Oi gente, bom dia!
Comecei agora com o cultivo do P. cubensis e tenho documentado esse cultivo para ir aprimorando com o tempo, então achei que poderia ser interessante de alguma forma para a galera daqui. Ainda é um trabalho em progresso (não imagino que algum dia deixe de ser), então aqui vai.
-
Primeiro, com relação ao substrato. O substrato foi composto de farinha de arroz integral, vermiculita e água nas proporções de 1.5 farinha de arroz, 4 vermiculita e 2 partes de água.
5 bolos foram preparados com esse substrato, em potes de vidro de aproximadamente 250ml com tampa de vidro, cobertos com uma camada de vermiculita.
Esterilizei na panela de pressão por 45 minutos, com a tampa frouxa e cobertos com papel aluminio na parte de cima. Acho que enchi demais os potes, pois a vermiculita cozinhou e saiu para fora. Da próxima vez convém preencher menos os potes.
20/03/20 - inoculação no substrato
A inoculação foi feita no meu banheiro, sem glove box ou nada semelhante. Limpei tudo e esterilizei o máximo possível com álcool 70 (que está bem difícil de conseguir aliás, por conta da pandemia). Havia feito 2 furinhos nas tampas, que utilizei para inocular, inserindo a agulha por eles, diminuindo assim a exposição do substrato ao ar e diminuindo também as chances de possíveis contaminações. A seringa tinha 5ml, então utilizei 1ml por bolo, 0.5ml em cada um dos dois furos. Após isso fechei os dois furos de cada pote com fita micropore.
Os bolos foram transferidos para uma caixa térmica com um termostato dentro de uma garrafa de vidro, submerso em água, que mantém a temperatura desta água entre 28-30ºC.
2-4 semanas para colonizar totalmente (ou de 14-28 dias)
Primeiro check estimado: 3/4/20
Final estimado da colonização pelo micélio: 17/04/20 (28 dias)
Depois dos potes estarem completamente colonizados pelo micélio, esperar mais uma semana para garantir a consolidação do micélio. Birthing date estimado: 24/04
O procedimento do birthing (aniversário) é retirar a camada de vermiculita que serviu de isolamento ou de proteção (filtro) para o bolo, retirar os bolos dos potes de vidro, colocá-los em uma bacia -com algo pesado em cima para submergir- com água por 14-18 horas para hidratarem bem.
Fruiting chamber (câmara de frutificação): a mais simples (shotgun) é uma caixa de plástico transparente, pode ser aquelas organizadoras, cheia de furos, em todos os seis lados, bem esterilizada com álcool 70º, com uma camada perlita no fundo (muito bem lavada e hidratada com água corrente).
É basicamente isso, mas também vou colocar uma bombinha de aquário daquelas de fazer bolhas conectada a um copo com água dentro da câmara de frutificação. Isso serve para aumentar a umidade e também a aeração dentro da câmara, parâmetros que são cruciais para o pleno desenvolvimento dos cogumelos. Para colocar os bolos é só os acomodar em cima de pedaços de papel alumínio, por cima da camada de perlita. Também pode-se usar a própria tampinha de metal dos potes como suporte para os bolos. Depois disso é só dar uma borrifada de água dentro da câmara, ventilar com a tampa e fechar. Pode-se repetir este procedimento vez ou outra.
Como fazer uma seringa de esporos?
Depois que o véu se rompe e o cogumelo se abre e fica mais plano e a hora de colher, especialmente se a ideia é fazer o print de esporos. No mesmo dia em que que o véu se rompe ou alguns dias após os esporos são liberados, então é bom ficar esperto nesse período. Para fazer o print de esporos e só colher o cogumelo, cortar o chapéu bem rente e colocar ele sobre um pedaço de papel alumínio com um copo em cima. Vai fazer um carimbo no alumínio. Depois você pode pegar uma seringa esterilizada, esquentar um copo de shot com água no microondas até ferver, puxar a água algumas vezes, jogar fora, repetir algumas vezes até limpar bem a seringa, depois raspar os esporos dentro do copinho de shot com água, misturar bem com a seringa, puxar e soltar algumas vezes, depois só puxar e guardar.
