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Antídoto da psilocibina

eu digo isso porque acho que estamos falando de bad trip mas tdo mundo tem uma definição diferente... talvez seja isso parte das antíteses...
 
nao boto muita fé nisso. o tempo passa e a lama só fica mais grossa, com camadas cada vez mais duras.

quem sabe talvez por algum acidente de percurso a luz penetre? fé?

pra quem se dispoe a depender do sabor do vento...


Estava relendo esse tópico e a minha pá de ouro estava logo ali perto da mão :p


O tempo enterra, mas do mesmo modo desenterra. O que vai vem e vice-versa.

Com o tempo, tudo se dissolve.
 
Como sair de uma BAD TRIP ou de uma trip bem rapidinho

Os efeitos ansiolíticos do Rivotril começam muito rapidamente. Eu diria que nos primeiros 30 segundos você já consegue sentir um alívio. Assim como a psilocibina, o clonazepam é uma droga que age nas sinapses dos neurônios, por isso sua ação rápida.

Existem basicamente quatro tipos de drogas: as que deixam pra cima (uppers), as que deixam pra baixo (downers), os ansiolítcos e os alucinógenos. Enquanto que as drogas uppers e downers aparentemente não podem ser consideradas como opostas, os ansiolíticos e halucinógenos podem. Por isso a ação antagonica do Rivotril.

Sem querer ser incisivo, mas já sendo...essa classificação aí esta meio mambembe...

Ansiolíticos e alucinógenos não são drogas anatgônicas , tanto que o efeito alucinógeno da psilocibina não cessou com a administração do ansiolítico, como o relator demonstra. O que se aliviou foi a ansiedade causada pela psilocibina. O CLONAZEPAM ( Rivotril ) demora 30 minutos e não trinta segundos pra começar os efeitos... mas não podemos subestimar o poder do efeito PLACEBO.
A Clorpromazina não é uma anisiolítico, é um antipsicótico, o mecanismo de ação difere, por bloquieo de receptores dopaminérgicos e com um forte efeito bloqueador alfa adrenérgico... aí sim podemos falar em antagonismo... lembremo-nos que as drogas alucinógenas são também chamadas de psicotomiméticas ( por supostamente imitar uma crise psicótica ). Os membros do Forum com formação superior na área de farmacologia, medicina, odontologia e afins devem conhecer o livro de farmacologia do Hang & Dale e estão familiarizados com o termo. Naquele livro '' Mandala a experiência alucinógena '' há um capítulo que trata exatamente desta taxonomia e o autor discute qual o termo mais adequado para este grupo de drogas.
 
Amigos,

Na seção dos e-books postei um artigo (em inglês) que especifica um dos protocolos usados para o tratamento de ¨bad trips¨. Só uma ajuda para quem estiver interessado. (Human hallucinogen research: guidelines for safety (página 615). Uma abraço.
 
Vindo de outro pasto, cheguei aqui com minha pá, para desenterrar a bosta da vaca, e ver se ainda tem micélio.

Acho muito do que foi discutido cá, válido. Não acho que bad trips são sempre boas, mas por outro lado entendo a preocupação dos colegas, com a possibilidade de ter uma "chave" para "desligar" quaisquer trips (e não só as bads).

Resumindo, creio serem 3 as preocupações fundamentais:

1) Banalizar e facilitar o uso dos cogumelos como droga recreativa
2) A influência psicológica de se possuir a "chave", na própria trip
3) Possibilidade do tiro sair pela culatra, pelos efeitos (colaterais ou não) do próprio remédio (Rivotril)

Considerando que,
2.a. Ter a "chave" pode levar a excesso de confiança, uso considerado "extremo" e sobredosagens
2.b. O não aprofundamento da experiência, ou "ficar no raso" por medo de "ir ao fundo", recorrendo sempre à saída, quando a experiência se torna intensa
2.c. Ir para a trip sem a chave ou "esquecer ela em casa" como um fator causador de dúvidas e incertezas, levando à própria bad trip
2.d. A dificuldade em se determinar quando usar a chave, pela própria condição em que o indivíduo se encontra durante a trip, e como usar, no caso de se perder contato com a realidade.

