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Riscos decorrentes de contaminantes

Muito interessante.

Talvez, não pode-se verificar casos de intoxicação imediata no ser humano, pois tudo está relacionado com a quantidade de frutos ingeridos, condições de preparo e mais outras variáveis.

Porém, o que garante que os metais pesados e os contaminantes em si, não se alojam no organismo humano ao longo do tempo, como acontece naquela velha história de se "raspar" a panela de alumínio, onde o alumínio vai sendo depositado dentro de um corpo?

ótimo estudo Ecuador, continue trazendo informações à medida do possível.

:pos::pos::pos:
 
Riscos decorrentes de contaminantes - Pseudomonas

Mancha bacteriana - na maioria dos casos Pseudomonas tolaasii (P.fluorescens)

Lesões variando de amarelas a marrons aparecem nos cogumelos. Tipicamente as manchas ocorrem nas bordas dos chapéus dos cogumelos, ou perto das bordas. A mancha bacteriana ocorre quando os cogumelos permanecem úmidos por um período de quatro a seis horas após a aplicação de água. A bactéria é disseminada em partículas do solo carregadas pelo ar. Os controles incluem baixar a umidade e espalhar uma solução de cloro a 150 partes por milhão (produtos com hipoclorito de cálcio são usados visto que produtos com hipoclorito de sódio queimam os chapéus). Se o cogumelo permanece úmido, todavia, o cloro tem pouco efeito porquê a população de bactérias se reproduz a uma taxa que neutraliza o efeito do agente oxidante. Os chapéus dos shiitake são afetados por uma doença chamada Pseudomonas gladioli (Burkholderia gladioli). A higiene é um componente crítico das medidas de controle.


Doença do embalsamamento - Pseudomonas aeruginosa

Os sintomas dos cogumelos jovens infectados incluem caules curvados cercados na base por um crescimento exagerado do micélio. A parte interna dos caules têm listras longitudinais saturadas de água. Os chapéus são inclinados e de tamanho menor que o esperado. Os tecidos ficam esponjosos e secos (mumificados). Higienização e redução da água livre são medidas de controle. (1)


Espécies de bactérias do gênero Pseudomonas são comuns em cogumelos cultivados, como em Pleurotus e Agaricus - (2) (3) (4) (5) - e mesmo em cogumelos coletados, como nos gêneros do grupo chanterelle (6). Em um strain de Pleurotus ostreatus há registro da ocorrência de uma cepa de Pseudomonas cepacia (= Burkholderia cepacia) associada ao micélio (7).

Esse gênero de bactérias é encontrado normalmente na água e como saprófitas no solo.

O principal patógeno do gênero para cogumelos cultivados é P.tolaasii, que causa a maioria dos casos reportados de manchas bacterianas. Outras espécies, patogênicas ou não para os cogumelos, também ocorrem nos substratos, como P.fluorescens, P.gladioli, P.vesicularis, P.putrefaciens, P.aerogenes, P.cepacia, P.paucimobilis, P.aeruginosa, P.pyocyanea, P.fragi, P.stutzeri, P.putrida, P.costantinii, P.reactans, P.gingeri e P.agarici. A simples ocorrência dessas espécies, mesmo as patogênicas, pode não causar problemas nos cultivos. Os danos aos cogumelos só começam quando a população de bactérias ultrapassa um limiar.


Em certas condições de cultivo de Agaricus bisporus a espécie Pseudomonas putrida e outras bactérias dos gêneros Bacillus e Alcaligenes podem mesmo facilitar a frutificação.(8)


As infecções por bactérias do gênero Pseudomonas em humanos ocorrem principalmente com Pseudomonas aeruginosa, que pode infectar o sangue, pele, ossos, ouvidos, olhos, trato urinário, coração e pulmões (9). Esta espécie é especialmente perigosa para pessoas com imunidade comprometida e também em ambientes hospitalares. Pode ocorrer no trato intestinal de 10% das pessoas sadias e esporadicamente em áreas úmidas da pele humana, como nas axilas. Em pequeno número não parecem causar danos à saúde. As infecções são principalmente oportunistas, e raramente afetam pessoas saudáveis. (10) (11)

P.aeruginosa ocorre nos substratos de cogumelos comerciais, e até mesmo nos próprios cogumelos à venda (5), mas não está claro se a densidade alcançada chega a representar perigo.

P.mallei e P.pseudomallei (= B.mallei e B.pseudomallei) também causam infecções em humanos, afetando vários órgãos. A ocorrência de infecções com estas espécies é menos freqüente do que as infecções com P.aeruginosa. Não achei menção da ocorrência dessas duas espécies, que são primariamente patógenos de animais e humanos, em substratos de cultivo de cogumelos.

P.cepacia, cuja ocorrência é citada em meios de cultivo, está relacionada principalmente a infecções hospitalares e a infecções em portadores de fibrose cística (11) (12).

Os cultivos caseiros representam uma possível fonte de contaminação com Pseudomonas e Burkholderia, embora convivamos no meio ambiente com a maior parte das espécies, mesmo com as ocasionalmente patogênicas. Algumas precauções podem aumentar bastante a segurança, como evitar manusear sem proteção cultivos maciçamente colonizado por bactérias, assim como evitar manusear sem proteção qualquer cultivo quando houver ferimentos na pele.

Não achei menção a qualquer infecção em humanos causada por Pseudomonas tolaasii. Antes, a espécie é descrita como inofensiva a humanos (13).


(1) Shroomery Contamination FAQ
http://www.shroomery.org/5276/What-are-common-contaminants-of-the-mushroom-culture

(2) Conservação de Cogumelos do gênero Pleurotus em atmosfera modificada
http://www.iniap.min-agricultura.pt/ficheiros_public/ConservCogPleurotusAMtotal 2005.pdf

(3) Desinfestação de composto para cultivo de cogumelo Agaricus Bisporus (Lange) Imbach
http://www.ufpel.tche.br/faem/agrociencia/v2n3/artigo05.pdf

(4) Isolamento e identificação de bactérias presentes nos solos de cobertura utilizados no cultivo do cogumelo Agaricus blazei Murril
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-70542007000500014&lng=e&nrm=iso&tlng=e

(5) Commercial Mushrooms and Bean Sprouts Are a Source of Pseudomonas aeruginosa
http://jcm.asm.org/cgi/content/full/43/11/5830

(6) Ecology and Management of Comercially Harvested Chanterelle Mushroom
http://www-mykopat.slu.se/Newwebsite/mycorrhiza/kantarellfiler/texter/pnw.pdf

(7) A Bacterium Belonging to the Burkholderia cepacia Complex Associated with Pleurotus ostreatus
http://www.msk.or.kr/jsp/downloadPDF1.jsp?fileName=JM2005-099.pdf

(8) Primodia initiation of mushroom (Agaricus bisporus) strains on axenic casing materials
http://www.mycologia.org/cgi/reprint/95/4/620.pdf

(9) Pseudomonas infections
http://www.merck.com/mmhe/sec17/ch190/ch190o.html

(10) Pseudomonas infections
http://www.kcom.edu/faculty/chamberlain/website/lectures/tritzid/pseudinf.htm

(11) Pseudomonas infections
http://www.emedicine.com/ped/TOPIC2701.HTM

(12) J Pediatr. 1984 Feb ;104 (2):206-10 6420530 (P,S,E,B) Pseudomonas cepacia infection in cystic fibrosis: an emerging problem
http://lib.bioinfo.pl/meid:14321

(13) Best Practices For Mushroom Production and Marketing
http://www.americanmushroom.org/Best Practices_IPM_Bacterial Blotch.htm


Obs.: Há uma discussão sobre a denominação do gênero (Pseudomonas ou Burkholderia) e a classificação das espécies em um ou outro, se os dois não forem um grupo somente. Pseudomonas cepacia é certamente a mesma espécie conhecida também como Burkholderia cepacia, mas Pseudomonas aeruginosa, por exemplo,só é citada no gênero Pseudomonas, mesmo caso de P.tolaasii.
Optei por tratar as duas nomenclaturas de gênero - Pseudomonas ou Burkholderia - como um só grupo, embora provavelmente o cenário seja mais complexo (http://en.wikipedia.org/wiki/Pseudomonas).


