Teonanacatl.org

Aqui discutimos micologia amadora e enteogenia.

Cadastre-se para virar um membro da comunidade! Após seu cadastro, você poderá participar deste site adicionando seus próprios tópicos e postagens.

  • Por favor, leia com atenção as Regras e o Termo de Responsabilidade do Fórum. Ambos lhe ajudarão a entender o que esperamos em termos de conduta no Fórum e também o posicionamento legal do mesmo.

Riscos decorrentes de contaminantes

Ecuador

Artífice esporulante
Membro da Staff
Cultivador confiável
22/12/2007
9,044
5
98
Bem, em outro post rolou (ou está rolando) uma discussão sobre riscos dos contaminantes.

Entretanto ficaram faltando citações específicas. Abri esse para ir acumulando essas citações, à medida que as for achando, ou que outras pessoas contribuirem.

A primeira citação que achei foi essa:


"Esporos de Doratomyces stemonites costumam ser introduzidos nas camas de cultivos pelo ar e sobrevivem ao processo de pasteurização. Este fungo pode também provocar problemas respiratórios nos trabalhadores, mormente durante as operações de esvaziamento e limpeza dos galpões de cultivo. Outros bolores conhecidos por causarem problemas da mesma natureza são: Aspergillus fumigatus Fres., Aspergillus flavus Link., Mucor pusillus Lindt, Spicaria sp."

De: DOENÇAS FÚNGICAS E FUNGOS COMPETIDORES EM COGUMELOS COMESTÍVEIS DO GÊNERO AGARICUS

É um artigo de 2000, do Instituto Biológico, de São Paulo. O PDF está anexo.


Aspergillus é um contaminante conhecidos de meios de cultura de cogumelos decompositores, incluindo-se aí os meios de cultura caseiros.

Está envolvido também na Aspergilose. Mais em:

Aspergilose – Wikipédia, a enciclopédia livre

Aspergilose Pulmonar – ABC da Saude
 

Anexos

  • 82-87.pdf
    23.3 KB · Visualizações: 48
Última edição:
:pos:eek:rra da hora estes links, a um tempo atraz coloquei em meio a uns artigos o contaminante verticillium fungicola, o que causa doença da bolha seca.

da uma conferida lá.... e belz de tópico!
 
Riscos decorrentes de contaminantes - Verticillium

Verticillium spp

Conhecido como doença da "bolha seca", é o principal fungo contaminante de culturas comerciais de Agaricus bisporus. É um contaminante encontrado também em vários cogumelos selvagens. (1)

A principal espécie patogênica de cogumelos seria V.fungicola . Geralmente se assume que as espécies de Verticillium que contaminam as culturas caseiras de P.cubensis são as mesmas que contaminam as culturas de Agaricus bisporus.

Apesar dos vários relatos sobre as grandes perdas que pode causar nas culturas de Agaricus, não encontrei nenhuma referência a possíveis efeitos tóxicos da ingestão de Verticillium em humanos. Há inclusive pelo menos uma espécie usada como pesticida orgânico, por causa do menor potencial de dano aos humanos que os pesticidas convencionais. (2)

No Shroomery são algumas vezes referenciados como não tóxicos, mas referências sobre a toxicidade ou não da ingestão para humanos devem ser levantadas. (3)

Em um documento da European and Mediterranean Plant Protection Organization os Agaricus contaminados são referenciandos como não comercializáveis, sem menção a um possível efeito tóxico. (4)

Enquanto patógeno de outros fungos Verticillium não se reproduz no substrato, mas sim sobre os cogumelos contaminados. Em fazendas de Agaricus é comum se jogar sal ou álcool nas áreas infectadas para tentar controlar o patógeno, o que pressupõe que se a contaminação não se disseminar os frutos produzidos no substrato em volta serão colhidos.

No geral as várias espécies de Verticillium podem infectar não só fungos como também plantas e artrópodos. É de se esperar alguma diferença nos alvos de cada espécie.


Em humanos há relato de uma rara infecção fúngica na córnea causada por Verticillium - (5) e (6) - embora haja discordâncias - (7).

Apontado ainda como alérgeno e agente irritante para humanos. Pode prejudicar pessoas com problemas imunológicos devido a leucemia (e possivelmente devido a outras situações que comprometam o sistema imunológico) - (8). Este artigo fala também de casos de infecções subcutâneas e peritonite.

Os casos relatados de infecções em humanos que encontrei são mesmo raros, e apesar de citarem o gênero Verticillium não indicam com certeza uma espécie conhecida.



(1) Burbuja Seca Causada por Verticillium - http://mushgrowinfo.cas.psu.edu/spanish_verticillium.htm
Verticillium
Dry Bubble Fact Sheet - http://mushgrowinfo.cas.psu.edu/Verticillium Dry Bubble.htm

(2) Organic Pesticides
www.ontarioprofessionals.com/organic.htm
Human uses of fungi
http://vasatwiki.icrisat.org/index.php/Human_uses_of_fungi

(3) brown at base of mushrooms ?
http://www.shroomery.org/forums/showflat.php/Number/949527#949527

(4) Guidelines on good plant protection practice - mushrooms
http://archives.eppo.org/EPPOStandards/PP2_GPP/pp2-20-e.doc

(5) Verticillium sp. - Found in decaying vegetation, on straw, soil, and arthropods. A rare cause of corneal infections.
http://reliablelab.com/b/resources/fungal-glossary/

(6) Keratitis Caused by Verticillium Species
http://www.corneajrnl.com/pt/re/cor...5y9JdQwG41LGpw9!-1013551081!181195628!8091!-1

