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Profecias somente terrenas

L'esprit libre

Cogumelo maduro
Membro Ativo
22/06/2005
173
73
" Não levantes o braço contra eles!
São inumeráveis, e o teu destino não é ser um enxota-moscas!

São inumeráveis esses pequeninos e mesquinhos; e altivos edifícios se têm visto destruídos por gotas de chuva e ervas ruins.
Não és uma pedra, mas já te fenderam infinitas gotas. Infinitas gotas continuarão a fender-te e a quebrar-te. Vejo-te cansado das moscas venenosas, vejo-te arranhado e ensangüentado, e o teu orgulho nem uma só vez se quer encolerizar.
Elas desejariam o teu sangue com a maior inocência; as suas almas anêmicas reclamam sangue e picam com a maior inocência.
Mas tu, que és profundo, sentias profundamente até as pequenas feridas, e antes da cura já passeava outra vez pela tua mão o mesmo inseto venenoso.
Parece-me altivo demais para matar esses glutões; mas repara, não venha a ser destino teu suportar toda a sua venenosa injustiça!
Também zumbem à tua roda com os seus louvores. Importunidades: eis os seus louvores. Querem estar perto da sua pele e do teu sangue.
Adulam-te como um deus ou um diabo! Choramingam diante de ti como de um deus ou de um diabo. Que importa?
São aduladores e choramingas, nada mais.
Também sucede fazerem-se amáveis contigo; mas foi sempre essa a astúcia dos covardes.
É verdade; os covardes são astutos!
Pensam muito em ti com a alma mesquinha. Desconfiam sempre de ti. Tudo o que dá muito que pensar se torna suspeito.
Castigam-te pelas tuas virtudes todas.
Só te perdoam de verdade os teus erros.
Como és benévolo e justo, dizes: "Não têm culpa da pequenez da sua existência". Mas a sua alma tímida pensa: "Toda grande existência é culpada".
Mesmo que sejas atencioso com eles, ainda se consideram desprezados por ti e pagam o teu benefício com ações dissimuladas.
O teu mudo orgulho contraria-os sempre, e alvorotam quando acertas em ser bastante modesto para ser vaidoso.
O que reconhecemos num homem infamamos-lhes também nele. Na tua presença sentem-se pequenos, e sua baixeza arde em invisível vingança contra ti.
Não percebeste como costumávamos emudecer quando te aproximava deles, e como as forças os abandonavam tal fumaça que se extingue? Sim, meu amigo; és a consciência roedora dos teus próximos, porque não são dignos de ti. Por isso te odeiam e quereriam sugar-te o sangue.

Não é teu destino ser enxota-moscas. "
 
É bem profundo, me remete a lembranças de acasos desse gênero, invejas alheias causando importunios, ações dissimuladas e destrutivas...
Porém, isso não esgota jamais a infinidade de formas que o homem assume em sua existência, o Bem e o Mal no homem estão numa constante variação, nem sempre ocupa-se o tempo todo do homem o Mal agir.

É dificil computar com exatidão com qual razão cada uma dessas forças age sobre o homem de hoje, antigamente, ou prever para um futuro, posto que Bem e Mal são duas antinomias - um só existe pelo outro, e justamente na mesma proporção - me leva acreditar que a única resposta para isto é: Bem e Mal tem os mesmos pesos e influi da mesma nameira na vida do homem.

Essa crítica de Nietzsche as moscas da praça pública, cetamente se refere a uma classe vulgar e ignorante, sem conhecimento, da qual só resultou devido ao seu PRÓPRIO conhecimento, que aparentemente reserva consigo...
É uma crítica ao popular, e consequentemente um elogio ao erudíto, com isso ele distingue-se e enquadra-se também num aquilatador, julga: os sabios serem do Bem; e o populacho do Mal.

Eu não sei, parece-me que a suas palavras sobre o "situar-se para além do Bem e do Mal", elas encontram-se de frente com uma contradição essêncialmente paradoxal, é o julgamento que chega a concluir, logo, como pode a conclusão não ter sido antes um julgamento ?

Isso sem dúvidas é uma influência Heraclitiana, o Devir na moral humana, o rio que flui as mudanças de valores morais, tal como ele poe muitas vezes em Zaratustra.
Porém, como ele mesmo sabia (acredito eu), e não sei porque diabos ainda poderia ele argumentar dessa maneira, Parmenides ja havia desenvolvido uma idéia contrária ao Devir, que parte da suposição metafísica de que a agua pode estar se movendo, mas se ha algo que podemos chamar de "rio", é aquilo que não se move.
Só para fazer uma analogia parecida com a ele que usa, então afinal, a moral que sempre mudou durante a história, realmente não importa para nós, mas e a moral que permaneceu durante a história? Essa é a moral por excelência, e até mesmo alguns cristãos, vitmas das críticas de Niet., seguem uma filosofia desse tipo e a busca por essa moral, pela "besta de mil cervizes".
A besta de mil cervizes não tem que ser destruída, pelo contrário, deve ser Encontrada!!
A inversão dos valores, em Niet, é muito exagerada, não acredito ser o caminho para o super-homem...
 
