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Fungos tóxicos com ocorrência no Brasil

Ecuador

Artífice esporulante
Membro da Staff
Cultivador confiável
22/12/2007
9,044
5
98
Bem, este é um um tópico complementar ao Espécies de fungos neurotrópicos no Brasil.

Afinal, quem está interessado nos cogumelos psicoativos deve se preocupar, naturalmente, com a possibilidade de encontrar um venenoso. E temos poucas informações no fórum sobre as espécies tóxicas de cogumelos e outros fungos que possam vir a ser alvo de coletores, e que ocorrem no Brasil. A princípio as espécies citadas no Espécies de fungos neurotrópicos no Brasil não devem ser objeto de citação nesse tópico, mas é claro que há exceções, como as espécies do gênero Claviceps e outras, como o Amanita pantherina, que foi ligado a casos de intoxicação nos EUA.

Vou editando o tópico conforme as informações forem sendo compiladas. Quem tiver alguma informação com fontes e queira contribuir, por favor.

Há outras discussões sobre fungos tóxicos no CM, como Pequeno guia ilustrado de cogumelos venenosos., mas nesse tópico aqui em particular o objetivo é mostrar as espécies tóxicas oficialmente relatadas no Brasil, seus efeitos e as fontes.

Vou criar também um outro tópico, para discussão e para posts sem informações conclusivas, que não deverão ficar aqui.


Mãos à obra :D

1 - Ramaria flavo-brunnescens
2 - Amanita pantherina
3 - Claviceps
4 - Chlorophyllum molybdites
5 - Neonothopanus gardneri
6 - Anellaria sepulchralis ou Panaeolus antillarum
7 - Leucocoprinus brebissonii
8 - Leucocoprinus birnbaumii
9 - Leucocoprinus fragilissimus
10 - Leucocoprinus cepistipes
11 - Lepiota subincarnata
12 - Conocybe
13 - Entoloma pinna
14 - Entoloma stylophorum
15 - Entoloma purum
16 - Marasmius
17 - Paxillus
18 - Entoloma nidorosum - ou Entoloma rhodopolium
19 - Hypholoma subviride - ou Hypholoma fasciculare
20 - Amanita phalloides


 
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Vou iniciar com uma espécie que normalmente intoxica bovinos e ovinos, e que não tem nenhuma característica de cogumelo psicoativo. Mas como aparecem novatos por aqui querendo colher e ingerir praticamente qualquer cogumelo fica o aviso.

1 - Ramaria flavo-brunnescens

Ocorre em bosques de eucaliptos. Causa hipertermia, depressão, hiperemia da esclera, hemorragias na câmera anterior do olho, vasoconstrição, trombose das artérias da derme e submucosa da língua, e degeneração e necrose epitelial em animais. O princípio ativo é desconhecido. Talvez um alcaloide similar aos alcaloides dos ergots. Conforme a dose ingerida pode ser letal.

fig1-Cogumelo-Ramaria-300x225.jpg

Links:
- http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-736X2004000200010
- http://www.emater.go.gov.br/w/4644
 
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2 - Amanita pantherina

Essa espécie já foi bem discutida em https://teonanacatl.org/threads/espécies-de-fungos-neurotrópicos-no-brasil.4606/page-2#post-67902, por causa dos seus efeitos psicoativos.

Entretanto, como é bem mais forte que Amanita muscaria requer cuidado, e pode provocar quadros de intoxicações bem desagradáveis em humanos, mas está associada a alguns poucos casos letais, ainda mais considerando que é um dos cogumelos tóxicos mais frequentemente ingeridos.

Amanita gemmata pode ser igualmente tóxico, mas a sua presença no Brasil ainda não foi oficialmente confirmada, ainda que há boas evidências de coletores amadores.

E Amanita phalloides é reconhecidamente muito tóxica. Também não foi descrita no Brasil, mas ocorre Ocorre no Brasil e na Argentina (Intoxicación con Amanita phalloides: serie de tres casos).
 
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3 - Claviceps

Há relatos da ocorrência de várias espécies do gênero Claviceps no Brasil, como C. purpurea, C. paspali e C. cynodontis.

Fungos tóxicos que infectam grãos não deveriam preocupar os pesquisadores amadores de fungos psicoativos, porém a associação bem conhecida entre os alcalóides do ergot e o LSD podem ser uma atração para experimentadores mais ousados.

Então é bom avisar que as espécies do gênero Claviceps são perigosas, e podem causar intoxicações graves. Os sintomas incluem convulsões repetidas, dor intensa e gangrena. São conhecidos casos letais. O período latente é de duas a doze horas, e uma dose fatal leva à morte em três a quatro dias. Intoxicações com variados graus de gravidade são frequentes em animais que se alimentam de grãos contaminados. Não vale a pena ir atrás dos ergots.

Links:
- http://vdi.sagepub.com/content/early/2013/10/03/1040638713504572.abstract
- http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-84781998000400029&script=sci_arttext
- http://www.sydneyfungalstudies.org.au/articles/fungaltoxinsphysioeffec.htm
 
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4 - Chlorophyllum molybdites

Vejam o artigo em https://teonanacatl.org/threads/caso-de-intoxicação-por-chlorophyllum-molybdites-em-curitiba.10210/ , cortesia do @SoundSC.

Essa espécie, por ocorrer em áreas rurais, em solos enriquecidos com material orgânico, embora não aparentemente em estrume de vacas e cavalos, pode dar margem a confusões.