(7) Verticillium sp. - EMLab P&K
http://www.emlab.com/app/fungi/Fungi.po?event=fungi&species=128&type=primary

(8) Fungemia caused by Verticillium species in an immunocompromised child - Indian Journal of Medical Microbiology
http://www.ijmm.org/article.asp?iss...me=24;issue=1;spage=65;epage=66;aulast=Bashir


Outras fontes:
http://www.shroomery.org/5276/What-are-common-contaminants-of-the-mushroom-culture
 
Última edição:
Verticillium

Enquanto patógeno de outros fungos Verticillium não se reproduz no substrato, mas sim sobre os cogumelos contaminados. Em fazendas de Agaricus é comum se jogar sal ou álcool nas áreas infectadas para tentar controlar o patógeno, o que pressupõe que se a contaminação não se disseminar os frutos produzidos no substrato em volta serão colhidos.

valeu ecuador... agora uma pergunta é aplicação direta mesmo de alcool ou sal??
 
Legal esse tópico, outro dia eu estava pensando justamente nisso, sobre os males que as contaminações podem causar. Em todo o fórum existem avisos pra tomar cuidado com elas mas nenhum que trate do assunto especificamente. Parabéns!!:pos::pos:
 
valeu ecuador... agora uma pergunta é aplicação direta mesmo de alcool ou sal??


Basidioma,

Do link em espanhol, que fica fácil para quem não lê inglês:

"Sal de mesa o en roca, HTH pulverizado al 15% o alcohol al 80% pueden ser usados para cubrir o rociar las áreas infectadas."

Tem até uma foto de uma contaminação coberta por sal.
 
Riscos decorrentes de contaminantes - Cobweb

Mofo Cobweb - Cladobotryum mycophilum ou C. dendroides. (também conhecido como Dactylium dendroides e Hypomyces rosellus).

Outra espécie causadora de cobweb pode ser Cladobotryum varium (Hypomyces aurantius).

Adaptado do Contamination FAQ do Shroomery (1):
"É um micélio algodoado que cresce sobre a camada de cobertura (casing) dos cultivos. Quando entra em contato com um cogumelo o envolve e causa podridão de aspecto mole. Também parasita cogumelos selvagens.
O cobweb é mais escuro que o micélio de cubensis. Quase cinza. Essa diferença de cor é algumas vezes difícil de explicar para alguém que não os tenha visto lado a lado. Há vários outros indicadores de cobweb. Um que se destaca é a velocidade do crescimento. Uma contaminação com área inicial do tamanho de uma moeda pequena se espalha e cobre um pote ou um cultivo em camada de cobertura em somente um ou dois dias. O Cobweb também é muito filamentoso, e com filamentos finos, enquanto o micélio de cogumelos tende a ter filamentos mais grossos.
O cobweb é favorecido por umidade alta. Estratégias de controle envolvem baixar a umidade e/ou aumentar a circulação de ar."

O cobweb também parasita culturas de Agaricus (2). Outras cores fora o cinza citado no FAQ do Shroomery são relatadas (2) e (3) - como rosado ou amarelo-marrom.

Os esporos do cobweb se soltam facilmente, e podem ser transportados por longa distância pelo ar. Em Agaricus as áreas contaminadas do cultivo podem ser tratadas com um papel molhado com álcool, antes de serem cobertas com sal. Não há menção entretanto à necessidade de se descartar os frutos do substrato em volta. (3)

Não encontrei dados sobre a toxicidade para humanos dessas duas espécies de Cladobotryum causadoras de cobweb. Também não encontrei dados sobre infecções em humanos provocadas pelos mesmos.

Na falta de dados o risco envolvido na ingestão de cobweb por humanos deve ser levantado, assim como o risco de ocorrência de infecções raras e/ou oportunistas.

(1) What are common contaminants of the mushroom culture?
http://www.shroomery.org/5276/What-are-common-contaminants-of-the-mushroom-culture

(2) Mushroom production - 2. Pests and diseases
http://www2.dpi.qld.gov.au/horticulture/5194.html

(3) COBWEB/MILDEW DISEASE FACT SHEET
http://mushgrowinfo.cas.psu.edu/cobweb_mildew_fact_sheet.htm
 
Riscos decorrentes de contaminantes - Trichoderma

Mofo verde, Duende verde, Trichoderma aggressivum, T. harzianum, T. viride, T. koningii

O parágrafo abaixo foi adaptado do Shroomery Contamination FAQ (1). É um texto provavelmente baseado nos dados de culturas comerciais de Agaricus.

"O mofo verde, causado por Trichoderma harzianum se caracteriza por um micélio branco e agressivo que cresce sobre o casing e sobre os cogumelos, causando uma deterioração de aspecto mole. As massas de esporos que eventualmente se formam são verde esmeralda. Áreas fortemente infestadas são improdutivas. É atualmente a mais importante doença na indústria americana de Agaricus. Muitas fazendas espalham sal no substrato nas áreas afetadas tão logo o mofo verde é reconhecido. Saneamento completo é necessário (para evitar as epidemias de Trichoderma). Estantes, bandejas, paredes, piso etc. devem ter a superfície desinfetada como medida de rotina, o que é feito urgentemente em seguida à eclosão de uma epidemia. Há muitos produtos comerciais disponíveis para essa limpeza de superfícies. Os ingredientes base desses materiais incluem cloro, iodo, fenóis e amônias quaternárias, entre outros. Os desinfetantes de superfície são usados em toda a área e equipamentos da fazenda (de Agaricus). Outros mofos verdes (do gênero Trichoderma)podem ser definidos como indicadores, uma vez que não parecem tão agressivos quanto T. harzianum. Estas outras espécies de Trichoderma também esporulam na superfície do casing e podem esporular nos cogumelos infectados. Estes fungos indicam que há carboidratos disponíveis, possivelmente devido a suplementação inadequada de nitrogênio durante a fase I ou à má composição do substrato. É relatado que T. viride produz toxinas que dissolvem as paredes celulares dos cogumelos. Um substrato úmido e com amônia (nitrogênio) baixo antes das pasteurização, insetos, saneamento insuficiente, condições anaeróbicas e outros fatores influenciam o aparecimento do mofo verde. Estes fungos são comuns na serragem e de ocorrência comum em cogumelos gastronômicos. Trichoderma é freqüentemente confundido com Penicillium e Aspergillus (e vice-versa), sendo que os três têm aparência muito similar e não são fáceis de separar sem o uso de um microscópio."