Última edição por um moderador:
Percebí Zaratustra no primeiro parágrafo... Inconfundível.
 
Essa tal "reflexão filosófica" ainda será banida, em função da experiência direta.
 
Essa tal "reflexão filosófica" ainda será banida, em função da experiência direta.
O que você chama de "experiência direta" ? A reflexão filosófica também é uma experiência direta.
Agora, se você se refere as experiências sensíveis e empíricas, então também não extinguirá a filosofia, apesar de ter sido esse o desastre científico que ocorreu com a divisão das ciências, a filosofia perene ainda permanece viva em sua essência...
 
Experiência direta: saber/sentir sem os adornos do pensamento ou da "filosofia", estas desculpas que usam para dignificar a apreensão que "EU" tenho das coisas e que conseguirei catalogar na prateleira mais alta.

Transtornaram Vida, Verdade, Cosmos...colocando antes suas ciências...."minha ciência das coisas é o parâmetro de tudo". "Se eu não existesse, nada existiria."

O que é Vivo é a Vida.
 
Experiência direta: saber/sentir sem os adornos do pensamento ou da "filosofia", estas desculpas que usam para dignificar a apreensão que "EU" tenho das coisas e que conseguirei catalogar na prateleira mais alta.

Transtornaram Vida, Verdade, Cosmos...colocando antes suas ciências...."minha ciência das coisas é o parâmetro de tudo". "Se eu não existesse, nada existiria."

O que é Vivo é a Vida.

Exatamente, porém, sem isso que você chama de adornos do pensamento e da filosofia, que eu colocaria como "verdades relativas", jamais você poderia dizer algo a respeito desse outro conhecimento da vivência em geral, porque somos seres integrais, somos picados de muitas partes de conhecimento, empírico, racional, emotivo, vivêncial.
Não somos apenas conhecimento puro, mas somos também conhecimento, e sem esta parte o ser humano deixa de ser pleno.

Tem um fragmento Nietzscheano muito interessante e profundo a respeito da constituição do ser, uma crítica (pra variar) ao ser atual, aos homens atuais e as suas concepções, suas teorias, suas conjecturas, e o pseudo conhecimento da civilização atual... É MUITO interessante... "O País da Civilização"

