alguma diferença na colonização de cada bolo. Dois furos em cada bolo, sempre passando a seringa no fogo azul - até ficar vermelha - antes de cada furo. Fechei os furos com micropore e coloquei papel alumínio. Nos potes com milho fiz apenas um furo e tentei ao máximo colocar só o pingo suficiente com esporos para não deixá-lo molhado em excesso sem necessidade. Não tirei foto da inoculação. :/

View attachment 208553View attachment 208552View attachment 208551View attachment 208550View attachment 208549

Então ficou que inoculei 10 pfteks dia 28/12 e dia 02/01 inoculei os 4 potes de milho

Os milhos estavam assim dia 08/01:

View attachment 208556

E dia 15/01 assim:

View attachment 208559

Dia 26/01:
View attachment 208560
Aí nessa parte da história percebi que os outros potes de milho estavam travados e não estavam evoluindo como este. O fato é que este pote pequeno estava apenas com a fita microporosa, sem camada de papel alumínio por cima e os outros três potes grandes tinham papel alumínio por cima. Todos os outros potes estavam assim. O micélio já bem desenvolvido quase fechando os potes e nada de continuar.
Vim aqui no fórum e a resposta foi retirar o papel alúminio e se necessário fazer uns furos com objeto esterelizado para que o tadinho do micélio pudesse respirar. Tava faltando a troca de ar. Ficaram assim:


Fiz os furos nos pf teks e em mais uns dias completaram a colonização. (teria um nome melhor?)
Além disso tirei da caixa térmica e coloquei em outra caixa transparente dentro do forno. Deixei dentro da térmica somente os potes com milho com uns furos bem bons feitos com um garfo mesmo :)

Tava querendo fazer o monotube pra testar algo novo e porque o orçamento tava baixo pra montar um terrário. Imagino que pela quantidade de bolos teria que ter mais de uma caixa organizadora e compressor e argila e magueira e pedra porosa e energia, etc.

Li bastante por aqui, na verdade o que sei vem das experiências que tive e das experiências que vejo por aqui. O monotube sendo mais independente que um terrário assemelha-se melhor com a forma natural, ainda que de forma controlada em alguns passos, como na pasteurização do substrato, mas ainda assim mais orgânica que os terrários que precisam da energia elétrica para manter. Não sei se o monotube é ideal para quaisquer faixas de temperatura, aqui no interior do Ceará é bem quente mas ameniza à noite.

Fui atrás de fazer um monotube, neste caso um baldetube: um balde de manteiga de 15kg com 4 furos de mais ou menos 10cm. Tampei os furos com perlon e fita crepe.

Depois que preparei o local, preparei o substrato que iria nutrir o micélio novamente. Usei um vasilhamente de plástico daqueles de sorvete de 1L e fiz a receita: 2 fibra de coco + 1 vermiculita + 1 esterco bovino + 1 de água. Misturei tudo - com carinho - fui mexendo com as mãos e colocando a água aos poucos pra sentir quando ficasse num ponto que o substrato solta alguma gota de água.
Coloquei o substrato em uma panela grande, cobri com plástico filme e coloquei dentro de outra panela com água quase fervendo no fogo mais baixo possível, sem contato com a água, só no vapor. Fiquei observando por 2h e alguns minutos a mais. Quando a temperatura chegava a 70º - 72º eu tirava a panela de dentro da outra ou desligava rapidinho o fogo. Descobri que é um processo lento e que para maiores quantidades de substrato é preciso outro método mais rentável. Pensarei e pesquisarei depois. Aqui algumas fotos dessa parte.

View attachment 208561View attachment 208577View attachment 208580View attachment 208575View attachment 208579

Substrato pasteurizado e frio, comecei a montar as camadas. Coloquei um saco plástico cortado em formato redondo no fundo e em seguida uma medida e meia do substrato; quebrei dois pfteks com muito amor e cuidado. (Quando peguei o bolo com as mãos [sem luvas mesmo] senti um respeito muito grande e um poder de conexão, como se um organismo vivo mais inteligente que eu e estivesse ali me comandando a alimentá-lo e a fazer com que se multiplicasse. Muito respeito pelo meu amigo micélio. Gosto de imaginar coisas fantásticas advindas dos reinos que existem dentro do nosso universo).
Cobri novamente com uma medida e meia de substrato e tampei. Quando estava fazendo os furos grandes ao redor do balde, fiz um bem no meio da tampa e cobri com perlon também.
Em outro balde menor, de 5kg, fiz furos ao redor do balde, tampei todos com perlon e segui o mesmo processo. Como o recipiente era menor coloquei menos substrato, não usei uma medida precisa, mas acredito que tenha sido 3/4 do pote de sorvete que vinha utilizando para medir o volume.