Como mencionado no FAQ do Shroomery (acima) outras culturas de cogumelos, como Lentinula edodes (shiitake) e Pleurotus também são afetadas pelo Trichoderma. Como no caso de outros contaminantes vistos em mensagens anteriores nos relatos de contaminações em cultura comerciais de cogumelos comestíveis se fala em perda de produção, mas não em descarte de todo o substrato afetado (2). Vi pelo menos um trabalho que analisa a produtividade e número de cogumelos produzidos por Agaricus blazei na presença dos contaminantes Trichoderma sp. e Chaetomiun oliveraceum (3) - o que indica que as fazendas de cogumelos comestíveis não consideram o simples aparecimento de um foco de contaminação por Trichoderma um fator por si só de descarte da produção.

Entretanto um fator preocupante é a possibilidade do Trichoderma ser confundido com outros contaminantes.


Apesar de não encontrar dados sobre os possíveis riscos de ingerir cogumelos como Agaricus por causa da contaminação da cultura por Trichoderma encontrei menção à ocorrência de micotoxicose (intoxicação devido a toxinas produzidas por fungos - micotoxinas) associada a este gênero (4) (5).

Os possíveis riscos associados à ingestão de cogumelos provenientes dessas culturas devem ser analisados.


O gênero Trichoderma está envolvido em infecções pulmonares, otite, sinusite, peritonite e infecções renais, perihepáticas e outras (5) (6) (7) (8) (9) (10) (11). Os casos relatados são relacionados principalmente a infecções oportunistas em pacientes imunocomprometidos ou a pacientes que fazem hemodiálise. As espécies envolvidas são Trichoderma harzianum, Trichoderma longibrachiatum, Trichoderma citrinoviride e Trichoderma viride, pelo menos. Também é citado como alérgeno.


Trichoderma sp. é usado como agente de controle biológico na agricultura, e há preparados comerciais disponíveis (12) (13) (14) (15). Na aplicação é obrigatório o uso de máscara e equipamento de proteção. Os preparados são descritos como "pouco perigoso aos humanos e ao meio ambiente". Alguns preparados têm alta concentração de Trichoderma, como 1.000.000.000.000 (um trilhão) de esporos por litro.


(1) Shroomery Contamination FAQ
http://www.shroomery.org/5276/What-are-common-contaminants-of-the-mushroom-culture

(2) Green mold of Mushrooms
http://mushgrowinfo.cas.psu.edu/Trichoderma Green Mold.html

(3) Produtividade, eficiência biológica e número de cogumelos de A. blazei em composto na presença dos contaminantes Trichoderma sp. e C. olivacearum
http://www.scielo.br/scielo.php?scr...007000200010&lng=em&nrm=iso&tlng=em&userID=-2

(4) mold spore descriptions
http://www.quantuslabs.com/mold_spore_descriptions.htm

(5) MOLD.-.What is it all about?
http://www.mold-help.org/

(6) Trichoderma longibrachiatum infection in a pediatric patient with aplastic anemia.
http://www.pubmedcentral.nih.gov/articlerender.fcgi?artid=229611

(7) Trichoderma viride infection in a liver transplant recipient
http://cat.inist.fr/?aModele=afficheN&cpsidt=4686598

(8) Nonfatal Trichoderma citrinoviride pneumonia in an acute myeloid leukemia patient
http://www.springerlink.com/content/55t7hx16114gt777/

(9) Otitis externa due to Trichoderma longibrachiatum
http://lib.bioinfo.pl/pmid:11014631

(10) Trichoderma sp. - EMLab P&K
https://www.emlab.com/app/fungi/Fungi.po?event=fungi&species=38&type=secondary

(11) Fatal Case of Trichoderma harzianum Infection in a Renal Transplant Recipient
http://jcm.asm.org/cgi/content/abstract/37/11/3751

(12) "Trichoderma" - na Spainbonsai.com
http://www.spainbonsai.com/tricho_pt.html

(13) Microrganismos eliminam resíduos de agrotóxico
http://cienciahoje.uol.com.br/controlPanel/materia/view/1388

(14) COMPOSIÇÃO MINERAL DE MUDAS CÍTRICAS COM APLICAÇÕES DE Trichoderma spp.
http://www.todafruta.com.br/todafruta/mostra_conteudo.asp?conteudo=16134

(15) Biocerto para Trichoderma
http://www.biocerto.com.br/trichoderma_recomendacoes.html


Outras fontes:

- Contaminantes verdes isolados de fazendas de shiitake da Tailândia - em inglês
https://pindex.ku.ac.th/file_research/Species478-485.pdf

- Uma discussão sobre a validade da alegação em tribunais de problemas cognitivos devido à micotoxicose provocada por alguns gêneros de fungos - em inglês
http://www.accessmylibrary.com/coms2/summary_0286-21416169_ITM