2.e./3.a. A possibilidade de se exagerar na dose de ansiolítico (no desespero de sair da bad trip - "não tá passando, não tá passando!!")
2.f./3.b. Os problemas causados pelo próprio uso do ansiolítico, especialmente no caso de sobredosagem/item 2.e.,

Entre os itens 2 e 3, eu vejo uma relação de nexo causal, com muitas possibilidades para uma coisa levar à outra. Além de mudanças no efeito da própria trip - seja na qualidade destas, ou na quantidade de bad trips que se experimenta, uma espécie de "microfonia" , ou "efeito borboleta", pelo uso - ou possibilidade de uso - de ansiolíticos para parar a trip.

A única vantagem que vejo, seria para sair de uma trip que seja realmente destrutiva. Mas isto, para mim, é invalidado pelo item 2.d.

Pessoalmente acredito no item 4, portanto eu mesmo nunca terei Rivotril (ou qualquer outro tarja preta, diga-se de passagem) à mão, antes ou durante qualquer trip.

Paz e luz!
 
Oi Salaam !

Concordo plenamente com suas considerações, que você tão bem postou em itens numéricos, que resumem adequadamente toda a discussão desta thread... Mas para falar a verdade, não achei o item 4 ao qual você se referia !

Com certeza, o item 2.b deve ser ressaltado. Digo por experiência própria... Agora, sobre o uso excessivo, tanto da psilocibina quanto ao antídoto, pelo menos, digo por mim, contesto o item 2.a. Uma bad trip cessada com o uso do antídoto não se transforma em uma viagem boa. Pelo contrário, continua sendo dramática e desgastante, e por isso seria ilusório acreditar que a administração do antídoto daria mais confiança para viagens posteriores e sobredosagem. Não há controle, como bem sabemos, tanto da viagem quanto ao cessar da viagem com a ajuda do antídoto. Não quero generalizar mas digo por mim mesmo e com muito raciocínio sobre o assunto fiz os meus pontos da melhor maneira possível.

Gostaria de transpor esse assunto, só a modo de discussão mesmo, imagine uma mulher que engravidou e não quer chegar a termo - por qualquer motivo. Digamos que fosse legal abortar um feto em qualquer período da gestação, por um médico profissional com toda a assistência hospitalar, e que não houvesse preconceito moral sobre o assunto... Veja que nessa analogia, o aborto seria a 'chave' para sair do mal da gestação... Porém, mesmo sendo efetivo, uma mulher não estaria excessivamente confiante de não tomar as devidas precauções, escolher um parceiro fiel e amável, ou mesmo o recorrer ao uso de preservativos para evitar um aborto posteriormente por excesso de confiança. De fato, o aborto, do modo como descrevi, deve ser tão traumático que a todo custo seria evitado. E acho que não há mulher alguma que usaria dessa arma mais de uma vez !

No caso do antídoto, usei algumas poucas vezes mas percebo que não é essa a melhor solução. De acordo com o item 2.b, entre ficar no raso das trips e não completá-las é melhor nem tentar tomar cogumelos. Ou seja, só retornarei a utilizá-los quando estiver confiante que *estou* bem e não irei acabar com bad trips.

Aliás, um outro ponto de discussão... Rejeito o que muitos dizem, principalmente cristãos, de que um BEM pode provir de um MAL. Se fosse assim, acredito que toda a filosofia estaria perdida. Lendo uma confissão de Santo Agostinho, quando criança, sendo penalizado por não querer estudar, ele diz que os que o puniam pecavam tanto quanto ele, e que o BEM de tal punição provinha mesmo e somente do Senhor... Achei muito respeitosa à solução ao dilema que expus do começo deste parágrafo, porém não sou um estudioso de Santo Agostinho e portanto ainda não me ficou muito claro o que ele realmente quer dizer...

