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Aqui discutimos micologia amadora e enteogenia.

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Tempo espaço e mocotó

Quando vc intencionaliza a coletividade vc começa a mexer com o irreal pq vc começa a querer unir o seu próprio mundo com os mundos das outras pessoas e os cogumelos (e não somente eles) mostram que somos naturalmente solitários em realidade. Nossos mundos são psicológicos.

Mas quando conversamos sobre isso nós somente pensamos sobre isso, mas a diferença entre o pensar e o sentir é onde rola o mistério. Muito se fala de que o mundo é uma grande ilusão e às vezes passamos a vida inteira pensando sobre isso, só que concordar com toda essa estória não vale de nada se não sentirmos a ilusão e o consequente vazio das coisas, é como viajar pro momento antes do Nada que criou o Todo e permanecer lá.

Evolução espiritual, busca, senda, caminho... a tendência das pessoas é admitir que as coisas vêm numa progressão lenta e gradual, mas as mudanças vêm no estalar de dedos, numa viagem de cogumelos, na visualização de uma cena. Há muita perda de tempo nas linhas de livros, muito blá blá blá teórico sobre a explicação do universo, da criação e etc. Que tudo se queime, só basta o corpo e a natureza para se viver o real, nem mesmo o pensamento - a grande(?) qualidade humana - vale um centavo.

Não temos para onde correr quando o mundo desmorona. E nem para ninguém.
 
Fiz uma trip de cogumelos com um amigo esses dias e tive a certeza de que os cubies não são daqui. Na verdade eles são feitos com tecnologia.

Eu na minha brincadeira de andar na linha tênue do limite, descobri que ela na verdade não existe, pois o limite não existe também. O nosso universo é diretamente proporcional ao que achamos dele. Definitivamente é um fractal de polisignificados que transmuta conforme você percebe ele, sendo que pode ou não estar relacionado com a realidade alheia.

Universo do é e não é, pode ser mas nem tanto assim.

A necessidade de compartilhar do Mirador eu experimentei parecido sendo algo como uma ansiedade de mudanças. Descobrimos um mundo e queremos expor o que nos ajudou dele pra fora, queremos torná-lo mais palpável.

No mais tenho pra mim que os coguts são como o cabo na nuca do matrix.
 
Estava lendo um lance que mistura fisica moderna com misticismo oriental e a idéia é que quanto mais tentamos descrever o que descobrimos tanto na fisica quanto nas experiencias misticas e acrescento aqui as psicodélicas também, mais nos afastamos do que queriamos dizer, do que vimos/sentimos/entendemos.

O cara fala que a matematica é a forma mais inteligente de se afastar da verdade, porque criamos simbolos para expressar o inexplicável, para o momento.

Cada dia que passa eu entendo menos!!!

grande abraço
Victor
 
Para mim depende do quê ou como falamos.

Inclusive no caso dos enunciados matemáticos.
 
É neuro, acho que te entendo. Mas também acho que nossos mundos são psicológicos apenas num certo nível e que esse nível pode ser transcendido - com ou sem psicodélicos.

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Eu concordo com essa visão de que a nossa sintaxe sempre limita e até ofusca a realidade. Gosto do lance de multi-sintaxes (fazendo sexo com a idéia de polisignificados do Lysergic). Para cada camada da "cebola" da realidade, uma sintaxe diferente. A lógica cartesiana pode ser útil para o nosso nível dimensional material mas para as grandezas galácticas e a natureza do espaço-tempo & mocotó já perde o sentido.

Eu sigo tentando anular totalmente minha razão e linguagem nas exp mas é foda, principalmente a linguagem.

Ecuador falou pouco e muito.
 
Não sei se o mesmo com vocês, mas no começo o Cubensis foi muito gentil. Com uma dose pequena numa noite de verão, somente me seu a sensação convincente de estar viajando, na estrada, como quando se pára pra comer, esticar o corpo. Em outras ocasiões o motivo da viagem voltou, e observei para um irmão que estávamos então no país do cogumelo, e àquele lugar faria questão de voltar por toda a vida. Depois, na varanda, na verdade um deque de onde se via uma mata e um açude, alguns de nós tivemos uma alucinação coletiva, uma espécie de aula de astronomia com o fungo, durante a qual ninguém ousou dizer nada, somente observar... realmente, o cogumelo NÃO É DAQUI. Será ele não a entidade, mas uma tecnologia dessa entidade para alcançar nosso mundo, LysergicD? Não tenho certeza, mas para mim é mesmo ÓBVIO DEMAIS que o Cubensis não tem NADA de humano e de que sua experiência raia os limites do INEFÁVEL. Exatamente por isso que acho muito difícil entrar em ideações narcísicas; ele não pareceu até hoje querer me levar para dentro da minha própria psiquê, mas para fora, primeiro a estrada, depois a galáxia.