- Um resumo sobre doenças e problemas causados por fungos - em inglês
http://www.drcordas.com/education/molds/New Trends in Understand~xb.ppt

- Diseases Caused by Molds in Humans - um texto resumido que aborda o assunto das micotoxinas
http://healthandenergy.com/diseases_linked_to_molds.htm
 
Riscos decorrentes de contaminantes - Aspergillus

Aspergillus sp. - Mofo preto ( e também amarelo e outras cores)

O trecho inicial, abaixo, foi adaptado do Shroomery Contamination FAQ:

"Muito comum em culturas de agar e de grãos, e em substratos compostos (à base de material vegetal, como serragem, folhas, palhas, restos e outros). Encontrado na maioria dos substratos orgânicos, Aspergillus prefere um pH quase neutro a ligeiramente básico. Tabuleiros de madeira usados e prateleiras para substratos são habitats freqüentes deste contaminante nas estufas de cultivo.
A variação de cor do gênero é de amarelo a verde a preto. Mais freqüentemente as espécies de Aspergillus são esverdeadas e similares a Penicillium.
Aspergillus niger, como seu nome diz, é preto. Aspergillus flavus é amarelo ou amarelo-esverdeado; Aspergillus clavatus é verde-azulado; Aspergillus fumigatus é verde acinzentado; e Aspergillus veriscolor exibe uma variedade de cores (esverdeado a rosado a amarelado). Estes mofos, como muitos outros, mudam de cor e aparência conforme o substrato em que ocorrem. Várias espécies são termófilas (ou seja, suportam ou preferem temperaturas elevadas).
Algumas espécies de Aspergillus são tóxicas. A. flavus produz aflatoxinas mortais. A. flavus ataca farelo de sementes de algodão, amendoim e outras sementes ricas em óleo que estejam estocadas em ambientes quentes e úmidos. De todas as toxinas de origem biológica as aflatoxinas são o mais potente carcinogênico hepático conhecido. A toxicidade dessa espécie era desconhecida até que, em 1960, cem mil perus morreram misteriosamente de uma epidemia dessa doença na Grã-Bretanha.
Uma vez que A. flavus cresce em praticamente todos os tipos de grãos esta espécie é uma séria preocupação para os produtores de inóculos de cogumelos. O manejo cuidadosos de quaisquer mofos (contaminantes), especialmente aqueles do gênero Aspergillus deve ser uma responsabilidade prioritária de todos os responsáveis e trabalhadores em fazendas de cogumelos.
Aspergillus fumigatus e Aspergillus niger, dois mesófilos (neste contexto organismos que preferem condições moderadas de temperatura) termotolerantes, são também patogênicos para humanos em quantidades concentradas. A doença é chamada aspergilose ou "doença pulmonar do trabalhador em cogumelos". Substrato usado é a fonte mais freqüente de Aspergillus fumigatus." (1)

Entre os contaminantes de culturas de cogumelos decompositores o gênero Aspergillus é sério candidato a maior ameaça à saúde humana.

Estes fungos estão espalhados pelo solo e material em decomposição, e têm ocorrência cosmopolita. Em diferentes lugares, como na Inglaterra e no Brasil, por exemplo, as contagens de esporos no ar revelam a prevalência desse gênero sobre outros fungos (2).

A presença freqüente de esporos no ar facilita a contaminação de alimentos e meios de cultura.
Uma contaminação maciça em um meio de cultura pode apresentar uma concentração maior de esporos ou de toxinas, ou facilitar a multiplicação de focos de crescimento de Aspergillus pelo meio ambiente.

Em fazendas comerciais de cogumelos ocasionalmente há a ocorrência de aflatoxinas no substrato, e boa parte dos mesmos pode ter Aspergillus capazes de produzí-las (3). Mas apesar de muitos alertas sobre aflatoxinas em alimentos não achei alertas sobre as mesmas em cogumelos cultivados.

A intoxicação pelas aflatoxinas de Aspergillus é conhecida como aflatoxicose (4) (5). As aflatoxinas causam necrose, cirrose e carcinoma no fígado. Os dados são de modelos animais, mas como não há espécie conhecida que seja imune é lógico assumir que humanos também são vulneráveis.

Apesar da aflatoxicose humana ser relatada raramente os casos podem estar subestimados por causa da dificuldade de reconhecer a causa dos sintomas.

As aflatoxinas têm sido detectadas mais freqüentemente em substratos ricos em gordura, como amendoim, girassol e nozes, mas há um caso conhecido com 108 mortos na Índia, em 1974, causado pela ingestão de milho contaminado.


As infecções associadas a este gênero, como a Aspergilose invasiva, a aspergilose alérgica broncopulmonar e o aspergiloma entre outras têm os mesmos fatores de risco normalmente associados às doenças fúngicas, que são:
- diabetes
- leucemia
- quimioterapia contra cancer
- tratamento com esteróides
- fibrose cística
- portador de HIV (Aids)
- doença pulmonar obstrutiva crônica
- asma severa com sensibilidade a fungos
- problemas renais com tratamento de hemodiálise
- granuloma crônico
- outras doenças ou condições que deprimam o sistema imunológico (6)

Entretanto indivíduos saudáveis e que aparentemente têm o sistema imune em perfeitas condições também podem ser afetados de forma menos frequente, apesar da maioria das pessoas serem imunes ao Aspergillus (5) (6).

Esta capacidade de infectar indíviduos imunocompetentes ao invés de serem quase limitados a infecções oportunistas, como a maioria dos outros contaminantes encontrados em culturas de cogumelos, é que aumenta bastante a periculosidade de Aspergillus.

