Psilocybin
Estava relendo esse interessante artigo que o el muscarim postou.
Brochura do investigador é a compilação de dados clínicos e não clínicos já conhecidos sobre o produto em investigação, que sejam relevantes para o uso seguro desse produto, em um estudo clínico envolvendo seres humanos.
Traduzi o início. Depois fica mais técnico ainda, e não sei se seria proveitoso:
1. Formulação e substância da droga
A psilocibina (fosforil-4-hidróxi-N,N-dimetiltriptamina), também referenciada como éster fosfato 3-[2-(Dimetilamino)etil]indol-4-ol di-hidrogênio tem a fórmula química C12H17N2O4P. É uma triptamina, e um dos maiores constituintes psicoativos em cogumelos do gênero Psilocybe, como Psilocybe cubensis e Psilocybe mexicana. Povos nativos do México usaram os cogumelos em cerimônias religiosas e de cura (Hofmann 2005). Artefatos e documentos históricos sugerem que o uso ritual de cogumelos com psilocibina ocorreram tão cedo quanto há 3.000 anos atrás, com uso documentado no século 16, anterior à proibição espanhola do mesmo. A psilocibina foi primeiro isolada dos cogumelos que a contêm por Hofmann em 1957, e de depois sintetizada por ele em 1958 (Passie et al. 2002). A psilocibina foi usada em pesquisa na psiquiatria e na psicologia, e em psicoterapia, durante o início e o meio da década de 1960 nos EUA, até o seu banimento em 1970 nesse país, e até os anos 1980 na Alemanha (Passie 2005; Passie et al. 2002). A pesquisa sobre os efeitos da psilocibina foi retomada no meio da década de 1990, é atualmente a mesma é o composto preferido para uso em estudos dos efeitos dos alucinógenos serotoninérgicos (ver, por exemplo Carter et al. 2005a; Gouzoulis-Mayfrank et al. 1999b; Hasler et al. 2004), provavelmente porquê tem uma duração de efeitos menor e também notoriedade menor que o LSD. Todavia, a despeito do uso não médico frequente em humanos, poucos ou nenhum estudo com psilocibina in vitro ou com animais não humanos foi feito.
A psilocibina pertence a uma classe de drogas ditas alucinógenas, ou psicodélicas. Especificamente, é um alucinógeno serotoninérgico, junto com outras triptaminas como a dimetiltriptamina (DMT), ergolinas, como o LSD, e as fenitilaminas, como a mescalina. Atualmente pesquisas em humanos e outros animais sugerem que os alucinógenos serotoninérgicos produzem a maioria dos seus efeitos por agonismo (ativação) do receptor 5HT2A, com contribuições também de agonismo dos receptores 5HT2C e 5HT1A (Nichols 2004). Como outros membros desta classe, a psilocibina algumas vezes induz profundas mudanças na percepção, cognição e na emoção, incluindo labilidade (instabilidade) emocional.
Em humanos, e também em outros mamíferos, a psilocibina é transformada no metabólito ativo psilocina, ou 4-hidróxi-N,N-dimetiltriptamina (C12H16N2O). É provável que a psilocina produza parte ou a totalidade dos efeitos psicológicos e subjetivos da psilocibina em humanos e outros mamíferos.
2- Efeitos farmacológicos e toxicológicos
Psilocibina e psilocina agem no sistema de neurotransmissão
Visão global
A psilocibina e seu metabólito psilocina afetam vários receptores de serotonina sem afetar diretamente outros sistemas de neurotransmissão. Enquanto há menos estudos do perfil farmacológico da psilocibina que da ergolina LSD, estudos conduzidos com a psilocibina e a psilocina indicam que, como o LSD, estas triptaminas são agonistas dos receptores 5HT2A, 5HT2C e 5HT1A *. Ao contrário do LSD elas têm pouca afinidade pelos receptores de dopamina, e somente doses muito altas afetam os receptores de norepinefrina. A pesquisa da psilocibina em humanos confirma a atividade da psilocibina e psilocina nos receptores 5HT2A, e provê algum suporte para efeitos indiretos nos receptores de dopamina via atividade nos receptores 5HT2A e possível atividade nos receptores 5HT1A.