As três vítimas de envenenamento desse artigo tiveram náusea, vômitos com sangue e dores abdominais. Dois tiveram taquicardia. Foram levados a um hospital e tratados. Se sentiram mal nos dias seguintes também.

Citado também no pré-livro de Jair Putzke - COGUMELOS NO SUL DO BRASIL volume 1 (Cogumelos no Sul do Brasil), na pág 30.

Segundo pelo menos um autor pode causar choque anafilático.

Outra fonte de informações é o site Cogumelos do Sul do Brasil. (grato, @Aiôn ):

"Por ser facilmente confundido com algumas espécies cogumelos comestíveis, o Chlorophyllum molybdites é um dos cogumelos tóxicos mais ingeridos por acidente, portanto deve-se ter muito cuidado. O seu aspecto é similar a certos macrolepiotas e quando jovem é quase impossível de distinguí-lo.

É somente ao envelhecer que o C. molybdites se diferencia mais claramente dos outros cogumelos. É quando suas lamelas, que eram brancas, adquirem uma coloração esverdeada. É um cogumelo grande, cujo chapéu pode alcançar até 20cm de diâmetro e possui o formato mais ovalado quando jovem e vai se aplanando à medida que amadurece.

Seu consumo produz vômitos, dores intestinais agudas, sudorese, visão embaçada, enjôo, diarréia, etc.

Nome científico: Chlorophyllum molybdites
Ordem: Agaricales
Família: Agaricaceae
Habitat/substrato: gramados
Volva: não
Anel: sim
Esporada: verde claro
Comestibilidade: não – tóxico não mortal
Espécies semelhantes: Macrolepiota bonaerensis, Lepiota rachodes

Chlorophyllum molybdites
 
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5 - Neonothopanus gardneri

Sabem aquelas espécies que bioluminescentes, ou seja, que brilham no escuro?

Pelo menos uma delas, essa acima, é declarada tóxica.

Embora que eu não tenha encontrado detalhes sobre a toxicidade da espécie ou casos de intoxicação descritos, esse post segue a mesma linha do post sobre Ramaria flavo-brunnescens. E as orientações em gerais do fórum, ou seja, não ingira cogumelos que você não saiba com certeza que são seguros.

mushroomglow.jpg

Links:
- Glow-in-the-dark mushroom rediscovered after 170 years
 
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6 - Anellaria sepulchralis ou Panaeolus antillarum

Citado no pré-livro de Jair Putzke - COGUMELOS NO SUL DO BRASIL volume 1 (Cogumelos no Sul do Brasil), na pág 25.

O texto do livro é: "Estes fungos são encontrados em esterco de gado. Esta espécie é branca, mas pode ser confundida com Panaeolus que também tem píleo com forma de campânula, mas estes são muito venenosos. A espécie aqui ilustrada é Anellaria sepulchralis. A esporada é preta."

Para mim não fica claro pelo texto se a referência de venenosos é para os Panaeolus ou para Anellaria sepulchralis.

Outras referências dizem que Anellaria sepulchralis é um sinônimo de Panaeolus sepulchralis, Agaricus sepulchralis ou de Panaeolus antillarum, esta última uma espécie não psicoativa do gênero Panaeolus, apesar de algumas citações de conter alcalóides. E aparentemente inócua, apesar de descrita como amarga, e algumas vezes como comestível. Porém mesmo assim há relatos de mau estar após a sua ingestão. Devido a crescer em estrume e à possibilidade de confusão com Panaeolus psicoativos é bom ficar atento a esta espécie, e evitar descobrir se é mesmo tóxica. Panaeolus antillarum, ao contrário da espécie psicoativa com a qual é mais comumente confundida, Panaeolus cyanescens, não apresenta azulamento quando os tecidos são danificados.

Este nome específico pode ser também sinônimo de, ou estar sendo confundido com, Panaeolus solidipes e Panaeolus semiovatus var. phalaenarum.

Levando-se em conta que Anellaria sepulchralis e Panaeolus antillarum sejam mesmo uma só espécie uma descrição típica é:
Chapéu (píleo): 3 a 6 cm, em forma de sino para convexo. branco ao cinza claro ou amarelado. O tecido é o grosso, suave, muitas vezes com rugas finas e adquire uma cor branco prata brilhante com a idade.
Lamelas: Cinza em espécimes jovens, tornando-se negras à medida que os esporos amadurecem.
Esporada (carimbo): preto.
Haste: 4 a 22 cm de comprimento e .5 a 2 cm de espessura, sólida, por vezes, ligeiramente maior na base.
Sabor: fúngico (farináceo?).
Odor: fúngico (farináceo?).


Links:
- hawaii1
- Panaeolus antillarum - Wikipedia
- Sphaerella equisei f. equiseti-arvensis Thüm. - Checklist View


Gravuras de Putzke:

Anellaria 1 Putzke.JPG Anellaria 2 Putzke.JPG
 
7 - Leucocoprinus brebissonii

O gênero Leucocoprinus é citado no pré-livro de Jair Putzke - COGUMELOS NO SUL DO BRASIL volume 1 (Cogumelos no Sul do Brasil), na pág 28.

A primeira espécie citada é Leucocoprinus brebissonii.

O texto do livro é: "Estes fungos são encontrados em solo de campos, apresentando píleo fino e profundamente sulcado, muitas vezes lembrando um leque. Podem chegar a 5 cm de diâmetro. O estipe tem anel e as lamelas são livres (remotas). São venenosas e as escamas podem irritar os olhos. Dentre os cogumelos estes são os mais frágeis e ao mesmo tempo dos mais vivamente coloridos, sendo característico o píleo bem sulcado-plicado quando bem maduro e as escamas que se soltam com facilidade ao serem tocadas. O anel é móvel, ficando livre com a maturidade. Podem ocorrer em solo ou raro em madeira."