Onde o cultivo de cogumelos é uma atividade comum trabalhadores dos cultivos estão entre as vítimas. Encontrei um caso fatal de pneumonia por Aspergillus em um trabalhador do cultivo de cogumelos no Japão (7). Outros casos de complicações médicas devido a Aspergillus nesses trabalhadores de fazendas de cogumelos também podem ser encontrados, como este (8).


(1) Shroomery Contamination FAQ
http://www.shroomery.org/5276/What-are-common-contaminants-of-the-mushroom-culture

(2) Aspergilose broncopulmonar alérgica
http://www.medstudents.com.br/imuno/asperg/asperg1.htm

(3) Occurrence of Aspergillus spp. and aflatoxins in commercial mushroom compost
http://www.blackwell-synergy.com/doi/abs/10.1111/j.1365-2621.1983.tb00276.x

(4) Aspergillus
http://www.mold-help.org/content/view/408/

(5) AFLATOXINAS E OUTRAS MICOTOXINAS
http://www.cve.saude.sp.gov.br/htm/hidrica/Aflatoxinas.htm

(6) The Aspergillus website
http://www.aspergillus.org.uk/

(7) An autopsy case of aspergillus pneumonia after inhalation of a great deal of dust in a mushroom factory
http://sciencelinks.jp/j-east/article/200619/000020061906A0733391.php

(8) Hypersensitivity pneumonitis of a mushroom worker due to Aspergillus glaucus
http://www.encyclopedia.com/doc/1G1-9062720.html


Outras fontes
- Aspergilose pulmonar
http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?39

- Aspergillus - em português
http://www.aspergillus.org.uk/indexhome.htm?languages/index.php~main

- Mycotoxins - em inglês
http://www.romerlabs.com/mycotoxins.html

- Journal of Food Safety - AFLATOXIN PRODUCTION ON TWO MUSHROOM SUBSTRATES - produção de aflatoxinas por Aspergillus flavus e A. parasiticus usando como substrato Boletus edulis e Agaricus bisporus
http://www.blackwell-synergy.com/doi/abs/10.1111/j.1745-4565.1983.tb00463.x
 
orra muito boas a infos camarada, enfim gostaria só de saber a fase I que vocÊ classifica se é a inoculação, o preparo do meio de cultura ou a hidratação dos esporos e raspagem dos carimbos....por favor é claro:D

Um dos bolos do meu cultivo pegou o duende verde, mas pelo que vi foi ao final da etapa, o meu terrário estava com excesso de humidade e eu virava os bolos para o lado pra escorrer, e exatamente do lado onde a água escorria pelo bolo o contaminante proliferou. abraço amigo!
 
opa ECuador.... valeu velhinho..... e não sei se já elogiei, mas... belz de tópico meu querido:pos:
 
Riscos decorrentes de contaminantes - Penicillium

Penicillium spp.

É um contaminante que produz abundantes esporos azuis-esverdeados na superfície do substrato. Semelhante a Aspergillus. As condições favoráveis são similares ao mofo negro com aspecto peludo - Doratomyces spp. (basicamente o composto foi caramelizado de forma incompleta ou pouco aquecido na Fase I - então os carboidratos estão em uma forma facilmente utilizável, tornando-os mais fáceis de colonizar pelo contaminante). As espécies de Penicillium se alimentam de carboidratos simples, assim como de celulose, amido, gorduras e lignina (polímero orgânico que ocorre nas plantas associado à celulose, principalmente na madeira). Estes fungos são muito comuns em cogumelos gastronômicos e uma das principais preocupações em culturas de agar e de grãos. Esporos são levados pelo ar e são extensamente difundidos. (1)

A possibilidade de confusão com Aspergillus e Trichoderma é grande.

Como outros contaminantes citados anteriormente Penicillium é comum em cogumelos cultivados, como Agaricus e Pleurotus. (2) (3).


Esse gênero de fungos também é encontrado no solo e em restos vegetais. É responsável pelo bolor comum do pão e também ataca muitas frutas. As colônias podem ser brancas no início e mudarem de cor conforme maturam. A cor de colônias já velhas pode não ser verde-azulada. A textura parece algodoada ou aveludada e o crescimento é rápido. Causam infecções respiratórias, do trato urinário, otites, micoses cutâneas e outros problemas de saúde no homem. Como em muitos outros fungos infecciosos, os imunodeprimidos são as maiores vítimas (ver lista de fatores de risco para infecções fúngicas no post sobre Aspergillus). Também produzem micotoxinas. (4) (5) (6) (7).

P. marneffei, a principal espécie patogênica do gênero, é restrita ao sudoeste da Ásia, não é um fungo filamentoso, como as outras espécies que contaminam meios de cultura, e não está associada a restos vegetais, mas sim ao solo e a ratos do bambú. (5) (8)

Há relatos de problemas respiratórios causados por Penicillium citrinum em trabalhadores em cultivos comerciais de cogumelos (9) (10).

Não encontrei relatos específicos sobre intoxicações produzidas por Penicillium.


