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esse mundo é real?

Filosofia e psicologia estou rindo aqui e menosprezando essas duas coisas que ja esta sendo extinta
os pensadores já estão na fase final, ja ja serão exterminados assim como os animais irracionais

sera se so o governo japones e australiano que estão enxergando isso???

brasil devia urgente exterminar essas duas coisas filosofia e psicologia
 
No sofrimento por uma conclusão a que não se chega (sobre a realidade), o que vem em seguida raramente será ter uma vida funcional. Quem sofre de despersonalização tende a:
  • não fazer nada, pois não há porque fazê-lo,
  • fazer tudo em excesso, pois as consequências também "não são reais", ou
  • suicídio, pois a dúvida consome e causa sofrimento.
Isso é relativo. As necessidades biológicas das pessoas continuam existindo.
 
criei uma teoria que somos um ser que reencarna em todos os animais da terra,ou seja,um dia eu serei um macaco ou um cachorro,até um fungo magico,quem sabe kkkkk,logico sao só ideias que me vieram,mas é curioso pensar sobre o que é SER HUMANO

Sabe, às vezes eu penso que eu encarnei sendo eu mesmo apenas nesse big bang. No próximo, vou encarnar outra vida de outra pessoa, e vou fazer tudo que ele fez. E assim infinitamente, de forma que todas as almas vivem as vidas de todas as pessoas, e em um momento no infinito sem futuro e passado se juntam em vibração perfeita com Deus por se compreenderem mutuamente e terem tudo vivido: algozes, vítimas, amados, amantes, odiados, traídos, traidores, libertários, tiranos...

Mas isso é coisa da minha cachola. :fumar:

Já topou o dedinho no rodapé da porta?

Eis o valor do pragmatismo :).

eu já aceitei que tudo isso criado aqui só exsite pq estou vivo
se nao estivesse vivo nem vc nem o user que habita aqui e ali não estaria aqui
então o real sou eu e não vc, vc nasceu pq estou vivo e consciente disso
parece loucura contaminada mas isso sou eu

Sabe que isso sempre passa pela cabeça das pessoas volta e meia? Pra mim, nem precisava usar cogumelo pra pensar coisas assim. Mas, existe uma razão para que nenhum pensador tenha endossado integralmente essa sua visão solipsista: impossibilidade de se converter em axioma de qualquer avanço no conhecimento, é em si mesma uma afirmação que não leva daí a nada, se feita dessa forma. Ler sobre a questão da intersubjetividade sujeito-objeto na atual filosofia é muito mais interessante na análise sobre a influência da consciência sobre a realidade percebida do que concluir que a influência sobre o mundo externo da percepção é tal que torne o Universo intrinsecamente inexistente, porque mesmo que isso seja verdade, não é algo que se conclui nem se comprova com segurança a partir do solipsismo.

@ATOR, leia mais Platão que você vai entender tudo isso ai :)

Sugiro Fédon, livro com o discurso sobre a Morte, feito por Sócrates antes de sua execução. É muito bem ver como é possível pensar sobre o "outro lado" (realidade última / abstração / metafísica) sem se esquecer de uma "atitude ética" (mundo prático / dia a dia / corpo físico) prática consequente e voltada para o Bem Comum. De nada adianta muita abstração se ela não levar a uma ação que busque legitimamente tornar o mundo um lugar melhor.
 
Última edição:
Quando citei a empatia e a perspectiva acerca da vida como características, quis isola-las do ato, em si, de matar, machucar, etc., pois é ele o problema, não exatamente a empatia.
Eu tenho vontade de matar um bocado de gente, sem remorso. Mas fui doutrinado à me manter contido quanto a violência. Por isso, não a pratico.
Assim como eu, tem muita gente que faria inúmeras coisas "ruins" sem remorso. Algumas fazem. Outras não.
 
  1. Falta de empatia é algo que todos vivenciamos em algum nível, principalmente quando julgamos os outros;
  2. Falta de empatia em psicopatas com comportamentos violentos é aspecto consequente do desvio de personalidade que os levam a serem assim, e não sua causa;
  3. Em outras palavras, a possibilidade de eventual solipsismo ocasionar um comportamento próximo à psicopatia violenta é nula, porque a simples desconsideração da realidade não é o móvel de um psicopata violento, cujo comportamento sociopata/homicida envolve uma série de outros aspectos de sua personalidade que em nada se relacionam à atividade cognitiva (que é o que lhe diz o que a realidade é em essência ou não); mas que, por outro lado, se vincula a como o psicopata violento vivencia a vida em sociedade desde que nasceu, ou desde que sofreu algum abuso extremamente cruel (não só violento) e desumanizador na infância.
 