Assim, reitero que um mal só pode gerar outro mal, e um bem só pode gerar um outro bem. E não há dois males que se anulem , eles só se somam...

Quanto a responder ao Euclides sobre efeitos placebos, olha idependentemente da classificação correta dos nomes das drogas, acredito que cogumelos nunca produziram efeitos placebos. Em ninguém.


Vindo de outro pasto, cheguei aqui com minha pá, para desenterrar a bosta da vaca, e ver se ainda tem micélio.

Acho muito do que foi discutido cá, válido. Não acho que bad trips são sempre boas, mas por outro lado entendo a preocupação dos colegas, com a possibilidade de ter uma "chave" para "desligar" quaisquer trips (e não só as bads).

Resumindo, creio serem 3 as preocupações fundamentais:

1) Banalizar e facilitar o uso dos cogumelos como droga recreativa
2) A influência psicológica de se possuir a "chave", na própria trip
3) Possibilidade do tiro sair pela culatra, pelos efeitos (colaterais ou não) do próprio remédio (Rivotril)

Considerando que,
2.a. Ter a "chave" pode levar a excesso de confiança, uso considerado "extremo" e sobredosagens
2.b. O não aprofundamento da experiência, ou "ficar no raso" por medo de "ir ao fundo", recorrendo sempre à saída, quando a experiência se torna intensa
2.c. Ir para a trip sem a chave ou "esquecer ela em casa" como um fator causador de dúvidas e incertezas, levando à própria bad trip
2.d. A dificuldade em se determinar quando usar a chave, pela própria condição em que o indivíduo se encontra durante a trip, e como usar, no caso de se perder contato com a realidade.

2.e./3.a. A possibilidade de se exagerar na dose de ansiolítico (no desespero de sair da bad trip - "não tá passando, não tá passando!!")
2.f./3.b. Os problemas causados pelo próprio uso do ansiolítico, especialmente no caso de sobredosagem/item 2.e.,

Entre os itens 2 e 3, eu vejo uma relação de nexo causal, com muitas possibilidades para uma coisa levar à outra. Além de mudanças no efeito da própria trip - seja na qualidade destas, ou na quantidade de bad trips que se experimenta, uma espécie de "microfonia" , ou "efeito borboleta", pelo uso - ou possibilidade de uso - de ansiolíticos para parar a trip.

A única vantagem que vejo, seria para sair de uma trip que seja realmente destrutiva. Mas isto, para mim, é invalidado pelo item 2.d.

Pessoalmente acredito no item 4, portanto eu mesmo nunca terei Rivotril (ou qualquer outro tarja preta, diga-se de passagem) à mão, antes ou durante qualquer trip.

Paz e luz!
 
Ah, sim, o item 4 :D

4) A indústria farmacêutica é o capeta.

De onde se tiram outras tantas conclusões polêmicas. Hehehe.

Acho que o exemplo do aborto é um tanto forte e polêmico por si só, mas vamos seguir a analogia. Se a gestação é uma trip, então a concepção é os efeitos da psilocibina, e a causa de ambos é o consumir cogumelos, analogamente a fazer sexo. O parto é a premissa e objetivo básico com o qual se parte do início, que em cogumelos, geralmente se traduz em algum tipo de aprendizado, enteogenia, etc.

No caso da gestação, as motivações são diversas; há quem faça sexo mas não queira engravidar, quem faça sexo para engravidar, e quem deseje tanto o momento do parto, quanto a experiência da gestação em si. A concepção também pode acontecer por acidente. De qualquer forma, o objetivo final é o parto, e ninguém embarca na gestação, imaginando que vai ou pode abortar, caso os efeitos colaterais se tornem muito intensos.