Gravura de Putzke:

brebissonii-crop.jpg


No artigo de Marcelo Somenzi Rother e Rosa Mara Borges da Silveira - link abaixo - há uma descrição mais detalhada: "Píleo 34 mm, aplanado; branco (1.A1) com superfície seca coberta por fibrilas e esquâmulas flocosas apressas, castanho-acinzentadas (5.C2) no disco central e mais claras próximas à margem; bordas planas com margem plicada até o centro; contexto muito fino de coloração branca. Lamelas livres, brancas (1.A1), levemente próximas, membranosas, apresentando lamélulas. Estípite 47×3 mm, central, cilíndrico com base levemente mais alargada (5 mm), branco de superfície lisa; fistuloso de consistência fibrosa; contexto branco; rizomorfas de coloração branca; não apresentando micélio basal. Anel mediano a súpero, branco, simples, ascendente, membranoso, estreito e fino. Odor desagradável.

Basidiósporos 10-11,5(-14)×(5-)6-7 µm, Q = 1,57-2,00, Qm = 1,71, elipsóides a ovóides, hialinos, parede espessa e lisa, com poro germinativo bem distinto, dextrinóides (pseudoamilóides), congófilos, metacromáticos em Azul de Cresil. Esporada branca (1.A1). Basídios (18- )21-23(-27)× 10-11,5(-13) µm, clavados, hialinos, parede fina e lisa, com 4 esterigmas de 1,5-3,5 µm de comprimento. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios 30-64×11-17 µm, clavados a estreitamente clavados, hialinos, parede fina e lisa. Camada cortical do píleo formada por hifas prostradas de parede fina e lisa, com alguns elementos cilíndricos eretos com o conteúdo castanho-claro, 4-12 µm. Fíbulas ausentes. Trama himenoforal trabecular, formada por hifas hialinas de parede fina e lisa, 3-8 µm.

Hábito e habitat: solitário, em solo no interior da mata.

Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul:Viamão, Parque Estadual de Itapuã, Praia da Predreira, 22/X/2005, M.S. Rother 089/05 (ICN).

Material adicional examinado: BRASIL. São Paulo: Cananéia, Ilha do Cardoso, encosta do Morro do Cardoso, 14/III/1984, M. Capelari 026 (SP); Pedro Luiz, 25/IV/1984, M. Capelari 093 (SP); Poço das Antas, 26/IV/1984, M. Capelari 122 (SP); entre Sítio Grande e Morro dos Três Irmãos, 23/X/1984, M. Capelari 167 (SP).

Distribuição: Europa: Bon (1981); Breitenbach & Kränzlin (1995); Candusso & Lanzoni (1990); Vellinga (2001). Ásia: Wasser (1993). África: Heinemann (1977). América do Sul: Pegler (1997).

Comentários: Leucocoprinus brebissonii é diferenciada das demais espécies do gênero por apresentar o píleo com coloração branca e o disco central variando de cinza-escuro, castanho-acinzentado, castanho-escuro a quase preto (Candusso & Lanzoni 1990; Vellinga 2001; Wasser 1993). Todas as características microscópicas do material coletado conferem com as descritas por Bon (1981), Candusso & Lanzoni (1990), Pegler (1997), Vellinga (2001) e Wasser (1993), com apenas uma variação nas características macroscópicas, referente à amplitude em que a margem do píleo é plicada. Quando esta característica é mencionada nos trabalhos consultados, a margem é plicada somente até um terço do diâmetro do píleo e não até o centro como observado no material. Uma das espécies que apresenta a margem plicada até o centro do píleo é L. fragilissimus, mas esta difere do material examinado por apresentar basidiomas bastante frágeis e delicados, píleo com a coloração mais clara e, microscopicamente, pela presença de esferocistos e ausência de queilocistídios. Segundo Dennis (1961), L. venezuelanus Dennis é muito semelhante a L. brebissonii, mas difere por apresentar basidiósporos menores (6-8× 4-5 µm). Pela comparação com material depositado no herbário SP, foi possível a confirmação da espécie, embora o material coletado apresente coloração da superfície do píleo menos escurecida do que é geralmente citado na literatura. No Brasil, L. brebissonii já foi registrado para os estados de Rondônia (Capelari & Maziero 1988), São Paulo (Capelari 1989; Pegler 1997) e, recentemente, para o Rio Grande do Sul (Albuquerque et al. 2006)."


Links:
- http://en.wikipedia.org/wiki/Leucocoprinus_brebissonii
- http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-33062009000300011
 
8 - Leucocoprinus birnbaumii

Mais uma espécie do gênero Leucocoprinus citada no pré-livro de Jair Putzke - COGUMELOS NO SUL DO BRASIL volume 1 (Cogumelos no Sul do Brasil), na pág 28. Ver texto acima no item 7.

