- 13/10/2014
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Como sempre (pelo que tenho visto até agora, pelo menos), o Maurício foi muito pertinente na sua colocação.
E acredito que o resumo da minha história de como eu conheci os cogumelos possa ajudar a ilustrar bem essa questão...
Eu vim parar aqui no site sem querer. Completamente sem querer. Antes disso, durante anos na minha vida (e, apesar de nova, eu sempre fui muito intensa e muito crítica, confusa, inconstante, insatisfeita, inquieta. Ouvia "S.O.S", de Raul Seixas***, e chorava como não chorava com mais nada na minha vida - e sem entender o porquê de eu me sentir tão deslocada do meu verdadeiro eu, do lugar ao qual eu realmente pertenço), fui radical, geniosa (continuo sendo, admito, rs), de certa forma, mimada; cética, grossa, não parava num relacionamento certo (enjoava facilmente e acabava fazendo coisas que machucavam o outro), vivia em conflitos internos e externos (principalmente com a minha família), bebia em demasia, fumava em demasia (hábitos que há muito não alimento), utilizava drogas ilícitas em desamasia, tinha uma vida sexual muito maluca e, ainda assim, sempre fui muito justa, ética e intuitiva. Por isso, quando comecei a me afundar com força, ao ponto de parar a faculdade e precisar procurar ajuda profissional, e, por ter ido tão fundo, comecei a me libertar de uma porção de "entraves", tanto mentais quanto psicológicos e espirituais, e sei que me encontro num processo de amadurecimento paulatino.
E foi aí que entrou a importância de conhecer o cogumelo e a sua força: comecei a procurar entender muito mais sobre mim mesma e sobre quem eu sou, quem eu REALMENTE sou ("conhece-te a ti mesmo e conhecerás todos os deuses e o Universo"), para então ter maturidade o bastante para encará-lo, porque, se for como eu acredito que seja - por milhares de outras razões sobre as quais não vale a pena falar aqui, em função do tamanho do texto -, eu quero ter responsabilidade para administrar a situação, com discernimento, sem meter os pés pelas mãos.
E é incrível como nos últimos dias eu tenho entendido MUITAS coisas sobre as quais eu não me questionava (mesmo eu, uma pessoa tão, como costumo denominar - coisa que também tenho diminuído bastante -, crítica), como se o meu inconsciente estivesse sendo lentamente projetado para o meu consciente, devagarzinho mesmo, para eu poder ingerir as informações no tempo e na intensidade que elas merecem ser ingeridas.
É por isso que eu digo: não sei se um dia realmente farei uso da substância psicoativa do cogumelo (embora, conhecendo a mim mesma como conheço, eu duvido muito que eu não queira ao menos experimentá-la, rs), ou se chegarei a cultivar, mas, mesmo que isso não aconteça, simplesmente conhecer esse "mundo" já acrescentou DEMAIS a mim. Demais mesmo... Eu já não me sinto mais uma E.T. em meio a pessoas essencialmente diferentes de mim - nem melhores, nem piores; apenas diferentes em essência, isto é, nas suas maneiras de se encontrar consigo mesmas (independentemente de credos ou de crenças).
Finalmente compreendo por que o inferno são "os outros": eles - sejam pessoas em quem projetamos nossos defeitos, sejam nossos próprios limites e traumas inconscientes ou inconfessos - nos lembram o inferno particular de todos nós. Eles são o espelho da nossa própria miséria.
Neste caso, parafraseando o pensador iluminado, "o inferno são os cogumelos" e o senhor Satre nem poderia imaginar, rs.
E cada um de nós, universos que somos, temos paraísos e infernos particulares. Por isso, podemos, com nobreza e humildade, guiar os próximos, mas jamais devemos impor-lhes a nossa realidade. O que serve para mim serve SOMENTE para mim, e por alguma razão: só eu sou eu, com as minhas experiências de mundo, com as minhas capacidades e com os meus entraves sociais, psicológicos e emocionais... Ou seja, o meu caminho com certeza será bem diferente do de qualquer outro ser humano, mesmo que o "portal" utilizado para se chegar a isso seja o mesmo: o cogumelo, por exemplo.
É isso. Eu já falo demais! Se permitirem, vou longe, rs.
Desejo paz, equilíbrio e harmonia a todos - além de, é claro, uma próspera e bela caminhada na jornada pessoal e livre de cada um. Beijos.
*** Cantou, na música "S.O.S", Raul Seixas: "ô, seu moço do disco voador, me leve com você aonde você for... Ô, seu moço, mas não me deixe aqui, enquanto eu sei que tem tanta estrela por aí"... E quem discordará do caráter "extraterrestre" dos cogumelos? Quem poderá negar ou afirmar que esse talvez seja o meio de conhecer o Cosmos sobre o qual tantos de nós nos sentimos encantados, admirados e - por que não? - nostálgicos? Eu é que não sei... mas pretendo descobrir.