(1) Shroomery Contamination FAQ
http://www.shroomery.org/5276/What-are-common-contaminants-of-the-mushroom-culture

(2) DOENÇAS FÚNGICAS E FUNGOS COMPETIDORES EM FUNGOS COMESTÍVEIS DO GÊNERO AGARICUS
http://www.biologico.sp.gov.br/rifib/IIIRifib/82-87.pdf

(3) Oyster Mushroom
http://pubs.cas.psu.edu/freepubs/pdfs/UL207.pdf

(4) Penicillium
https://pt.wikipedia.org/wiki/Penicillium

(5) Penicillium spp.
http://www.doctorfungus.org/thefungi/penicillium.htm

(6) Penicillium
http://microbewiki.kenyon.edu/index.php/Penecillium

(7) Penicillium
http://www.tennesseemold.com/mold_ref/p/penicillium.shtml

(8) Homepage of Penicillium marneffei
http://www.pmarneffei.hku.hk/home/

(9) Hypersensitivity pneumonitis induced by spores of Penicillium citrinum in a worker cultivating Enoki mushroom.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/...bmed_ResultsPanel.Pubmed_RVAbstractPlusDrugs1

(10) Hypersensitivity pneumonitis caused by Penicillium citrinum, not Enoki spores.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/...nel.Pubmed_DiscoveryPanel.Pubmed_Discovery_RA
 
Última edição:
Olá pessoal,
sou novato e estou preparando p fazer a produção
a minha dúvida sobre contaminação é:
SE EU FIZER O TERRERO E COLOCAR NA ALTURA DO SOLO, ROLA CONTAMINAÇÃO? já na fase do terrero a contaminação é menor comparado a 1 etapa?
E durante todo o tempo de produção, rola um cheiro forte no ambiernte onde está a produção? Eu moro em uma quit, ai será q a galera vai perceber a produção????

Valeu pessoal,
Aguardo resposta
 
Riscos decorrentes de contaminantes - Bolor negro - Doratomyces

Bolor negro (Doratomyces spp. - ou Cephalotrichum)

Este fungo produz esporos negros semelhantes a pó, e que parecem fumaça quando agitados. Sua ocorrência indica a presença de certos carboidratos no composto na fase de inoculação. Também indica que o substrato foi caramelizado de forma incompleta ou pouco aquecido na Fase I (então os carboidratos estão em uma forma facilmente utilizável). E a proporção de carboidratos, particularmente celulose, pode estar muito alta. O bolor negro está também presente no composto que aquece demais durante o crescimento do inóculo. Este fungo utiliza carboidratos simples e também pode utilizar lignina. Doratomyces, Aspergillus e Penicillium produzem grande número de esporos e podem causar problemas respiratórios (irritação na garganta e nariz, congestão peitoral, dificuldade de respirar etc.). (1)

O bolor negro é um contaminante e competidor em culturas de cogumelos comestíveis. Encontrei referências para Agaricus e Pleurotus, pelo menos (2) (3).

É encontrado no solo, em plantas, sementes, restos vegetais e em esterco (4).

Citado como causador de problemas respiratórios em (1) e (2) e alergênico (5).

Não encontrei informações sobre a associação de Doratomyces à produção de micotoxinas ou a infecções em humanos.

Optei por traduzir o nome como bolor negro, ao invés de "bigode preto", pois achei traduzido assim em um artigo nacional, a referência (2)

(1) Shroomery Contamination FAQ
http://www.shroomery.org/5276/What-are-common-contaminants-of-the-mushroom-culture

(2) DOENÇAS FÚNGICAS E FUNGOS COMPETIDORES EM FUNGOS COMESTÍVEIS DO GÊNERO AGARICUS
http://www.biologico.sp.gov.br/rifib/IIIRifib/82-87.pdf

(3) Plagas e enfermedades del género Pleurotus spp.
http://200.23.34.74/Libros_Digitales/Libro Pleurotus/Cap.10.pdf

(4) Doratomyces
http://www.aerotechpk.com/Resources...=a&e=d&t=96957A21-5435-4A35-93B7-6F1AB3A34663

(5) Mold Allergy, Mycotoxins And Mold Infections - Saturday, July 14, 2007
http://www.moldbacteria.com/myblog/2007_07_01_moldbacteria_archive.html
 
Última edição:
Olá Galera!

Depois q o terrero está pronto e rolando, eu preciso abrir ele p respirar, ou a passagem de ar através do filtro já é sufuciente?

Valeu povo!
 
Riscos decorrentes de contaminantes - Bolor marrom canela - Peziza - Chromelosporium

Bolor marrom canela - Peziza ostrachoderma (Chromelosporium fulva)

A cor deste bolor varia de amarelo dourado a marrom dourado a marrom canela. Cresce rapidamente em manchas circulares. É muito comum no solo, e cresce em madeira úmida. Áreas do composto que se aquecem excesso durante o crescimento do inóculo podem ser colonizadas. Composto preparado inapropriadamente também pode dar condições para o aparecimento deste contaminante, porém é mais comumente conhecido como um recolonizador de camadas de coberturas (casings) excessivamente pasteurizadas, provavelmente se nutrindo de microorganismos mortos. Ocorre freqüentemente em solo esterilizado. Os frutos sexuados podem aparecer várias semanas após o primeiro sinal do bolor. Os esporos se disseminam pelo ar. (1)

Os frutos maduros podem ser vistos em http://www.huh.harvard.edu/research/discomycetes/image/Peziza/Peziza.ostracoderma.html

A existência de dois nomes se deve ao fato da fase madura, os cogumelos, ser associada ao nome Peziza, o mais aceito. O nome Chromelosporium é usado para a fase assexual - micélio (2).

Não encontrei relacionamento entre Peziza ostrachoderma e infecções, reações alérgicas e intoxicações em humanos. Nem outras espécies do gênero parecem perigosas.

Peziza ostrachoderma é citado num texto do Instituto Biológico (3) como um fungo comum não venenoso.

Sua presença muitas vezes está correlacionada a de outros contaminantes, principalmente os bolores verde (Trichoderma, Aspergillus, Penicillium e outros). E como outros contaminantes é citado comumente como relacionado à quedas na produção de Agaricus bisporus (4).