Fotos de Putzke:

Leucocoprinus birnbaumii-crop.JPG Leucocoprinus birnbaumii 2-crop.JPG


No artigo de Marcelo Somenzi Rother e Rosa Mara Borges da Silveira - link abaixo - há uma descrição mais detalhada: "Píleo 20-40 mm quando expandido, inicialmente hemisférico tornando-se plano-convexo a aplanado na maturidade, com ou sem umbo; amarelo-claro (1.A5), amarelolimão (1.A8) a amarelo (2.A8), com o umbo amarelo (3.B8) a alaranjado (4.B8); superfície seca, coberta por esquâmulas flocosas, facilmente removíveis, de coloração amarela; bordas planas, com margem plicada até um terço do píleo; contexto carnoso, muito fino, de coloração clara. Lamelas livres, amarelo-pálidas (2.A3), próximas, membranosas, apresentando lamélulas. Estípite 50-80×3-5 mm, central, clavado a levemente bulboso (acima de 7 mm), amarelo-claro, amarelo-limão a amarelo, superfície coberta ou não com minúsculas esquâmulas flocosas, amarelo-claras; fistuloso, de consistência fibrosa; contexto amarelo-claro. Anel súpero, ascendente, amarelo, simples, membranoso, fugaz. Odor indistinto.

Basidiósporos (7,5-)8-10(-11)×5-7,5 µm, Q = 1,25-1,67, Qm = 1.40, elipsóides a ovóides, hialinos, parede espessa e lisa, com poro germinativo evidente, dextrinóides (pseudoamilóides), congófilos, metacromáticos em Azul de Cresil. Esporada branca (1.A1). Basídios 16-41×8-10(-12) µm, clavados, hialinos, parede fina e lisa, com 4 esterigmas de 3-4.5 µm de comprimento. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios (32-)37-51(-72)×8-15 µm, dispersos em tufos, de formas variáveis (ventricosos, estreitamente clavados, mucronados), hialinos, parede fina e lisa. Camada cortical do píleo formada por hifas hialinas a levemente castanho-amareladas de parede fina e lisa, com conteúdo celular de formas variadas (H, T, Y), 4-18 µm. Fíbulas ausentes. Trama himenoforal trabecular, formada por hifas hialinas de parede fina e lisa, 3-12 µm.

Hábito e habitat: solitário ou gregário, encontrado no solo no interior da mata.

Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Viamão, Parque Estadual de Itapuã, Encosta do Morro da Grota, 25/VI/2005, M.S. Rother 067/05 (ICN); Praia da Pedreira, 9/IV/2005, M.S. Rother 003/05 (ICN); M.S. Rother 008/05 (ICN); 27/I/2006, M.S. Rother 113/06 (ICN).

Distribuição: Europa: Bon (1981); Breitenbach & Kränzlin (1995); Candusso & Lanzoni (1990); Vellinga (2001). Ásia: Pegler (1972; 1986); Wasser (1993). África: Heinemann (1977); Pegler (1977). Américas: Dennis (1970); Meijer (2001; 2006); Pegler (1983; 1997); Raithelhuber (1987a); Wright & Albertó (2002).

Comentários: a espécie é caracterizada por apresentar basidioma amarelado, píleo de consistência carnosa com margem plicada e basidiósporos com poro germinativo evidente. Segundo Candusso & Lanzoni (1990), L. birnbaumii tem sido mencionada em muitos trabalhos pela beleza particular, não apresentando dificuldades em sua determinação. De acordo com Pegler (1983), esta espécie poderia ser confundida com L. sulphurellus Pegler pela pigmentação amarelada do basidioma. No entanto, L. sulphurellus é facilmente diferenciado pela coloração azul-esverdeada brilhante das lamelas quando machucadas, presença de pleurocistídios, basidiósporos menores (6-7×3,7-4,5 µm) e por não apresentar margem do píleo plicada-estriada. Recentemente, Capelari & Gimenes (2004) descreveram para o Brasil L. brunneoluteus, espécie próxima de L. birnbaumii, diferindo macroscopicamente por apresentar umbo castanho-escuro distinto, coloração das escamas castanha e consistência membranácea do basidioma, lembrando a consistência de L. fragilissimus. Segundo Franco-Molano et al. (2000), L. birnbaumii é muito tóxica e a ingestão deve ser evitada. Apesar de não ter sido coletada muitas vezes no Parque Estadual de Itapuã, é considerada espécie comum (Vellinga 2001) e típica de clima tropical a subtropical, ocorrendo nos dias quentes e úmidos do outono (Wright & Albertó 2002). No Brasil, foi citada para o Sudeste (Capelari 1989; Grandi et al. 1984; Pegler 1997) e para a região Sul (Albuquerque et al. 2006; Meijer 2001; 2006; Sobestiansky 2005)."

Links:
- http://en.wikipedia.org/wiki/Leucocoprinus_birnbaumii
- http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-33062009000300011
 
9 - Leucocoprinus fragilissimus

Uma das espécies de Leucocoprinus encontradas por Rother & Silveira no Parque Estadual de Itapuã, Viamão, RS, foi Leucocoprinus fragilissimus.

Esta espécie é descrita como de toxicidade desconhecida na Wiki em inglês e em outros sites. Mas há referências que deve ser manejado com cuidado, ou que não é comestível. Considerando que há espécies reconhecidamente tóxicas nesse gênero Leucocoprinus fragilissimus merece ser tratado com precaução.

Descrição mais detalhada do artigo de Marcelo Somenzi Rother e Rosa Mara Borges da Silveira - link abaixo:

"Leucocoprinus fragilissimus (Berk. & M.A. Curtis) Pat., Essai Hymen. (Lons-le-Saunier): 171 (1900).
Hiatula fragilissima Ravenel & Berk. Ann. Mag. Nat. Hist. Ser. II, 12: 422 (1853).