Outras fontes
- Bacteria Are Omnipresent on Phanerochaete chrysosporium Burdsall
http://aem.asm.org/cgi/reprint/62/7/2477.pdf
- BIODIVERSITYAND INCIDENCE OF BURKHOLDERIA SPECIES
http://www.diagnosisp.com/dp/journa...16&PHPSESSID=cbe1779aa4665d7e8c64d12eac08a9cc
- Bacterial biota in the human distal esophagus
http://www.pnas.org/cgi/reprint/0306398101v1.pdf
- Pseudomonas tolaasii control by kasugamycin in cultivated mushrooms (Agaricus bisporus)
http://www.blackwell-synergy.com/doi/abs/10.1111/j.1365-2672.1995.tb03121.x



Porém, o que garante que os metais pesados e os contaminantes em si, não se alojam no organismo humano ao longo do tempo, como acontece naquela velha história de se "raspar" a panela de alumínio, onde o alumínio vai sendo depositado dentro de um corpo?


Grato, @MuiLok.

Mas a quantidade que ingerimos de cogumelos psicoativos tende a ser bem menos do que quem gosta de medicinais e comestíveis ingere.

Mesmo a história do alumínio nas panelas é controversa.
 
Última edição:
Consumo de cogumelos na nutrição humana: uma revisão da literatura

Estou pesquisando mais material, mas um ponto que chamou atenção desde o início foi como que os contaminantes ocorrem muito frequentemente nos cultivos comerciais de cogumelos comestíveis. Não só ocorrem de forma visível como diversas análises mostram que nos cultivos aparentemente sadios sempre há a ocorrência em baixos níveis de um ou outro contaminante que não se manifestou.

E não vi nenhuma recomendação de descartar toda a produção de um substrato atingido, de forma visível, por contaminantes, devido a possíveis riscos aos consumidores. Embora haja muitos lamentos pela quebra de produção, e creio que se houver contaminação maciça o descarte se impõe, nem que seja pelo perigo de afetar o resto dos cultivo.

Entrei em contato com um cultivador que disse que o descarte ou não depende de cada produtor, e que as "boas práticas de cultivo" na verdade não estão escritas de forma direta e clara em lugar nenhum. Não há normas.

É verdade. Acontece muito de haver somente profilaxia da área afetada. Alguns cultivadores determinam uma área de risco quando surge uma contaminação e não comprometem todo o substrato. Isso é prática comum.
 
Riscos decorrentes de contaminantes - Mycogone - Bolha úmida

Bolha úmida - Mycogone perniciosa

Os sintomas incluem cogumelos mal-formados com caules inchados e chapéus reduzidos ou deformados. Tecidos indiferenciados ficam necróticos e podem evoluir para uma área podre macia com cheiro desagradável. Um líquido âmbar aparece nos cogumelos infectados. Os cogumelos ficam com coloração marrom. As bolhas podem ser tão grandes como uma toronja. O fungo é disseminado por poeira e por camada de cobertura contaminada. É também um parasita de cogumelos selvagens. O controle inclui higienização e em alguns países o uso do composto Sporogone, que também é efetivo contra Verticillium. A bolha úmida é a doença em cogumelos champignons mais importante na China. (1)

Outros sintomas descritos em Agaricus incluem a liberação de gotas de líquido vermelho/marrom ou ambar pelos cogumelos (2) (3). A descrição do cheiro é parecida - fedorento.

Como na contaminação por outros fungos a bolha úmida em cultivos comerciais de Agaricus pode ser combatida com fungicidas (4) (5).

Embora afete várias espécies de Agaricus a bolha úmida não parece ser um problema para algumas das espécies de Pleurotus, para Lentinus e outros cogumelos cultivados (6) (7).

Como Mycogone é um fungo parasita do cogumelo em si, e não um fungo competidor pelo substrato, pode haver especificidade na capacidade de contaminar cultivos de diversas espécies, como ocorre no gênero Pleurotus. Portanto a ocorrência em cada espécie de interesse deve ser levantada.

Na verdade não consegui dados concretos sobre a ocorrência de Mycogone no gênero Psilocybe. As fotos disponíveis que achei, por exemplo, são de Agaricus, mesmo no Shroomery. Em The Mushroom Cultivator (Stamets & Chilton) há uma foto de Mycogone em uma cultura de centeio que se assemelha bastante a uma cultura de Psilocybe, porém não vi confirmação direta (pág. 295 da versão em PDF que tenho).

Quem tiver algum dado concreto ou tópico de outro fórum sobre a ocorrência de Mycogone no gênero Psilocybe por favor envie.

Não encontrei nenhuma referência a infecções, intoxicação ou outro problema de saúde em humanos causado por Mycogone perniciosa. Nem outras espécies do gênero são citadas como perigosas à saúde humana.

(1) Shroomery Contamination FAQ
http://www.shroomery.org/5276/What-are-common-contaminants-of-the-mushroom-culture

(2) EPPOStandards
http://archives.eppo.org/EPPOStandards/PP2_GPP/pp2-20-e.doc

(3) Doenças causadas por fungos
http://www.geocities.com/~esabio/cogumelo/agaricus2.htm

(4) The control of bubble diseases and cobweb disease of mushrooms with prochloraz
http://www.blackwell-synergy.com/doi/abs/10.1111/j.1365-3059.1983.tb01310.x

(5) Assured Produce - Mushrooms
http://www.assuredproduce.co.uk/resources/000/163/355/Mushrooms_00035_06.pdf

(6) Oyster Mushrooms Cultivation
http://www.oystermushrooms.net/chap5.pdf

(7) Mycogone perniciosa, a potential threat for cultivated mushrooms in southern Italy.
http://www.inea.it/ispave/petriaonline/PetriaV7Fasc3.html

Outras fontes

- MERTECT - exemplo de um fungicida usado em culturas de Agaricus
http://www.syngentacropprotection-us.com/pdf/labels/SCP889AL1H0803.pdf

- Diseases of Mushrooms
http://www.westernforum.org/WCPD_documents/Archived_files/Archived Guidelines/GuidelinesOct03_Oct04/Mushrooms.pdf

- Mycogone
http://agaricus.ru/en/doc/show/374/zero/index.php?id=s150015497102

- Microbial glossary (ver Mycogone species)
http://www.pureaircontrols.com/glossary.html
 
Riscos decorrentes de contaminantes - Rhizopus

Bolor comum do pão e outros bolores - Rhizopus spp.

Um fungo de crescimento muito rápido. Uma vez que esporula, forma altas hifas aéreas com fios negros. Cresce em carboidratos facilmente disponíveis. Junto com Aspergillus e Penicillium, as espécies desse gênero são os contaminantes primários do inóculo de grãos. É também muito comum em palha (1).

