- 23/10/2006
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"Emancipate yourself from mental slavery, none but ourselves can free our minds"
Olá amig@s!
Já estou cadastrado no fórum há algum tempo, mas só agora comecei a ler os tópicos com mais frequencia, por causa de uma pesquisa que estou fazendo. Mas queria dividir uma dúvida minha com vcs.
Faz um tempo já que me desencantei totalmente com os vários "ismos" (comunismos, anarquismos, capitalismos) e cheguei a conclusão que a única mudança possível é a individual e, depois a cultural. Acho que só uma espiritualidade pode melhorar o mundo. Por espiritualidade eu entendo (entre outras coisas) perceber nossas raízes, nossa ligação com a natureza, com outros seres humanos e não-humanos. E também com a terra, as pedras, as estrelas... Conhecer o êxtase, o amor, a união, para poder esbanjá-los. É a trancendência contra a Babilônia, hehehe.
Mas não digo que se deva cometer os erros antigos de ficar tentando doutrinar, sair "mostrando a verdade" para os outros por aí. Se conseguirmos mudar nós mesmos já é uma ótima coisa, uma grande mudança, a mais difícil! A minha primeira experiencia com os cogumelos, alguns anos atrás, abriram uma porta pra mim nesse sentido. Acredito eu, foi um catalizador de grandes mudanças que estão bem vivas e ainda acontecendo no meu interior. Pelo menos é o que eu sinto. Uma viagem sem volta.
Mas aí é que entra a minha dúvida. A maior parte das pessoas que estão aqui imagino que tenham passado uma transformação parecida depois da experiencia psicodélica. Mas até que ponto os enteogenos, psicodélicos, podem mudar as pessoas? E o mundo?
Um artigo de Rick J. Strassman, psiquiatra pesquizador do DMT diz que
"Por outro lado, como tratar o voluntário que teve uma iluminação induzida por drogas? Certificá-lo(a) como iluminado? Explicar através da farmacologia o impacto meteórico da experiência?
Foi confuso. Primeiro, pareceu que uma dose alta de DMT era, de fato, transformadora. Com o passar do tempo, contudo, checando nossos voluntários por meses e anos, minha perspectiva de fato mudou. Enquanto alguns, como Elena, tiveram benefícios profundos de sua participação, um pequeno número de voluntários tiveram reações negativas e assustadoras, que exigiram algum cuidado depois.
Em outros, efeitos adversos mais sutis também se revelaram (como pode acontecer na prática budista) na forma de orgulho elevado -- ou seja, uma divisão do mundo entre os que tem e os que não tem "entendimento". Além disso, a "resolução" de problemas durante o estado alterado -- particularmente comum com uma dose psicodélica alta -- cuja solução não era colocada em prática, me pareceu pior do que nem tentar trabalhar determinada questão.
Conclui que não há nada inerente em psicodélicos que possua um efeito benéfico.
(...)
Assim, o problema de depender de uma ou diversas experiências psicodélicas transformadoras como prática é que não há uma estrutura que lide adequadamente com a vida cotidiana no intervalo entre as sessões. A introdução no ocidente de igrejas baseadas em plantas alucinógenas amazônicas, com seu conjunto de códigos morais e rituais, podem fornecer um novo modelo combinando práticas religiosas e psicodélicas." (retirado de http://www.samsara.blog.br/2006/07/budismo-e-dmt.html)
Na minha opinião, se "não há nada inerente em psicodélicos que possua um efeito benéfico", acredito pelo menos que eles abrem uma possibilidade que seria muito dificil de ser aberta sem eles.
Mas e aí? Oq fazer? Tentar divulgar os enteógenos? Lutar contra os preconceitos e pela liberdade de fazer oq bem entendermos com nossas mentes, corpos, almas? Acredito que esse forum, já é um grande avanço, um espaço de ajudua mutua e esclarecimento sobre o assunto. Mas deveriamos fazer algo mais?
A psicodelia pode mudar o mundo? E tem por que querer mudar?
