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Teoria da conspiração como símbolo da dinâmica psíquica

Ecuador

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22/12/2007
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Peguei do PE. Agradecimentos ao LuPa.


Teoria da conspiração como símbolo da dinâmica psíquica.


A conspiração se refere a influência de um força oculta – obscura, sobre a vida, um acontecimento ou o funcionamento de um sistema. O conspirador, ou seu grupo, são dotados de grande poder e com isso capazes de influenciar, através de seus planos, uma totalidade. De uma maneira geral, o poder e a má intencionalidade são características relativamente comuns nas teorias, fantasias ou delírios conspiratórios. Algo que ameaça o funcionamento harmônico da totalidade.


Os indivíduos suscetíveis a crença exacerbada, criação de teorias, fantasias ou delírios de conspiração, exprimem o medo das forças ocultas que atuam em seu próprio psiquismo e ameaçam a orientação consciente exigida pelo ambiente. As exigências ambientais forçam a consciência a escolher uma direção em detrimento de outra ou outras, fazendo com as percebidas como inadequadas mergulhem no inconsciente. Quanto maior a força empenhada no direcionamento da consciência, maior é a tensão gerada em seu oposto inconsciente. A ponto que a energia gerada pela tensão atinge um limiar em que o material inconsciente vem à tona na consciência, gerando o conflito.


A teoria, fantasia ou delírio conspiratório é uma alegoria da própria dinâmica psíquica. Onde o conspirador, ou melhor, o inconsciente, é visto com temor, já que ameaça a conduta dirigida da consciência, que em algum momento se mostrou necessária para a vida do indivíduo. A força e a má intencionalidade do conspirador se referem a percepção que o indivíduo tem do conflito e do material inconsciente que agora o confronta. É algo ameaçador pois põe em cheque a conduta que é vista pelo indivíduo como adequada de acordo com as exigências do ambiente. As fantasias conspiratórias portanto são indícios de que há grande tensão energética entre consciente e inconsciente, e que se faz necessária uma síntese desses conteúdos para que o conflito seja superado e o indivíduo adquira uma nova postura em relação a vida.


Entretanto a própria existência do conflito demonstra que o direcionamento consciente que outrora era exigido pelo ambiente não se monstra mais adequado para a saúde mental do indivíduo, e há necessidade da aquisição de uma nova postura diante da vida. Desse modo, a percepção da má intencionalidade do conspirador, não se refere a um mau real, mas sim ao medo da destruição de si próprio – da necessidade de aquisição de uma nova postura. De fato, a presença do conspirador é uma indicação positiva que tem como objetivo provocar uma nova adaptação, mas isso só é possível mediante a resolução do conflito.

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Última edição:
Voce OUSA dizer que em 2012 nao havera fim do mundo?
INFIEL - quando as pedras cairem sobre a sua casa eu e a minha "coloque sua seita aqui" vamos RIR da carrugaem divina salvadora.
Somente nos OS ESCOLHIDOS nos salvaremos.

(fonte - 2012.glowball.com.br)
site do qual fui banido.

Histeria em massa!

Editorial da revista australiana Cosmos Magazine, número 28, por Wilson da Silva, em agosto de 2009



Abdução por alienígenas?

Desde as especulações selvagens nos mercados financeiros até a crença que os alienígenas estão nos visitando, nós humanos somos propensos a todo tipo de ilusões tanto pessoais quanto em massa, assim tem acontecido durante séculos…

Por que há gente que acredita em fenômenos tais como os ÓVNIS, abduções alienígenas, cirurgia psíquica e fantasmas, quando as provas são tão escassas e pouco convincentes?



Cidônia, a face em Marte, mostrada pela Viking à esquerda e pela Mars Express, à direita

Por que algumas pessoas insistem, por exemplo, que existe uma “face” em Marte quando já foi demonstrado que trata-se apenas um truque de luz e sombras. Por que há gente que acredita que os círculos nos campos de cereais são artefatos alienígenas quando os embusteiros que criaram estes engenhosos enganos já nos demonstraram como os construíram?