Última edição:
Falta de empatia em psicopatas com comportamentos violentos é aspecto consequente do desvio de personalidade que os levam a serem assim, e não sua causa;

Bem, que se chame de uma coisa ou outra, a falta de empatia é parte do quadro, seja sintoma ou causa.
 
Bem, que se chame de uma coisa ou outra, a falta de empatia é parte do quadro, seja sintoma ou causa.
Nem sempre, pequeno gafanhoto. Nem sempre.
O objetivo do meu primeiro comentário foi justamente apontar para uma desassociação entre a falta de empatia e a psicopatia.
Um indivíduo pode ser as duas coisas, ou apenas uma. Posso matar pessoas por sentir prazer, e sentir remorso em seguida. Ainda assim seria considerado psicopata.:teo_ninja:
 
Última edição:
Posso matar pessoas por sentir prazer, e sentir remorso em seguida. Ainda assim seria considerado psicopata.

Creio que não. Se você a pessoa matar por prazer e sentir remorso terá outro tipo de distúrbio.

Embora é claro que possam haver exceções. Psicologia não é assim tão exata. Mas via de regra a imensa maioria dos psicopatas tem dificuldades com empatia e com remorso/culpa.

E é claro que nem todo mundo que tem dificuldades com empatia e/ou culpa é psicopata. E que tais emoções são também seletivas e manipuláveis. Temos tendência a sermos mais empáticos com a nossa família e com os amigos, por exemplo. E soldados são treinados a não terem empatia pelos inimigos, nem sentirem culpa por causar-lhes danos. Grupos sociais também tendem a não ter empatia com subgrupos alvos de preconceitos, e na minha visão isso é ensinado às crianças, e por aí vai.

Se a discussão é associação entre uma ou outra forma de pensar, tipo o solipsismo, e esses distúrbios, então o cenário fica mais confuso ainda. Pessoas com tendência a certos tipos de comportamento podem se sentir atraídos por uma ou outra corrente de pensamento, mas creio que é perigoso rotular quem é adepto disso ou daquilo como portador de ou com a tendência a tal distúrbio. Creio que seja muito difícil demonstrar uma correlação significativa ou diferença estatística entre distúrbios e correntes filosóficas ou religiosas.


Mas, esse mundo é real? ;)
 
Última edição:
Numa experiência recente que tive com 3 papéis de LSD, maconha e Salvia Divinorum, eu vi claramente que isso que chamamos de realidade é uma ilusão. É como se tudo fosse um faz-de-conta, um teatro que a gente tá encenando. Sabem quando a gente tá vendo um filme, e no filme há uma cena que é a gravação de um filme dentro do filme que estamos vendo (mas a gente ainda não sabe e acha que faz parte da realidade do filme), aí aparece o diretor e fala "corta", e então descobrimos que era apenas uma encenação que faz parte do filme? Então, foi exatamente essa a sensação que tive, como se aparecesse alguém e dissesse "corta" e toda a minha realidade revelasse sua falsidade e se desmontasse como se fosse um cenário de novela. Mas como sei que isso não é assunto do fórum não vou me estender mais, só relatei mesmo porque achei pertinente ao tema do tópico.

Quem se interessar e tiver um tempo livre, recomendo a leitura dos dois primeiros capítulos desse livro do Bertrand Russell:
http://charlezine.com.br/wp-content/uploads/Os-Problemas-da-Filosofia-Russell.pdf
tbm nao vou me estender pq foge do tema do site mas eu ja tive uma desconstrução de realidade forte com apenas 1 lsd e digo foi bizarro ver o mundo de outro jeito,dps que voltei desse estado de consciência e tomei a razão fiquei um bom tempo em depressão pq eu sabia q estava vivendo uma mentira pois tudo é produto do nossos cérebros,é so vc tomar uma droga que bagunce o funcionamento da maquina q vc vê...

Filosofia e psicologia estou rindo aqui e menosprezando essas duas coisas que ja esta sendo extinta
os pensadores já estão na fase final, ja ja serão exterminados assim como os animais irracionais

sera se so o governo japones e australiano que estão enxergando isso???

brasil devia urgente exterminar essas duas coisas filosofia e psicologia
Em quanto não saberem oq é a consciência sempre vai haver filosofia.
 