Cogumelos, ninguém consome apenas por consumi-los, e/ou sentir os efeitos da psilocibina momentaneamente, sem ter uma trip completa, da forma que se faz sexo apenas pelo prazer efêmero. E sim para sentir seus efeitos, e embarcar na trip, seja leve ou não. O parto no final é opcional e pode não acontecer; sobre a gestação em si, também há uma expectativa maior de que possa ser uma gestação ruim (bad trip).

A gestação também geralmente envolve outras pessoas, enquanto cogumelos tendem a ser uma experiência individual.

Analogias feitas, o que os colegas propõem, é que paradoxalmente, se tratanto de cogumelos, simplesmente dispor de um contraceptivo, mesmo sem fazer uso deste, aumenta as chances de engravidar. E que independende do resultado da trip, o correto seja dizer não ao aborto, pois pode causar seqüelas.

Exceto é claro, o caso de risco de morte da mãe, o aborto não é uma opção. O problema é que a "mãe" que tomou cogumelos, pode não ter a menor condição de decidir sozinha se há esse risco. A mãe gestante também não. O médico/guardião é quem saberá dizer. E às vezes, nem estes.

Sobre bem e mal, não acho que o mundo seja tão lógico, sim e não, 0 e 1. Existem muitos tons de cinza entre os dois extremos, (cinquenta, dizem :roflmao:), e nem tudo é apenas bem ou apenas mal, tudo é sempre muito relativo. Resumindo, nada se conclui, apenas da preposição entre bem e mal, sem contexto.

E o @Euclides acredito que se referia a efeito placebo do Rivotril sobre a trip, não cogumelos. (pois você falou em 30 segundos?) O que ele quis dizer foi que, pode ser que alguém "melhore" da trip igualmente, tomando bolinhas de açúcar, se acreditar que açúcar corta o efeito dos cogumelos (e há quem acredite).
O quanto do efeito corta-trip é placebo e o quanto é ação anti-psicótica, só a ciência poderia responder, através de uma série de testes cegos.

Você usou o Rivotril alguma vez após este tópico? Consegue descrever com mais detalhes, como é o restante da trip após o consumo? (em termos de efeitos físicos, visuais, sinestesia etc)? Acredito que tendo experimentado mais algumas vezes, suas conclusões podem ser muito úteis.

Paz e luz!
 
Bom, vamos por partes pois vai ser difícil responder... Primeiramente, concordo com o item 4 mas não entendo o porquê não dispor de um medicamento como o rivotril ou aspirina para dor de cabeça só por que a indústria farmacêutica é um capeta.

Segundo, vou por parágrafos. A minha analogia era simples, você complicou. De forma que concordo até quase o final do segundo parágrafo sobre a analogia. A parte em questão que começo a não concordar é a seguinte:

<< ... e ninguém embarca na gestação, imaginando que vai ou pode abortar, caso os efeitos colaterais se tornem muito intensos.>>

O assunto da thread é justamente a questão de haver um antídoto a mão para se preparar caso aconteça algo muito errado durante a trip. Sem o antídoto, ninguém imagina que vai ou pode cortar os efeitos. Quem não tem o antídoto não deveria se preocupar com a possibilidade de interrupção. Esse é o quadro mais comum entre nós do fórum e o mais desejável quando se toma todas as devidas precauções antes da trip...

Não entendi muito bem o que você quis dizer com os parágrafos seguintes, mas vou ressaltar um que faço questão de discordar:

<< Analogias feitas, o que os colegas propõem, é que paradoxalmente, se tratanto de cogumelos, simplesmente dispor de um contraceptivo, mesmo sem fazer uso deste, aumenta as chances de engravidar. >>

De forma nenhuma queria fazer conexão de 'antídoto ' com ' contraceptivo'. Dessa forma, a analogia perde a intenção e sentido primeiros. No meu ver, contraceptivos de viagem de cogumelos mais se assemelhariam a boa preparação de set e setting, estado de espírito e etc. Porém, a simples ideia de ' contraceptivos ' induz simplesmente a ' não tomar cogumelo '...

