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Completo Cultivo de Psilocybe cubensis Tasmânia com adição de cremogema.

Diário de cultivo completo.
Cultivo de Psilocybe cubensis Tasmânia em Substrato Composto de Arroz, Quirela de Milho e Cremogema.


Introdução



Esta pesquisa visa quantificar e qualificar a produtividade do cultivo de Psilocybe cubensis em um substrato de fácil acesso aos cultivadores caseiros. Para isso foram escolhidos os seguintes ingredientes: Quirela de Milho, Arroz Branco Inteiro e Cremogema.
Os dois primeiros constituintes da receita já tem certa base experimental de sucesso em literaturas nacionais e internacionais. O diferencial desse experimento é o pó do mingau de cremogema, rico em nutrientes necessários ao desenvolvimento do fungo.

Materiais

Substrato:

- Quirela de milho
- Arroz Branco Comum Inteiro
- Cremogema

Casing:

- Quentinhas
- Pó de casca de coco
- Vermiculita
- Água Oxigenada

Esterilização e Acondicionamento:

- Vidros para o substrato
- Panela de pressão
- Vidro grande para o material de casing
- Microondas
- Álcool 94,8°
- Lysol
- Gel Anti-séptico para as mãos

Paramentação: (todos os procedimentos foram feitos com uso dos paramentos)

- Luvas para procedimentos
- Toucas para procedimentos
- Máscaras para procedimentos
- Avental

Seringa:

- Seringa de 5ml
- Agulha 30x8 21 G 1¼
- Carimbo oriundo do FSRE
- Copinho novo de água mineral
- Copinho de pinga



Diversos:

- Papel Alumínio
- Plástico de pvc para alimentos
- Colheres de metal
- Panos descartáveis
- Sacos ziplock novos
- Fita crepe
- Algodão

Procedimentos

Confecção da seringa:

Limpei superfície do copo de água mineral com um algodão embebido em álcool. Retirei capa plástica da agulha e furei o copo em um local certeiro, nessa hora tentei ao máximo não tremer para não aumentar o furo. Suguei 5ml de água para dentro da agulha, tampei a seringa com a capa plástica protetora e depois cobri o furo com duas camadas de fita crepe.
Peguei o copinho de pinga e molhei-o com água limpa, depois coloquei-o para esterilizar no microondas por 3 minutos. Após o término do tempo de esterilização envolva a boca do copo com papel alumínio e espere esfriar.
Retirei o papel alumínio da boca do copo e raspei uma boa quantidade de esporos com a ponta da seringa, o carimbo era feito em papel cartão e isso facilitou o procedimento apesar de dever em quantidade de esporos.
Guardei o carimbo e ejetei a água de dentro da seringa no copo, misturando bem os esporos. Suguei a água novamente e repeti esse procedimento mais duas vezes, para garantir que a perda de esporos no copo fosse mínima.
Após isso tampei a agulha com a capa protetora e envolvi a seringa em papel alumínio, a mesma foi acondicionada à temperatura de 30°C por vinte e quatro horas.


Confecção do Substrato:

Para ponderar a quantidade de substrato a ser utilizado usei metade dos copos de acondicionamento como unidade de medida, considerando que depois da reidratação os dois grãos expandem seu tamanho.
A quirela de milho e o arroz foram misturados em proporções iguais e depois deixados em reidratação por trinta e seis horas no pote grande de vidro que também foi usado para esterilizar o material do casing futuramente.
Após o tempo de reidratação misturei uma colher se sopa rasa de cremogema para cada vidro de 500ml de substrato.

Preparação das colheres para esterilização.

Envolvi a colheres com três voltas de papel alumínio bem apertadas.

Esterilização do substrato e das colheres.

Procedi com a esterilização convencional em panela de pressão, deixando cozinhar uma hora após a saída de vapor pela válvula.


Inoculação.