Acho importante a integração, o voltar de seu país com ao menos algo, já que uma transcrição é impossível. Uma voz que OBVIAMENTE DEMAIS era o próprio cogumelo me disse um aforismo parecido com isso: "Você deve passar pelos lugares mais abjetos desse mundo (não deixou claro se o nosso ou o dele, o nosso, suponho) com a leveza e o respeito (outra palavra, não dá pra lembrar) de quem caminha em um templo." Com essas viragens "éticas" do transe fica fácil entender porque algumas pessoas acabam derivando religiões inteiras e DOGMAS de uma experiência que é mais rica sem essas codificações. É claro que o narcisismo de um Fausto (se entendi o que o Mirador quis dizer com psicodelizar para SI) talvez nem seja viável por meio do cogumelo, mas certamente o contrário, um profetismo psilocínico (cínico) não se justifica. Se o fungo é BOM e maravilhoso, devemos levá-lo a sério: ele não precisa do manifesto, da "máquina de guerra dos justos; antes nós é que precisamos dele.

Muita Luz.
 
[...] A paixão pura sempre leva a inquisição, a não ser quando de mãos dadas com o amor [...]
Bem lembrado !! Aliás, bela frase !!

Quando vc intencionaliza a coletividade vc começa a mexer com o irreal pq vc começa a querer unir o seu próprio mundo com os mundos das outras pessoas e os cogumelos (e não somente eles) mostram que somos naturalmente solitários em realidade. Nossos mundos são psicológicos.
Concordo plenamente, mas também é preciso que haja perspicácia e bom senso pois a vida é dinâmica e feita de momentos. As vezes o coletivo encontra-se em sintonia e os cogumelos mostram o quanto estamos conectados com o todo também.

De qualquer forma, mesmo com o coletivo em sintonia cada um segue no seu mundo e com a sua realidade, apenas compartilhando uma mesma percepção em dado momento.

[...] Se o fungo é BOM e maravilhoso, devemos levá-lo a sério: ele não precisa do manifesto, da "máquina de guerra dos justos; antes nós é que precisamos dele.
Falou tudo Samosater !!! :pos:
 
A informação deve estar embutida a nível molecular, algum tipo de tecnologia bem avançada "imprimiu" um pedacinho de código artificial no DNA do fungo fazendo com que ele levasse a informação quimicamente até nossas sinapses. Seria até mais presunçoso em dizer que é um tiro certeiro de conhecimento direto na mente humana.

Dessa história é dispensável o romantismo, quero deixar isso bem claro. Pode ser que isso nem era pra nós, apenas calhou de sermos "compatíveis".

Se o fungo é BOM e maravilhoso, devemos levá-lo a sério: ele não precisa do manifesto, da "máquina de guerra dos justos; antes nós é que precisamos dele.

Arrebentou!
 
Besteira isso (consciência alienígena) no cogumelo... Os cogumelos somos somos NÓS.

Depois ainda falam que não acreditam em Deus...KKK.
 
Besteira isso (consciência alienígena) no cogumelo... Os cogumelos somos somos NÓS.

Depois ainda falam que não acreditam em Deus...KKK.

Nas minhas frequentes regressoes temporais eu vi que os alienigenas somos nos.
O produto deles mais especificamente.
Estou inclusive me tornando adepto a ideia de um DESIGN INTELIGENTE EVOLUTIVO.

Nessas regressoes a Arca de Noe era um simples receptaculo - NOSSO DNA.
 
Aí sim, concordo!

Aliás muito interessante essa idéia.


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agora porque acho besteira a consciencia alienigina no cogumelo (ou em qualquer planta)? porque já tive as mesmas experiencias sem cogumelos, sem fungo ou planta nenhuma. Como? porque sou louco? talvez... MAs esse caminho de louco (de loucura controlada) é só UM.

Quando enxergarmos que o caminho é só UM aí o veremos.
 
E singularidade da porra....
 
Alienígena sim! Acho até que essa palavra podia ser usada no lugar de epiritual! Claro, deixando toda carga cultural que ela carrega de lado.

Zigg, conta pra gente como foi essa EXP aí vai. Fiquei curioso.

É claro que o narcisismo de um Fausto (se entendi o que o Mirador quis dizer com psicodelizar para SI) talvez nem seja viável por meio do cogumelo, mas certamente o contrário, um profetismo psilocínico (cínico) não se justifica. Se o fungo é BOM e maravilhoso, devemos levá-lo a sério: ele não precisa do manifesto, da "máquina de guerra dos justos; antes nós é que precisamos dele.