Um pouco mais adiante:
<<...a "mãe" que tomou cogumelos, pode não ter a menor condição de decidir sozinha se há esse risco. A mãe gestante também não. O médico/guardião é quem saberá dizer. E às vezes, nem estes.>>

Concordo com você neste ponto pois quando tomamos qualquer substância que altera nossa consciência, nosso julgamento tende a se tornar duvidoso ( e muitas vezes bestial, como um simples animal quando acuado) e um guardião é sempre a melhor das opções em uma trip. O bom mesmo seria um verdadeiro shamam ! = ))) Infelizmente, nunca tive essa oportunidade de um guia...

<<Você usou o Rivotril alguma vez após este tópico? Consegue descrever com mais detalhes, como é o restante da trip após o consumo? (em termos de efeitos físicos, visuais, sinestesia etc)? >>

Me lembro de uma certa vez ter usado depois de comer cacto de são pedro e muita bebida alcoólica. Me senti extremamente mal, estava sozinho e não via possibilidade de avançar a viagem para um patamar "bom". Tomando o rivotril, os efeitos de são pedro demoraram cerca de 20min para se reduzirem bastante, mas não completamente. Me senti no meio de um surto psiquíco e uma calma vacilante por cerca de uma hora. O desespero diminuiu gradativamente durante esse tempo, com reações que começaram imediatamente depois de tomar o antídoto, mas dado que não foi uma experiência pura com psicoativos e a bebida alcóolica estava envolvida, além da substância psicoativa não ser cogumelos, os efeitos foram esses que acabo de descrever - qualitativamente diferentes do meu relato inicial sobre o assunto.

Vou aproveitar esse segundo relato do rivotril, OU MESMO O PRIMEIRO RELATO, que tem super a ver com cogumelos mágicos, pois não fará diferença alguma, para digressar um pouco mais sobre se, afinal, faz bem ou mal usar rivotril como antídoto numa bad trip....

Como afirmei, um bem não pode provir de um mal. Então meu raciocínio segue da seguinte forma : uma bad trip é um mal e tomar rivotril é um outro mal. Então por que dispor de um antídoto se os dois males se somariam neste caso? A resposta é clara, que só pode haver qualquer benefício ( ou bem ) do uso de um antídoto se a soma dos males (badtrip + antídoto) for menor que o mal pior que a bad trip pode ocasionar se deixada sem tratamento. Dessa forma, o menor dos males é a melhor opção, não necessariamente um bem pleno. Assim, acho que consigo expressar minha opinião definitiva sobre o uso do rivotril como antídoto de badtrips.
 
Última edição por um moderador:
Sejamos honestos.

Quem vai se preocupar em cuidar de set e setting, se um comprimido pode ser a "solução"?
Nós sabemos os tipos que aparecem atrás dos cogus e também sabemos que muitos chegaram à fase adulta sem nunca terem aprendido a levar porrada da vida.

Esperar que seja feita uma avaliação da soma dos males, nesse contexto, não faz o menor sentido.
Até imagino a matemática: se um comprimido leva 20 minutos para fazer efeito, tomarei logo quatro!

Tenho uma opinião bem radical sobre isso.
Se não aguenta tomar pinga, beba leite. Se tem medo da bad, não se envolva com os cogus.
 
Sejamos honestos.

Quem vai se preocupar em cuidar de set e setting, se um comprimido pode ser a "solução"?
Nós sabemos os tipos que aparecem atrás dos cogus e também sabemos que muitos chegaram à fase adulta sem nunca terem aprendido a levar porrada da vida.

Esperar que seja feita uma avaliação da soma dos males, nesse contexto, não faz o menor sentido.
Até imagino a matemática: se um comprimido leva 20 minutos para fazer efeito, tomarei logo quatro!