Círculos criados nos campos de cereais

Por que há gente que segue insistindo que existiu no passado uma civilização avançada, uma nação perdida, conhecida como Atlântida, quando há legiões de arqueólogos que afirmam categoricamente que não existe nenhuma pista ou prova da sua existência? E aqueles que acham a acupuntura ou a homeopatia conseguem tratar os grandes males da humanidadee, quando um grande número de estudos confiáveis demonstra o contrário?

Sabemos que as percepções humanas tendem a ser pouco confiáveis: simplesmente escute os testemunhos de diferentes testemunhas de um incêndio ou um acidente no trânsito e você se questionará se estão descrevendo efetivamente o mesmo evento. Mas, por que tanta gente se vê atraída pelas teorias da conspiração ou mesmo as supostas profecias do boticário francês do século XVI Michel de Nostredame (mais conhecido por todos como ‘Nostradamus’)?

Sabemos, ao longo da história, que as ilusões coletivas de fato ocorrem: os sociólogos Robert Bartholomew e Erich Goode detalharam como as crenças falsas ou exageradas em geral podem surgir de forma espontânea, espalhar-se rapidamente por uma população e temporariamente afetar uma região, cultura ou até mesmo uma nação inteira.

Crises econômicas
Em geral a conhecemos (imprecisamente) como ‘histeria coletiva’ e existem muitos fatores que contribuem para o nascimento e expansão de tais ilusões coletivas. Estas incluem os rumores, extraordinária ansiedade pública ou excitação coletiva, as crenças culturais ou os estereótipos compartilhados e a amplificação destes pelos meios de comunicação em massa, assim como algumas ações de reforço eventualmente realizadas por autoridades e formadores de opinião, tais como os ditadores, os políticos, a polícia ou até mesmo os militares.

Charles Mackay, o jornalista escocês e editor do jornal Illustrated London News, escreveu como o povo é sugestionável em seu livro de 1841, Extraordinary Popular Delusions and the Madness of Crowds (Memorando de extraordinários engodos populares e a loucura das multidões).


Panfleto de 1637 - "Mania das Tulipas"

O assunto que Charles Mackay descreve está claro que não consiste apenas de um tema acadêmico ou de sugestão para uma conversa interessante em alguma festa: há casos modernos de destruição de empregos, companhias e até economias. A crise financeira global, que agora reverbera em toda a economia mundial, começou com uma selvagem e irrestrita dívida que todo mundo sabia que era insustentável, uma vez que dependia dos endividados quitarem dívidas relativas a quantias que claramente estavam além das suas posses. Não seria isto uma massiva ilusão coletiva?

Tulipas muito, muito caras…
Entre tempos de bonança e crises econômicas, em ciclos que temos entrado e saído tantas vezes, podemos ver que este mesmo comportamento ilusório entra em jogo repetidas vezes. Mackay nos recorda no capítulo 3 algo que é perturbadoramente familiar: no pico da “mania das tulipas”, nos Países Baixos, em fevereiro de 1637 os contratos de vendas futuras destas flores eram vendidos por mais de 10 vezes o salário anual de um hábil artesão e em algum ponto da crise ofereceram cinco hectares de terra em troca de um único bulbo da tulipa Semper Augustus. Vejamos mais detalhes a seguir:

O termo mania das tulipas ou ‘tulipamania’ é aplicado metaforicamente a qualquer bolha especulativa de grande escala, que passa da euforia ao pânico, até culminar em uma crise econômica. A expressão está ligada a um episódio da História dos Países Baixos: a crise das tulipas, gerada na República das Sete Províncias Unidas dos Países Baixos, durante o século XVII, quando um bulbo de tulipa passou a ser vendido pelo preço equivalente a 24 toneladas de trigo. O ápice dessa crise ocorreu entre 1636 e 1637. Charles Mackay conta uma história da época:

Um rico mercador havia comprado por 3.000 florins (~280 libras esterlinas) uma rara tulipa Semper Augustus que em algum momento desapareceu de seu depósito. Depois de vasculhar todo o depósito, ele viu um marinheiro, que havia confundido o bulbo da tulipa por uma cebola, comendo a tal tulipa. O marinheiro foi prontamente preso e passou seis meses na prisão.