(1) Shroomery Contamination FAQ
http://www.shroomery.org/5276/What-are-common-contaminants-of-the-mushroom-culture

(2) Chromelosporium
http://www.emlab.com/app/fungi/Fungi.po?event=fungi&species=56&type=primary

(3) Consultas
http://www.biologico.sp.gov.br/biologico/v63_1/consultas.pdf

(4)Diseases of Agaricus bisporus and their management.
http://www.cababstractsplus.org/google/abstract.asp?AcNo=20043214067http://www.cababstractsplus.org/google/abstract.asp?AcNo=20043214067
 
Riscos decorrentes de contaminantes - Bacillus - bacilos

Mancha úmida - Bacillus sp.

Em jarras de cultivo com grãos freqüentemente se encontram bactérias Bacillus, as quais algumas vezes sobrevivem ao processo de esterilização como esporos resistentes ao calor. A contaminação aparece como um lodo variando de cinza embotado a marrom com aspecto de muco caracterizado por um forte e nojento odor, descrito como o de maçãs podres, meias sujas ou bacon queimado. Bacillus faz com que os grãos não colonizados pareçam excessivamente úmidos, então o nome mancha úmida. Sulcos pálidos ou esbranquiçados ao longo das margens dos grãos individuais caracterizam este contaminante. Baccillus se reproduz primariamente através de divisão celular simples. Em épocas de condições ambientais adversas, especialmente temperatura alta, um esporo endurecido e único se forma dentro de cada célula - esporos bacterianos, os quais podem sobreviver a altas temperaturas por tempo prolongado.
O meio mais prático para eliminar esporos bacterianos é deixar os grãos de molho à temperatura ambiente por 12 a 24 horas antes da esterilização. Os esporos, se viáveis, germinarão neste intervalo de tempo e então serão suscetíveis aos procedimentos padrões de esterilização. E novos esporos não se formarão no ambiente úmido dos potes onde os grãos ficam de molho. (1)

Ainda que na fase de crescimento de inóculos em grãos em jarras as bactérias possam fazer muitos estragos algumas espécies, e não só do gênero Bacillus, são comuns nos compostos usados como substratos de cogumelos comestíveis. (2) (3) (4)

Cabe lembrar que a interação entre cogumelos e os contaminantes e/ou competidores pode ter diversos e complexos padrões.

Algumas espécies de Bacillus podem mesmo ajudar a controlar contaminantes em A.bisporus e Pleurotus - (5) (6) - e dentre as espécies mais comuns de cogumelos cultivados pelo menos em Pleurotus há registros de produção de agentes antimicrobianos. (7) (8)

A nível de ordem (Bacillales) os bacilos estão extensamente distribuídos pelos ecossistemas, chegando a serem considerados a "flora normal" do solo. Os esporos são disseminados pelo ar. Estão envolvidos em muitos processos de degradação de material orgânico. (9)

Há várias espécies de Bacillus patogênicas para o homem.

Embora o Antraz (Bacillus anthracis) atraia muita atenção, principalmente por causa da possibilidade de bioterrorismo, os casos em humanos não são comuns. Normalmente o antraz é adquirido de herbívoros infectados, terra ou material contaminado. Seus esporos podem resistir por anos no solo. (10) (11). Apesar de crescer facilmente em meio de cultura não há menção desse bacilo como contaminante em compostos para cogumelos.

Outra espécie importante do ponto de vista da saúde humana é B.cereus, que pode causar intoxicação alimentar, caracterizadas por náuseas, vômitos e dores abdominais. Geralmente são episódios de curta duração. (9) (12) Essas intoxicações ocorrem via ingestão do alimento contaminado. Este bacilo pode ser encontrado em meios de cultura para cogumelos. Não encontrei informações sobre o nível de proliferação necessário para que os frutos representem risco.

Fora os episódios de intoxicação alimentar esta espécie é menos frequentemente associada a outras infecções em humanos. (13) (14)

Outras espécies como Paenibacillus alvei, B. megaterium, B. coagulans, Brevibacillus laterosporus, B. subtilis, B. sphaericus, B. circulans, Brevibacillus brevis, B. licheniformis, P. macerans, B. pumilus e B. thuringiensis, incluindo-se aí bacilos de outros gêneros que não Bacillus,são causas incomuns de infecções em humanos (9) (15).

(1) Shroomery Contamination FAQ
http://www.shroomery.org/5276/What-are-common-contaminants-of-the-mushroom-culture

(2) Bacteria associated with compost used for cultivation of Nigerian edible mushrooms Pleurotus tuber-regium (Fr.) Singer, and Lentinus squarrosulus (Berk.)
http://www.bioline.org.br/request?jb06055

(3) Bacterial Diversity in Spent Mushroom Compost Assessed by Amplified rDNA Restriction Analysis and Sequencing of Cultivated Isolates
http://www.sciencedirect.com/scienc...serid=10&md5=48f0137833c50651bdb3cb593629d2b6

(4) 3.- Characterization of the quality of the substrates for edible higher fungi cultivation by means of different microbiological and biochemical parameters.
http://www.cib.csic.es/en/grupo.php?idgrupo=4

(5)Biological Control of Olive Green Mold in Agaricus bisporus Cultivation
http://www.pubmedcentral.nih.gov/articlerender.fcgi?artid=242315

(6) Role of Bacillus spp. in antagonism between Pleurotus ostreatus and Trichoderma harzianum in heat-treated wheat-straw substrates.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18295481

(7) Avaliação da Produção de agentes antimicrobianos por fungos do gênero Pleurotus
http://www.univille.net/arquivos/1575_V3n2Avaliacao.pdf

(8) Extratos de Lentinula edodes e Agaricus blazei sobre Bipolaris sorokiniana e Puccinia recondita f. sp. tritici, in vitro
http://www.scielo.br/scielo.php?scr...0100-54052007000300013&lng=en&nrm=iso&tlng=pt