As referências sobre contaminações por Rhizopus em culturas comerciais de cogumelos são mais esparsas na internet do que as de outros contaminantes como Aspergillus e Trichoderma. Na verdade foi difícil achar referências diretas, como essa para Pleurotus tuber-regium (2). Mas certamente é um dos contaminantes possíveis.

Vale lembrar o comentário sobre o mesmo em The Mushroom Cultivator (Stamets & Chilton):
"Junto com Aspergillus e Penicillium espécies desse gênero são os contaminantes primários de inóculos de grãos. Rhizopus tem crescimento muito rápido, e é chamado "pin mold" (bolor pino, bolor de fios ou bolor alfinete) por causa da forma da parte produtora de esporos. Rhizopus stolonifer (=Rhizopus nigracans) é chamado o bolor de fios negros, e pode elevar a temperatura do substrato da temperatura ambiental até a faixa de 35 a 40ºC. Nesta faixa de temperatura a população de termófilos especializados aumenta drasticamente, aquecendo ainda mais o susbtrato a temperaturas letais para o micélio do cogumelo.
Veja também Mucor, um gênero que é intimamente relacionado a Rhizopus, mas cujos esporângios cobrem completamente o topo do esporagióforo."


O gênero Rhizopus ocorre no solo e como saprófito em materiais vegetais diversos, além de fezes (3).

A cor da colônia em culturas em placas de petri pode ser branca, cinza, amarelada ou marrom. A textura é algodoada (3).


Infecções com Rhizopus em humanos são ocasionais, mas sérias e freqüentemente fatais, por causa da dificuldade de tratamento. Podem ocorrer infecções oculares, cutâneas e outras (3) (4) (5) (6) (7).

As infecções estão ligadas em parte, mas não totalmente, aos fatores de riscos já mencionados, como sistema imune comprometido (ver a mensagem 9 de 20/03/2008, desse tópico).

Pelo menos Rhizopus Oryzae pode produzir uma micotocina, agroclavina, tóxica para humanos e animais (8).

Stamets escreve, no TMC, que as infecções atribuídas a Rhizopus seriam na verdade causadas por Mucor ou Absidia, mas os dados coletados na net expostos acima, e mais recentes que o TMC, indicam que Rhizopus na verdade é um dos agentes causadores de zygomicose (ou mucormicose), e talvez responsável pela maioria dos casos dessas infecções.


(1) Shroomery Contamination FAQ
http://www.shroomery.org/5276/What-are-common-contaminants-of-the-mushroom-culture

(2) Cultivation of Pleurotus tuber-regium (Fr) Sing on Various Farm Wastes
http://digital.library.okstate.edu/oas/oas_htm_files/v71/p1_3nf.html

(3) Rhizopus spp.
http://doctorfungus.org/Thefungi/rhizopus.htm

(4) Cutaneous Rhizopus infection. Occurrence as a postoperative complication associated with an elasticized adhesive dressing
http://jama.ama-assn.org/cgi/content/abstract/242/3/272

(5) Zigomicose sistêmica (mucormicose) provocada por Rhizopus Oryzae - Registro de um caso em paciente diabético
http://www.anaisdedermatologia.org.br/artigo_imprimir.php?artigo_id=414

(6) Rhizopus oryzae COMO AGENTE DE CERATITE FÚNGICA
http://www.pec.uem.br/pec_uem/revistas/arqmudi/volume_11/suplemento_01/Tamura etal.pdf

(7) Mucormicose Rino-órbito-cerebral: Relato de Caso e Revisão de Literatura
http://www.arquivosdeorl.org.br/conteudo/acervo_port.asp?id=234

(8) Rhizopus Oryzae
http://www.mycology.adelaide.edu.au/Fungal_Descriptions/Zygomycetes/Rhizopus/R_oryzae.html

Outras fontes:

- Contagem de bolores e leveduras em fubá e identificação de gêneros potencialmente toxigênicos
http://people.ufpr.br/~labmicro/Arquivos/pdf/boloresvisaoacademicaida.pdf

- Fungos filamentosos isolados de produtos derivados do milho comercializados em Recife, Pernambuco
http://www.doaj.org/doaj?func=abstract&id=23993&toc=yhttp://www.doaj.org/doaj?func=abstract&id=23993&toc=y
 
Riscos decorrentes de contaminantes - Mucor

Mucor spp.

Mucor é um gênero de fungos semelhante a e considerado muito próximo do gênero Rhizopus.

Comentário sobre o mesmo em The Mushroom Cultivator (Stamets & Chilton):
"Um vigoroso contaminante visto em várias etapas da produção de inóculo, inibindo e sobrepujando o micélio do cogumelo. Em meio de malte e agar Mucor é uma rede miceliar de crescimento rápido, sem produção de esporos, de textura algodoada e coloração esbranquiçada, que compete ou sobrepuja o micélio do cogumelo. O micélio de Mucor é não rizomórfico e sem as conexões características do micélio de muitos cogumelos.
No caso de dúvida se um micélio esbranquiçado é ou não Mucor, inocule pão com alguns grãos cobertos de micélio e e incube em alta temperatura. Se o bolor for Mucor vai esporular em poucos dias e será fácil de identificar.
As espécies deste gênero mais frequentemente vistas são Mucor racemosus e Mucor plumbeus. Mucor pusillus, um termófilo verdadeiro, prospera na faixa de 20 a 55ºC e é um dos constituintes principais da microflora de pilhas de compostos (substratos). O inóculo infectado com Mucor, quando inoculado inadvertidamente no composto para cogumelos, pode resultar em contaminação completa do substrato em dentro de poucos dias.
Consulte Sepedonium, um contaminante cujo micélio vegetativo se assemelha ao micélio não esporulante de Mucor. Veja também Rhizopus, um gênero que difere de Mucor por ter um esporângio menor e recuado da "cabeça" do esporangióforo."

Como outros fungos saprófitos Mucor ocorre no solo e em materias vegetais diversos em decomposição (1).

As referências sobre contaminações ou presença de Mucor em culturas comerciais de cogumelos, assim como ocorre com o gênero Rhizopus,não são frequentes na internet. Referências diretas como (1) são difíceis de encontrar.

As infecções causadas por Mucor são basicamente zygomicoses (mucormicoses) (2). Do mesmo modo que as infecções causadas por Rhizopus (ver mensagem anterior) os casos são ocasionais ou raros, mas tratamento é difícil e as infecções internas podem ser letais, principalmente em pacientes imunodeprimidos.

A espécie citada por Stamets como um constituinte norma da microflora de substratos compostos, Mucor pusillus (= Rhizomucor pusillus - este nome parece ter prevalecido) é uma das envolvidas em infecções sérias (3).

Ferimentos expostos facilitam infecções por este gênero, assim como na maioria dos outros contaminantes de culturas.

O gênero Mucor também pode estar ligado a casos de alergia (4).