Píleo 20-35 mm, aplanado na maturidade, umbonado; branco (1.A1) a branco-amarelado (1.A2), com umbo mais amarelado (4.C4); superfície seca, quase translúcida, coberta por minúsculas esquâmulas, de coloração branco-amarelada; bordas planas, com margem plicada até o centro; contexto membranoso, muito fino, de coloração branca. Lamelas livres, colariadas, brancas, próximas, membranosas, apresentando lamélulas. Estípite 50-70×3 mm, central, cilíndrico, brancopálido; superfície com poucas e minúsculas esquâmulas flocosas; fistuloso, de consistência fibrosa; contexto branco. Anel mediano a súpero, branco, simples, ascendente, membranoso, afunilado e fino. Odor não verificado.

Basidiósporos ( 8- ) 9-12 (-14) × 6-8 µm, Q = 1,33-1,87, Qm = 1,56, elipsóides, hialinos, parede espessa e lisa, com poro germinativo bem distinto, dextrinóides, congófilos, metacromáticos em Azul de Cresil. Esporada branca (1.A1). Basídios (19-)21-28(-30)×9-12(-14) µm, clavados, hialinos, parede fina e lisa, com 4 esterigmas de 1,5-3 µm de comprimento. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios não visualizados. Camada cortical do píleo formada por hifas hialinas, prostradas e pouco ramificadas, de parede fina e lisa, 5-18 µm, apresentando esferocistos e alguns elementos terminais levemente eretos onde se concentram as fibrilas. Fíbulas ausentes. Trama himenoforal trabecular, formada por hifas hialinas, de parede fina e lisa, 3-14 µm.

Hábito e habitat: solitário ou gregário, encontrado no solo no interior da mata.

Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Viamão, Parque Estadual de Itapuã, Encosta do Morro da Grota, 1/IV/2006, M.S. Rother 117/06 (ICN); Praia da Pedreira, 31/I/2004, P. S. Silva 041/04 (ICN); 9/IV/2005,M.S. Rother 004/05 (ICN).

Distribuição: Europa: Bon (1981); Candusso & Lanzoni (1990). Ásia: Pegler (1972; 1986). África: Heinemann (1977). Américas: Albuquerque et al. (2006); Franco-Molano et al. (2000); Halling & Mueller (2005); Meijer (2006); Pegler (1983; 1997); Smith & Weber (1982); Wartchow et al. (2008).

Comentários: Leucocoprinus fragilissimus é facilmente diferenciado pela consistência membranácea dos basidiomas. A coloração amarelada é geralmente mais clara e mais pálida do que a encontrada em L. birnbaumii.Foram encontrados vários basidiomas desta espécie no Parque, que, devido a sua fragilidade, desfazendo-se rapidamente após a coleta, foram de difícil preservação no deslocamento até o laboratório. Segundo Pegler (1983), esta é provavelmente uma espécie pantropical comum, mas raramente coletada devido à consistência extremamente delicada e quase deliqüescente do basidioma. Todas as principais características do material coletado conferem com as citadas por Bon (1981), Candusso & Lanzoni (1990), Franco-Molano et al. (2000), Halling & Mueller (2005), Heinemman (1977) e Pegler (1972; 1983; 1986; 1997). Smith & Weber (1982) citam a presença de queilocistídios clavados de 13-25(-36)×9-15 µm, não mencionados pelos demais autores. Esta característica é de difícil visualização, pois as lamelas colapsam facilmente. Leucocoprinus fragilissimus é comumente encontrada nas regiões tropicais e subtropicais (Halling & Mueller 2005), sendo a sua ocorrência muito rara nas regiões temperadas (Candusso & Lanzoni 1990). A espécie foi citada para São Paulo (Bononi et al. 1981; Capelari 1989; Pegler 1997), Paraná (Meijer 2006), recentemente para Pernambuco (Wartchow et al. 2008) e para o Rio Grande do Sul (Albuquerque et al. 2006), sendo este trabalho o segundo registro para o Estado."


Das citações do artigo acima eu achei um link para a dissertação de Wartchow - http://repositorio.ufpe.br/bitstream/handle/123456789/758/arquivo4537_1.pdf?sequence=1 - ver pág. 45.

Links:
- http://en.wikipedia.org/wiki/Leucocoprinus_fragilissimus
- http://www.outdoornatureclub.org/ltns_mushroom_list.pdf
- http://idosi.org/aejaes/jaes12(6)12/10.pdf
- http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-33062009000300011
 
Última edição:
10 - Leucocoprinus cepistipes

Outra espécie de Leucocoprinus encontradas por Rother & Silveira no Parque Estadual de Itapuã, Viamão, RS, foi Leucocoprinus cepistipes.

Descrito como de comestibilidade não conhecida, porém não recomendado (wiki), ou como Poisonous/Suspect (rogersmushrooms), é mais uma espécie a ser tratada com precaução, talvez mais do que Leucocoprinus fragilissimus, no item acima.