Tenho uma opinião bem radical sobre isso.
Se não aguenta tomar pinga, beba leite. Se tem medo da bad, não se envolva com os cogus.


Ainda nao estou certo sobre se existem tantas cores e nuances entre um e outro extremos... Ate porque entre 0 e 1 tem todos os outros numeros. Entao quem sabe poder aritmetizar , por exemplo, um comprimido vai retirar 50% dos efeitos, logo uma curva exponencial se derrama e, outros 80% foram conseguidos da pessoa que tomou o antidoto, por presenca de espirito. Ou seja, nao haveria como conseguir 100% de bem e nem de mal, salvo o tamanho do desejo e contentacao da pessoa em questao.

De forma que na euforia, ou na serie de frustracoes, de uma pessoa, restaria que os demais outros pontos fossem destilados pelo shaman... Sou um desafortunado e nunca tive referencia maior ( ou se quiser, de um expert) nos meus §rituais§ de paixoes e intoxicacaoes. segue que precisa haver alguem que esteja espiritualmente sobrio, alguem sem paixoes ou efemismos nos fatos da hora e local, e com as pessoas envolvidas. Para que nao haja a duvida do risco, a tentacao da salvacao ou o vislumbre por que de tras espia o inferno.
 
Rivotril. Já andei usando para dormir. Se me permitem contarei minha experiencia sou meio cientista e sendo eu a própria cobaia, obviamente com muito cuidado.
A um tempo atras andei acordando de madrugada e nada de dormir direito, não aguentei mais e peguei um Rivotril. Me lembro de ter pingado tres gotas debaixo da língua e em pouco tempo desmontava e dormir bem. No dia seguinte ficava bastante sonolento. o Rivotril tem a capacidade de tirar em poucos minutos a ansiedade por completo, sabe aquele peso nas costas a ansiedade pesando por preocupações e ou responsabilidade demais. some tudo. porem fiz uma experiencia com isto, usei algumas vezes e esperei alguns dias e olha a magica do vicio da praga. Apos 3 a 5 dias não usando o estresse ou a ansiedade triplicam ou melhor quintuplicam e ai você obviamente quer usar novamente. Olha que coisa em. Cortei um dobrado para suportar 5 x mais problema que antes. O Rivotril é como uma barragem que represa o rio(problema) se você deixa de usar a barragem se rompe e a água aumenta fortemente e ai vai querer usar novamente. Vicia por isto. Se a pessoa não for forte o bastante para suportar a correnteza viciado estará. Quanto a cortar Tripp, com certeza corta. veja no inicio que falei que ele tira a ansiedade e os desconfortos e rápido segundos para isto acontecer. Mas cuidado com suas garras. É o bicho. Muito cuidado.

Esqueci de dizer que com meditação e controle da mente, yoga e respiração, consegui melhorar sem Rivotril. hahaha. É só 10 minutos controlando a respiracao e os pensamentos e se ligando a Deus ao Universo e de vez em quando a psilocibina ajuda a ir mais depressa. Paz gente boa muita paz.

[EDITADO POR Salaam`Aleik - Art. 12: Edite suas mensagens]
 
Última edição por um moderador:
Esqueci de dizer que com meditação e controle da mente, yoga e respiração, consegui melhorar sem Rivotril. hahaha. É só 10 minutos controlando a respiracao e os pensamentos e se ligando a Deus ao Universo e de vez em quando a psilocibina ajuda a ir mais depressa. Paz gente boa muita paz.

Concordo! Acho que toda essa história de rivotril poderia ser resolvida de um jeito muito mais simples com alguns minutos de concentração e respiração.
Mas vai de cada 1! Acredito que no âmbito de conhecimento é interessante, porém, recorrer a um medicamento que todos sabem o risco para sair de uma trip intensa não é o melhor jeito de se resolver a situação.
 
Olá a todos do site.