(1) Studies on supplementation of compost and casing for Agaricus bisporus (Lange) Imbach
http://www.yspuniversity.ac.in/mpp/thesis/mpp-phd-abstracts.doc

(2) Mucor spp.
http://www.doctorfungus.org/Thefungi/mucor.htm

(3) Infection due to Rhizomucor pusillus : report of four cases in patients with leukemia and review
http://cat.inist.fr/?aModele=afficheN&cpsidt=4805713

(4) PATHOGENIC FUNGI
http://www.decontaminate.net/download/Mold Health Info.pdf

Outras fontes:
- Zygomycosis
http://doctorfungus.org/mycoses/human/zygo/zygomycosis.htm
 
Riscos decorrentes de contaminantes - Actinomycetes (Actinobacteria)

Actinomycetes (Actinobacteria)

Já foram levantadas dúvidas se esses organismos são bactérias ou fungos, devido às características morfológicas. Atualmente são considerados bactérias gram-positivas. Como outros grupos de bactérias são encontrados no solo e estão envolvidos na degradação de vários tipos de materiais orgânicos (1) (2).

São gêneros típicos Actinomyces, Arthrobacter, Corynebacterium, Frankia, Micrococcus, Micromonospora, Mycobacterium, Nocardia, Propionibacterium e Streptomyces.

Actinomyces é citado pelo The Mushroom Cultivator como um contaminante de compostos (substratos). Entretanto Stamets informa que após o final da fase II Actinomyces é consumido pelo micélio do cogumelo. Outras fontes atribuem um papel positivo à microflora de Actinomycetes em culturas de cogumelos (3) (4).

Espécies de vários gêneros de Actinomycetes podem parasitar o homem. Atacam, como outros agentes patogênicos oportunistas, principalmente pessoas com sistema imune comprometido (1) (2). Há ainda uma rara infecção, doença de Whipple, causada por um Actinomycete - Tropheryma whipellii - organismo de habitat desconhecido (5).

Outras complicações de saúde humana relacionadas aos Actinomycetes são reações alérgicas e inflamação (inclusive nos pulmões) e asma (2) (6) (7) (8) - embora provavelemente haja diferenças de efeitos entre as espécies envolvidas, e também espécies inócuas, ou quase (9).

O fato de serem organismos benéficos às culturas de cogumelos, pelo menos às culturas de Agaricus, é um complicador no caso da convivência com os Actinomycetes, visto que não gera incentivo ao controle. De qualquer forma os casos mais freqüentes relatados parecem ser os de reações alérgicas, que certamente são favorecidas pelo ambiente de culturas comerciais, certamente bem mais volumosas do que um cultivo caseiro.

(1) Actinobacteria
https://en.wikipedia.org/wiki/Actinomyces

(2) Nocardia and others Medically Important Aerobic Actinomycetes
http://www.calgarylabservices.com/files/LabTests/MicrobiologyNewsletters/Volume3_2005.pdf

(3) DESINFESTAÇÃO DE COMPOSTO PARA CULTIVO DE COGUMELOS Agaricus bisporus (Lange) Imbach
http://www.ufpel.tche.br/faem/agrociencia/v2n3/artigo05.pdf

(4) Relative Numbers of Certain Microbial Groups Present in Composto Used for Mushroom (Agaricus bisporus) Propagation
http://aem.asm.org/cgi/reprint/20/2/196.pdf

(5) Doença de Whipple
http://www.actamedicaportuguesa.com/pdf/2004-17/6/481-486.pdf

(6) Ocupational asthma caused by white mushroom
http://www.jiaci.org/issues/vol15issue03/11.pdf

(7) Identification of an organism associated with mushroom worker's lung.
http://www.cababstractsplus.org/google/abstract.asp?AcNo=20043115577

(8) Microbial aerosols and Actinomycetes in Etiological Considerations of Mushroom Worker´s Lung
http://aem.asm.org/cgi/reprint/41/6/1454

(9) Actinomycetes in composts
http://md1.csa.com/partners/viewrecord.php?requester=gs&collection=ENV&recid=4423915&q=actinomycetes mushroom&uid=791206930&setcookie=yes

Outras fontes:

- Occurrence of actinomycetes in indoor air in Rio de Janeiro, Brazil
http://www.sciencedirect.com/scienc...serid=10&md5=40c99642180a6d0c8575af39261fba1c

- Circulating antibodies against thermophilic actinomycetes in farmers and mushroom workers.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1960394

- Circulating IgG antibodies against fungal and actinomycete antigens in the sera of farmer's lung patients from different countries.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/...&linkpos=1&log$=relatedarticles&dbfrom=pubmed

- Distribution of clinically important thermophilic actinomycetes in vegetable substrates and soil in north-western India
http://www.springerlink.com/content/h63m86h881360514/
 
Riscos decorrentes de contaminantes - Chaetomium

Chaetomium olivaceum - Bolor verde oliva

Os frutos deste bolor parecem carrapichos verde-oliva - com aproximadamente 1,5 mm de diâmetro - que se desenvolvem no substrato composto. Apesar dos seus esporos tolerantes ao calor sobreviverem a 60ºC por seis horas o bolor aparece somente em composto manipulado de forma incorreta durante a fase II, especialmente quando a ventilação é insuficiente nesta fase II. A falta de oxigênio quando a temperatura do composto é maior do que 61ºC permite a formação de substâncias produzidas em condições anaeróbicas. Essas substâncias são tóxicas para o crescimento do inóculo, mas são utilizadas pelo bolor verde-oliva. É altamente celulolítico (1).

Chaetomium é citado como bolor competidor comum nas culturas de Agaricus (2) (3) (4) (5). As condições propícias para seu crescimento parecem ser a presença de amônia, que é tóxica para o micélio do cogumelo mas não para Chaetomium. Pode reduzir ou abortar a frutificação.

Mas é citado também como um possível microorganismo estimulador do micélio de Agaricus blazei (6).

Outras espécies do gênero Chaetomium também ocorrem em substratos compostos, como C.bostrychodes, C.funicola, C.globosum, C.indicum, C.nigricolor e C.thermophile (7). Não consegui dados para verificar se podem ser confundidos com C.olivaceum. Os de coloração semelhante provavelmente são confundidos. Pelo menos C.globosum é citado como problema em culturas de cogumelos (8)

Como outros fungos saprófitos o gênero Chaetomium ocorre no solo e em vários materiais de origem vegetal em decomposição.

Chaetomium é considerado um alérgeno respiratório (9). Entretanto não achei citações diretas de outros possíveis problemas causados em humanos por organismos do gênero.

(1) Shroomery Contamination FAQ
http://www.shroomery.org/5276/What-are-common-contaminants-of-the-mushroom-culture

(2) Biological Control os Olive Green Mold in Agaricus bisporus Cultivation
http://aem.asm.org/cgi/reprint/45/2/511.pdf

(3) GUIDELINES ON GOOD PLANT PROTECTION PRACTICE - MUSHROOMS
http://archives.eppo.org/EPPOStandards/PP2_GPP/pp2-20-e.doc

(4) Controle de contaminações em processos de cultivos comerciais de cogumelos comestíveis e medicinais
http://sbrtv1.ibict.br/upload/dossies/sbrt-dossie149.pdf?PHPSESSID=a84a38c90e95edcb4d1128bf4af09aad

(5) DISEASES OF MUSHROOMS
http://www.westernforum.org/WCPD_documents/Archived_files/Archived Guidelines/GuidelinesOct03_Oct04/Mushrooms.pdf

(6) EFEITOS DO TEOR DE NITROGÊNIO, INOCULANTES E MÉTODOS DE COMPOSTAGEM PAR ACULTIVO DE Agaricus blazei
http://bibtede.ufla.br/tede//tde_arquivos/11/TDE-2006-03-21T063607Z-116/Publico/Dissertacao.pdf

(7) A survey of bacteria and fungi occurring during compost and self-heating processes
http://www.annmicro.unimi.it/full/53/ryckeboer_53_349.pdf

