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Seleção e melhoramento de linhagens

mjcogumelo

Cogumelo maduro
Cadastrado
27/05/2012
20
52
62
Paudalho - PE
A seleção e o melhoramento de uma linhagem pode ser feita de duas maneiras. Através da exposição da mesma a certas condições ambientais, ocasionando a expressão ou a repressão de certas características (pressão fisiológica); ou por cruzamento (breeding), através da fusão de hifas de duas culturas monospóricas monocarióticas originadas de esporos sexualmente compatíveis, que originam uma nova cepa dicariótica haplóide, com capacidade de frutificar. Essa nova cultura, mesmo sendo originada de um mesmo cogumelo, tem, potencialmente, características fenotípicas/genotípicas diferentes do carpóforo parental. O que pode interferir em parâmetros como produtividade e morfologia do cogumelo. Essa variabilidade torna-se ainda maior quando se obtém culturas multispóricas, como no caso de isolados de sporeprints.
Culturas multispóricas levam a uma “descaracterização” de linhagens de cogumelos, uma vez que, por não se tratarem de clones, sofrem o risco de perder características genotípicas e fenotípicas ou, até mesmo, de expressarem características distintas da cultura que lhe deu origem
 
Eu acho essa questão das inoculações multiesporo muito boa. Na realidade são variedades de uma mesma linhagem (são novas gerações da linhagem que se expressam diferentes).

Para mim "Strain" deveria apenas ser utilizado para tratar de uma cultura isolada dentre outras que foram ou não originadas de uma mesma linhagem "mãe". A tentativa de manter esta Strain seria únicamente atravez de clonagens, como no cultivo de videiras, em que se tem variedades bem definidas, propagadas unicamente por clonagem e que sempre apresentarão as determinadas caracteristicas típicas da mesma.

Cultivar uma variedade por esporo é germinar várias novas strains (que podem ser isoladas).

Fazendo link com outro tópico... Em relação à seleção por esporos, acho que se for utilizar sempre as várias gerações descendentes de esporos a variabilidade apesar de ser grande dentro de uma mesma linhagem, ela será limitada, as recombinações serão limitadas. E as mutações que diferenciariam mais a linhagem só seriam eficientes para isso, caso o cultivador a escolha (como albinismo, e etc).
 
Última edição:
Eu acho essa questão das inoculações multiesporo muito boa. Na realidade são variedades de uma mesma linhagem (são novas gerações da linguagem que se expressam diferentes).

Para mim "Strain" deveria apenas ser utilizado para tratar de uma cultura isolada dentre outras que foram ou não originadas de uma mesma linhagem "mãe". A tentativa de manter esta Strain seria únicamente atravez de clonagens, como no cultivo de videiras, em que se tem variedades bem definidas, propagadas unicamente por clonagem e que sempre apresentarão as determinadas caracteristicas típicas da mesma.

Cultivar uma variedade por esporo é germinar várias novas strains (que podem ser isoladas).

Fazendo link com outro tópico... Em relação à seleção por esporos, acho que se for utilizar sempre as várias gerações descendentes de esporos a variabilidade apesar de ser grande dentro de uma mesma linhagem, ela será limitada, as recombinações serão limitadas. E as mutações que diferenciariam mais a linguagem só seriam eficientes para isso, caso o cultivador a escolha (como albinismo, e etc).
Concordo com vc. Eu observei que, neste site, o pessoal troca sporeprints ser referindo com sendo uma linhagem (strain ou estirpe). No entanto, não pode ser (strain), porque não se trata de uma cultura vegetativa (clone) da variedade a que se referem.
 
Concordo com vc. Eu observei que, neste site, o pessoal troca sporeprints ser referindo com sendo uma linhagem (strain ou estirpe). No entanto, não pode ser (strain), porque não se trata de uma cultura vegetativa (clone) da variedade a que se referem.

O termo linhagem acredito ser adequado, afinal tratamos de uma linhagem genética de gerações atravez dos esporos.
As palavras strain, cepa e estirpe ainda são indevidamente utilizadas devido a maneira como se difundiu o conceito de strain dentro da micologia caseira.

