Esse sistema é uma construção social, e sua origem pode ser datada históricamente. Logo, ele pode virar pó, como tantos outros. Quando o antigo regime caiu na europa no século XIX, foi através de muita luta - lutas que tem nomes: guerras napoleônicas e primavera dos povos. A nobreza demorou 50 anos para ser derrotada e passou longe de consentir com a aniquilação de si mesma e da sociedade estamental.Como disse acima não nego essa possibilidade/esperança.
MAS na prática, na maioria das vezes, enquanto houver sistema, só o SISTEMA (os poderosos) permite mudar a si mesmo. No caso que você citou (do Egito) leia-se: USA.
Já sobre a revolução egípcia: não se sustenta em nenhum fato a sugestão de que ela é produto de uma espécie de "complô" estadunidense.
Um milhão e meio de pessoas não saem às ruas sem terem um bom motivo pra isso, pode ter certeza. Mubarak era um aliado histórico dos EUA e viu sua ditadura cair diante das massivas manifestações populares. Para situar a questão:
Essa onda de revoluções árabes começou na Tunísia, quando um jovem recém formado na universidade e desempregado, ao tentar garantir sua sobrevivência como uma espécie de camelô, teve seus produtos apreendidos pela polícia local. Esse jovem ateou fogo ao próprio corpo e virou o grande mártir dessa geração de jovens desempregados e sufocados pela elevação no preço dos alimentos no mundo árabe (no Egito, 90% dos jovens estão desempregados).
Será que esse jovem tunisiano era um agente da CIA? Ou será que é simplesmente impossível que pessoas do terceiro mundo se mobilizem para lutar por direitos políticos e sociais?
Quando as pessoas se mobilizam e vão às ruas, os poderosos caem depois de lutarem de todas as maneiras para manter o status quo.