Procurei e não achei nada aqui que falasse a respeito de uma descoberta e auto-experiência que fiz ontem mesmo. Brevemente relatarei minha experiência de ontem antes de exclarecer a respeito do medicamento que pode reverter drasticamente os sintomas da psilocibina e sua posologia.

Acordei na madrugada escura para comer uns cogus e curtir a noite. Como era de se esperar, a psicodelia começou e a primeira parte da noite foi fantástica! Cores explodiram no meu quarto, meu corpo perdeu forma e era uma massa desdobrante e ambulante, viajando através da realidade distorcida de minhas alucinações conduzidas pelas músicas em meu iMac. Nesse tipo de experiência, fico deitado em minha cama e mudo meu corpo em diversas posições.

Tenho hérnia de hiato. A hérnia de hiato uma deformação morfológica no esfíncter pilórico do estômago que deixa extravasar líquido estomacal ácido ao esôfago, produzindo azias (piroses) fortes. A viagem estava tão gostosa que nem me lembrei que devo evitar fazer isso por causa de meu problema.

No meio da noite, uma azia muito forte tomou conta de mim e comecei a passar mal. Estava em um período muito forte da viagem e não conseguia me lembrar onde estava meu santo bicarbonato de sódio para me aliviar da queimação infernal. Como a sensibilidade cresce muito em uma viagem, eu sentia, falsamente, que meus dentes estavam derretendo com o ácido que subia pela minha boca. O hálito acídico, que em uma crise de asia comum é quase imperceptível, parecia ter tomado conta das minhas vias aéreas e a fazer cortes profundos em meu lábios. Não havia ninguém para pedir ajuda a não ser meus pais.

No começo tentei me controlar e esperar a sitação melhorar. Eu sabia que não devia ter rolado tanto na cama. Porém, a viagem se transformou em uma bad trip em poucos minutos, e a certeza de que eu ia morrer - não pela psilocibina mas sim pela minha azia - tomou-me conta e pensamentos muito ruins de morte não paravam de surgir na minha cabeça, inflingindo-me um medo quase insuportável.

Contudo, antes da viagem começar, preparei um pequeno salva-vidas teste. Tinha lido no livro de Albert Hoffman sobre o antídoto para os efeitos do LSD-25. Segue aqui um excerto:

"Os efeitos mentais de Delysid [nome comercial da solução original de LSD pela empresa Sandol] podem ser revertidos rapidamente pela administração i.m. de 50 mg. clorpromazina."

A clorpromazina é um anxiolítico típico. Como aspirante a cientista, estudo sobre substâncias do gênero. A clorpromazina quase não é mais usada pois é um medicamento velho e há anxiolíticos de segunda geração amplamente distibuídos no mercado que causam poucos efeitos colaterais. Um deles se chama Rivotril, ou Clonazepam. Como Rivotril está na classe de anxiolíticos, assim como a clorpromazina, separei um comprimido de meus pais e deixei guardado. Se fosse necessário por qualquer razão, eu iria, cuidadosamente, usá-lo e torcer que minhas deduções estivessem corretas.

A bad trip estava muito intensa. Suava frio e meu coração batia muito fortemente. As tentivas de me controlar cada vez faziam menos efeito. Eu estava começando a ficar desesperado, só não gritei desesperadamente pela ajuda de meus pais pois consegui manter um mínimo de auto-controle.

Vi que não estava conseguindo me acalmar e talvez as coisas fossem ficar muito feias. Foi então que lembrei do comprimido Rivotril que tinha separado. Ao mesmo tempo que eu acreditava que minhas deduções sobre o Rivotril ter um contra-efeito benéfico, estava com muito medo de testá-lo pois talvez eu estaria, na verdade, fazendo besteira.