Enquanto esperava pela reidratação da seringa aproveitei para esperar também pelo resfriamento natural do substrato dentro da panela de pressão, onde ele ficou seguro contra contaminantes até a hora da inoculação.
Abri a panela e retirei rapidamente cada copo com substrato, tampando-a rapidamente em seguida. Inoculei 1,5ml em cada copo e depois os misturei e quebrei com uma das colheres esterilizadas (que devem ser desenroladas do papel para serem utilizadas) para que a distribuição da solução fosse para todo o bolo e para que o substrato ficasse menos compactado, facilitando e acelerando a colonização. Depois de fazer o procedimento da colher em cada bolo eu tampei suas bocas com uma camada de plástico de pvc esticada, presa com duas camadas de fita crepe, vedando eficientemente os copos.
Após o procedimento os copos foram mantidos em uma incubadora em temperaturas que variavam de 28° a 32° C para a colonização total do substrato. A colonização total dos bolos se deu em vinte e um dias.

Aniversário e confecção dos casings:

Antes de aniversariar os bolos esterilizei o substrato para o casing num pote grande de vidro usando o microondas. Misturei o pó de casca de coco e a vermiculita em proporções iguais. Após achar o ponto de umidade correto coloquei o vidro por cinco minutos na potencia máxima para esterilização. Após o termino do tempo abri a porta do aparelho e cobri rapidamente a boca do vidro com papel alumínio, fazendo o mesmo procedimento de fitas que fiz com o plástico de pvc para vedar os copos, garantindo que nenhum ar carregando contaminantes entrasse em contato com a mistura para o casing.
Se o vidro estiver bem vedado é normal que após o resfriamento do material esterilizado o papel alumínio seja puxado para dentro do vidro formando um vácuo. Isso acontece pelo resfriamento dos gases de vapor dagua que antes quando quentes estavam expandidos e voltam ao estado de agitação normal de moléculas quando frios, ocupando menos espaço dentro do vidro.
Depois que o material do casing esfriou retirei os bolos colonizados de dentro dos copos usando a outra colher esterilizada, sempre tomando muito cuidado para que o dano ao micélio fosse mínimo. Coloquei uma forragem de 0,5 de material de casing no fundo da quentinha, e logo por cima dessa forragem os pedaços de bolo colonizado, sempre tentando manter o nivelamento do substrato. O substrato colonizado foi então coberto com 1cm de vermiculita mais pó de casca de coco e teve sua superfície umedecida com a água oxigenada. O conjunto todo foi guardado em um saco ziplock novo e colocado na incubadora à 30°C, onde passou 4 dias para a recuperação e adaptação do micélio ao casing.

Choque térmico:

Após a recuperação do bolo no casing procedi com o choque térmico para induzir a frutificação. Para tal acondicionei os bolos na geladeira por doze horas, transferindo-os para o terrário após o termino deste período.
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Fotos do primeiro fluxo, que ainda está começando hehe, esses dois ai são apressadinhos e não esperaram os outros pins.
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Última edição por um moderador:
De tempos em tempos sou presenteado com um par de cogumelões desses casings :D:D
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crê cremo cremo cremogema ! é a coisa mais gostosa desse mundo!
 
Achei interessante a luta do chapéu para se livrar totalmente do véu e poder liberar seus esporos nessa raça.

O véu costuma acompanhar toda a maturação do cogumelo, e o chapéu por sua vez se entorata de toda maneira possivel para se livrar do véu, observem a foto e vocês entenderão essa peculiaridade dos tasmanianos :pos:
taz frut.jpg
 
nossa.a....

irada essa foto ^^

boa psilo



abraço...
 
ptz... mto boa a foto mesmo!
esses véus dos TAS são persistentes eim!!! õ.O hehe
mto legal! parabens pelo cultivo e pelo diário muito bem explicado e detalhado, psilo
 
Difices mesmo, eu penei até pegar o jeito de tirar as digitais dessas crianças!

Tem que esperar ele ficar bem convexo e depois tiar os pedaços remanescentes de véu das lamelas, sem paertar muito colocar no aluminio e esperar.

Mas dá pra tirar 2 carimbos pretos e generosos de um chapéu médio. 12 horas pra cada carimbada e eles já ficarão bem escuros.
 
Que pena a contaminação ,o cultivo estava muito bonito.
Seria culpa do ph muito baixo ? Você não adicionou calcáreo,ou gesso na mistura do casing.. o trichoderma desenvolve em PH abaixo de 5.4 ..
Creio então o problema da contaminção ,ser do pó de coco utilizado que tem PH "baixo" e não foi corrigido .
Abrass
 
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