Descrição mais detalhada do artigo de Marcelo Somenzi Rother e Rosa Mara Borges da Silveira - link abaixo:

"Leucocoprinus cepistipes (Sowerby) Pat., Journal de Bot., Paris 3: 336 (1889) [como ‘cepaestipes’].
Agaricus cepistipes Sowerby, Coloured Figures of English
Fungi 1: tab. 2 (1797) [1795-97]. Fig. 11-15, 32
Píleo 20-34 mm, inicialmente cônico, tornando-se hemisférico e por fim aplanado na maturidade; branco (1.A1),
com superfície seca, coberta por esquâmulas flocosas castanhas (7.E5) a castanho-claras (6.D4) no disco central e
por fibrilas recurvadas mais claras no restante do píleo; bordas planas, com margem plicada até um terço do píleo;
contexto levemente carnoso, de coloração branca. Lamelas livres, brancas (1.A1), próximas, membranosas, apresentando lamélulas. Estípite 30-60×3-4 mm, central, cilíndrico, branco, com tom mais rosado próximo a base; superfície lisa; fistuloso, de consistência fibrosa; contexto branco. Anel mediano a súpero, branco, simples, ascendente, membranoso, estreito, fino e fugaz. Odor desagradável. Basidiósporos ( 8- ) 8,5-10 ( -11 )×6-7 μm, Q = 1,14-1,83, Qm = 1,50, elipsóides, hialinos, parede espessa e lisa, com poro germinativo bem distinto, dextrinóides (pseudoamilóides), congófilos, metacromáticos. Esporada branca (1.A1). Basídios (17-)19-24(-31)×9-10 μm, clavados, hialinos, parede fina e lisa, com 4 esterigmas de 2-4 μm de comprimento. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios (21-)52-78(-108)×12-15(-17) μm, variáveis em forma, clavados, ventricosos a lageniformes, hialinos, parede fina e lisa. Camada cortical do píleo formada por hifas hialinas de parede fina e lisa, prostradas e ramificadas, 4-14 μm, apresentando elementos terminais eretos e de formatos diferentes, algumas vezes (H, T), onde se concentram as esquâmulas. Fíbulas ausentes. Trama himenoforal trabecular, formada por hifas hialinas de parede fina e lisa, 5-15(-20) μm. Hábito e habitat: gregário ou cespitoso, no solo ou em troncos de árvores caídas no interior da mata.
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Viamão, Parque Estadual de Itapuã, Praia da Pedreira, 22/X/2005,
M.S. Rother 090/05 (ICN); Praia das Pombas, 18/IV/2006, M.S. Rother 132/06 (ICN).
Distribuição: Europa: Bon (1981); Candusso & Lanzoni (1990); Vellinga (2001). Ásia: Pegler (1972; 1986); Wasser
(1993). África: Heinemann (1977); Pegler (1977; 1983). Américas: Capelari & Maziero (1988); Dennis (1952; 1970);
Singer & Digilio (1951); Smith & Weber (1982); Pegler (1997); Wright & Albertó (2002).
Comentários: espécie tipo do gênero, L. cepistipes é muito comum nas regiões tropicais e subtropicais (Guzmán-
Dávalos & Guzmán 1982). Caracteriza-se por apresentar basidiomas brancos cobertos por escamas flocosas de
coloração castanho-claro a castanho-amarelado, píleo com margem plicada-estriada e basidiósporos com o poro germinativo evidente (Bon 1981; Candusso & Lanzoni 1990; Heinemann 1997; Vellinga 2001; Wasser 1993). Embora essa espécie seja freqüentemente citada, Smith & Weber (1982) afirmam que seus limites morfológicos ainda necessitam ser mais delimitados. Como exemplo, pode ser citado o trabalho de Pegler (1986) que, segundo Vellinga (2001), trata erroneamente a espécie toda branca
L. cretaceus (Bull.) Locq. como L. cepaestipes (= L. cepistipes). Todas as características do material coletado conferem com as dos materiais estudados por Candusso & Lanzoni (1990), Dennis (1952; 1970), Heinemann (1977), Vellinga (2001) e Wasser (1993). No Brasil, L. cepistipes foi citada por Bononi et al. (1981; 1984) e Pegler (1997) para São Paulo, Capelari & Maziero (1988) para Rondônia, Raithelhuber (1987a), Rick (1961), Singer (1953) e Sobestiansky (2005) para o Rio Grande do Sul, entre outros."

Links:

- http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-33062009000300011
- http://www.rogersmushrooms.com/gallery/DisplayBlock~bid~6296.asp
- http://en.wikipedia.org/wiki/Leucocoprinus_cepistipes

 
11 - Lepiota subincarnata

Encontrada em 2005 por Wartchow em Pernambuco, Recife, na Mata de Dois Irmãos (uma mata tropical úmida), em solo arenoso - ver detalhes e descrição no item 4.5.1.7 na pág. 37 do link. Primeiro registro para o Brasil.

Contém amatoxinas. A intoxicação se caracteriza por um período latente de doze horas entre a ingestão e o início dos sintomas, que incluem náusea, vômitos e uma forte diarréia, podendo evoluir para uma hepatite fatal.

Encontrada também em Nova Iguaçú, no Rio de Janeiro por Albuquerque, Pereira & Carvalho Júnior, em 2010 - http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-33062010000200020&script=sci_arttext.

Descrição: "Píleo 1,5 cm, branco, carnoso, plano-convexo, centro do píleo escuro subumbonado, com escamas marrons, furfuráceas, diminuindo em direção a margem. Lamelas livres de coloração branca. Estipe 1,6 x 0,1 cm cilíndrico, base levemente curvada, engrossada 0,3 cm, inicialmente branco, apresentando a superfície escamosa marrom em direção a base. Anel não evidente. Hábito solitário. Basidiósporos 5,6-8,2 x 3,2-4,0 µm, hialinos, elípticos a ovais, dextrinóides em reagente de Melzer. Basídios 10,9-16,3 x 5,5-7,5 µm, hialinos, clavados, com 4 esterigmas. Pleurocistídios não observados. Queilocistídios não observados. Camada cortical formada por uma himenotricoderme, composta por hifas finas, alongadas e subcilíndricas 50-198 x 8-50 µm, com algumas hifas bifurcadas. Fíbulas presentes na camada cortical. Habitat: Crescendo no solo no interior da mata.