Como exemplo vou falar de uma linhagem que apresenta fenotipo para albinismo. Se inoculada via esporos como normalmente é distribuida, obteremos a germinação de várias estirpes e talves alguma delas apresentará a caracteristica albina já presente dentro dessa conhecida linhagem de esporo. Seria muita sorte por via do isolamento padrão (transferência em agar) obter justamente a dita cuja estirpe albina. Naturalmente por isso, para encontrar a strain/estirpe/cepa albina inocula-se multiesporo e posteriormente durante o desenvolvimento dos cogumelos faz-se as clonagens, para isolar a strain albina.

Linhagem é um termo adequado para falar das gerações de esporos difundidas.

Strain, Cepa ou Estirpe são adequados na propagação de um indivíduo especifico, isolado e originado de uma determinada linhagem de esporos.

Ou seja, primeiro obtemos uma determinada linhagem que possui em seu carimbo de esporo um determinado fluxo gênico de população (afinal são vários individuos em um único carimbo de esporos) que pode dar origem a alguns indivíduos que a caracterizam como importante. Podendo formar individuos produtivos, de rápida colonização, albinos, bons produtores de esporo, potêntes, etc). Só depois de identificado o indivíduo (strain, cerpa, estirpe) interessante ele será isolado dos demais em sua população para primorizar suas caracteristicas no cultivo.

Eu por exemplo mantenho uma Linhagem que coletei em ambiente natural desde o ano de 2006 e até agora só isolei uma strain para homogeneizar o crescimento micelial. Quando o cultivo acabou, eu retornei para a linhagem de esporo (no caso obtido dos cogumelos produzidos pela strain) para dar inicio a um novo cultivo e talves um novo isolamento de strain para primorizar alguma caracteristica no meu cultivo.
 
Última edição:
Concordo com vc. Eu observei que, neste site, o pessoal troca sporeprints ser referindo com sendo uma linhagem (strain ou estirpe). No entanto, não pode ser (strain), porque não se trata de uma cultura vegetativa (clone) da variedade a que se referem.


Para fins práticos as culturas multi-esporos isoladas das outras são uma strain.

Não vale a pena tanto preciosismo no nosso caso de culturas amadoras.
 
Para fins práticos as culturas multi-esporos isoladas das outras são uma strain.

Não vale a pena tanto preciosismo no nosso caso de culturas amadoras.

Aí nesse caso, se eu quiser fazer um isolamento micelial, vou ter de chamar o isolamento de "sub-strain" obtida da Strain "tatata".

Nesse caso as palavras "Strain/cepa/estirpe" não dão o sentido do que realmente se trata (uma linhagem multiesporo). Acho que escolhemos a palavra "Strain" por que é mais Style você não acha? Ou talvez tenha sido apenas fruto de um engano.

É quase a mesma coisa do que eu confundir "inoculação multiesporo" com "inoculação utilizando micélio".
 
Grandissimo master figurinha , o que seria do C.M sem suas aulas micologicas !!!

Obrigado!!

aaah é que os outros professores aqui do teonanacatl.org, estavam tomando uma limonada espacial durante o tempo que postei! rsrs

Abraços Insider!
 
Muito bom, mjcogumelo e figurinha esse topico é uma aula.:)

Seria interessante fazer um teste de eficiencia biologica tipo:Cultura mãe x multiesporo
Coletar dados peso, medida, aparencia etc...

Outra questão é: Uma clonagem pode ter expressão diferente em fluxos difentes?
Por exemplo:
Foi clonado um individuo do 3°fluxo.
Em novo substrato essa clonagem pode produzir um 1° fluxo diferente do clone ?
 
Muito bom mesmo esse tópico, obrigado ai figura e mj.

Muito bom, mjcogumelo e figurinha esse topico é uma aula.:)

Seria interessante fazer um teste de eficiencia biologica tipo:Cultura mãe x multiesporo
Coletar dados peso, medida, aparencia etc...

Outra questão é: Uma clonagem pode ter expressão diferente em fluxos difentes?
Por exemplo:
Foi clonado um individuo do 3°fluxo.
Em novo substrato essa clonagem pode produzir um 1° fluxo diferente do clone ?

Boa pergunta, sempre me perguntei isso, e qaunto a quantidade tb, pq geralmente o primeiro e segundo flush sao muito prolíficos seguidos de flushs menos rendosos. será uma clonagem de um gigante do 4o fluxo nao criaria uma strains de giogantes solitários (desde o primeiro flush)?
 
Outra questão é: Uma clonagem pode ter expressão diferente em fluxos difentes?
Por exemplo:
Foi clonado um individuo do 3°fluxo.
Em novo substrato essa clonagem pode produzir um 1° fluxo diferente do clone ?