Post excelente exceto essa parte. Discordo que não seja viável o tal "narcisismo de Fausto" (interpretação tá certa) na expeeriência com enteógenos. Já ví isso acontecer muitas vezes e pra mim é muito claro, límpido e cristalino.

A "máquina de guerra dos justos" está longe de ser uma implicação do que eu propus. Aliás, acho que vou me empenhar em reformular aquelas idéias...

Tudo ao contrário. "A máquina dos justos" ou o "profetismo psilocínico" vem precisamente da experiência narcisista mencionada aí. Estas coisas existem e estão espalhadas por todos os cantos desse planeta, no reconditos mais floridos e perfumados, fora e dentro da psicodelia.

Se o Fungo é bom? Bom é um conceito humano, na Natureza não existe bom nem mau.

Isso é construção humana, serve pra gente APENAS.
 
Aí sim, concordo!

Aliás muito interessante essa idéia.


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agora porque acho besteira a consciencia alienigina no cogumelo (ou em qualquer planta)? porque já tive as mesmas experiencias sem cogumelos, sem fungo ou planta nenhuma. Como? porque sou louco? talvez... MAs esse caminho de louco (de loucura controlada) é só UM.

Quando enxergarmos que o caminho é só UM aí o veremos.

voce nao eh louco.
voce eh UNICO.
:pos:
 
Excelente é esse tópico em primeiro lugar, Mirador. Acho que a oportunidade de discutir a experiência pode ser tão importante quanto a própria, e reconheço muito da experiência como eu a tive no seu relato. Aspectos comuns àquelas de vários de nós instigam a pelo menos tentar entender melhor o que seja o cogumelo "por ele mesmo", para além da componente pessoal.

Tudo ao contrário. "A máquina dos justos" ou o "profetismo psilocínico" vem precisamente da experiência narcisista mencionada aí. Estas coisas existem e estão espalhadas por todos os cantos desse planeta, no reconditos mais floridos e perfumados, fora e dentro da psicodelia.

É verdade. O profetismo é um narcisismo, e o cinismo é crer que a "máquina de guerra dos justos" é uma missão recebida. Concordo também que é bem possível ser um Fausto da experiência psicodélica (caso da brujería que a um tempo complementa o contexto do xamanismo e se opõe a ele, classicamente altruístico sem ser profético), mas a impressão que sempre tive é que a dissolução do ego é o que o cogumelo espera, não delírios pessoais de grandeza. Parafraseando o NeuroFX, o cogumelo não é nosso escravo, o que ele mostra, com a gentileza de um bom professor ou com a mão pesada da "bad trip".

Isso volta à idéia de que ele seja "bom". Conceito puramente humano, certo; mas o que quis dizer é que o cogumelo (ou a entidade própria a ele), levado a sério, pode se apresentar a quem chegue ao "país" dele como um BENFEITOR, mais ou menos como (o safado do) Castañeda faz Dom Juan dizer de Mescalito; um SIMBIONTE, como (o safado do) Mckenna diz. Esse motivo do professor-benfeitor sempre esteve presente em minhas experiências, uma entidade tão presente como um anfitrião, óbvia e inextricavelmente ligada ao cogumelo. Alguém tem essa sensação?

Eu na minha brincadeira de andar na linha tênue do limite, descobri que ela na verdade não existe, pois o limite não existe também. O nosso universo é diretamente proporcional ao que achamos dele. Definitivamente é um fractal de polisignificados que transmuta conforme você percebe ele, sendo que pode ou não estar relacionado com a realidade alheia.

Então não faria diferença se o outro fosse um alienígena, um espírito, ou qualquer outra coisa; nós mesmos seríamos um aspecto do Design Inteligente, e seríamos todos e cada um todos ao mesmo tempo. Acho que isso pode ser respondido com mais visitas ao "país" do cogumelo, muitos mais contatos com esse outro, muitas mais ocasiões de compartilharmos impressões e buscarmos regularidades.

Muita Luz.
 
Eu tenho uma presença forte em enteógenos no geral.

O cogu me passa essa impressão também de algo como que fosse um duende, um palhaço, um alien, um irmão mais velho, um pai, um homem, um menino e um velho. Tudo isso meio disolvido num caldo azulado.

O que nós enxergamos no entanto não tem forma, cor nem nada, todos os significados partem de nós, sempre atribuimos conceitos as coisas que simplesmente estão lá.