Tomada de Jerusalém em 1099 na Primeira Cruzada

Cruzadas!
Dos infrutíferos séculos de estudo sobre a transmutação de elementos em ouro até a queima de bruxas em Salem; Da loucura do século XVII em usar imãs para curar os males até as sangrentas campanhas militares de 200 anos das Cruzadas e seu impacto social, econômico e político de grande alcance – as ilusões coletivas tem sido uma constante ao longo da história humana.

Abduções Alienígenas?
Mas estes fenômenos também entram em jogo de forma individual, desde os contos de abduções alienígenas (que são notavelmente similares as histórias de abduções por demônios em séculos passados) a relatos de cirurgias psíquicas e a ilusão pessoal de que a homeopatia cura os males. Em alguns casos, a ‘abduções’ poderiam ser explicadas através de uma enfermidade que apenas recentemente começamos a compreender: a paralisia do sono.

Somos “caçadores-coletores”?
Talvez não devêssemos nos surpreender com as nossas limitações. “Em nosso interior nós somos caçadores-coletores”, disse o físico Robert Park, autor do livro Superstition: Belief in the Age of Science (Superstição: as Crenças na Era da Ciência). “O cérebro que nos permite escrever sonetos e resolver equações diferenciais tem mudado pouco em 160.000 anos. A ciência nos tem transportado para um mundo repleto de viagens em jatos e com comunicação eletrônica, mas nosso cérebro permanece ainda conectado com os instintos dos nossos ancestrais selvagens que lucraram em sobreviver na selva do Pleistoceno”.


Para a alquimia, transmutação é a conversão de um elemento químico em outro. Este conceito pode também ser aplicado com características próprias na física nuclear. Desde os primórdios da alquimia ocidental, acreditava-se que era possível a transmutação de metais vis, como o chumbo, antimônio e bismuto em metais nobres, como a prata e o ouro. Com o florescimento do conhecimento científico, constatou-se que a transmutação alquímica, defendida pelos alquimistas, é impossível. Por outro lado, este fenômeno ocorre na natureza espontaneamente quando certos elementos químicos e isótopos possuem núcleos instáveis. Em tais elementos são produzidos fenômenos de fissão nuclear que se transformam em novos elementos de números atômicos inferiores, até que os seus núcleos se tornem estáveis. O fenômeno contrário, a transmutação em elementos de números atômicos maiores, dá-se em temperaturas e pressões muito elevadas, como as existentes no núcleo do Sol, onde o Hidrogênio se funde gerando o Hélio. O processo que ocorre no interior das estrelas é denominado de nucleossíntese estelar.

O Mundo Assombrado pelos Demônios…

“Nós somos uma maneira do Cosmos conhecer a si mesmo” — Carl Sagan

Mas existe uma esperança: e pode encontrá-la na ciência. No excelente livro The Demon Haunted World (O mundo assombrado pelos demônios – A ciência vista como uma vela no escuro) de 1995 sobre pensamento crítico e as ilusões que assolam a humanidade, Carl Sagan defende que o método científico e a clareza das idéias podem ajudar-nos a superar este pensamento obscuros.

Pensar de forma crítica e clara, disse Sagan: “é o meio… mediante o qual uma idéia profunda pode ser separada da profunda insensatez”. Defende que “é muito melhor aferrar-se ao Universo como este realmente é, que persistir em uma ilusão, não importa quão satisfatória e reafirmada esta seja”.

Além do método científico, Sagan oferece um conjunto de ferramentas para o pensamento crítico, que chamou ironicamente de “o Kit de detecção de camelos”: constrói um argumento racional baseado nas evidências e mantém-se aberto a reconhecer uma falácia ou um argumento fraudulento que contradiga as evidências existentes.