Pode sim KarapanA ,

Como parte de seu instinto de sobrevivencia, o fungo pode se adaptar / morfar deacordo com as condiçõoes genéticas impostas a ele independentemente da genetica.

Por exemplo, existe um videozinho do Marc keith do "Lets Grow Mushrooms" em que ele pega uma especie de Plerotus(oyster mushroom) e faz uma clonagem, depois cultiva a cultura clonada em cultivo interior em substrato de palha, e o mesmo genotipo é tambem cultivado em um cultivo exterior em toras de madeira.

Apesar do cogumelo ter exatamente o mesmo genotipo, a forma dele muda completamente devido as condicoes ambientais em que foi exposto.

É claro que se você expor o cogumelo clonado em substratos identicos e condicoes ambientais identicas nao havera mudancas significantes no genotipo, mas pensa que um genotipo isolado(strain) sempre tem a tendencia de se adaptar e virar uma nova linhagem com o passar de geracoes multi-esporos, isso como parte do seu instinto de sobrevivencia.

Basicamente eu penso que nao importa qual o fluxo que você isola o cogumelo e sim QUAL o cogumelo que você isola, pois uma vez você isolou o genotipo unico, ele volta a o estado vegetativo e segue adiante com a reproducao de cepas dando espaco a uma nova serie de fluxos apartir do novo micelio que cresce.
 
Última edição:
Muito bom, mjcogumelo e figurinha esse topico é uma aula.:)

Seria interessante fazer um teste de eficiencia biologica tipo:Cultura mãe x multiesporo
Coletar dados peso, medida, aparencia etc...

Outra questão é: Uma clonagem pode ter expressão diferente em fluxos difentes?
Por exemplo:
Foi clonado um individuo do 3°fluxo.
Em novo substrato essa clonagem pode produzir um 1° fluxo diferente do clone ?


Muito bom mesmo esse tópico, obrigado ai figura e mj.



Boa pergunta, sempre me perguntei isso, e qaunto a quantidade tb, pq geralmente o primeiro e segundo flush sao muito prolíficos seguidos de flushs menos rendosos. será uma clonagem de um gigante do 4o fluxo nao criaria uma strains de giogantes solitários (desde o primeiro flush)?


Pode sim KarapanA ,
Basicamente eu penso que nao importa qual o fluxo que você isola o cogumelo e sim QUAL o cogumelo que você isola, pois uma vez você isolou o genotipo unico, ele volta a o estado vegetativo e segue adiante com a reproducao de cepas dando espaco a uma nova serie de fluxos apartir do novo micelio que cresce.

Com relação às diferenças de fluxo, o ideal é sempre clonar cogumelos do primeiro fluxo, visto que o micélio é muito mais jovem e sadío do que os do segundo e terceiro fluxo.

Fazendo isso as chances de você obter um micélio mais vigoroso e saudável é maior, precisamos lembrar que a todo momento estamos sujeitos a contaminar o nosso cultivo, quanto mais rápido obtermos micélio sadio, melhor.
Também é importante essa questão da "fase do cogumelo". Pins e jovens carpóforos, além de não estarem contaminados com esporos, possuem micélio jovem que se desenvolvem bem mais rapido do que o encontrado em cogumelos mais maduros.

As diferenças entre flushs de uma strain/cepa/estirpe estão relacionadas ao ambiente (substrato por exemplo) como já foi dito, durante os fluxos o micélio vai envelhecendo o alimento vai se esgotando (o que é notavel na diminuição do substrato).

O genótipo muito provavelmente não é alterado durante os fluxos, apenas o fenótipo se apresentará diferente devido às restrições do meio. Não creio que clonar cogumelos grandes de terceiro fluxo produzirá cogumelos grandes no 1° fluxo do próximo cultivo.

Logo: Para otimizar o desempenho da clonagem utilize cogumelos jovens do primeiro fluxo (flush).
 
Legal, era nisso que eu queria esclarecimento.

Muito bom esse tópico!
 