(8) EPPO Standards
http://www.furs.si/law/EPPO/ffs/ENG/PP2/pp2-20-e_gobe.pdf

(9) Amphotericin B and Lysine Acetylisalicylate in the Combined Treatment of Nasal Polyposis Associated with Mycotic Infection
http://www.jiaci.org/issues/vol16issue03/7.pdfhttp://www.jiaci.org/issues/vol16issue03/7.pdf
 
Riscos decorrentes de contaminantes - Neurospora

Bolor rosa; bolor vermelho do pão - Neurospora

Visto em culturas de agar ou de grãos de forma comum ou ocasional. Neurospora cresce rápido, algumas vezes levando somente 24 horas para colonizar totalmente uma placa de petri com meio de cultura. É ubíquo na natureza, ocorrendo em esterco, no solo e em materiais vegetais em decomposição. Uma vez que este fungo cresce através de tampões de algodão ou de filtros um único pote contaminado, apesar de selado, pode espalhar esporos para os potes adjacentes de inóculo dentro do laboratório. Isto é mais provável de acontecer se os filtros ou tampões de algodão estiverem um pouco úmidos; ou se a umidade externa for alta. Por último, os esporos de Neurospora germinam mais prontamente em temperaturas elevadas. O bolor rosa visto nas culturas de cogumelos é mais freqüentemente Neurospora sitophila, um contaminante pernicioso que é difícil de eliminar. Todas as culturas infectadas devem ser removidas logo que possível do laboratório e destruídas. Uma limpeza completa do laboratório é absolutamente necessária. Se a contaminação persistir, remova todos os meios de cultura e comece de novo (1).

Neurospora não parece ser um grande problema para as culturas comerciais de cogumelos. Apesar de haver referência a respeito na net as mesmas não foram encontradas tão facilmente quanto para outros contaminantes. Vejam por exemplo estas duas (2) (3).

Apesar do FAQ do Shroomery falar na dificuldade de controlar Neurospora sitophila (aliás, nesse trecho o FAQ é igual a parte do texto do The Mushroom Cultivator sobre Neurospora) um comentário em outra fonte diz que Neurospora, que é um organismo modelo de laboratório muito importante, é facilmente controlado (4). Essa fonte pode estar se referindo preferencialmente a espécies outras que não N.sitophila, embora ela esteja citada, junto com N.crassa, N.intermedia, N.tetrasperma e N.discreta.


Esse mesmo texto (4) - de 2000 - defende a segurança de Neurospora. Segundo o autor em mais de um século de observação e experimentação em laboratórios o gênero não foi implicado em nenhuma doença em plantas, animais ou no homem. Também não é produtor de micotoxinas. Ao gênero podem ser associados somente alguns casos de alergia em ambientes maciçamente contaminados. Há somente um caso citado de crescimento de Neurospora, junto com outros fungos não patogênicos, no olho de um paciente humano, seguindo uma cirurgia de catarata, em um artigo de 1962.

Esse outro texto também defende a segurança de Neurospora (5).

Encontrei um relato de infecção, de 1996, por Neurospora sitophila em um paciente com AIDS (6). Este caso do link é o primeiro caso documentado de infecção pela espécie. Não encontrei outro caso.



No The Mushroom Cultivator há referência a uma forma incompleta (haplóide) de Neurospora. Seria o gênero Monilia. Essa nomenclatura alternativa também é citada no texto sobre segurança de Neurospora (4). O nome Monilia caiu em desuso para essas formas incompletas.
Além de ser usado para a forma incompleta de Neurospora o nome Monilia foi ou é usado como nome comum ou científico para outros fungos, sem relação nenhuma com Neurospora, inclusive alguns patógenos vegetais e a candidíase humana.


Encontrei algums indicações sobre outras cores de Neurospora, então não é certo que todas as espécies ou raças específicas terão cor rosa ou vermelha comumente citadas nas referências sobre contaminação em culturas. A referência à cor laranja é a mais comum (4) (7) (8). The Mushroom Cultivator diz que a forma incompleta (Monilia) pode se apresentar branca ou cinza.


(1) Shroomery Contamination FAQ
http://www.shroomery.org/5276/What-are-common-contaminants-of-the-mushroom-culture

(2) MUSHROOM DISEASES and PESTS
http://www.oystermushrooms.net/chap5.pdf

(3) Development of Biotechnology for Cultivation of Shiitake Mushroom
http://rde.biotec.or.th/rdedocs/Proposal/29PP/AbstractCEng.doc

(4) Evidence for Safety of Neurospora Species for Academic and Commercial Uses
http://www.pubmedcentral.nih.gov/articlerender.fcgi?artid=92429

(5) ONE EXAMPLE OF THE VALUE OF GENOMIC INFORMATION FROM NEUROSPORA
http://biology.unm.edu/biology/ngp/hemicellulose.html

(6) Neurospora sitophila pulmonary infection in a patient with AIDS
http://gateway.nlm.nih.gov/MeetingAbstracts/ma?f=102219474.html

(7) Carotenoid desaturases from Rhodobacter capsulatus and Neurospora crassa are structurally and functionally conserved and contain domains homologous to flavoprotein disulfide oxidoreductases
http://www.jbc.org/cgi/content/abstract/265/26/16020

(8) Neurospora from natural populations: Toward the population biology of a haploid eukaryote
http://www.sciencedirect.com/scienc...serid=10&md5=dd5cc76e9f8e8bb7db10893272c33739


Outras fontes:
- Cell Wall Composition of Neurospora crassa Under Conditions of Copper Toxicity
http://aem.asm.org/cgi/content/abstract/46/3/585http://aem.asm.org/cgi/content/abstract/46/3/585
 
Riscos decorrentes de contaminantes - Sporendonema / Geotrichum

Bolor mancha de batom ou bolor vermelho - Sporendonema purpurascens (Geotrichum spp.)

Este fungo coloniza o composto ou a camada de cobertura (casing). Assim que os esporos amadurecem a cor do bolor muda de branco para rosa, depois rosa-alaranjado e finalmente laranja embotado. Tem crescimento lento. Os esporos se espalham pelo ar, durante a umidificação, e na colheita. O bolor mancha de batom utiliza algumas gorduras do composto. É um problema incomum. O controle é centrado na higienização (1).

The Mushroom Cultivator cita que o bolor mancha de batom é causado por Geotrichum, e que Sporendonema purpurascens é um organismo próximo ou um sinônimo para Geotrichum, embora sem determinar de qual espécie. A referência que achei cita como sinônimos de S.purpurascens os nomes Coprotrichum purpurascens e Geotrichum purpurascens (2), embora o FAQ do Shroomery (1) fale em Geotrichum candidum, talvez por influência do The Mushroom Cultivator. Não consegui referências claras sobre a relação ou sinonímia entre esse dois nomes ou gêneros, e nem confirmação da sinonímia entre Sporendonema purpurascens e Geotrichum candidum. Pode ser um erro no FAQ do Shroomery.

Apesar de não considerado um contaminante comum há várias referências na net a Sporendonema purpurascens ou Geotrichum sp. como um fungo competidor em culturas, como estas (3) (4) (5) (6). A fácil identificação do contaminante pode ser um dos fatores que explicam as referências. Além das variações de laranja citadas pelo FAQ do Shroomery também há menções do bolor mancha de batom com cor vermelha (7). Um dos nomes comuns para o gênero Geotrichum é bolor vermelho (6).