Lembrete: colocar a quantidade de água da seringa (5ml no meu caso) dentro do copo de shot. A não ser que faça mais seringas, o que também é uma possibilidade.
29/03/2020 - primeiro check (9 dias), colonização satisfatória em todos os 5 potes, há um bom desenvolvimento das hifas, em alguns há uns pontos de colonização mais avançados, onde há clusters brancos mais densos (quase formando um novelo) que em outros.
Na verdade aqui hoje sei que em partes era uma contaminação por aquele mofo que parece uma teia de aranha, o micélio em si é bem branco e mais denso.
Método de Spawn
Pode-se utilizar grãos como substrato como centeio (utilizado mais para propagação, não chega a ser utilizado até o fim, só se inocula no centeio, a colônia cresce e você usa em outro substrato), milho de pipoca, aveia (grão, semente, não aquela em flocos), sementes variadas (daquelas de passarinhos), enfim grãos variados. Parece que é possível cultivar do início ao fim com esse método, não necessariamente utilizar só como spawn.
everything you experience is happening within you.
O mundo que conhecemos não existe mais. O mundo de antes acabou. Sair do isolamento agora é querer voltar a um mundo que não existe mais.
02/04/2020 - segundo check (13 dias): Colonização do substrato interessante, as hifas tem se espalhado bem pelos potes, os novelos ou areas com uma densidade maior de hifas, que tomam as areas com um branco bem vivo (parecendo algodao) tem aumentado, no entanto há alguns pontos com cores suspeitas em alguns potes, de um tom um pouco amarelado, vou continuar o cultivo normal pare ver como evoluem, mas há chances de haver potes contaminados, se não todos.
-
03/04/2020 - vou ler o livro do Mckenna (Psilocybin: Magic Mushroom Grower's Guide) para possivelmente recomeçar todo o processo se não der certo. Vou anotando o passo a passo de lá e as dicas aqui.
Ele ensina uma receita simples de como fazer um meio de propagação.
250g de batatas, 15g de agar, 10g de dextrose, 1.5g de levedura nutricional. Ferve as batatas em 1L de água, coe e separe o líquido, adicione o agar, dextrose e o levedo nesse líquido. Ferve por 10 minutos ou até a solução estar transparente. Depois disso é só colocar o agar nos discos de petri, vidrinhos de papinha de neném ou o que tiver e esterilizar (normalmente na panela de pressão por 45-60 min, até 90 min).
Ele explica primeiro esse processo de criação das placas de petri com ágar para depois poder cultivar micélios e só daí então inocular o ágar com micélio nos potes (a fim de posteriormente gerar os frutos).
O passo 1 seria a obtenção dos esporos, o passo 2 a multiplicação deles em ágar e o passo 3 é a indução da frutificação do micélio.
Para o substrato ele passa uma receita bem simples, 160ml de centeio (aprox 150g), 130ml de água da torneira ou destilada e uma colher de chá (5ml) de carbonato de cálcio (que pode ser até giz de lousa triturado). Embora seja provável que essas proporções precisem ser ajustadas, já que ele adiciona esses ingredientes em um “quart mason jar” e eu não achei ao certo a medida em ml desse pote. Cada receita dessa faz 1 pote, o volume do centeio aumenta bastante quando cozido, então por mais que pareça pouco, não é. Depois é só colocar a tampa bem folgada (se não o pote explode, sério) e colocar na panela de pressão por uma hora (quando pegar pressão). Depois disso espere a panela esfriar, retire os potes e rosqueie bem firme.
Essa técnica, pelo o que entendi é diferente da PF TEK, ao menos no que tange o aniversário dos bolos, já que aqui se mantém o substrato inoculado dentro dos potes, não se retira o substrato dos potes para se colocar no terrário.