Concordo com vc. Eu observei que, neste site, o pessoal troca sporeprints ser referindo com sendo uma linhagem (strain ou estirpe). No entanto, não pode ser (strain), porque não se trata de uma cultura vegetativa (clone) da variedade a que se referem.
Vale salientar que um esporo germinado não constitui uma linhagem, pois uma cultura monospórica é uma cultura gamêtica, ou seja, cada célula da colônia micelial possui apenas um núcleo (metade dos cromossomos como um espermatozóide ou um óvulo) e não consegue, sozinha, fechar o ciclo e produzir cogumelos. É necessário que esta entre em contato com uma outra cultura monospórica sexualmente oposta, para se fundir e dar origem a uma cultura dicariótica com (n1+n2) que pode fechar o ciclo reprodutivo. Acontece que, numa cultura multispórica, você tem a produção de uma mistura de várias culturas que podem sofrer o efeito de uma "falta" de incompatibilidade somática, onde algumas destas culturas podem se fundir e segregar, formando novas culturas do tipo (n1+n1) ou (n2+n2) estéreis. O que leva a perda ou depreciação da produtividade. A maneira de evitar esse problema é fzer um isolamento do contexto do cogumelo, sempre evitando as lamelas onde se localizam os basidiósporos. Um artigo interessante, para aqueles que querem conhecer um pouquinho mais, é uma revisão de JJ Warrall sobre o assunto na revista Mycologia (v. 89, n.1 p. 24-36).
 
Vale salientar que um esporo germinado não constitui uma linhagem, pois uma cultura monospórica é uma cultura gamêtica, ou seja, cada célula da colônia micelial possui apenas um núcleo (metade dos cromossomos como um espermatozóide ou um óvulo) e não consegue, sozinha, fechar o ciclo e produzir cogumelos. É necessário que esta entre em contato com uma outra cultura monospórica sexualmente oposta, para se fundir e dar origem a uma cultura dicariótica com (n1+n2) que pode fechar o ciclo reprodutivo. Acontece que, numa cultura multispórica, você tem a produção de uma mistura de várias culturas que podem sofrer o efeito de uma "falta" de incompatibilidade somática, onde algumas destas culturas podem se fundir e segregar, formando novas culturas do tipo (n1+n1) ou (n2+n2) estéreis. O que leva a perda ou depreciação da produtividade. A maneira de evitar esse problema é fzer um isolamento do contexto do cogumelo, sempre evitando as lamelas onde se localizam os basidiósporos. Um artigo interessante, para aqueles que querem conhecer um pouquinho mais, é uma revisão de JJ Warrall sobre o assunto na revista Mycologia (v. 89, n.1 p. 24-36).

Quando afirmei que as inoculações multiesporo seriam mais devidamente referidas quando chamadas de Linhagem, levei em consideração que elas são provenientes de um carimbo de esporos em que todos os basidiósporos possuem uma ascendência em comum, uma Linhagem genética próxima dos demais basidiósporos irmãos.

Existem várias Linhagens familiares (Cambodian, PESA, PE6, Mex Dutch King, etc) dentre os carimbos de esporo muito referidos nessa comunidade.

Quando cultivamos apartir de carimbo de esporo, as strains/cepas/estirpes são provenientes de uma dessas Linhagens (citadas acima) podendo ser isoladas e utilizadas para optimizar um cultivo por suas qualidades.

É possivel cruzar muitas Linhagens atraves de seus esporos. Vimos isso por exemplo na confecção de Linhagens novas como: PE6 (Penis Envy + Texas), PE albino e PE Uncut (Penis Envy + PF Albino), enfim.

Não é possivel misturar duas Strains/Cepa/Estirpes por meios convencionais pois ambas serão micélio dicariótico.

Gosto muito disso. Muito obrigado pela indicação hein!
 
Última edição:
KarapanA disse:
Seria interessante fazer um teste de eficiencia biologica tipo:Cultura mãe x multiesporo
Coletar dados peso, medida, aparencia etc...

Não sei se entendi direito o fundamento aqui. A idéia é comparar a Strain/Cepa/Estirpe produzindo isoladamente em um cultivo, coletar esporos destes, cultiva-los multiesporo e verificar se há melhor ou pior desempenho comparado à strain isolada que deu origem a estes?

Se o cultivo for multiesporo do inicío ao fim as cepas/strains filhas vão competir pelo substrato, e a produção vai ser heterogênea (afinal têm várias strains se apresentando). É provavel por eficiência que a Cultura (strain) mãe vai se desenvolver e frutificar mais eficiêntemente, pois não haverá competição por substrato, e como consequência a frutificação será homogênea.


mjcogumelo você têm alguma referência sobre as proporções da variabilidade genética em um único carimbo de esporo?
 