Material examinado: Brasil. Rio de Janeiro: Nova Iguaçú, REBIO-Tinguá, Estrada do Colomi. 22º35?03.4"S–43º24?47.4"W, alt 80m 15/X/2004 Albuquerque, Silva 40-III, (RB417267).

Distribuição geográfica: América do Sul: Argentina (Wrigth & Albertó, 2002). Brasil (neste trabalho). Europa: França, Itália (Candusso & Lanzoni, 1990).

Comentário: Os elementos alongados da camada cortical, forma dos basidiósporos e características macroscópicas da amostra coletada na REBIO-Tinguá permitem determina-lá como L. subincarnata. Segundo Candusso & Lanzoni (1990), L. subincarnata pertence a seção Ovisporae, apresentando caracteres comuns a L. josserandi Bon & Boiffard (= L. subincarnata) e L. helveola. Bon & Boiffard (1974), apresentam as diferenças destas espécies sendo relevante para separação os elementos da camada cortical, (comprimento em torno de 200µm e hifas rígidas em L. subincarnata, e em torno de 130µm e hifas flácidas em L. helveola), outros caracteres importantes para diferenciação destas espécies são: relação existente entre o comprimento do estipe e diâmetro do píleo e o tipo de ornamentação do estipe, esquamuloso ou flocoso em L. subincarnata e liso em L. helveola. Os caracteres macroscópicos e microscópicos se encaixam com as descrições de L. subincarnata apresentadas em Candusso & Lanzoni (1990) e em Wrigth & Albertó (2002), nesse último como L. josserandii.

Importância: Segundo Wrigth e Albertó (2002) em caso de ingestão esta espécie pode causar intoxicação grave"

Fotos de espécimens de outros países:

lepiota sub jpgt.jpg Lepiota subincarnata 4 Steve Trudell.jpg lepiota_subincarnata_(yd)_1.jpg Lepiota_subincarnata_117620.jpg


Links:
- http://repositorio.ufpe.br/bitstream/handle/123456789/758/arquivo4537_1.pdf?sequence=1
- http://en.wikipedia.org/wiki/Lepiota_subincarnata
 
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12 - Conocybe

O gênero, sem indicar uma espécie específica, é mencionada no Livro de Putzke (pág. 33).

O texto do livro diz: "Estes fungos são encontrados em solo de campos, apresentando píleo com forma de sino ou campânula até convexo, branco a amarelento ou amarronzado. A cor das lamelas quando os esporos estão maduros é marrom-ferrugem (bem claro). Estas espécies são comuns em solo e esterco, mas não devem ser ingeridas. Há muitas espécies no Brasil."

Pesquisando em outras fontes não é difícil achar espécies tóxicas de Conocybe. Conocybe filaris (também conhecida como Pholiotina filaris, e que contem as mesmas micotoxinas que o famoso Amanita phalloides) é uma dessas espécies, e pode ser confundida com Psilocybe cyanescens e Psilocybe subaeruginosa, devido ao formato do chapéu (note que não há relatos dessas duas espécies de Psilocybe no Brasil, mas coletores apressados costumam "achar" várias espécies). Outras espécies do gênero que são tóxicas, ou possivelmente tóxicas são Conocybe arrhenii, Conocybe apala e Conocybe smithii. Não está claro se as espécies do gênero que ocorrem no Brasil, e achei referência a pelo menos dez, são ou não tóxicas, mas na falta de informações mais detalhadas faz todo sentido seguir o conselho de Putzke.

Links:
- http://pt.fungipedia.org/cogumelos/conocybe-arrhenii.html
- http://en.wikipedia.org/wiki/Conocybe_filaris
- https://sites.google.com/site/florasbs/fungi-lichen/conocybe-sp-2
- http://en.wikipedia.org/wiki/Conocybe_apala
- http://floradobrasil.jbrj.gov.br/
 
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13 - Entoloma pinna

Citado, junto com duas outras espécies do gênero (ver mensagens subsequentes) no pré livro de Putzke (pág. 37):
"Fungos deste gênero têm esporada rosada, ficando as lamelas (estas são adnatas a decurrentes) com esta coloração, pelo menos salmão. Podem ser confundidos com muitas outras espécies, várias ocorrendo no Brasil. Algumas estão expostas abaixo, não devendo ser aproveitadas como alimento"

Gravura de Putzke:

Entoloma pinna-crop.jpg

Os sintomas tóxicos ligados à ingestão de cogumelos do gênero Entoloma geralmente incluem forte incômodo gastrointestinal, começando entre vinte minutos a quatro horas após a ingestão.
 
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14 - Entoloma stylophorum

Ver item 13 - Entoloma pinna.

Gravura de Putzke:

Entoloma stylophorum-crop.jpg


Notas de Linas Kudzma (baravykas) sobre exemplares coletados em Porto Rico:

"Os chapéus pontudos dos jovens basidiomas são muito típicos. O espécime mais maduro, com lamelas rosa, cresceu parcialmente achatado sob a madeira caída. Todos cresceram a partir madeira bem deteriorado de troncos caídos ou do solo misturado."