Do País da Civilização

"Voei demasiado longe pelo futuro, e
horrorizei−me.
Quando olhei em tomo de mim reparei
que o tempo era o meu único
contemporâneo.
Tornei então para trás, cada vez mais
apressado: assim cheguei até vós,
homens atuais; assim cheguei ao país
da civilização.
Pela primeira vez vos olhei com olhos
favoráveis e com bons desejos.
E que me sucedeu? Apesar do medo
que me invadiu... pus−me a rir! Nunca
meus olhos viram algo que fosse tão
bizarro.
Eu ria, ria, ao passo que me tremiam os
pés e também o coração. "Mas este −
disse comigo − é o país dos vasos
coloridos!" Com a face e os membros
pintados de mil maneiras, assim me
assombrastes, homens atuais.
E com mil espelhos à vossa roda, que
adulavam e repetiam o efeito das
vossas cores.
Certo, não podíeis usar melhores
máscaras do que a vossa própria cara,
homens atuais.
Quem vos poderia reconhecer?
Pintalgados com os sinais do passado,
cobertos por seu turno com outros
sinais: assim vos ocultastes de todos os
intérpretes!
E embora se soubesse examinar as
entranhas, quem acreditaria que
tivésseis entranhas? Pareceis feitos de
cores e de papéis pegados.
Todos os tempos e todos os povos
olham revoltadamente através dos
vossos véus; todos os costumes e todas
as crenças falam confundidos por meio
de vossa atitude. Aquele que vos tirasse
os véus, os retoques, as cores e as
atitudes, não deixaria mais do que um
espantalho.
Na verdade, eu mesmo sou um pássaro
espantado que uma vez vos viu nu e
sem cores, e, quando tal esqueleto me
acenou amoroso, fugi espavorido.
Porque preferia descer aos profundos e
confundir−me nas sombras do passado!
As sombras dos que existiram têm mais
consistência do que vós.
A minha íntima amargura, homens
atuais, é que vos não posso suportar
nem nus, nem vestidos!
Tudo o que inquieta no futuro e tudo o
que pode afugentar um pássaro
espantado inspira verdadeiramente mais
quietude e caí m do que a vossa
"realidade". Por−que vós dizeis: "Somos
inteiramente reais, não temos crenças
nem superstições"; assim encheis o
papo, sem ter papo sequer.
Sim. Como seria possível vós crerdes,
tão pintados! Vós que sois pinturas de
tudo quanto se tem acreditado!
Sois uma refutação da própria fé, e a
ruptura de todos os pensamentos.
Seres incríveis! Assim vos chamo eu a
vós, "homens da realidade".
Todas as épocas declamaram umas
contra as outras em vossos espíritos: e
os sonhos e as declamações de todas
as épocas eram mais reais do que a
vossa vigília.
Sois estéreis: por isso vos falta a fé.
Aquele, porém, que devia criar, tinha
também sempre os seus sonhos de
verdades e os sinais estelares, e tinha
fé na fé.
Sois portas entreabertas onde
aguardam os coveiros. Eis a vossa
realidade: "Tudo merece desaparecer".
Ah! Como estais aí diante de mim,
homens estéreis? Que pobreza de
costelas! E quantos dentre vós que o
não têm visto.
E dizem: "Tirar−me−ia algum deus
qualquer coisa enquanto eu dormia?
Certamente, o suficiente para formar
uma mulher! É prodigiosa a pobreza das
minhas costelas!" Assim têm falado já
muitos homens célebres.
Sim; fazeis−me rir, homens atuais, e
sobretudo quando vos assombrais de
vós mesmos. Pobre de mim se me não
pudesse rir do vosso assombro e se
tivesse de tragar tudo quanto há de
repugnante em vossas escudelas!
Eu, porém, tomo−vos ao de leve, pois
tenho coisas pesadas para levar; e que
me importa pousem na minha carga
insetos e moscas?
A verdade é que minha carga não será
mais pesada por isso. Não sois vós,
contemporâneos, que me haveis de
ocasionar maior fadiga. Aonde devo
subir ainda com o meu desejo? Olho do
alto de todos os píncaros à procura de
pátrias e de terras natais.
Em nenhuma parte, porém, as encontro:
ando errante por todas as cidades e
saio de todas as portas.
Os homens atuais, para quem há pouco
se inclinavam o meu coração. Agora
são−me estranhos e provocam−me riso:
e vejo−me expulso das pátrias e das
terras natais. Já não amo, pois, senão o
país dos meus filhos, a terra incógnita
entre mares longínquos: é essa que a
minha vela deve, incessante, procurar.
Em meus filhos quero remediar o ser
filho de meus pais; e, no futuro todo,
quero remediar este presente".
 
Última edição por um moderador:
Essa tal "reflexão filosófica" ainda será banida, em função da experiência direta.
Quem já vive o momento presente nao tem tempo mesmo para filosofar.
Dificil é ser aceito falando apenas a verdade nua e crua.:pos:
Levamos TEMPO para entender, e TEMPO nao existe, perdem-se milimetros de pensamento nesse TEMPO gasto filosofando e o pensamento se torna lembrança, ao invez de apenas PENSAMENTO puro.
 
Conhecimento não existe.

A reflexão acumula indefinidamente esses milímetros e logo já não estão mais pensando, ou seja, existindo eletricamente direto ligado à malha da existência. Então inventam códigos e fazem voltas e voltas em seus ídolos, para planificar e obscurecer o que está logo adiante.
 
Conhecimento não existe.

A reflexão acumula indefinidamente esses milímetros e logo já não estão mais pensando, ou seja, existindo eletricamente direto ligado à malha da existência. Então inventam códigos e fazem voltas e voltas em seus ídolos, para planificar e obscurecer o que está logo adiante.

Isso é um paradoxo! Pois é também isso um conhecimento, você conhece que não conhece nada, como pode ser possível isso? Isso é um sofisma, uma explicação aparentemente racional mas que conduz a uma conclusão absurda, contrária as suas próprias premissas.

O sofisma não esgota as possibilidades de conhecimento, isso que você disse é também um conhecimento, e não o único! Existe conhecimentos que vão para o lado oposto, aqueles que tentam descobrir e conhecer todas as coisas que não conduzem para uma explicação absurda e paradoxal, uma seta para o norte eu diria, esse é o objeto da filosofia do sentido!

Nem tudo que soa sofisticado é verdadeiro, não se esqueca disso, a verdade nem sempre é sofisticada, apesar de soar esteticamente bonito o que voce disse, apesar de mexer com os estados emotivos das pessoas, não vale como a palavra de ordem para um filosofo, mas a afirmação disso é um simples dogma.
 
