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mountainee
Visitante
eu digo isso porque acho que estamos falando de bad trip mas tdo mundo tem uma definição diferente... talvez seja isso parte das antíteses...
Por favor, leia com atenção as Regras e o Termo de Responsabilidade do Fórum. Ambos lhe ajudarão a entender o que esperamos em termos de conduta no Fórum e também o posicionamento legal do mesmo.
nao boto muita fé nisso. o tempo passa e a lama só fica mais grossa, com camadas cada vez mais duras.
quem sabe talvez por algum acidente de percurso a luz penetre? fé?
pra quem se dispoe a depender do sabor do vento...
Como sair de uma BAD TRIP ou de uma trip bem rapidinho
Os efeitos ansiolíticos do Rivotril começam muito rapidamente. Eu diria que nos primeiros 30 segundos você já consegue sentir um alívio. Assim como a psilocibina, o clonazepam é uma droga que age nas sinapses dos neurônios, por isso sua ação rápida.
Existem basicamente quatro tipos de drogas: as que deixam pra cima (uppers), as que deixam pra baixo (downers), os ansiolítcos e os alucinógenos. Enquanto que as drogas uppers e downers aparentemente não podem ser consideradas como opostas, os ansiolíticos e halucinógenos podem. Por isso a ação antagonica do Rivotril.
Vindo de outro pasto, cheguei aqui com minha pá, para desenterrar a bosta da vaca, e ver se ainda tem micélio.
Acho muito do que foi discutido cá, válido. Não acho que bad trips são sempre boas, mas por outro lado entendo a preocupação dos colegas, com a possibilidade de ter uma "chave" para "desligar" quaisquer trips (e não só as bads).
Resumindo, creio serem 3 as preocupações fundamentais:
1) Banalizar e facilitar o uso dos cogumelos como droga recreativa
2) A influência psicológica de se possuir a "chave", na própria trip
3) Possibilidade do tiro sair pela culatra, pelos efeitos (colaterais ou não) do próprio remédio (Rivotril)
Considerando que,
2.a. Ter a "chave" pode levar a excesso de confiança, uso considerado "extremo" e sobredosagens
2.b. O não aprofundamento da experiência, ou "ficar no raso" por medo de "ir ao fundo", recorrendo sempre à saída, quando a experiência se torna intensa
2.c. Ir para a trip sem a chave ou "esquecer ela em casa" como um fator causador de dúvidas e incertezas, levando à própria bad trip
2.d. A dificuldade em se determinar quando usar a chave, pela própria condição em que o indivíduo se encontra durante a trip, e como usar, no caso de se perder contato com a realidade.
2.e./3.a. A possibilidade de se exagerar na dose de ansiolítico (no desespero de sair da bad trip - "não tá passando, não tá passando!!")
2.f./3.b. Os problemas causados pelo próprio uso do ansiolítico, especialmente no caso de sobredosagem/item 2.e.,
Entre os itens 2 e 3, eu vejo uma relação de nexo causal, com muitas possibilidades para uma coisa levar à outra. Além de mudanças no efeito da própria trip - seja na qualidade destas, ou na quantidade de bad trips que se experimenta, uma espécie de "microfonia" , ou "efeito borboleta", pelo uso - ou possibilidade de uso - de ansiolíticos para parar a trip.
A única vantagem que vejo, seria para sair de uma trip que seja realmente destrutiva. Mas isto, para mim, é invalidado pelo item 2.d.
Pessoalmente acredito no item 4, portanto eu mesmo nunca terei Rivotril (ou qualquer outro tarja preta, diga-se de passagem) à mão, antes ou durante qualquer trip.
Paz e luz!
Sejamos honestos.
Quem vai se preocupar em cuidar de set e setting, se um comprimido pode ser a "solução"?
Nós sabemos os tipos que aparecem atrás dos cogus e também sabemos que muitos chegaram à fase adulta sem nunca terem aprendido a levar porrada da vida.
Esperar que seja feita uma avaliação da soma dos males, nesse contexto, não faz o menor sentido.