E aproveitando a deixa do Vitor, a matemática é um exemplo clássico de que justificamos a realidade que queremos com uma simbologia... Na verdade é tudo mágica kkkkkkkkk
 
Besteira isso (consciência alienígena) no cogumelo... Os cogumelos somos somos NÓS.

Depois ainda falam que não acreditam em Deus...KKK.
Grande sacada !! ;)
Eu pessoalmente até já utilizei algumas vezes essas tais entidades ARQUÉTIPICAS das substâncias, mas é fato que sem nossa percepção nem os cogumelos existem...

Aí vem nêgo com papos do tipo: "os cogumelos é que te escolhem..." Pura Bobagem !!!!!!! Quem come cogumelo é porque é locão e correu atrás, e quem corre atrás SEMPRE vai encontrar. Nunca ví ninguém tropeçar e cair acidentalmente de boca num estercão cheio de cogumelos pra poder dizer que foi simplesmente escolhido...

Fala sério, nós com tanta divindade dentro da gente e ficamos atribuindo nossas qualidades a meros fungos, plantas, ETs, deuses ou seja mais o que for... Por isso que o brasil não vai pra frente :neg:
 
Acho que é decisão pessoal intransferível ser e se sentir parte de qualquer coisa que se queira. A graça da vida está na miscelânea do todo que é um e que é todos.
Se me dizem que o um peixe australiano é deus, eu quero bater palmas para beleza da vida.

É verdade. O profetismo é um narcisismo, e o cinismo é crer que a "máquina de guerra dos justos" é uma missão recebida. Concordo também que é bem possível ser um Fausto da experiência psicodélica (caso da brujería que a um tempo complementa o contexto do xamanismo e se opõe a ele, classicamente altruístico sem ser profético), mas a impressão que sempre tive é que a dissolução do ego é o que o cogumelo espera, não delírios pessoais de grandeza. Parafraseando o NeuroFX, o cogumelo não é nosso escravo, o que ele mostra, com a gentileza de um bom professor ou com a mão pesada da "bad trip".

Sim, Charles Manson existiu mesmo!
Estou vendo que você julga minha teoria de "xamãs de um coletivo" como algum tipo de proselitismo. No começo talvez tenha sido mesmo, embora não tenha sido minha intenção (esquizóide eu?), e acho foi quando disse que TODOS que trilhassem esse caminho deveriam encontrar um meio de dividir a "benção". E acredite, depois de um visita tempestuosa ao país dos cogus, voltei com outra idéia cristalizada em minhas células: Divide que PODE e se for pra acontecer a vida mostra.

E brother, no momento não saberia te explicar isto por outras palavras. Eu tentei de todo jeito mas não saiu...

Isso volta à idéia de que ele seja "bom". Conceito puramente humano, certo; mas o que quis dizer é que o cogumelo (ou a entidade própria a ele), levado a sério, pode se apresentar a quem chegue ao "país" dele como um BENFEITOR, mais ou menos como (o safado do) Castañeda faz Dom Juan dizer de Mescalito; um SIMBIONTE, como (o safado do) Mckenna diz. Esse motivo do professor-benfeitor sempre esteve presente em minhas experiências, uma entidade tão presente como um anfitrião, óbvia e inextricavelmente ligada ao cogumelo. Alguém tem essa sensação?

Não creio no benfeitor, nem em personificação nenhuma. Pra mim, POR ENQUANTO, é um lugar misterioso (eis aí a divindade) que faz interseção com o mundo humano e nos apresenta a um infinito de possibilidades: boas, más, úteis, inúteis, sagradas, profanas... Mas isto é gramática. As duas intepretações, "benfeitor" e "lugar" não se excluem - podemos tirar as mesmas lições.

Há ilusão, delusão e alucinação no país dos cogumelos, tanto quanto neste aqui e tanto quanto em todas as religiões. O sentido da jornada pra mim é olhar através desses espectros e enxergar esta realidade AQUI lá também e vice versa. Uma metáfora boa talvez seja um espelho mágico: Quando voce o encara de frente, ele revela objetos "mágicos" que os olhos não conseguem ver mas o cenário e os personagens refletidos são os mesmos. Então voce manipula seu reflexo para que ele toque os objetos mágicos e aprenda com eles.

Êta.
 
Acho que é decisão pessoal intransferível ser e se sentir parte de qualquer coisa que se queira. A graça da vida está na miscelânea do todo que é um e que é todos.
Se me dizem que o um peixe australiano é deus, eu quero bater palmas para beleza da vida.
E se disserem que os arianos comandam dirá o quê, "Hi Hitler" :?::?::?:
 
Boa!
Eu direi: Foda-se Hitler!
Mas mesmo assim defenderei os direitso dos que disseram que eles comandam.
 
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