03/02
View attachment 208587View attachment 208585View attachment 208582View attachment 208586View attachment 208584View attachment 208583View attachment 208588View attachment 208590

Coloquei o balde pequeno dentro da caixa térmica, junto com os outros três potes grandes de milho que ainda não tinha completado a colonização e o balde grande num local escuro e sem muita ventilação. Viajei no dia seguinte e após uns dias longe pedi pro meu irmão verificar como estava o desenvolvimento e ele me mandou essa foto:

07/02 (4 dias)
View attachment 208592

Fiquei feliz. Posso estar errada, mas acredito que o micélio gostou do bulk. Esse foi com o spaw de milho, não registrei o outro tube com o pftek.
Os milhos que foram incubados dia 02/01 estavam assim dia 08/02:

View attachment 208593View attachment 208594View attachment 208596
35 dias no total incluindo os dias que a colonização ficou parada. Os pfteks foram aproximadamente 36 dias incluindo também o tempo que ficaram parados. Acredito que o começo das chuvas por aqui amenizaram a temperatura e pode ter influenciado na demora e sendo menos crítica comigo, acho que fui bem :)

Tô aqui pasteurizando outro substrato para poder montar outro tube e já tindalizando mais milho pra usar o que já tá pronto para começar a colonizar um novo milho (g2g, certo?) Tenho dúvidas para quando for frutificar o tube e nas questões de adaptação das strains aos diferente tipos de climas. Aqui onde moro o clima é semiárido, a temperatura varia entre 24º e 31º, a noite é clima de sertão mesmo, bem frio, mas pela manhã o calor e a umidade não me parecem favoráveis, não sei se é propício para os albinos a+.. só aguardando os resultados mesmo e os comentários dos amigos. Tô com um carimbo de MDK (que chegou pra mim de uma maneira bem legal, depois que descobri um grupo bem legal de amigos iniciantes) :) E li que o TPB adapta-se bem a essas temperaturas.

Se alguém tiver lido até aqui e quiser deixar uma sugestão - ou duas - ou uma crítica que incentive a melhora do cultivo... ou ainda uma correção sobre algum equívoco... por favor :)
Grata, amigos.
Lindo diário super detalhado vendo assim parece ser tão fácil mas tenho até dor bo
Estômago de pensar em Fazer todas essas etapas. Muito lindo parabéns por tudo. 😍😍😍😋😋😋
 
Oi, amigos...

Depois de exatos 16 dias o monotube começou a pinar. A maioria dos pins ao redor do plástico, talvez por ser a área com mais umidade. Nesse meio tempo fui fazendo mais desse mesmo processo pra ver onde poderia melhorar (sobre a troca de ar, medidas para amenizar a temperatura, substratos, etc). Acredito que o rendimento não foi como esperava por causa da temperatura que chegou aos 37º em alguns dias... Pinou pouco visto que a temperatura não estava ideal (corrijam-me se estiver errada) mas consegui colher uns cogumelos bonitos e grandes... Colhi dois grandões, tipo o pai e a mãe, em um dia e no seguinte colhi os restantes. Achei legal o modo como o que estava deitado apoiou-se no outro e conseguiu ficar em pé, rs. Foram 22 dias no total até a primeira colheita. Fiquei contente, mas um pouquinho triste, mas deixando a crítica de lado o processo como todo saiu legal.