Até imagino a matemática: se um comprimido leva 20 minutos para fazer efeito, tomarei logo quatro!
Tenho uma opinião bem radical sobre isso.
Se não aguenta tomar pinga, beba leite. Se tem medo da bad, não se envolva com os cogus.
Esqueci de dizer que com meditação e controle da mente, yoga e respiração, consegui melhorar sem Rivotril. hahaha. É só 10 minutos controlando a respiracao e os pensamentos e se ligando a Deus ao Universo e de vez em quando a psilocibina ajuda a ir mais depressa. Paz gente boa muita paz.
Mountainee. Obrigado pela partilha.Olá a todos do site.
Procurei e não achei nada aqui que falasse a respeito de uma descoberta e auto-experiência que fiz ontem mesmo. Brevemente relatarei minha experiência de ontem antes de exclarecer a respeito do medicamento que pode reverter drasticamente os sintomas da psilocibina e sua posologia.
Acordei na madrugada escura para comer uns cogus e curtir a noite. Como era de se esperar, a psicodelia começou e a primeira parte da noite foi fantástica! Cores explodiram no meu quarto, meu corpo perdeu forma e era uma massa desdobrante e ambulante, viajando através da realidade distorcida de minhas alucinações conduzidas pelas músicas em meu iMac. Nesse tipo de experiência, fico deitado em minha cama e mudo meu corpo em diversas posições.
Tenho hérnia de hiato. A hérnia de hiato uma deformação morfológica no esfíncter pilórico do estômago que deixa extravasar líquido estomacal ácido ao esôfago, produzindo azias (piroses) fortes. A viagem estava tão gostosa que nem me lembrei que devo evitar fazer isso por causa de meu problema.
No meio da noite, uma azia muito forte tomou conta de mim e comecei a passar mal. Estava em um período muito forte da viagem e não conseguia me lembrar onde estava meu santo bicarbonato de sódio para me aliviar da queimação infernal. Como a sensibilidade cresce muito em uma viagem, eu sentia, falsamente, que meus dentes estavam derretendo com o ácido que subia pela minha boca. O hálito acídico, que em uma crise de asia comum é quase imperceptível, parecia ter tomado conta das minhas vias aéreas e a fazer cortes profundos em meu lábios. Não havia ninguém para pedir ajuda a não ser meus pais.
No começo tentei me controlar e esperar a sitação melhorar. Eu sabia que não devia ter rolado tanto na cama. Porém, a viagem se transformou em uma bad trip em poucos minutos, e a certeza de que eu ia morrer - não pela psilocibina mas sim pela minha azia - tomou-me conta e pensamentos muito ruins de morte não paravam de surgir na minha cabeça, inflingindo-me um medo quase insuportável.
Contudo, antes da viagem começar, preparei um pequeno salva-vidas teste. Tinha lido no livro de Albert Hoffman sobre o antídoto para os efeitos do LSD-25. Segue aqui um excerto:
"Os efeitos mentais de Delysid [nome comercial da solução original de LSD pela empresa Sandol] podem ser revertidos rapidamente pela administração i.m. de 50 mg. clorpromazina."
A clorpromazina é um anxiolítico típico. Como aspirante a cientista, estudo sobre substâncias do gênero. A clorpromazina quase não é mais usada pois é um medicamento velho e há anxiolíticos de segunda geração amplamente distibuídos no mercado que causam poucos efeitos colaterais. Um deles se chama Rivotril, ou Clonazepam. Como Rivotril está na classe de anxiolíticos, assim como a clorpromazina, separei um comprimido de meus pais e deixei guardado. Se fosse necessário por qualquer razão, eu iria, cuidadosamente, usá-lo e torcer que minhas deduções estivessem corretas.
A bad trip estava muito intensa. Suava frio e meu coração batia muito fortemente. As tentivas de me controlar cada vez faziam menos efeito. Eu estava começando a ficar desesperado, só não gritei desesperadamente pela ajuda de meus pais pois consegui manter um mínimo de auto-controle.