Navalha de Ockham
Busca uma confirmação independente de qualquer fato e quando as teorias tentam explicar exatamente as mesmas coisas, aplica-se a “Navalha de Ockham”: o princípio que disse que, ao tratar de se explicar um fenômeno, deve-se fazer as mínimas suposições possíveis, uma vez que em geral a explicação mais simples é a correta.

Sagan sugere formas de detectar “as falácias mais comuns da lógica e retórica” tais como aceitar um argumento simplesmente se baseando em que procede de alguém com autoridade ou acreditar em alguém que se baseia em estatísticas de uma amostra com poucos argumentos. Finalmente, a ciência não é uma resposta em si mesma, a ciência é uma ferramenta que ajuda a encontrar as respostas que nós buscamos.

Fontes
Cosmos Magazine:

Mass hysteria por Wilson da Silva
Grand delusions por Lauren Monaghan
David Morrison: Carl Sagan’s Life and Legacy as Scientist, Teacher, and Skeptic
 
Última edição por um moderador:
Para quem ainda não assistiu o filme Zeitgeist.. aih tah a 1ª parte
o filme fala de teorias da conspiração na religião e no governo americano:



Paz amor e harmonia sempre!
 
to achando que todo esse tópico é só uma forma de conspiração para acreditarmos que não existe conspiração e que o problema é que somos loucos!!!

Me provem isso então!!!!!!rsrsrs
 
BLASFÊMIA MIL VEZES!!!
 
Quem matou Jonh Kennedy, Jonh Lennon, Martin Luther King, Tiradentes, Mamonas Assassinas, Jimmi Hendrix... não, esse não, é... Saulo Goveia, Jesus Cristo, hein?! hein?! só tem alienado nesse fórum e quer saber pode me banir se quiser, fazendo isso só vai comprovar a conspiração. E tenho dito.

Ps. Iluminatis rules :mad:
 
chega de conspiracao...
eu tenho que assumir algo...
nao sou desse planeta...
 
chega de conspiracao...
eu tenho que assumir algo...
nao sou desse planeta...

tamo junto!

Quem matou Jonh Kennedy, Jonh Lennon, Martin Luther King, Tiradentes, Mamonas Assassinas, Jimmi Hendrix... não, esse não, é... Saulo Goveia, Jesus Cristo, hein?! hein?! só tem alienado nesse fórum e quer saber pode me banir se quiser, fazendo isso só vai comprovar a conspiração. E tenho dito.

Ps. Iluminatis rules :mad:

Esqueceu da que vc vai virar moderador antes de 2012? Poha axei q tu tava levando a serio aparada!
 
Esqueceu da que vc vai virar moderador antes de 2012? Poha axei q tu tava levando a serio aparada!

Cara isso é coisa do Mortall, ele está aqui para chacrinizar nossa existência... Alô tensão, Terezinha uu!!
 
Adorei pensar que a sensação de conspiração é uma carencia do próprio sistema o qual ele precisa se adaptar. É um sintoma de doença que vai se generalizando.
A causa disso tudo são dúvidas, questões não esclarecidas, na realidade 80% dos casos de desentendimento em qualquer tipo de relacionamento é falta de esclarecimentos, clareza e paciência.

Eu também acho totalmente normal, e não acredito ser conspiração por exemplo (acho que é cara de pau mesmo) deputados aumentarem o salário deles em 75% assim rapidinho enquanto o aumento merrequento do salário dos aposentados eles desaprovam rapidão.
Moleza entender, brasil é cara dura com ou sem o "por baixo dos panos".

Cara de pau é pior que pica-pau!
 