20230223_064039.jpg20230224_063210.jpg20230224_124603.jpg20230224_191249.jpg20230224_221858.jpg20230224_231134.jpgIMG-20230225-WA0104.jpg
20230225_150700.jpgIMG-20230225-WA0031.jpeg

Fiz um clone desse grandão, baseado nesse tutorial - Técnica Clonagem no Papelão que o Sr. Mortan disse que já estaria adaptado a essa condição de temperatura. E hoje com 5 dias tá assim:

Imagem do WhatsApp de 2023-03-02 à(s) 20.02.44.jpg

Achei estranho essa cor mais escura nesses que estão destacados, mas referências me disseram que tá normal. Se alguém discordar, fala aí por favor.

Então, é isso, vou fechar esse diário pq fico me cobrando atualizar. Depois abro outro mostrando outras experiências e a técnica do flocão que ainda quero testar.
Valeu galeris, esse fórum é top!

Lindo diário super detalhado vendo assim parece ser tão fácil mas tenho até dor bo
Estômago de pensar em Fazer todas essas etapas. Muito lindo parabéns por tudo. 😍😍😍😋😋😋
Valeu! Pesquisa no fórum como racionalizar o processo, deixar ele mais simples, acredito que tem como... ou não, rs! Importante é tentar!
 

Anexos

  • 20230224_124627.jpg
    20230224_124627.jpg
    1.3 MB · Visualizações: 29
Bem explicadíssimo! Obrigada pela partilha 🍄

To voltando a cultivar e já estava querendo tentar um monotube, antes tinha feito só pf tek mas precisava muuito de termostato por causa da região que moro, a variação de temperatura era altíssima em vários momentos do dia ooou era super frio sempre, o local que eu morava tinha pouco isolamento térmico também então era dificil manter e acabei me frustrando um pouco haha mas isso acabou me dando algumas experiências também.

Você mencionou na parte da pasteurização que pensaria em algum jeito mais rentável, acredito que quem tenha um forno elétrico possa usar isso a favor

Dentro dos 16 dias que o monotube levou pra pinar (ou até depois), você foi borrifando agua (a desmineralizada ou fervida mesmo) dentro do balde? Isso ajudaria a diminuir a temperatura, o maior cuidado seria por ter que ficar abrindo o recipiente e expondo a contaminante, mas pra umidificar mais o micélio talvez valesse a tentativa :) depende da quantidade também..

Pretendo organizar minhas próximas experiências em diário
 
Oi, amigos...

Depois de exatos 16 dias o monotube começou a pinar. A maioria dos pins ao redor do plástico, talvez por ser a área com mais umidade. Nesse meio tempo fui fazendo mais desse mesmo processo pra ver onde poderia melhorar (sobre a troca de ar, medidas para amenizar a temperatura, substratos, etc). Acredito que o rendimento não foi como esperava por causa da temperatura que chegou aos 37º em alguns dias... Pinou pouco visto que a temperatura não estava ideal (corrijam-me se estiver errada) mas consegui colher uns cogumelos bonitos e grandes... Colhi dois grandões, tipo o pai e a mãe, em um dia e no seguinte colhi os restantes. Achei legal o modo como o que estava deitado apoiou-se no outro e conseguiu ficar em pé, rs. Foram 22 dias no total até a primeira colheita. Fiquei contente, mas um pouquinho triste, mas deixando a crítica de lado o processo como todo saiu legal.

View attachment 208825View attachment 208824View attachment 208823View attachment 208821View attachment 208820View attachment 208819View attachment 208816
View attachment 208817View attachment 208818

Fiz um clone desse grandão, baseado nesse tutorial - Técnica Clonagem no Papelão que o Sr. Mortan disse que já estaria adaptado a essa condição de temperatura. E hoje com 5 dias tá assim:

View attachment 208826

Achei estranho essa cor mais escura nesses que estão destacados, mas referências me disseram que tá normal. Se alguém discordar, fala aí por favor.

Então, é isso, vou fechar esse diário pq fico me cobrando atualizar. Depois abro outro mostrando outras experiências e a técnica do flocão que ainda quero testar.
Valeu galeris, esse fórum é top!


Valeu! Pesquisa no fórum como racionalizar o processo, deixar ele mais simples, acredito que tem como... ou não, rs! Importante é tentar!
Que belos cogumelos gigantescos, parabéns pelo seu cultivo. Está lindo de ver.
 
Back
Top