Última edição por um moderador:
somos atores que fingem humanidade. quando a criatividade explode, criamos novos atores, pra fingirem tambem.
 
A vida é uma ilusão, uma brincadeira. Todo mundo sabe disso, mas a maioria das pessoas não se lembra. Quase todo mundo só vai perceber isso na hora da morte, que tudo era uma brincadeira e que toda a ciência foi feita para tentar explicar algo que não existe, que a gente passou a vida toda se preocupando com uma ilusão. Religiões orientais, cientistas da atualidade, filósofos, autores de ficção científica (como Philip K. Dick) já perceberam isso. Se vocês forem ver no erowid (e em outros lugares), tem bastante relato de experiência com Salvia em que o usuário se dá conta de que toda a vida dele foi uma ilusão até aquele ponto. A Salvia tem o poder de mostrar isso. Mas não quero transformar o tópico numa discussão sobre Salvia. Algumas frases que agora fazem bastante sentido pra mim:
"O homem chega à sua maturidade quando encara a vida com a mesma seriedade que uma criança encara uma brincadeira" - Nietzsche
"Por vezes as pessoas não querem ouvir a verdade porque não desejam que as suas ilusões sejam destruídas." - Nietzsche
"A vida é uma piada. Explicar é estragá-la." - Alan Watts
"A vida é uma farsa que toda a gente se vê obrigada a representar." - Rimbaud
"Um dia terá que ser admitido oficialmente que o que batizamos de realidade é uma ilusão até maior do que o mundo dos sonhos." - Salvador Dalí


 
"Nothing is real..."

Considero o mundo material como mera ilusão, partindo da certeza de que somos essência, e como tal não devemos nos identificar tanto com a materialidade desse mundo, já que nossa estadia aqui é efêmera... tampouco devemos nos identificar com nossa personalidade, pois esta não faz parte da nossa essência.

O que não significa que não busque um equilíbrio entre corpo - mente - espírito, afinal se essa é minha condição de ser humano no planeta Terra, devo aceitá-la, explorá-la, desfrutá-la, aprender aqui, enfim..
 
Última edição por um moderador:
Um texto que achei na internet:

"Um imperador indiano estava irritado com um guru que insistia que tudo é maya: uma ilusão.

Para provar que o guru estava errado, o imperador convidou-o ao seu palácio e soltou um elefante em disparada em direção a ele.

Vendo que o guru botava sebo nas canelas, o imperador gritou-lhe: "Por que você corre tão rápido, sabendo que o meu elefante é apenas uma ilusão?"

O guru gritou, já à distância: "Oh, imperador, minha corrida também é uma ilusão, tudo neste mundo é uma ilusão.""

Recomendo a leitura desse texto também:
http://papodehomem.com.br/acorde-tem-um-desconhecido-mandando-na-sua-vida-2/
 
Não consigo aceitar muito essa ideia de que a vida é uma ilusão, que o mundo material é uma máscara...

A consciência é uma ilusão. Os carrapatos vivem, mas não são iludidos. A vida não é ilusão, ela é um luxo, uma exuberância da matéria. Ela seguiria bem sem a consciência humana -- muito bem, obrigado.

O único milagre é o da matéria. Desapegar da matéria em nome de outra vida ou estado espectral é niilismo... para mim o universo é um contínuo material e somos dobras de uma mesma substância, chame Deus ou natureza (Spinoza o disse).

Quando morro quem morre é justamente o "eu", a consciência, essa ilusão que brota pelo excesso de energia em um agregado complexo de matéria. Mas o corpo que apodrece continuará existindo de outra forma, desagregada, formando outras composições de vida.
 
A consciência é uma ilusão. Os carrapatos vivem, mas não são iludidos. A vida não é ilusão, ela é um luxo, uma exuberância da matéria. Ela seguiria bem sem a consciência humana -- muito bem, obrigado.


Depende da visão da realidade.

O eu, o ego, a nossa persona que preza o auto-apreço, também é uma ilusão. Ou melhor dizendo, delusão. Mas não quer dizer que não haja uma consciência mais verdadeira em um nível mais profundo. Porém, no fundo, tudo é vazio, vacuidade.

Inclusive conforme visão de realidade a matéria que você acha tão exuberante não tem existência intrínseca. Ela depende das suas causas, de outros fatores e de condições a todo momento. Não existe por si só.