Quem admite o conhecimento ou não-conhecimento é você. Se alguém mente aqui é você.

Não quero conhecer nada. Ou se sabe ou não. O resto são apenas constatações.

A verdade é absolutamente simples.
 
Quem admite o conhecimento ou não-conhecimento é você. Se alguém mente aqui é você.

Não quero conhecer nada. Ou se sabe ou não. O resto são apenas constatações.

A verdade é absolutamente simples.

Como eu disse, um paradoxo! Um paradoxo de mil anos, o ceticismo com relação ao conhecimento, não acredita que tem conhecimento, ou não conhece que tem conhecimento, mas como ainda pode conhecer que não conhece?

Você é um sofista, embora possa não aceitar, de que importa a aceitação ?
Eu admito o conhecimento, porque eu sou um ser humano dotado de faculdades sensíveis, dotado de faculdades racionais, dotado de intuição sensível, volitiva, e capaz de emaranhar uma teia de conhecimento, capaz de seguir um nexo, capaz de atingir estados lógicos, constituir verdades relativas...

Pode permanecer negando o óbvio, o conhecimento, mas você jamais pode negar que está negando o conhecimento, que é também um conhecimento puro...

São só argumentações diversas, motivos que se mostraram interessantes para mim, são motivos dígnos de serem expostos, maiêutica Socrática!
Você pode me odiar por isso - faria nada mais que o consensual - pois foi exatamente por este motivo que Sócrates foi odiado e morto...
Mas quem disse que teria eu que agradar alguém com as minhas verdades?
 
Que te odeio o que rapaz, pode procurar outro... desonestidade é digna de desprezo e explosão...

Você tomou o conhecimento como fato e não consegue sair dele para entender qualquer coisa fora dessa proposição.

Boa sorte!
 
Que te odeio o que rapaz, pode procurar outro... desonestidade é digna de desprezo e explosão...

Você tomou o conhecimento como fato e não consegue sair dele para entender qualquer coisa fora dessa proposição.

Boa sorte!

O problema não é esse não! Pois eu sei sair deste posicionamento... Eu sou flexível, eu não sou dogmático...
A questão é que você não pôde argumentar suficiente para isso...
Que estou fazendo? Usando eu mesmo o metodo que eu defendo, o conhecimento como instrumento de superação e transcendência, e você, por outro lado, como poderia dizer qualquer coisa, se o que prega a mudez ? Permanecer quieto seria o seu mais poderoso argumento.

Porque o que você diz é um subjetivismo exagerado, como poderia o conhecimento não existir? Ora, se falo é porque existe - em palavras - se articulo é porque existe - como idéias - se o conhecimento é, é porque é, como não existiria então o "conhecimento", o simples fato de nega-lo ja presupoe sua existência, como poderia não existir o conhecimento ?

Agora, a questão ao meu ver, é que você não está conseguindo se expressar adequadamente, pois o que você quer dizer que não existe, não é o conhecimento, mas é algo que realmente não existe, algo inexprimível, mas, então porque meu amigo, tenta exprimi-lo ?

Isso é sofisma, muita vontade de verdades estéticas, pouca realidade...
 
Isso, argumentação é somente mentira.

Como eu disse, seu melhor argumento é ficar mudo. Se realmente acredita nisso que fala nem teria começado a discussão virtual, e nem dado as caras ao mundo real, afundar-se-ia num coma meditativo, e o melhor que pode fazer agora, é não falar mais.

Mas nenhum homem tem coragem disso, nenhum conhecido, nem Buda o fez!! Voltou da sua ideação para pregar sua vontade; Pois o simples fato de o conhecermos, é porque se revelou ele ao mundo e seu simbolo.

Existem pessoas que se esgotam com o isolamento, eu não sou um deles, me reservo um tempo sozinho, mas também tenho tempo para o mundo e para a transmissão de conhecimento...
 
..........., e o melhor que pode fazer agora, é não falar mais.


..........., me reservo um tempo sozinho, mas também tenho tempo para o mundo e para a transmissão de conhecimento...

Entendo perfeitamente os dois lados.
A comunicaçao de ambos semelhantemete intensa.
O nao falado també interage, mescla.
E tem gente que realmente ouve os dois.
 
Entendo perfeitamente os dois lados.
A comunicaçao de ambos semelhantemete intensa.
O nao falado també interage, mescla.
E tem gente que realmente ouve os dois.

Em tudo tem sinais, até no escuro, no silêncio, no nada, a questão é saber interpretar esses sinais invisíveis.
 
Impressionante como esse sujeito fala por mim e ainda quer que eu fale.

És desonesto, de alma desonesta. Falso mesmo.
 
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