Depois disso, convém colocar os potes numa glovebox (e também fazer uma glovebox né)
Tutorial Glovebox: https://www.youtube.com/watch?v=oGDUNB3w1aU
Com os potes lá na Glovebox e tudo bem esterilizado é só cortar o agar que está com o micélio se desenvolvendo (cortar em cubinhos, com um bisturi com sua lamina previamente aquecida em uma chama até ficar vermelha) e colocar os pedacinhos dentro do pote com o centeio. Depois é só fechar o pote com a tampa e balançar bem para espalhar os pedaços de ágar, afim de criar múltiplos pontos de inoculação.
Lá pelo oitavo ou décimo quarto dia, dependendo da temperatura, o micélio vai ter se desenvolvido em todas as direções, formando uma espécie de tapete. Nesse ponto, aperte bem a tampa e chacoalhe bem os potes para quebrar o micélio e redistribuir os pontos de inoculação. Nesse estágio você já vai poder notar os potes que estão contaminados. Depois disso é só deixar lá por mais 3 ou 4 dias, no final desse período o desenvolvimento do micélio por diversos pontos no pote deve ser evidente. Chacoalhe os potes do mesmo modo no quarto dia, sexto, oitavo e se necessário também no décimo dia. Assim, no substrato deve se poder observar que o micélio o permeou completamente no intervalo do oitavo até o décimo quarto dia. O substrato deve estar coberto de um micélio branco, que pode estar ocasionalmente tingido de um azul bem claro. Qualquer outra cor significa contaminação e o pote deve ser descartado.
Depois da colonização total do substrato nos potes pelo micélio, vem o casing e recasing ou o aniversário. Cobre-se os potes com uma camada de terra esterilizada (acho inviável de esterilizar terra, por isso creio que a vermiculita seja melhor) úmida o suficiente para manter sua forma quando pressionada e se coloca os potes sem tampa em um local com umidade elevada (que pode ser o terrário, uma caixa transparente toda furada com perlita no fundo e um borbulhador - conhecido como shotgun fruiting chamber-) para frutificar. Manter a umidade da camada de solo é crucial e isso pode ser feito borrifando água na câmara ou mesmo na camada superficial dos potes algumas vezes ao dia (só o suficiente para deixar úmido, não encharcado).
Daí é isso, dá pra frutiticar nos potes mesmo ou retirar os bolos e colocar na camara de frutificação ou também. É possível também colocar numa vasilha uma camada de vermiculita/perlita, uma de bolo-micélio (quebrado) e outra de solo esterilizado ou vermiculita (fazendo tipo um sanduba). São três métodos distintos de frutificação.
Para secar, é possível construir um desidratador com uma caixa e uma lâmpada incandescente (que é mais quente).
Modelo:
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Dia 05/04 - terceiro check (16 dias): Reparei que o que eu achava ser o micélio do psilocybe era na verdade um outro fungo mais simples, que forma uma espécie teia parecida com uma teia de aranha, mas não aparenta frutificar ou formar redes muito densas e complexas. Também tinha um fungo (ou bactéria?) verde crescendo no bolo, o que me convenceu de vez a descartá-lo. Antes disso, no entanto, separei os pedaços de micélio e coloquei num vaso com terra, calcário e cobri com uma camada de terra. Também semeei amaranto nesse vaso. É uma experiência. Melhor que só descartar.
Parece que esse fungo ou bolor é chamado de míldio (bolor teia de aranha, Dactylium Mildew), se for o mesmo míldio do tomate, é um velho conhecido. Direto ele toma as folhas do tomate por completo e a planta não suporta. O míldio gosta de bastante umidade, então talvez esse tenha sido o fator que levou ao seu surgimento (ou talvez uma falha na esterilização). Pode ser por isso que é difícil de se cultivar tomates por aqui, talvez o sol não seja suficiente só dê para plantar no verão mesmo.
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Por enquanto é isso galera.