Quando sonhamos e depois acordamos percebemos que o sonho, que parecia tão real enquanto estávamos nele, era somente era criação da mente. O que várias correntes filosóficas religiosas dizem há alguns milhares de anos é que tudo o que nós vemos como realidade enquanto acordados é como um sonho. Quando acordamos dessa realidade veremos isso.
 
Quando morro quem morre é justamente o "eu", a consciência, essa ilusão que brota pelo excesso de energia em um agregado complexo de matéria. Mas o corpo que apodrece continuará existindo de outra forma, desagregada, formando outras composições de vida.

A consciência nunca morre. Quando seu corpo morre, o "eu", que na verdade é uma ilusão, "morre" junto. No entanto, tem algo que continua. Por mais que o eu não exista, tem algo aí que está a todo momento observando o eu e o mundo ao seu redor. Podemos chamar isso de o observador. Existem pessoas que descobrem que o eu é uma ilusão. Mas, se o eu é uma ilusão, então quem ou o que é que percebe que ele é uma ilusão? Certamente não é o próprio eu, mas isso que tá toda hora observando, o observador. O observador nunca vai ter um fim, assim como nunca teve um começo. Nós temos a ideia de que nós só começamos a existir a partir de um determinado instante no tempo. Mas nós nunca tivemos um começo, apenas achamos que tivemos porque o observador tá identificado com o eu, e este sim teve um começo construído gradualmente. Alguém aqui é capaz de achar um início para sua existência, sua vida? Alguém consegue apontar para uma determinada memória e falar "é a partir daqui que eu comecei a existir, antes disso eu não existia"? Creio que ninguém pode fazer isso. Quando a gente se deu conta da nossa existência tudo isso aqui já tinha começado, não é mesmo?

Assim como o observador não teve um início, ele não terá um fim. Ele é eterno. Quando seu corpo morrer, ele simplesmente vai abandonar um eu e começar a se identificar com outro. Obviamente ele irá se esquecer de suas identificações anteriores. Isso é a reencarnação.

Aliás, só existe uma única consciência. Esse monte de ser vivo que a gente vê por aí é exatamente a mesma consciência tendo experiências de pontos de vista diferentes. E nem sequer é preciso que haja um ser vivo no universo para que haja a consciência. Não é a consciência que tá dentro do universo, é o universo que tá dentro da consciência.
 
Alguém consegue apontar para uma determinada memória e falar "é a partir daqui que eu comecei a existir, antes disso eu não existia"?

Em certo nível, eu... Houve um momento específico da minha vida em que "nasci pra consciência". Mas não sirvo de regra, já que não conheço outro com essa história.

Aos 3 anos, houve um dia em que eu levantei da cama e iniciei minha vida consciente. Não sabia quem eu era, como tinha chegado ali - não lembrava de nada. Me perguntei o que eu era e o que eram aquelas coisas à minha volta. Olhei pras minhas mãos e me vi, sem saber o que eu era (me perguntei "quem sou eu? o que sou eu? Como eu conheço essas palavras que tô usando?", em termos mais simples). Levantei e, sem saber porque, fui até a maçaneta e a abri. Nessa hora me perguntei: o que é isso e como eu sabia o que fazer? Cruzei o corredor e vi alguém na cozinha que, sem me lembrar de ter visto antes, chamei de mãe - para no instante seguinte me perguntar como sabia que era o nome daquele ser vivo à minha frente. Os minutos que se seguiram no sofá tomando mamadeira olhando pro teto refletindo foram inesquecíveis.

Este é o momento na minha vida que chamo de despertar da consciência. Ainda não conheci ninguém que tenha passado por isso também, mas eu tenho um dia e um evento bem definido em que eu nasci pro mundo como ser pensante e reflexivo. Sei lá que sinapses formaram durante o sono na minha cabeça, mas antes disso eu era apenas um ser vivente, depois disso virei um ser consciente.

Então, é claro, eu já existia no mundo; mas, a partir desse dia em especial aos 3 anos, que chamo de primeiro dia da minha verdadeira vida, que eu realmente passei a existir além de um mero aglonerado orgânico: nasci como um ser consciente.

A minha memória sobre a minha vida também começou a partir deste dia. Só lembro de fatos a partir dessa manhã.
 
Última edição:
Inclusive conforme visão de realidade a matéria que você acha tão exuberante não tem existência intrínseca. Ela depende das suas causas, de outros fatores e de condições a todo momento. Não existe por si só.

De acordo, mas diria que as causas e fatores que condicionam a matéria e suas variações não são transcendentais em relação a ela. Essas causas não existem ou não podem ser explicadas num outro mundo ou plano... Mas não sei se você quis dizer que a matéria depende da consciência ou até da nossa percepção para existir, ou algo assim.