E acredito que o resumo da minha história de como eu conheci os cogumelos possa ajudar a ilustrar bem essa questão...
Eu vim parar aqui no site sem querer. Completamente sem querer. Antes disso, durante anos na minha vida (e, apesar de nova, eu sempre fui muito intensa e muito crítica, confusa, inconstante, insatisfeita, inquieta. Ouvia "S.O.S", de Raul Seixas***, e chorava como não chorava com mais nada na minha vida - e sem entender o porquê de eu me sentir tão deslocada do meu verdadeiro eu, do lugar ao qual eu realmente pertenço), fui radical, geniosa (continuo sendo, admito, rs), de certa forma, mimada; cética, grossa, não parava num relacionamento certo (enjoava facilmente e acabava fazendo coisas que machucavam o outro), vivia em conflitos internos e externos (principalmente com a minha família), bebia em demasia, fumava em demasia (hábitos que há muito não alimento), utilizava drogas ilícitas em desamasia, tinha uma vida sexual muito maluca e, ainda assim, sempre fui muito justa, ética e intuitiva. Por isso, quando comecei a me afundar com força, ao ponto de parar a faculdade e precisar procurar ajuda profissional, e, por ter ido tão fundo, comecei a me libertar de uma porção de "entraves", tanto mentais quanto psicológicos e espirituais, e sei que me encontro num processo de amadurecimento paulatino.
E foi aí que entrou a importância de conhecer o cogumelo e a sua força: comecei a procurar entender muito mais sobre mim mesma e sobre quem eu sou, quem eu REALMENTE sou ("conhece-te a ti mesmo e conhecerás todos os deuses e o Universo"), para então ter maturidade o bastante para encará-lo, porque, se for como eu acredito que seja - por milhares de outras razões sobre as quais não vale a pena falar aqui, em função do tamanho do texto -, eu quero ter responsabilidade para administrar a situação, com discernimento, sem meter os pés pelas mãos.
E é incrível como nos últimos dias eu tenho entendido MUITAS coisas sobre as quais eu não me questionava (mesmo eu, uma pessoa tão, como costumo denominar - coisa que também tenho diminuído bastante -, crítica), como se o meu inconsciente estivesse sendo lentamente projetado para o meu consciente, devagarzinho mesmo, para eu poder ingerir as informações no tempo e na intensidade que elas merecem ser ingeridas.
É por isso que eu digo: não sei se um dia realmente farei uso da substância psicoativa do cogumelo (embora, conhecendo a mim mesma como conheço, eu duvido muito que eu não queira ao menos experimentá-la, rs), ou se chegarei a cultivar, mas, mesmo que isso não aconteça, simplesmente conhecer esse "mundo" já acrescentou DEMAIS a mim. Demais mesmo... Eu já não me sinto mais uma E.T. em meio a pessoas essencialmente diferentes de mim - nem melhores, nem piores; apenas diferentes em essência, isto é, nas suas maneiras de se encontrar consigo mesmas (independentemente de credos ou de crenças).
Finalmente compreendo por que o inferno são "os outros": eles - sejam pessoas em quem projetamos nossos defeitos, sejam nossos próprios limites e traumas inconscientes ou inconfessos - nos lembram o inferno particular de todos nós. Eles são o espelho da nossa própria miséria.
Neste caso, parafraseando o pensador iluminado, "o inferno são os cogumelos" e o senhor Satre nem poderia imaginar, rs.
E cada um de nós, universos que somos, temos paraísos e infernos particulares. Por isso, podemos, com nobreza e humildade, guiar os próximos, mas jamais devemos impor-lhes a nossa realidade. O que serve para mim serve SOMENTE para mim, e por alguma razão: só eu sou eu, com as minhas experiências de mundo, com as minhas capacidades e com os meus entraves sociais, psicológicos e emocionais... Ou seja, o meu caminho com certeza será bem diferente do de qualquer outro ser humano, mesmo que o "portal" utilizado para se chegar a isso seja o mesmo: o cogumelo, por exemplo.
É isso. Eu já falo demais! Se permitirem, vou longe, rs.
Desejo paz, equilíbrio e harmonia a todos - além de, é claro, uma próspera e bela caminhada na jornada pessoal e livre de cada um. Beijos.
*** Cantou, na música "S.O.S", Raul Seixas: "ô, seu moço do disco voador, me leve com você aonde você for... Ô, seu moço, mas não me deixe aqui, enquanto eu sei que tem tanta estrela por aí"... E quem discordará do caráter "extraterrestre" dos cogumelos? Quem poderá negar ou afirmar que esse talvez seja o meio de conhecer o Cosmos sobre o qual tantos de nós nos sentimos encantados, admirados e - por que não? - nostálgicos? Eu é que não sei... mas pretendo descobrir.
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