(9) Gram-positive, Aerobic or Facultative Endospore-forming Bacteria (formerly, "The Genus Bacillus")
http://www.textbookofbacteriology.net/Bacillus.html

(10) Carbúnculo
http://www.cih.com.br/Antraz_arquivos/frame.htm

(11) Bacillus
http://gsbs.utmb.edu/microbook/ch015.htm

(12) Bacillus cereus food poisoning
http://textbookofbacteriology.net/B.cereus.html

(13) Outbreak of cutaneous Bacillus cereus infections among cadets in a University Military Program--Georgia, August 2004.
http://www.encyclopedia.com/doc/1G1-145267343.html

(14) Bacillus cereus
http://www.wisc.edu/fri/annrpt/bcereus99.pdf

(15) Treatment of Bacillus Infections
http://pediatrics.aappublications.org/cgi/content/abstract/84/2/403-a

Outras fontes:
- Development of a cheap, low tech. Natural products-based biocide from Medicinal plant extracts for tropical diseases and pests of Mushrooms in Sub-Saharan Africa.
http://www.kaybiotics.com/publications/ken mushroom.PDFhttp://www.kaybiotics.com/publications/ken mushroom.PDF
 
Consumo de cogumelos na nutrição humana: uma revisão da literatura

Estou pesquisando mais material, mas um ponto que chamou atenção desde o início foi como que os contaminantes ocorrem muito frequentemente nos cultivos comerciais de cogumelos comestíveis. Não só ocorrem de forma visível como diversas análises mostram que nos cultivos aparentemente sadios sempre há a ocorrência em baixos níveis de um ou outro contaminante que não se manifestou.

E não vi nenhuma recomendação de descartar toda a produção de um substrato atingido, de forma visível, por contaminantes, devido a possíveis riscos aos consumidores. Embora haja muitos lamentos pela quebra de produção, e creio que se houver contaminação maciça o descarte se impõe, nem que seja pelo perigo de afetar o resto do cultivo.

Entrei em contato com um cultivador que disse que o descarte ou não depende de cada produtor, e que as "boas práticas de cultivo" na verdade não estão escritas de forma direta e clara em lugar nenhum. Não há normas.

Então no início da semana achei o artigo do link abaixo, escrito em 2006 e publicado em 2007:

Consumo de cogumelos na nutrição humana: uma revisão da literatura
http://www.fepecs.edu.br/revista/Vol18_4art06.pdf

Entre outros trechos:

- "A contaminação de cogumelos por metais pesados e por aditivos industriais durante o processamento poderia representar riscos à saúde, porém não foram encontrados relatos de intoxicações por cogumelos contaminados por estas substâncias ou microrganismos patogênicos."

- "Dados sobre fontes de contaminação na produção e processamento das espécies comestíveis são limitados, porém os estudos encontrados mostraram certa uniformidade de informações, afirmando que não foram descritos casos de intoxicação em seres humanos."


Acréscimo em 14/03/2014:

Lendo o Shroomery encontrei esse trecho do RogerRabbit (Safe to eat mushrooms off of a cake with green mold? - Mushroom Cultivation - Shroomery Message Board):
Eating a mushroom from a cake or casing with penicillium, aspergillis, or trichoderma is however, safe. Green molds are very common in the commercial mushroom industry, and I can assure you from first hand knowledge, they do not toss out mushrooms that are harvested from a cased substrate when green molds are present, nor does the FDA even suggest they do so in federally inspected mushroom farms. I'm just trying to end a very long held bit of disinformation that circulates around the OMC. Green molds are toxic to your mushroom mycelium, but not to people unless they chop up a line and snort the spores directly, in which case they may have a histamine type reaction if they're allergic. Toss out cakes or casings as soon as you discover green. You will be far ahead by doing so. Just feel free to eat any mushrooms you harvest. Toxins (other than heavy metals) are not passed from the myclium to the fruitbody. That is a well established fact.

e no post seguinte:

Also, I might add to be cautious of thinking green molds and bacteria are the same thing. Never eat a mushroom that is contaminated with bacterial blotch or other bacterial diseases. You'll get food poisoning.


Ou:
"Comer um cogumelo de um bolo ou casing com penicillium, aspergillis ou Trichoderma é, no entanto, seguro. Bolores verdes são muito comuns na indústria de cogumelos comerciais, e posso assegurar-lhe a partir de conhecimento de primeira mão, eles não jogam fora os cogumelos que são colhidos a partir de um casing quando bolores verdes estão presentes, nem mesmo o FDA sugere fazê-lo em fazendas de cogumelos inspecionadas por fiscais federais. Eu só estou tentando acabar com uma antiga desinformação que circula em torno do assunto. Bolores verdes são tóxicos para o seu micélio de cogumelo, mas não para as pessoas, a menos que elas cruzem a linha e cheirem os esporos diretamente, caso em que os esporos podem causar uma reação alérgica se as pessoas forem sensíveis. Jogue fora bolos ou casings tão logo você descubra bolores verde. Você estará muito à frente, ao fazer isso. Mas se sinta livre para comer quaisquer cogumelos que você colher. Toxinas (que não sejam metais pesados) não são transmitidos a partir do mycélio à corpos de frutificação. Isso é um fato bem estabelecido."

"Além disso, devo acrescentar que seja cauteloso ao pensar que fungos verdes e bactérias são a mesma coisa. Nunca coma um cogumelo que está contaminado com mancha bacteriana ou outras doenças bacterianas. Você vai ter uma intoxicação alimentar."
 
Última edição:
Back
Top