Última edição:
O artigo do PDF do Worral não está carregando facilmentena SCiele, mjcogumelo.

Tem algum outro link dele?
 
Não sei se entendi direito o fundamento aqui. A idéia é comparar a Strain/Cepa/Estirpe produzindo isoladamente em um cultivo, coletar esporos destes, cultiva-los multiesporo e verificar se há melhor ou pior desempenho comparado à strain isolada que deu origem a estes?

Se o cultivo for multiesporo do inicío ao fim as cepas/strains filhas vão competir pelo substrato, e a produção vai ser heterogênea (afinal têm várias strains se apresentando). É provavel por eficiência que a Cultura (strain) mãe vai se desenvolver e frutificar mais eficiêntemente, pois não haverá competição por substrato, e como consequência a frutificação será homogênea.

Certo figurinha vou tentar explicar oque tinha pensado :

Fiz um cultivo em pequena escala de Pleorotus pulmorius, a cultura mãe foi obtida de local de confiança.
Ainda tenho a cultura original estocada e tambem tirei uns prints desse cultivo anterior.

Em um proximo cultivo pensei em fazer a maioria das bags com cultura mãe
e fazer uma ou duas com o print( germinar em CL pra corrida ser justa) .
Comparar tempo de colonização grãos e substrato, tempo de pinagem, EB etc...

Voce mesmo ja me respondeu o que esperar, competição entre cepas e consequente menor produção do multieporo.


Valeu figurinha, voce é o cara.:)
 
Não sei se entendi direito o fundamento aqui. A idéia é comparar a Strain/Cepa/Estirpe produzindo isoladamente em um cultivo, coletar esporos destes, cultiva-los multiesporo e verificar se há melhor ou pior desempenho comparado à strain isolada que deu origem a estes?

Se o cultivo for multiesporo do inicío ao fim as cepas/strains filhas vão competir pelo substrato, e a produção vai ser heterogênea (afinal têm várias strains se apresentando). É provavel por eficiência que a Cultura (strain) mãe vai se desenvolver e frutificar mais eficiêntemente, pois não haverá competição por substrato, e como consequência a frutificação será homogênea.


mjcogumelo você têm alguma referência sobre as proporções da variabilidade genética em um único carimbo de esporo?
Existem estudos clássicos em relação a dois tipos de herança envolvendo a compatibilidade (e incompatibilidade) de hifas monospóricas. A herança bipolar, que envolve espécies como o Agaricus bisporus, por exemplo; e a herança tetrapolas, que pode se observar, por exemplo, em Pleurotus e shiitake e em na grande maioria dos cogumelos. A bipolar envolve um gene com dois alelos distintos (A e a), que são sexualmente compatíveis em heterozigose (Aa) e incompatíveis em homozigose (AA ou aa). A tetrapolar envolve dois genes (A e B) com quatro alelos distintos (A1, A2, B1 e B2), que se segregam nas possíveis combinações em cada basidiospóros (A1B1, A2B1, A1B2 e A2B2), que são compatíveis também heterozigose, com a combinação de pares de cuturas multispóricas com núcleos (A1B1 e A2B2; A2B1 e A1B2) e semimcompatíveis quando houver homozigose só em A ou só em B. Estes semincompatíveis formam dicários, porém, dependendo da homozigose, formam poucos grampos de conexão nas hifas ou pouca ou nenhuma frutificação. Quanto a se tratar de misturas de culturas multispóricas, pode hafer fusão de hifas com dicário com migração de um dos núcleos, formando uma homozigose em um desses alelos (ou em ambos) e ocasionando uma semincompatibilidade (ou uma incompatibilidade). Isso pode aumentar a intensidade de crescimento vegetativo em detrimento da produção de carpóforo. Já presenciei, na minha vida de cultivo e produção de micélio, a contaminação de entre duas linhagens da mesma espécie de Pleurotus dando-me um resultado desastroso. Como já vi também muito produtor de champinhom cair de repente de produtividade por conta da semente que estava usando. Espero que tenha atendido a sua questão, querido amigo, pois é o pouco que esse velho micófilo tem a contribuir.

Esse artigo é interessante!
 

Anexos

  • SOMATIC_INCOMPT_BASIDIOMYC.pdf
    474.7 KB · Visualizações: 19
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