É comumente encontrado no solo, plantas e alimentos (8).


Não achei referências sobre danos à saúde humana causados por Sporendonema purpurascens, que é a espécie citada diretamente como contaminante de culturas de cogumelos e substratos. Há outras espécies de Sporendonema, como uma que cresce sobre pescados, por exemplo, que podem ser prejudiciais a humanos. Mas no caso o habitat e a ecologia são distintos de S.purpurascens.

Uma espécie de Geotrichum - G.candidum (como citado no The Mushroom Cultivator) - é um patógeno humano causador de uma infecção conhecida como geotricose, que pode afetar os pulmões, brônquios, boca, vagina e pele (9). Apesar de uma referência a respeito (10) e a citação da mesma no The Mushroom Cultivator não ficou confirmado para mim se esta espécie, que é encontrada normalmente na microflora do corpo humano (8), é uma das agrupadas sobre o nome comum de "bolor mancha de batom".

The Mushroom Cultivator ainda fala, sem especificar quais, de algumas espécies tóxicas de Geotrichum.


Por causa da indefinição taxonômica é difícil avaliar os riscos associados ao "bolor mancha de batom". Apesar de Sporendonema purpurascens ser aparentemente inofensivo outras espécies, identificadas como do gênero Geotrichum, e até mesmo G.candidum,podem estar agrupadas sobre esse nome comum, com riscos semelhantes aos de outros contaminantes que podem causar infecções pouco frequentes ou oportunistas.



(1) Shroomery Contamination FAQ
http://www.shroomery.org/5276/What-are-common-contaminants-of-the-mushroom-culture

(2) Species: Sporendonema purpurascens (Bonord.) E.W. Mason & S. Hughes 1957
http://data.gbif.org/species/14380391

(3) Heleococcum aurantiacum: an Uncommon Weed Fungus of Mushroom Compost
http://www.nature.com/nature/journal/v180/n4580/abs/180283a0.html

(4) Diseases of Agaricus bisporus and their management.
http://www.cababstractsplus.org/google/abstract.asp?AcNo=20043214067

(5) EPPO Standards - GUIDELINES ON GOOD PLANT PROTECTION PRACTICE - MUSHROOMS
http://archives.eppo.org/EPPOStandards/PP2_GPP/pp2-20-e.doc

(6) DOENÇAS FÚNGICAS E FUNGOS COMPETIDORES EM FUNGOS COMESTÍVEIS DO GÊNERO AGARICUS
http://www.biologico.sp.gov.br/rifib/IIIRifib/82-87.pdf

(7) Medicinal Mushrooms
http://healing-mushrooms.net/glossary

(8) Geotrichum sp.
http://www.emlab.com/app/fungi/Fungi.po?event=fungi&species=73&type=primary

(9) Geotrichum candidum
http://www.mycology.adelaide.edu.au/Fungal_Descriptions/Hyphomycetes_(hyaline)/Geotrichum/

(10) ADVICE SUMMARY - PRODUCT APPLICATION - BACRASAN PHENOLIC SANITISER
http://www.apvma.gov.au/advice_summaries/37895.pdf
 
Meu irmão parabéns por ter essa iniciativa de juntar toda essa informação em lugar só, esta realmente fantástica a sua pesquisa, adorei a determinação.....valeu!!!!!

Paz e luz!!!!!!!!!!!!!!!!
 
Riscos decorrentes de contaminantes - Fusarium

Fusarium - Contaminante de cor brilhante, doença do umedecimento, bolor amarelo da chuva, murcha de Fusarium

Segundo The Mushroom Cultivator o gênero Fusarium é um contaminante pouco comum que aparece como um micélio extenso, de crescimento rápido, cor branca e textura algodoada. Pode permanecer branco ou, na maioria das vezes, mudar para cores vívidas. As espécies de Fusarium vistas mais comumente em grãos têm tons de rosa, púrpura ou amarelo.

A principal fonte de contaminação são grãos mal esterilizados. Mas pode também se espalhar pelo ar e pelo solo usado para camada de cobertura. Mesmo uma infestação moderada inibe o crescimento dos cogumelos, que além de pequenos frequentemente têm chapéus desproporcionalmente pequenos e caules com interior amarronzado.

Algumas espécies e cor:
F.lateritium - de cor rosada
F.avenaceum - avermelhada
F.culmorum - vermelho amarelado vívido.
F.poae - violeta
F.oxysporum - vermelho violeta

The Mushroom Cultivator ainda cita que algumas espécies são altamente tóxicas e que os grãos contaminados com Fusarium devem ser esterilizados antes de serem manuseados, pois pode causar micoses severas.

Algumas espécies e suas características também podem ser vistas neste link (1). Notem que nem sempre as cores coincidem com as citadas pelo The Mushroom Cultivator, mas o gênero parece bem grande, talvez mais de mil espécies, e há certa confusão taxonômica.

Fusarium é facilmente encontrado no solo e em plantas (2).

Apesar de não ser um contaminante comum há algumas referências na net à ocorrência de Fusarium em culturas de cogumelos, como estas (3) (4) (5).

A toxicidade citada pelo The Mushroom Cultivator é devido a micotoxinas produzidas pelo crescimento de Fusarium nos grãos. A intoxicação se dá pela ingestão dos grãos, que pode produzir sintomas alérgicos ou ser carcinogênica a longo prazo (2).

Embora não sejam de ocorrência frequente, Fusarium pode provocar várias infecções em humanos (2). Infecções cutâneas, particularmente em queimaduras, sinusite, infecções pulmonares, endocardite, otite e outras infecções podem ser causadas pelo gênero, que é muito resistente a drogas e por isso difícil de tratar. As infecções invasivas frequentemente são letais. Há numerosas referências pela net.

Os imunodeprimidos são as vítimas usuais de Fusarium (6). É um padrão visto também em outras micoses. As piores infecções geralmente estão associados a estas pessoas imunodeprimidas (7).

F.solani tende a ser a espécie mais resistente a drogas, e também a mais frequentemente identificada em infecções em humanos e animais (8). Esta espécie é de coloração esbranquiçada ou creme. Ocasionalmente pode ser azul ou azul-esverdeada, mas não de cor laranja.

(1) Fusarium
http://faem.ufpel.edu.br/dfs/patologiasementes/cgi-bin/sementes/detalhes.cgi?praga=96

(2) Fusarium spp.
http://www.doctorfungus.org/Thefungi/Fusarium.htm

(3) IMPORTANCE OF SUBSTRAT DIZINFECTION ON OYSTER MUSHROOM (PLEUROTUS SP.) CULTURE
http://usamvd.e-cat.ro/docs/not.bot/2006_XXXIV/2006_1_Not.Bot.Hort.Agro.Bot._XXXIV_048-053.pdf

(4) IDENTIFICAÇÃO DE FUNGOS CONTAMINANTES NO CULTIVO DE Pleurotus spp. CONDUZIDO EM SISTEMA DE PRODUÇÃO FAMILIAR
http://www.ufpel.edu.br/cic/2007/cd/pdf/CB/CB_00772.pdf

(5) Doenças causadas por Fungos
http://www.geocities.com/~esabio/cogumelo/agaricus2.htm

(6) FUSARIOSIS IN HUMANS: Fusarium-INFECTED HUMANS
http://www.mycoherbicide.info/HEALTH/Toxicity/HumanToxicityofFungus/toxicity_in_humans.htm