Love friends, love your parents and love yourself
Comecei agora com o cultivo do P. cubensis e tenho documentado esse cultivo para ir aprimorando com o tempo, então achei que poderia ser interessante de alguma forma para a galera daqui. Ainda é um trabalho em progresso (não imagino que algum dia deixe de ser), então aqui vai.
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Primeiro, com relação ao substrato. O substrato foi composto de farinha de arroz integral, vermiculita e água nas proporções de 1.5 farinha de arroz, 4 vermiculita e 2 partes de água.
5 bolos foram preparados com esse substrato, em potes de vidro de aproximadamente 250ml com tampa de vidro, cobertos com uma camada de vermiculita.
Esterilizei na panela de pressão por 45 minutos, com a tampa frouxa e cobertos com papel aluminio na parte de cima. Acho que enchi demais os potes, pois a vermiculita cozinhou e saiu para fora. Da próxima vez convém preencher menos os potes.
20/03/20 - inoculação no substrato
A inoculação foi feita no meu banheiro, sem glove box ou nada semelhante. Limpei tudo e esterilizei o máximo possível com álcool 70 (que está bem difícil de conseguir aliás, por conta da pandemia). Havia feito 2 furinhos nas tampas, que utilizei para inocular, inserindo a agulha por eles, diminuindo assim a exposição do substrato ao ar e diminuindo também as chances de possíveis contaminações. A seringa tinha 5ml, então utilizei 1ml por bolo, 0.5ml em cada um dos dois furos. Após isso fechei os dois furos de cada pote com fita micropore.
Os bolos foram transferidos para uma caixa térmica com um termostato dentro de uma garrafa de vidro, submerso em água, que mantém a temperatura desta água entre 28-30ºC.
2-4 semanas para colonizar totalmente (ou de 14-28 dias)
Primeiro check estimado: 3/4/20
Final estimado da colonização pelo micélio: 17/04/20 (28 dias)
Depois dos potes estarem completamente colonizados pelo micélio, esperar mais uma semana para garantir a consolidação do micélio. Birthing date estimado: 24/04
O procedimento do birthing (aniversário) é retirar a camada de vermiculita que serviu de isolamento ou de proteção (filtro) para o bolo, retirar os bolos dos potes de vidro, colocá-los em uma bacia -com algo pesado em cima para submergir- com água por 14-18 horas para hidratarem bem.
Fruiting chamber (câmara de frutificação): a mais simples (shotgun) é uma caixa de plástico transparente, pode ser aquelas organizadoras, cheia de furos, em todos os seis lados, bem esterilizada com álcool 70º, com uma camada perlita no fundo (muito bem lavada e hidratada com água corrente).
É basicamente isso, mas também vou colocar uma bombinha de aquário daquelas de fazer bolhas conectada a um copo com água dentro da câmara de frutificação. Isso serve para aumentar a umidade e também a aeração dentro da câmara, parâmetros que são cruciais para o pleno desenvolvimento dos cogumelos. Para colocar os bolos é só os acomodar em cima de pedaços de papel alumínio, por cima da camada de perlita. Também pode-se usar a própria tampinha de metal dos potes como suporte para os bolos. Depois disso é só dar uma borrifada de água dentro da câmara, ventilar com a tampa e fechar. Pode-se repetir este procedimento vez ou outra.
Como fazer uma seringa de esporos?
Depois que o véu se rompe e o cogumelo se abre e fica mais plano e a hora de colher, especialmente se a ideia é fazer o print de esporos. No mesmo dia em que que o véu se rompe ou alguns dias após os esporos são liberados, então é bom ficar esperto nesse período. Para fazer o print de esporos e só colher o cogumelo, cortar o chapéu bem rente e colocar ele sobre um pedaço de papel alumínio com um copo em cima. Vai fazer um carimbo no alumínio. Depois você pode pegar uma seringa esterilizada, esquentar um copo de shot com água no microondas até ferver, puxar a água algumas vezes, jogar fora, repetir algumas vezes até limpar bem a seringa, depois raspar os esporos dentro do copinho de shot com água, misturar bem com a seringa, puxar e soltar algumas vezes, depois só puxar e guardar.