Quando sonhamos e depois acordamos percebemos que o sonho, que parecia tão real enquanto estávamos nele, era somente era criação da mente. O que várias correntes filosóficas religiosas dizem há alguns milhares de anos é que tudo o que nós vemos como realidade enquanto acordados é como um sonho. Quando acordamos dessa realidade veremos isso.

Pensando num nível mais mais material mesmo, sonhos seriam uma tradução de impulsos elétricos no cérebro. Outros animais também sonham. Já a preocupação de entender o sonho, dar a ele algum significado, é tipicamente humana.

Penso que o mundo é sim real, e que a crise é nossa se decidimos questionar isso.

Aliás, só existe uma única consciência. Esse monte de ser vivo que a gente vê por aí é exatamente a mesma consciência tendo experiências de pontos de vista diferentes. E nem sequer é preciso que haja um ser vivo no universo para que haja a consciência. Não é a consciência que tá dentro do universo, é o universo que tá dentro da consciência.

Pode ser algo assim, mas eu não entendo esse todo como uma consciência que observa. Consciência é um termo que uma espécie de seres inventou, um conceito humano entre outros. É como antropomorfizar o todo, vê-lo com nossas lentes e conceitos de humanos. Seria como imaginar Deus em uma forma humana.

Então prefiro simplesmente o termo natureza, uma maquinação incessante e contínua de variações materiais, um "Deus" infinitamente produtivo, e não criador.

Estou só expondo meus pensamentos, respeito sempre por todos ai galera, já grato pela rica discussão.
 
Aos 3 anos, houve um dia em que eu levantei da cama e iniciei minha vida consciente. Não sabia quem eu era, como tinha chegado ali - não lembrava de nada. Me perguntei o que eu era e o que eram aquelas coisas à minha volta. Olhei pras minhas mãos e me vi, sem saber o que eu era (me perguntei "quem sou eu? o que sou eu? Como eu conheço essas palavras que tô usando?", em termos mais simples). Levantei e, sem saber porque, fui até a maçaneta e a abri. Nessa hora me perguntei: o que é isso e como eu sabia o que fazer? Cruzei o corredor e vi alguém na cozinha que, sem me lembrar de ter visto antes, chamei de mãe - para no instante seguinte me perguntar como sabia que era o nome daquele ser vivo à minha frente. Os minutos que se seguiram no sofá tomando mamadeira olhando pro teto refletindo foram inesquecíveis.

Se você já sabia abrir a porta, já sabia reconhecer sua mãe e inclusive já sabia o significado de várias palavras, então creio que você já estava consciente muito antes disso. Você provavelmente apenas se esqueceu do que tinha vindo antes.

Você consegue se lembrar de cada detalhe de todos os momentos do ano passado que você passou acordado? Pelo jeito não. Mas isso não quer dizer que você não estava vivendo como um ser consciente esse tempo todo, certo?

Li há uns tempos num livro do Schrödinger que nós só usamos a consciência quando estamos aprendendo algo. Depois que nós já aprendemos esse algo, isso é jogado para o inconsciente, e nós passamos a fazê-lo de modo mecânico. Se isso estiver certo, então para abrir a porta e usar as palavras que você usou esse dia, você tinha que já ter aprendido isso antes. E, para que você tivesse aprendido isso, você devia estar consciente.

Pode ser algo assim, mas eu não entendo esse todo como uma consciência que observa. Consciência é um termo que uma espécie de seres inventou, um conceito humano entre outros. É como antropomorfizar o todo, vê-lo com nossas lentes e conceitos de humanos. Seria como imaginar Deus em uma forma humana.

Então prefiro simplesmente o termo natureza, uma maquinação incessante e contínua de variações materiais, um "Deus" infinitamente produtivo, e não criador.

Estou só expondo meus pensamentos, respeito sempre por todos ai galera, já grato pela rica discussão.

Sim, consciência é um termo que o ser humano inventou. Mas isso não significa que falar que o Todo é consciente de si mesmo é o mesmo que falar que ele observa com lentes e conceitos humanos. Na verdade o observar do Todo é justamente o puro observar, sem estar contaminado pelo pensamento, pela memória, pela linguagem, pela dualidade, pelos conceitos, pelo julgamento etc. Esse observador na verdade não pode ser definido. Muitas religiões tentaram defini-lo, dar uma forma a ele.
 
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