- 23/01/2005
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Eu falo de vícios.
Quantas vezes você ja se desprendeu de um valor infinitamente absoluto na sua vida? E hoje, ja o fez quantas vezes ?
Eu falo de lutar pra existir, não existir por existir.
Falo de virtudes de herói, não vícios...
Se alguém quisesse mesmo saber o que eu estive falando, se dirigiriam a mim com maior humildade.
Mas sempre são senhores de verdades nas inferências a mim.
Claro, porque minhas palavras soam assim verdades pra vocês também.
Mas não PORQUE QUERO EU ter a verdade em absoluto, eu só digo porque acho verdade.
Libertem-se dos seus vícios, quantas vezes ja o fizeram hoje ? E quantas durante a vida?
Existe sangue no leito dos heróis, não capim e almofada.
Quantas vezes ja trocou o sono para chegar a conhecer alguma coisa?
E das refeições, ja suportou negar a si mesmo na fome, para perfazer-se da forma necessária ?
Quantas vezes falou de coisas elevadas à quem empenhou a vida toda em rebaixar todas as coisas? Sacrificando assim a sua força de vontade ?
...
São pequenas coisas, pequenos traços de personalidade que formam uma totalidade.
Entendo, só acho que é muito mais simples do que você pensa. Porque concordo em lutar para existir em vez de simplesmente estar na maré, mas a luta pra mim é apenas atenção, somente isso. A luta da vida, pela liberdade dos vícios se trava através da atenção. Atenção em si, atenção silenciosa, atenção às sensações ao redor, ao próprio corpo. A única ferramenta que temos pra existir é o nosso corpo. A manifestação é o corpo.
O que é a mente filosófica? O que são as emoções se não vícios?
Repito: a única ferramenta é o corpo, a verdade vem através dele, porque ele é manifesto, ele sente, mas está abarrotado dos vícios, abarrotado dos condicionamentos, abarrotado do ócio improdutivo.
Atenção ao corpo. Ele é o canal, ele reage ao absoluto, ele sente o absoluto, mas precisa estar em silêncio. Que se dane a mente, que se dane o espírito, eles não existem quando o corpo está atento, porque eles se tornam o corpo.
A enteogenia deixa isso bem claro, mas não necessitamos dela pra saber disso. Focalizar a atenção no corpo durante a conexão com o absoluto nas experiências enteogênicas revela. O corpo reage a cada movimento do absoluto através da mente ou dos nossos canais energéticos e isso é feito em silêncio, sem os vícios, sem os condicionamentos, sem a mente racional e é por isso que quase sempre não percebemos a comunicação direta do espírito com a matéria.
Em estados de caos o corpo sofre, pede arrego, fica inquieto. Em plenitude a saúde vem, o frio cessa, os músculos relaxam, a respiração acalma. Quem fez isso, foi vc com a sua mente racional? Não, foi o absoluto, e a mente na maioria das vezes nem se dá conta desse contato tão direto e CLARO.
Atenção ao corpo!