Lembrete: colocar a quantidade de água da seringa (5ml no meu caso) dentro do copo de shot. A não ser que faça mais seringas, o que também é uma possibilidade.
29/03/2020 - primeiro check (9 dias), colonização satisfatória em todos os 5 potes, há um bom desenvolvimento das hifas, em alguns há uns pontos de colonização mais avançados, onde há clusters brancos mais densos (quase formando um novelo) que em outros.
Na verdade aqui hoje sei que em partes era uma contaminação por aquele mofo que parece uma teia de aranha, o micélio em si é bem branco e mais denso.
Método de Spawn
Pode-se utilizar grãos como substrato como centeio (utilizado mais para propagação, não chega a ser utilizado até o fim, só se inocula no centeio, a colônia cresce e você usa em outro substrato), milho de pipoca, aveia (grão, semente, não aquela em flocos), sementes variadas (daquelas de passarinhos), enfim grãos variados. Parece que é possível cultivar do início ao fim com esse método, não necessariamente utilizar só como spawn.
everything you experience is happening within you.
O mundo que conhecemos não existe mais. O mundo de antes acabou. Sair do isolamento agora é querer voltar a um mundo que não existe mais.
02/04/2020 - segundo check (13 dias): Colonização do substrato interessante, as hifas tem se espalhado bem pelos potes, os novelos ou areas com uma densidade maior de hifas, que tomam as areas com um branco bem vivo (parecendo algodao) tem aumentado, no entanto há alguns pontos com cores suspeitas em alguns potes, de um tom um pouco amarelado, vou continuar o cultivo normal pare ver como evoluem, mas há chances de haver potes contaminados, se não todos.
-
03/04/2020 - vou ler o livro do Mckenna (Psilocybin: Magic Mushroom Grower's Guide) para possivelmente recomeçar todo o processo se não der certo. Vou anotando o passo a passo de lá e as dicas aqui.
Ele ensina uma receita simples de como fazer um meio de propagação.
250g de batatas, 15g de agar, 10g de dextrose, 1.5g de levedura nutricional. Ferve as batatas em 1L de água, coe e separe o líquido, adicione o agar, dextrose e o levedo nesse líquido. Ferve por 10 minutos ou até a solução estar transparente. Depois disso é só colocar o agar nos discos de petri, vidrinhos de papinha de neném ou o que tiver e esterilizar (normalmente na panela de pressão por 45-60 min, até 90 min).
Ele explica primeiro esse processo de criação das placas de petri com ágar para depois poder cultivar micélios e só daí então inocular o ágar com micélio nos potes (a fim de posteriormente gerar os frutos).
O passo 1 seria a obtenção dos esporos, o passo 2 a multiplicação deles em ágar e o passo 3 é a indução da frutificação do micélio.
Para o substrato ele passa uma receita bem simples, 160ml de centeio (aprox 150g), 130ml de água da torneira ou destilada e uma colher de chá (5ml) de carbonato de cálcio (que pode ser até giz de lousa triturado). Embora seja provável que essas proporções precisem ser ajustadas, já que ele adiciona esses ingredientes em um “quart mason jar” e eu não achei ao certo a medida em ml desse pote. Cada receita dessa faz 1 pote, o volume do centeio aumenta bastante quando cozido, então por mais que pareça pouco, não é. Depois é só colocar a tampa bem folgada (se não o pote explode, sério) e colocar na panela de pressão por uma hora (quando pegar pressão). Depois disso espere a panela esfriar, retire os potes e rosqueie bem firme.
Essa técnica, pelo o que entendi é diferente da PF TEK, ao menos no que tange o aniversário dos bolos, já que aqui se mantém o substrato inoculado dentro dos potes, não se retira o substrato dos potes para se colocar no terrário.