Abraços
Milho
ps: aos que chegaram até aqui, desculpem se enrolo e me prolongo demais
Olá amig@s!
Já estou cadastrado no fórum há algum tempo, mas só agora comecei a ler os tópicos com mais frequencia, por causa de uma pesquisa que estou fazendo. Mas queria dividir uma dúvida minha com vcs.
Faz um tempo já que me desencantei totalmente com os vários "ismos" (comunismos, anarquismos, capitalismos) e cheguei a conclusão que a única mudança possível é a individual e, depois a cultural. Acho que só uma espiritualidade pode melhorar o mundo. Por espiritualidade eu entendo (entre outras coisas) perceber nossas raízes, nossa ligação com a natureza, com outros seres humanos e não-humanos. E também com a terra, as pedras, as estrelas... Conhecer o êxtase, o amor, a união, para poder esbanjá-los. É a trancendência contra a Babilônia, hehehe.
Mas não digo que se deva cometer os erros antigos de ficar tentando doutrinar, sair "mostrando a verdade" para os outros por aí. Se conseguirmos mudar nós mesmos já é uma ótima coisa, uma grande mudança, a mais difícil! A minha primeira experiencia com os cogumelos, alguns anos atrás, abriram uma porta pra mim nesse sentido. Acredito eu, foi um catalizador de grandes mudanças que estão bem vivas e ainda acontecendo no meu interior. Pelo menos é o que eu sinto. Uma viagem sem volta.
Mas aí é que entra a minha dúvida. A maior parte das pessoas que estão aqui imagino que tenham passado uma transformação parecida depois da experiencia psicodélica. Mas até que ponto os enteogenos, psicodélicos, podem mudar as pessoas? E o mundo?
Um artigo de Rick J. Strassman, psiquiatra pesquizador do DMT diz que
"Por outro lado, como tratar o voluntário que teve uma iluminação induzida por drogas? Certificá-lo(a) como iluminado? Explicar através da farmacologia o impacto meteórico da experiência?
Foi confuso. Primeiro, pareceu que uma dose alta de DMT era, de fato, transformadora. Com o passar do tempo, contudo, checando nossos voluntários por meses e anos, minha perspectiva de fato mudou. Enquanto alguns, como Elena, tiveram benefícios profundos de sua participação, um pequeno número de voluntários tiveram reações negativas e assustadoras, que exigiram algum cuidado depois.
Em outros, efeitos adversos mais sutis também se revelaram (como pode acontecer na prática budista) na forma de orgulho elevado -- ou seja, uma divisão do mundo entre os que tem e os que não tem "entendimento". Além disso, a "resolução" de problemas durante o estado alterado -- particularmente comum com uma dose psicodélica alta -- cuja solução não era colocada em prática, me pareceu pior do que nem tentar trabalhar determinada questão.
Conclui que não há nada inerente em psicodélicos que possua um efeito benéfico.
(...)
Assim, o problema de depender de uma ou diversas experiências psicodélicas transformadoras como prática é que não há uma estrutura que lide adequadamente com a vida cotidiana no intervalo entre as sessões. A introdução no ocidente de igrejas baseadas em plantas alucinógenas amazônicas, com seu conjunto de códigos morais e rituais, podem fornecer um novo modelo combinando práticas religiosas e psicodélicas." (retirado de http://www.samsara.blog.br/2006/07/budismo-e-dmt.html)
Na minha opinião, se "não há nada inerente em psicodélicos que possua um efeito benéfico", acredito pelo menos que eles abrem uma possibilidade que seria muito dificil de ser aberta sem eles.
Mas e aí? Oq fazer? Tentar divulgar os enteógenos? Lutar contra os preconceitos e pela liberdade de fazer oq bem entendermos com nossas mentes, corpos, almas? Acredito que esse forum, já é um grande avanço, um espaço de ajudua mutua e esclarecimento sobre o assunto. Mas deveriamos fazer algo mais?
A psicodelia pode mudar o mundo? E tem por que querer mudar?
Abraços
Milho
ps: aos que chegaram até aqui, desculpem se enrolo e me prolongo demais