Crer/ler/investigar/masturbar conspiração é só uma forma de desviar a atenção do que está incomodando em mim e deveria ser resolvido com urgência. (Não é minha responsabilidade. A culpa é das petrolíferas)

Eu sou infeliz porque eles colocam flúor na água. :)
 
o que eu acredito eh que em certas dimensoes a energia possui uma certa consciencia fazendo nos crer que essa energia mesmo vindo de nos mesmo é alguem ou algo conspirando contra nós(isso q eu acredito q acontece na maioria das vezes)
acho q escrevi a mesma coisa q o ecuador mais blz xD
 
O autocontrole consciênte e a percepção estratégica das características verdadeiras dos ambientes são o meus dons (ego do kct), e ai dos que não observarem tais condições e parâmetros de sobrevivência, pois estarão mais suscetíveis do que estariam se observassem, bem mais (talvez nem estivessem)! E quanto mais nos alertamos para o usufruto de nossas capacidades e para as intenções dos seres, mais e melhor podemos controlar os acontecimentos ao nosso bel prazer. Você confia em você mesmo? Por que? O medo te ajuda ou atrapalha? Você realmente quer o que diz querer? Algo te incomoda? Por que?" - e por aí vai. Estou na lanterna dos afogados. E quem nunca naufragou??? De quem é a culpa? Do conspirador?

O consciente é o periférico de acesso ao programa de acesso (facilmente acessável em estado alfa de ondas cerebrais), mas você só terá acesso a este programa para modifica-lo se ele permitir. E agora, o que você vai fazer? Este programa confia em você? Você que é o conspirador para o inconsciênte, até provar o contrário!
 
já fui vítima de mim mesmo como se espera com o "golpe " sim por que hoje encaro a sindrome como social recurso de dar um susto no ser afim de amolecer os laços mentais da rotina , cabe a cada um não se deixar levar e sim aproveitar o baque pra dropar em um trip pessoal sob efeito do extranhamento , é bom tentar essa manobra estou tentando ...

desconfio que do mesmo jeito que temos a Lua temos de saber lidar com ela como se já se sabe ser possível beliscar uma conspiração fomentada e criada por nós em conjunto com os Reais conspiradores que são automáticos , diz que pode-se criar um espantalho-mental-virtual (o não-ser) uma isca pequenina que o pode avisar da presença do intento extranho , vai
Se eu fosse uma nave iria aproveitar a gravidade da lua pra sair do planeta com uma certa economia de força , pra voltar também feria o mesmo .
 
Outro texto sobre o tema:

Folha de São Paulo - 27/10/2011

CONTARDO CALLIGARIS
Teorias conspiratórias (e histéricas)



Uma conspiração, mesmo hostil, supõe um plano, uma ordem do mundo - e isso é sempre consolador

O protagonista do novo (e ótimo) romance de Umberto Eco, "O Cemitério de Praga" (Record), é um falsário do fim do século 19.

Você, emissário de sei lá qual governo ou grupo, quer fomentar o antissemitismo, provando que os judeus conceberam um plano diabólico de domínio do mundo? Devidamente contratado, o falsário criará "Os Protocolos dos Sábios de Sião", prova cabal de um complô judaico. O texto, uma vez "descoberto", alimentará o antissemitismo mundo afora, durante décadas.

Hoje, a tecnologia digital facilita o trabalho dos falsários, e, graças à internet, um boato se transforma rapidamente numa certeza coletiva.

Mas, de qualquer forma, nunca foi muito árduo inventar conspirações ocultas e espalhar desconfiança e delírios segundo os quais os misteriosos "eles" estariam tramando na sombra. O fato é que o público adora uma teoria conspiratória.

Ou melhor, sejamos sinceros: em regra, adoramos entender o mundo como fruto de conspirações que tentam nos enganar. Por que será?

Uma resposta está no livro (já clássico) de Elaine Showalter, "Histórias Histéricas" (Rocco, esgotado -tente www.estantevirtual.com.br).

Showalter lembra que, para negar a existência e o surgimento de desejos sexuais em seus corpos e almas, as histéricas começam por atribuir esses desejos aos outros ou, como se diz, por projetá-los nos outros. Logo, elas fogem dos ditos outros (que se tornaram zumbis portadores dos desejos delas) ou os acusam de seduções e estupros.