Entoloma stylophorum Linas Kudzma (baravykas) 292915.jpg Entoloma stylophorum Linas Kudzma (baravykas) 292916.jpg Entoloma stylophorum Linas Kudzma (baravykas) 292917.jpg Entoloma stylophorum Linas Kudzma (baravykas) 292918.jpg

Os sintomas tóxicos ligados à ingestão de cogumelos do gênero Entoloma geralmente incluem forte incômodo gastrointestinal, começando entre vinte minutos a quatro horas após a ingestão.

Links:
- http://mushroomobserver.org/119831
 
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16 - Marasmius

Gênero citado por Putzke na pág. 41 de seu livro como tendo algumas espécies tóxicas:

"Marasmius é o gênero com o maior número de espécies no Brasil, sendo difícil identificá-las. Muitas são minúsculas, a maioria com menos de 1 cm de diâmetro de píleo, muitos profundamente sulcados (parecendo aqueles pára-quedas da segunda guerra mundial) e com estipe fino e preto, lembrando o fio da crina de um cavalo. Com esta combinação de caracteres tem-se um Marasmius. Há espécies maiores e algumas destas venenosas."

Não está claro se as espécies que ele usou como exemplos são ou não tóxicas.

Este gênero tem a curiosa característica de murchar quando o ambiente está seco e depois "reviverem" no próximo período úmido.
 
17 - Paxillus

Gênero citado na pág 52 do livro de Putzke:

"Estes cogumelos grandes apresentam-se com estipe central ou algo excêntrico lamelas decurrentes e que ficam escuras depois de velhas, pois a esporada é marrom, são venenosos. Não tem volva nem anel, e ocorrem em solo de plantações de Pinus. Deve-se cuidar para não coletá-los junto com Lactarius."

paxillus-crop.jpg Paxillus_involutus(bg-01).jpg Paxillus_involutus(fs-01).jpg Paxillus_involutus(mgw-02).jpg

O site Flora do Brasil (floradobrasil.jbrj.gov.br) aponta a ocorrência de seis espécies do gênero no país, três das quais são sinônimos de espécies de outros gêneros, e efetivamente podem ser consideradas como não pertencentes ao gênero Paxillus. Pelo menos Paxillus involutus é exótico, originário do hemisfério norte:
- Paxillus alexandri (sinônimo de Clitocybe alexandri)
- Paxillus atrotomentosus (sinônimo de Tapinella atrotomentosa)
- Paxillus guttatus
- Paxillus involutus
- Paxillus panuoides (sinônimo de Tapinella panuoides)
- Paxillus scleropus

Outras fontes confirmam que a maioria das quinze espécies desse gênero é tóxica. São irritantes gastrointestinais, e podem causar vômito, diarreia, febre, dor abdominal, volume de sangue reduzido, produção de urina reduzida, destruição de hemácias, falha renal aguda, falha respiratória, coagulação intravascular e eventualmente morte.

Apesar de serem descritos como comestíveis em algumas fontes, ou como somente irritantes gastrointestinais leves, a intoxicação parece ocorrer em alguns casos após repetidas ingestões, por indução de uma síndrome autoimune ou sintomas alérgicos, com os sintomas mais graves descritos acima.

Links:
- http://en.wikipedia.org/wiki/Paxillus
- http://en.wikipedia.org/wiki/Paxillus_involutus
 
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18 - Entoloma nidorosum - ou Entoloma rhodopolium

Identificado por Rick em 1919, no Rio Grande do Sul. Atualmente a tendência é considerá-la uma variedade de Entoloma rhodopolium, embora a taxonomia da espécie seja confusa, com várias formas identificadas, e não está claro se é uma espécie única.

Reconhecidamente tóxica. Os sintomas tóxicos ligados à ingestão de cogumelos do gênero Entoloma geralmente incluem forte incômodo gastrointestinal, começando entre vinte minutos a quatro horas após a ingestão.

Links:
- http://en.wikipedia.org/wiki/Entoloma_rhodopolium
- http://en.wikipedia.org/wiki/Mushroom_poisoning
- http://en.wikipedia.org/wiki/Entoloma_rhodopolium
- http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ja...icaTaxonUC/FichaPublicaTaxonUC.do?id=FB123983
 
19 - Hypholoma subviride - ou Hypholoma fasciculare

Citado na pág. 54 do livro de Putzke:

"Os fungos do gênero Hypholoma variam muito de cor, pois em vários casos são encontrados cobertos pela esporada dos cogumelos que se encontram mais acima, mudando então para marrom. O H. trinitense tem um véu apendiculado bem visível nas margens do píleo, diferindo por este caracter de H. subviride. O micélio forma rizomorfas brancas e grossas bem evidentes na base do estipe. Não são espécies comestíveis."

hypholoma subviride-crop.jpg

Geralmente Hypholoma subviride é cosniderado sinônimo de Hypholoma fasciculare, mas algumas vezes é tratado como espécie diferente. Os sintomas de envenenamento por Hypholoma fasciculare são náuseas, vômitos, diarréia, convulsões, proteinúria (perda de proteínas pela urina), paralisia, problemas na visão e colapso. Geralmente não é considerado mortal, mas algumas mortes isoladas foram relatadas.


Links
- http://en.wikipedia.org/wiki/Hypholoma_fasciculare
- http://www.mushroomexpert.com/hypholoma_fasciculare.html
- http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-33062007000300008&script=sci_arttext
- http://mushroomobserver.org/observer/observations_of_name?name=Hypholoma+subviride&user_id=3746
- http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_deadly_fungi
 
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