E alguém que seja um materialista cético pode também te dizer, na mesma linha ... dê um tempo nessas suas idéias, refaça aqui um segundo grau com ênfase em ciências e lógica, depois um curso universitário em uma área científica, depois uma pós etc., e vamos ver se você continua pensando assim. Que tal? Você está disposto a seguir o conselho de vivência que dá aos outros?
Bem, eu meio que pensei em um paralelo entre este um ano de observação de fenômenos e a realização da prática budista para esclarecer sobre isso. Mas calma! Não me mate! São coisas totalmente diferentes e vou explicar o que quero dizer...
Quando eu leio os textos do tópico sobre budismo, advém na minha mente "puxa, existe então essa tal de prática, que pode levar a esse resultado". E aí os iluminados me dizem: "se você meditar, vai ter isso, isso e isso de bom". Claro, o texto deles é bem mais complexo que isso, mas pra fins de um leigo, pode-se resumir desta forma. Isto posto, eu, no meu dia a dia, nem sequer com cogumelos consigo parar pra meditar. E daí eu simplesmente não adiciono essa vivência e experiência na minha vida, e com isso não posso afirmar "não acho que meditação e a prática levem a uma melhoria real", se não a realizei. E, veja, realizar a prática (acho que assim que os budistas chamam) não faz com que a pessoa abra mão dos conhecimentos prévios que ela tem, apenas leva ela a uma nova experiência, a uma nova vivência, de onde poderá tirar suas próprias conclusões, com uso das informações que tinha previamente com a vida.
Da mesma forma, a pessoa ao realizar um ano de observação, estará apenas adicionando mais uma vivência e experiência à sua vida. Não abrirá mão do conhecimento que já tinha, nem precisará de uma nova formação. Na verdade, o fato de haver consciências sem corpo não tem qualquer resultado prático sobre creio que 100% do conhecimento científico atual. É um fato dado sem utilidade por si mesmo, sem aplicação prática, de interesse exclusivo do Espiritismo, sem qualquer relevância para qualquer ciência ou cientista. Por isso a minha proposta: é apenas mais uma vivência e uma experiência de observação, da qual resultará alguma conclusão, que será resultado dos conhecimentos que a pessoa já possui em si. Mas, sem realizar o método que é proposto, aí não é possível dar uma resposta apropriada.
O Espiritismo pode não ser ciência no sentido estrito do termo, contudo, ele faz uma proposta de uma experimentação mediante um método e, como conhecimento organizado e que possui uma proposta prática, não é coerente obter qualquer conclusão sem realizar o experimento ou o método, ou será um posicionamento não qualificado pela observação proposta. Isso ocorre nas ciências também. Quando uma tese afirmar que você, se fizer tal coisa de tal jeito, vai ter tal resultado, no mínimo, caso esteja num bacharelado como de Física por exemplo, repetirá o experimento em laboratório. E o fato de fazer este experimento não fará com que você abra mão dos conhecimentos que tinha antes. É apenas um experimento. Mas, sem o fazer, você não pode concluir qualificadamente pelo sim ou pelo não. Mas esse não é o foco. O foco é: o Espiritismo não é ciência?
Não tenho opinião final sobre isso. Beleza. Só que, mesmo sem ser ciência, propõe um método de observação sobre dado fenômeno e, pelo bem da curiosidade e do questionamento sobre a realidade, espera que a resposta venha depois que tenha sido feito o método e não antes deste. Só isso.
Todos são livres para não fazerem, e creio que ninguém vai fazer por conta deste tópico. Eu respeito que não queiram fazer, é claro!
No mais...
Acho que o que levou o amigo a pensar que eu propunha esse "apaga tudo e começa de novo" foi este trecho:
fato é que os cientistas se esquecem que a ciência não traduz uma verdade intrínseca e final da realidade e, quando eles perdem 50 anos da vida estudando num sentido não se dispõem a jogarem tudo no lixo até que seus egos sejam esmagados por provas incontestes.
Apesar de eu não ter me alongado, este trecho era uma consideração de prudência. A ciência, se um dia chegar até uma "partícula espiritual" ou algo que o valha, não o fará através do conhecimento espírita - isso não é razoável de se supor. Caso a ciência chegue numa "base empírica do que Humanos chamam de alma", numa suposição futurística, chegará por meios empíricos estabelecidos para a época, mediante seus próprios recursos. Mas, mesmo assim, gerará quebra de tabus e polêmica.
E também eu escrevi este texto porque, quando eu fazia faculdade de Física, uma vez fui conversar com um teórico alemão do tempo que, infelizmente, me parecia extremamente fechado. E isso porque há quase um século não se avança nem um parágrafo em Física, praticamente. Não havia nele uma "nova forma de olhar nada", mas apenas um jeito engessado, repetitivo e mecânico de considerar tudo. Já no fim de sua carreira, perdeu todo o olhar "sobre o novo", perdeu toda o interesse em "questionar", e creio que nunca tenha tido o "olhar de criança" que caracteriza os gênios que trazem novos conhecimentos à Humanidade.