(7) Fusarium Infection
http://www.medicine.org.hk/hksdv/journal/200106-06.pdf

(8) Fusarium solani
http://www.doctorfungus.org/Thefungi/Fusarium_solani.htm

Outras fontes:
- Fusarium Keratitis
http://www.logicalimages.com/resourcesFusariumKeratitis.htm

- IDENTIFICAÇÃO DE ESPÉCIES DE FUSARIUM ISOLADAS DE PACIENTES COM INFECÇÕES OCULARES ATENDIDOS NO HOSPITAL DE CLÍNICAS - UNICAMP
http://www.prp.unicamp.br/pibic/congressos/xvcongresso/resumos/035112.pdf

- Micotoxinas do Fusarium e seu Potencial Carcinogênico
http://www.newslab.com.br/newslab/ed_anteriores/70/art05.pdf

- Infecções fúngicas em pacientes neutropênicos. Estudo prospectivo de 8 anos
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0036-46651995000500004&lng=e&nrm=iso&tlng=e

- Maxillary sinus fusariosis in immunocompetent hosts
http://journals.cambridge.org/actio...5783D261D.tomcat1?fromPage=online&aid=1084508
 
Chapado esse topico! Alguém aí sabe o que é 'composto sporogone'? procurei google, schollar google etc e nada...Só o nome de um antibiótico... Será que é isso:confused:? FAlous até mais !:pos:
 
Chapado esse topico! Alguém aí sabe o que é 'composto sporogone'? procurei google, schollar google etc e nada...Só o nome de um antibiótico... Será que é isso:confused:?


Esse composto Sporogone deve ser isso mesmo. O nome comercial de um antibiótico ou fungicida.
 
Riscos decorrentes de contaminantes - Sepedonium

Sepedonium - Bolor amarelo, Bolor branco

Este bolor branco e ralo cresce no composto durante o crescimento do inóculo. Com a idade a cor muda para um amarelo variando entre embotado e com tons de canela. Os esporos são carregados pelo ar, têm paredes celulares grossas e podem sobreviver ao aquecimento. Coloniza compostos considerados ideais para o crescimento do inóculo (1). O FAQ do Shroomery chama este contaminante de bolor amarelo Sepedonium.

Em outras fontes há a citação de mais tons de amarelo para a fase madura.

The Mushroom Cultivator traz os nomes de bolor amarelo e bolor branco para o gênero.


Sepedonium é um gênero que habita naturalmente o solo e a madeira de coníferas, além dos compostos de cultivo de cogumelos. Parasita cogumelos das famílias Agaricaceae e Boletaceae. São comuns porém representam somente uma pequena proporção do biota fúngico. É relacionado aos gêneros Chrysosporium e Staphylotrichum (2).

As espécies mais comuns são S.ampullosporum e S.chrysospermum (3). Morfologicamente o gênero se parece muito com o patógeno humano Histoplasma capsulatum (4).


Há várias referências na net da ocorrência de Sepedonium como competidor ou parasita em culturas de cogumelos (5) (6) (7) (8) (9).


Sepedonium não é considerado patogênico para o homem (3), informação que consta também em outros sites. Entretanto há alguns relatos sobre infecção em pacientes com AIDS, como este (10). Então pessoas com imunodeficiência estão, pelo menos em alguns casos, sujeitas a infecções oportunistas de fungos deste gênero. O risco e a freqüência, entretanto, parecem muito menores que os de outros fungos contaminantes de culturas que são reconhecidos como patógenos em humanos.

The Mushroom Cultivator diz que algumas espécies possivelmente são tóxicas.




(1) Shroomery Contamination FAQ
http://www.shroomery.org/5276/What-are-common-contaminants-of-the-mushroom-culture

(2) Sepedonium sp.
http://www.emlab.com/app/fungi/Fungi.po?event=fungi&species=108&type=primary

(3) Sepedonium spp.
http://www.doctorfungus.org/thefungi/Sepedonium.htm

(4) Sepedonium
http://www.mycology.adelaide.edu.au/Fungal_Descriptions/Hyphomycetes_(hyaline)/Sepedonium/

(5) Doenças causadas por fungos
http://www.geocities.com/~esabio/cogumelo/agaricus2.htm

(6) Yellow mold
http://agaricus.ru/en/doc/show/383/zero/

(7) Mushroom Integrated Pest Management
http://resources.cas.psu.edu/ipm/mushroomIPMhandbook.pdf

(8) Host-parasite relationships of Agaricus brunnescens and a number of mycoparasitic hyphomycetes
http://www.springerlink.com/content/prr828101661525t/

(9) NRCM-Perspective Plan Vision-2025
http://www.nrcmushroom.org/Vision 2025.pdf

(10) Sepedonium species: Um fungo oportunista em pacientes com AIDS
http://www.interlabdist.com.br/news_htm/internews_119_2.htm



Outras fontes
- Sepedonium
http://www.botany.utoronto.ca/researchlabs/mallochlab/Malloch/Moulds/Sepedonium.html
 
Riscos decorrentes de contaminantes - Oedocephalum

Oedocephalum spp. - Bolor marrom. bolor rosado

Este bolor cresce, com cor cinza claro, na superfície do composto, mais tarde se tornando marrom à medida que os esporos amadurecem. Forma estruturas (conidióforos) eretas para sustentar os esporos, com conjuntos esféricos de esporos grandes no topo. Seu aparecimento indica que a amônias e as aminas não foram completamente eliminadas durante a fase II (o que pode ser o caso quando as fontes de carbono são limitadas e o nitrogênio não pode ser todo convertido em proteína microbiana). Sua ecologia é similar a Coprinus, e frequentemente ocorre junto (1).

Os conidiófos citados no FAQ do Shroomery, e que são característicos do gênero, podem ser vistos nas ilustrações 4 e 5 deste link (2).

É citado em outras fontes com o nome de bolor rosado, como neste link (3), mas o nome de bolor marrom também é encontrado em outras fontes como referente ao gênero.

Oedocephalum é um gênero que representa uma pequena parte do biota fúngico. É encontrado no solo, poeira e em compostos descartados (4).

Há algumas menções na net ao gênero Oedocephalum como contaminante ou organismo presente nos compostos de culturas de cogumelos (3) (5) (6) (7) (8).

Nenhuma informação está disponível sobre a toxicidade ou patogenicidade de Oedocephalum e a alergenicidade não foi estudada (4).

Não encontrei menção a nenhuma ameaça à saúde humana causada pelo gênero.

(1) Shroomery Contamination FAQ
http://www.shroomery.org/5276/What-are-common-contaminants-of-the-mushroom-culture

(2) Oedocephalum glomerulosum (Bull.)
http://www.mycobank.org/MycoTaxo.aspx?Link=T&Rec=239528

(3) Doenças causadas por fungos
http://www.geocities.com/~esabio/cogumelo/agaricus2.htm

(4) Oedocephalum sp.
http://www.emlab.com/app/fungi/Fungi.po?event=fungi&species=92&type=primary

(5) Mushroom Integrated Pest Management
http://resources.cas.psu.edu/ipm/mushroomIPMhandbook.pdf

(6) Indoor composting of vine by-products to produce substrate for mushroom cultivation
http://www.inia.es/gcontrec/pub/417-424-Indoor_1188556932093.pdf

(7) VIII. MANEJO INTEGRADO DE PLAGAS DEL CHAMPIÑÓN
http://200.23.34.99/PortalSIBE/libros/agaricus/8 Rinker.pdf

(8) Mushroom Disease Principles & Integrated Disease Management
http://www.agridigest.com/hortmushroom.html

Outras fontes:
- Method for culture of fungi including shiitake (Lentinus edodes)
http://www.freepatentsonline.com/5123203.html
 
Riscos decorrentes de contaminantes - Alternaria

Alternaria - Bolor negro, bolor cinza negro, mancha negra

É um gênero de fungos conhecido como importante patógeno vegetal. São conhecidas 44 espécies bem definidas, mas podem haver centenas (1). A maioria das espécies são patógenos de plantas, mas nem todas. Há também espécies saprofíticas.