Moral da história, a histérica pode dizer: 1) eu não desejo nada, sou e me mantenho pura, pois o sexo não vem de mim, mas dos outros, que querem me sujar e 2) eu sei quem o outro "realmente" é, sei quais desejos vergonhosos ele esconde atrás de sua aparência bem-comportada. Em suma, 3) posso negar que tenho desejos, não preciso me responsabilizar nem me envergonhar por eles e, além disso, pretendo saber desvendar o lado obscuro de qualquer um.

Desvantagem: assim fazendo, eu me afasto irremediavelmente de meu próprio desejo.

E os homens, nessa história? Segundo Showalter, sobretudo hoje, a histeria dos homens aparece, justamente, na crença em teorias conspiratórias: as meninas acham que os outros querem seduzi-las e violentá-las, e os meninos acham que os outros querem enganá-los e manipulá-los.

(Antes de continuar, uma nota: pode ser que imaginar teorias conspiratórias e acreditar nelas seja uma forma de histeria masculina, mas isso não significa que as conspirações não existam. Ao contrário, como mostra o romance de Eco, sempre existe, no mínimo, a conspiração dos que constroem e espalham teorias conspiratórias.)

Mas voltemos à histeria dos homens segundo Showalter. Eis quatro vantagens para os que gostam de conspirações escusas.

1) Quem entende o mundo à força de "desvendar" conspirações só pode se perceber como uma exceção: ele acredita ser o único, ou quase, que enxerga as tramas nefastas dos outros -o único ou um dos poucos que "eles" não estão conseguindo enganar.

2) Com a ideia de que sempre há outros que tentam nos manipular e controlar, a gente se oferece uma volta à infância e à relação com os pais. Há um prazer nostálgico na suposição de que haja adultos os quais, num conluio entre si, decidem nosso destino, sem nos explicar nem de longe o que realmente acontece.

Há um prazer nostálgico na ideia (infantil e pré-adolescente) de estarmos nas mãos de outros todo- poderosos e de sermos os únicos que, heroicamente, resistem à sua sedução e desvendam suas mentiras.

3) Uma hipotética conspiração, por mais hostil que ela nos seja, permite-nos confiar numa ordem do mundo -boa ou ruim. Se há intenções escondidas, nada ou pouco acontece por acaso, o mundo obedece a um plano -da divina providência, do demônio ou dos conspiradores, tanto faz: de qualquer forma, a existência de um plano é consoladora.

4) Para as histéricas, atribuir o desejo sexual ao outro é um jeito de negar sua própria sexualidade.
Para os homens não é muito diferente: a invenção de uma conspiração maléfica lhes permite ignorar seus próprios desejos "políticos" sombrios, os que eles preferem esconder de si mesmos.

Afinal, o conspirador, ao qual atribuo a vontade de me enganar e manipular, é quase sempre uma projeção, ou seja, é minha própria criação, à imagem e semelhança de mim.

ccalligari@uol.com.br

@ccalligaris
 
A agua conspira contra o fogo,
o fogo conspira contra a agua
ambos sao vitais para o equilibrio do universo
 
Cara esses textos são completamente tortos e querem induzir vários conceitos falsos.

Anti-semitismo não existe mais hoje em dia, somente fragmentos nas memórias de pessoas velhas e um ódio mortal por Israel por parte de diversas populações do oriente médio. (Leia-se estado de Israel e não população judaica israelense)

Existe sim um repúdio ao SIONISTAS, a qual se refere o livro dos protocolos de Sião.

E a maioria desses conspiradores do absurdo estão muito mais preocupados em pertencer ao um determinado grupo social do que elucidar qualquer assunto, funciona muito mais como um fanatismo religioso e pouco tem a ver com a exteriorização da natureza do indivíduo.
Muitas teorias fantasiosas são criadas por pessoas que são seduzidas pelo poder de induzir outras.
 
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