Depois disso, convém colocar os potes numa glovebox (e também fazer uma glovebox né)
Tutorial Glovebox: https://www.youtube.com/watch?v=oGDUNB3w1aU
Com os potes lá na Glovebox e tudo bem esterilizado é só cortar o agar que está com o micélio se desenvolvendo (cortar em cubinhos, com um bisturi com sua lamina previamente aquecida em uma chama até ficar vermelha) e colocar os pedacinhos dentro do pote com o centeio. Depois é só fechar o pote com a tampa e balançar bem para espalhar os pedaços de ágar, afim de criar múltiplos pontos de inoculação.
Lá pelo oitavo ou décimo quarto dia, dependendo da temperatura, o micélio vai ter se desenvolvido em todas as direções, formando uma espécie de tapete. Nesse ponto, aperte bem a tampa e chacoalhe bem os potes para quebrar o micélio e redistribuir os pontos de inoculação. Nesse estágio você já vai poder notar os potes que estão contaminados. Depois disso é só deixar lá por mais 3 ou 4 dias, no final desse período o desenvolvimento do micélio por diversos pontos no pote deve ser evidente. Chacoalhe os potes do mesmo modo no quarto dia, sexto, oitavo e se necessário também no décimo dia. Assim, no substrato deve se poder observar que o micélio o permeou completamente no intervalo do oitavo até o décimo quarto dia. O substrato deve estar coberto de um micélio branco, que pode estar ocasionalmente tingido de um azul bem claro. Qualquer outra cor significa contaminação e o pote deve ser descartado.
Depois da colonização total do substrato nos potes pelo micélio, vem o casing e recasing ou o aniversário. Cobre-se os potes com uma camada de terra esterilizada (acho inviável de esterilizar terra, por isso creio que a vermiculita seja melhor) úmida o suficiente para manter sua forma quando pressionada e se coloca os potes sem tampa em um local com umidade elevada (que pode ser o terrário, uma caixa transparente toda furada com perlita no fundo e um borbulhador - conhecido como shotgun fruiting chamber-) para frutificar. Manter a umidade da camada de solo é crucial e isso pode ser feito borrifando água na câmara ou mesmo na camada superficial dos potes algumas vezes ao dia (só o suficiente para deixar úmido, não encharcado).
Daí é isso, dá pra frutiticar nos potes mesmo ou retirar os bolos e colocar na camara de frutificação ou também. É possível também colocar numa vasilha uma camada de vermiculita/perlita, uma de bolo-micélio (quebrado) e outra de solo esterilizado ou vermiculita (fazendo tipo um sanduba). São três métodos distintos de frutificação.
Para secar, é possível construir um desidratador com uma caixa e uma lâmpada incandescente (que é mais quente).
Modelo:
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Dia 05/04 - terceiro check (16 dias): Reparei que o que eu achava ser o micélio do psilocybe era na verdade um outro fungo mais simples, que forma uma espécie teia parecida com uma teia de aranha, mas não aparenta frutificar ou formar redes muito densas e complexas. Também tinha um fungo (ou bactéria?) verde crescendo no bolo, o que me convenceu de vez a descartá-lo. Antes disso, no entanto, separei os pedaços de micélio e coloquei num vaso com terra, calcário e cobri com uma camada de terra. Também semeei amaranto nesse vaso. É uma experiência. Melhor que só descartar.
Parece que esse fungo ou bolor é chamado de míldio (bolor teia de aranha, Dactylium Mildew), se for o mesmo míldio do tomate, é um velho conhecido. Direto ele toma as folhas do tomate por completo e a planta não suporta. O míldio gosta de bastante umidade, então talvez esse tenha sido o fator que levou ao seu surgimento (ou talvez uma falha na esterilização). Pode ser por isso que é difícil de se cultivar tomates por aqui, talvez o sol não seja suficiente só dê para plantar no verão mesmo.
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