Vi que não estava conseguindo me acalmar e talvez as coisas fossem ficar muito feias. Foi então que lembrei do comprimido Rivotril que tinha separado. Ao mesmo tempo que eu acreditava que minhas deduções sobre o Rivotril ter um contra-efeito benéfico, estava com muito medo de testá-lo pois talvez eu estaria, na verdade, fazendo besteira.
Tentei me acalmar mais algumas vezes futilmente. Quando cheguei no meu limite, haviam duas opções: gritar por socorro aos meus pais ou ir em frente e acreditar em meus estudos. Peguei o comprimido de Rivotril 2mg com todo o cuidado do mundo e dei a menor das mordidelas em uma beiradinha. Com a língua, coloquei a lasquinha do comprimido debaixo da língua pois lá em um lugar com alta irrigação sanguínea e a droga é mais rapidamente absorvida usando-se esse truque do que quando ingerida. Nos primeiros cinco segundos, houve uma sensação de muito conforto em minha língua. Nos dois minutos seguintes, comecei a relaxar e a ansiedade diminuiu confortavelmente.
O clonazepam estava fazendo seu efeito contrário ao da psilocibina!
Novamente e cuidadosamente, mordi mais uma lasquinha do comprimido, desta vez a lasquinha era um pouco maior, sendo quase 1/5 do comprimido. Suavemente molhei minha boca com um pequeníssimo gole de água (para que a solução água+clonazepam ficasse concentrada) e deixei a solução descansar em minha boca, sem engulí-la e sempre deixando-a em contato com a parte debaixo da língua. Depois de cinco a 10 minutos, a maioria dos efeitos da psilocibina tinham passado e eu só me sentia um pouco tonto e com halucinaçãos primarias, i.e., um pouco de cores e algumas ondulações no campo e visão. Assim, retomado o auto-controle e cortada a ansiedade, consegui ir até a cozinha, tomar meu anti-ácido, seguir para o banehiro e tomar uma ducha para recuperar a temperatura comporal adequada. Logo fiquei bem.
Já tinha passado por bad trips duas vezes antes e sei que é muito ruim. Quem passa por uma bad trip nunca esquece. É um dos maiores medo que alguém pode experenciar. Por isso resolvi postar essa minha pequena descoberta no fórum para que se um amigo estiver passando por uma bad trip você possa ajudá-lo. Ou ajudar você mesmo caso não haja mais ninguém por perto.
UMA PALAVRA DE PRECAUÇÃO: RIVOTRIL É UMA DROGA FORTE E PODE CAUSAR EFEITOS INDESEJÁVEIS EM CERTAS PESSOAS. SE VOCÊ DECIDIR USÁ-LA PARA REVERTER OS EFEITOS DA PSILOCIBINA, A RESPONSABILIDADE É TODA E SOMENTE SUA. A DOSE A SER TOMADA DE RIVOTRIL DEVE SER MUITO PEQUENA E É NECESSÁRIO ALGUNS MINUTOS PARA QUE OCORRAM EFEITOS. UM COMPRIMIDO SUB-LINGUAL PROVAVELMENTE É MUITO. USE SOMENTE DE 1/4 A 1/2 COMPRIMIDO DE RIVOTRIL DE 2MG. USE SUBLINGUALMENTE.
Os problemas estomacais com psilocibina nunca foram muito importantes para mim, já que nunca passava por eles com frequência, principalmente com o chá, só uma vez ou outra vomitava com um cogumeloSim, mas no caso, o nosso amigo que criou o tópico tem problemas estomacais. Deve ser terrível, no meio da viagem, ficar com a incerteza de aquilo ser uma dor normal ou uma complicação pelo uso dos cogumelos. O pânico é inevitável. Neste caso, o antídoto é muito útil. Afinal, se o criador do tópico foi até pesquisar sobre o assunto, é porque o negócio fica feio mesmo durante as viagens. Meus parabéns a quem deu esta dica, por continuar botando fé nos cogumelos, mesmo após tantas dores. Você é muito corajoso e persistente. Outros teriam desistido. Abraço.