BRASIL É UM DOS PAÍSES COM MAIOR NÚMERO DE ESTUDOS SOBRE SUBSTÂNCIAS PSICODÉLICAS
No mesmo dia em que se confirmou a arrastada vitória do candidato do Partido Democrata, Joseph Biden, à presidência dos Estados Unidos, o estado norte-americano do Oregon aprovou duas legislações históricas no país: as Medidas 109 e 110, que descriminalizam o uso de certas drogas , entre elas a psilocibina. O psicodélico extraído do cogumelo Psilocybe cubensis está agora permitido como apoio para psicoterapia em ambientes controlados no estado da costa oeste.
A aprovação do uso da psilocibina em psicoterapia evidencia o que já vem sendo chamado por especialistas de uma “Renascença psicodélica”. Dos anos 2000 para cá, aumentaram as pesquisas sobre os potenciais do uso dessas substâncias para o tratamento de distúrbios mentais, como depressão, ansiedade e transtorno de estresse pós-traumático.
No PubMed, uma das maiores bases da Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos com artigos de investigação em biomedicina, o número de publicações sobre “depressão” e “psilocibina” saltou de 0, em 2000, para 21, em 2016, e 53, em 2020. Algo parecido é observado com outros psicodélicos. As pesquisas com ayahuasca — chá feito a partir da infusão das plantas amazônicas cipó-jagube e arbusto-chacrona — foram de 0 para 25 e 62 nesses anos, respectivamente.
Mais do que um mero espectador do que vem acontecendo nos Estados Unidos, o Brasil é um protagonista importante desta “Renascença”. “Nós não estamos à frente de países como Estados Unidos e Inglaterra, mas estamos ao lado, o que já chama a atenção”, ressalta o neurocientista Sidarta Ribeiro, vice-diretor do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e um dos maiores nomes da pesquisa com psicodélicos no Brasil.
Outro pesquisador de destaque no tema, o psiquiatra Luís Fernando Tófoli, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e cofundador do Laboratório de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos (Leipsi), no interior paulista, concorda. “Há alguns anos, começaram a sair artigos questionando se o Brasil seria o novo epicentro do mundo psicodélico”, conta. “A palavra epicentro talvez seja um pouco exagero, mas muito provavelmente somos um dos cinco principais centros pesquisadores do mundo.”
Made in Brazil
Há alguns motivos para o nosso posicionamento nessa área de estudos. O primeiro — e talvez o principal, especialmente no caso da ayahuasca e da psilocibina — é uma questão legal.Existe hoje uma “zona cinzenta” na legislação brasileira, que não proíbe o uso da ayahuasca em rituais e situações religiosas, tampouco em pesquisas. A psilocibina, por sua vez, é proibida enquanto substância pura, mas o cogumelo do qual é extraída não é ilegal. “Nos Estados Unidos, fazer pesquisa com ayahuasca é tão difícil quanto com a psilocibina”, explica Tófoli. No caso da psilocibina, mesmo no Brasil a situação dos estudos é um pouco mais complicada, pela necessidade de obtenção de autorização para padronizar as doses das substâncias. O jeito, então, é estudá-la com base em relatos de pacientes.

No mesmo dia em que se confirmou a arrastada vitória do candidato do Partido Democrata, Joseph Biden, à presidência dos Estados Unidos, o estado norte-americano do Oregon aprovou duas legislações históricas no país: as Medidas 109 e 110, que descriminalizam o uso de certas drogas , entre elas a psilocibina. O psicodélico extraído do cogumelo Psilocybe cubensis está agora permitido como apoio para psicoterapia em ambientes controlados no estado da costa oeste.
A aprovação do uso da psilocibina em psicoterapia evidencia o que já vem sendo chamado por especialistas de uma “Renascença psicodélica”. Dos anos 2000 para cá, aumentaram as pesquisas sobre os potenciais do uso dessas substâncias para o tratamento de distúrbios mentais, como depressão, ansiedade e transtorno de estresse pós-traumático.
No PubMed, uma das maiores bases da Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos com artigos de investigação em biomedicina, o número de publicações sobre “depressão” e “psilocibina” saltou de 0, em 2000, para 21, em 2016, e 53, em 2020. Algo parecido é observado com outros psicodélicos. As pesquisas com ayahuasca — chá feito a partir da infusão das plantas amazônicas cipó-jagube e arbusto-chacrona — foram de 0 para 25 e 62 nesses anos, respectivamente.
Mais do que um mero espectador do que vem acontecendo nos Estados Unidos, o Brasil é um protagonista importante desta “Renascença”. “Nós não estamos à frente de países como Estados Unidos e Inglaterra, mas estamos ao lado, o que já chama a atenção”, ressalta o neurocientista Sidarta Ribeiro, vice-diretor do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e um dos maiores nomes da pesquisa com psicodélicos no Brasil.
Outro pesquisador de destaque no tema, o psiquiatra Luís Fernando Tófoli, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e cofundador do Laboratório de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos (Leipsi), no interior paulista, concorda. “Há alguns anos, começaram a sair artigos questionando se o Brasil seria o novo epicentro do mundo psicodélico”, conta. “A palavra epicentro talvez seja um pouco exagero, mas muito provavelmente somos um dos cinco principais centros pesquisadores do mundo.”
Made in Brazil
Há alguns motivos para o nosso posicionamento nessa área de estudos. O primeiro — e talvez o principal, especialmente no caso da ayahuasca e da psilocibina — é uma questão legal.

Vou corrigir então meu nobre @Ecuador