Tentei me acalmar mais algumas vezes futilmente. Quando cheguei no meu limite, haviam duas opções: gritar por socorro aos meus pais ou ir em frente e acreditar em meus estudos. Peguei o comprimido de Rivotril 2mg com todo o cuidado do mundo e dei a menor das mordidelas em uma beiradinha. Com a língua, coloquei a lasquinha do comprimido debaixo da língua pois lá em um lugar com alta irrigação sanguínea e a droga é mais rapidamente absorvida usando-se esse truque do que quando ingerida. Nos primeiros cinco segundos, houve uma sensação de muito conforto em minha língua. Nos dois minutos seguintes, comecei a relaxar e a ansiedade diminuiu confortavelmente.

O clonazepam estava fazendo seu efeito contrário ao da psilocibina!

Novamente e cuidadosamente, mordi mais uma lasquinha do comprimido, desta vez a lasquinha era um pouco maior, sendo quase 1/5 do comprimido. Suavemente molhei minha boca com um pequeníssimo gole de água (para que a solução água+clonazepam ficasse concentrada) e deixei a solução descansar em minha boca, sem engulí-la e sempre deixando-a em contato com a parte debaixo da língua. Depois de cinco a 10 minutos, a maioria dos efeitos da psilocibina tinham passado e eu só me sentia um pouco tonto e com halucinaçãos primarias, i.e., um pouco de cores e algumas ondulações no campo e visão. Assim, retomado o auto-controle e cortada a ansiedade, consegui ir até a cozinha, tomar meu anti-ácido, seguir para o banehiro e tomar uma ducha para recuperar a temperatura comporal adequada. Logo fiquei bem.

Já tinha passado por bad trips duas vezes antes e sei que é muito ruim. Quem passa por uma bad trip nunca esquece. É um dos maiores medo que alguém pode experenciar. Por isso resolvi postar essa minha pequena descoberta no fórum para que se um amigo estiver passando por uma bad trip você possa ajudá-lo. Ou ajudar você mesmo caso não haja mais ninguém por perto.

UMA PALAVRA DE PRECAUÇÃO: RIVOTRIL É UMA DROGA FORTE E PODE CAUSAR EFEITOS INDESEJÁVEIS EM CERTAS PESSOAS. SE VOCÊ DECIDIR USÁ-LA PARA REVERTER OS EFEITOS DA PSILOCIBINA, A RESPONSABILIDADE É TODA E SOMENTE SUA. A DOSE A SER TOMADA DE RIVOTRIL DEVE SER MUITO PEQUENA E É NECESSÁRIO ALGUNS MINUTOS PARA QUE OCORRAM EFEITOS. UM COMPRIMIDO SUB-LINGUAL PROVAVELMENTE É MUITO. USE SOMENTE DE 1/4 A 1/2 COMPRIMIDO DE RIVOTRIL DE 2MG. USE SUBLINGUALMENTE.
Mountainee. Obrigado pela partilha.
Achas que seria importante alguém que tenha vontade de experimentar cogumelos ou ser psiconauta começar a fazer ioga ou meditação para aprender primeiro em "terra" a dominar os pensamentos e emoções e só depois partir para as experiencias aumentando a probabilidade de lidar com a intensidade da viagem?
Abraço
 
Saber a dose de hongos, é onde difere tudo. Tem gente que tem medo da ayahuasca, outros cogumelos, não existe fraco e forte existe conhecer onde você entra e se conduzir para saída. Uma vez uma pessoa tomou um cipó pensando conhecer, mas este era 20x mais forte, era medicina de renascimento mesmo. O sujeito acostumado em doses calculadas perdeu o controle, não se preparou e achava conhecer tudo. O maior ensino que vejo é respeitar você, saber onde pode levar uma dose forte, descer no seu inferno pessoal se não estiver com coração aberto, vai pedir socorro. Enteogenos não é química é coração, se não percebeu isso ainda, vá muito devagar. Pois poderia ficar muito mais forte, chamasse condução dentro da força, não se usa antídotos mas cura. É muito diferente.
 
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