The mushroom Cultivator diz que é muito comum na natureza, e frequentemente encontrado na produção de inóculos. Menos frequente em grãos, embora nestes ocorra mais no sorgo.Dissemina-se pelo ar. É descrito pelo livro, na trecho "Aparência Macroscópica" como "um micélio cinza negro de crescimento rápido. Alternaria primeiro aparece nas jarras de inóculo como manchas negras dispersas, que em pouco tempo se espalham e sobrepujam o micélio do cogumelo. Em agar se assemelha a um bolor Penicillium preto."

Em pelo menos uma fonte aparece menção à cor marrom (2).

Além do The mushroom Cultivator o gênero é citado em outras fontes como parte da microflora que ocorre em compostos para cultivo de cogumelos (3) (4) (5).

Alternaria é um alérgeno importante em humanos. Está associado à asma, à febre do feno e à hipersensibilidade pulmonar, por exemplo. Além disso produz várias micotoxinas (1) (4) (5) (6) (7) (8).

Como patógeno só parece perigoso para pessoas imunocomprometidas. Nesses casos está associado a infecções na córnea, nas cavidades oral e sinoviais, nas unhas, pneumonias e lesões na pele (8) (9).

(1) Alternaria
https://en.wikipedia.org/wiki/Alternaria

(2) Alternaria
http://faem.ufpel.edu.br/dfs/patologiasementes/cgi-bin/sementes/detalhes.cgi?praga=89

(3) Fungal biodiversity: Distribution, conservation and prospecting of fungi from India
http://www.ias.ac.in/currsci/jul102005/58.pdf

(4) The allergens of Cladosporium herbarum ans Alternaria alternata
http://content.karger.com/ProdukteDB/Katalogteile/isbn3_8055/_73/_91/CI81-Breitenbach.pdf

(5) f212 Mushroom (champignon)
http://www.immunocapinvitrosight.com/dia_templates/ImmunoCAP/Allergen____28341.aspx

(6) COMMOM MOLDS
http://www.mold-lady.com/commonmolds.htm

(7) Alternaria sp.
http://www.dehs.umn.edu/iaq_fib_fg_gloss_alternariasp.htm

(8) Alternaria Online
http://cals.arizona.edu/plp/alternaria/online/

(9) 1.01057. ALTERNARIA
http://www.pdamed.com.br/diciomed/pdamed_0001_01057.php
 
Alternaria - Bolor negro, bolor cinza negro, mancha negra


Complementando com uma pesquisa nova que vi:



Uma infecção fúngica ajuda a compreender algumas alergias

19/10/2016

Em um artigo publicado em Scientific Reports, uma equipe de pesquisadores do Centro de Biotecnologia e Genômica de Plantas (CBGP, UPM-INIA) mostra os resultados de um estudo realizado sobre Alt a 1, uma proteína altamente alergênica encontrada em certas espécies de fungos endolíticos que causa a asma grave.

O trabalho permite não apenas compreender melhor o papel desempenhado por esta proteína na patogenicidade do fungo, mas também, o mecanismo identificado em plantas pode fornecer informação de interesse clínico sobre afecções respiratórias e alergias causadas por estes fungos.

Os esporos de certos fungos do gênero Alternaria que aparecem como mofo em plantas da maioria de nossos cultivos agrícolas estão presentes em nosso entorno todo o ano. Alt a 1 é uma proteína fortemente alergênica que se encontra nos esporos não germinados de um dos fungos do gênero: Alternaria alternata. Alt a 1 não é apenas responsável de infecções e transtornos respiratórias comuns, mas é considerada o principal alérgeno associado à asma crônica.

A ação patogênica desta proteína se vincula com a produção de certos compostos tóxicos e o aumento na produção de tipos reativos de oxigênio por parte das plantas, agentes tóxicos que causam a morte celular. Alt a 1 interage com proteínas de defesa que as plantas expressam ao ser atacadas inibindo a sua atividade. Os esporos de Alternaria permanecem na superfície da planta sem induzir sintomas esperando o momento certo para germinar. Quando o fazem, causam uma cascata de processos que até então tinham permanecido em grande medida inexplorados.

Para compreender melhor estes processos, investigadores do grupo de Biotecnologia Vegetal do CBGP (UPM-INIA) se propuseram investigá-los a escala molecular. Além de revelar detalhes da infecção em plantas, as respostas moleculares para a presença de Alt a 1 poderiam dar pistas sobre as respostas que se associam ao desenvolvimento de alergias e outros transtornos em humanos.

Os resultados obtidos revelam que Alt a 1 não age sozinha, mas usa um composto leva anexado (um ligante), que é um ator principal na infecção. Após acumular nos esporos, a proteína se libera na presença de humidade.

Mas faz junto com seu ligando: um derivado da quercetina e membro de uma família de compostos secundários muito estendidos em plantas, os flavonoides, presentes também nas frutas e verduras. As conhecidas propriedades antioxidantes, antifúngicas e antibacterianas dos flavonoides lhes valeram uma bem merecida fama.

O cenário em que atua Alt a 1 atua na infecção poderia ser o próximo. Quando os esporos de Alternaria germinam, a planta infectada defende-se liberando certas proteínas associadas com patogênese e produzindo radicais livres como ação defensiva. Os esporos liberam a proteína Alt a 1 em forma de agregados que transportam o ligando. Mas ao passar a outros compartimentos da planta, o pH muda, os agregados se rompem e o ligando é liberado.

Em seguida, a ação combinada de Alt a 1 – bloqueando certas proteínas de defesa – e do ligando – eliminando os radicais livres – desarma as respostas defensivas da planta e facilita a infecção. Da mesma forma, se os esporos de Alternaria alternata estão ao ar livre, uma pessoa pode inalar atingindo o epitélio bronquial.

No seu caminho para eventuais respostas do sistema imunológico, Alt a 1 deve passar por regiões de acidez mudando com o que a quebra de seus agregados e liberação do ligando causariam respostas moleculares análogas às encontradas em plantas.

Este mecanismo tem sido identificado em plantas pode aportar informação de grande interesse clínico sobre transtornos respiratórios comuns (como sinusite alérgica, rinite, pneumonite e asma bronquial) e outro tipo de alergias provocadas por estes fungos.

Referências:

M. Garrido-Arandia et al, Characterisation of a flavonoid ligand of the fungal protein Alt a 1. Scientific Reports, 6, Article number 33468 (2016). DOI: 10.1038/srep33468.

Fonte: Agencia Sinc

Adaptado de http://www.medcenter.com/contentnews.aspx?pageid=128787&tax_id=277&id=233117&EMKT=1&langtype=1046

E um texto bem melhor, em inglês: http://www.upm.es/internacional/UPM/UPM_Channel/News/53408e7d612c7510VgnVCM10000009c7648aRCRD
 
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