- 22/06/2005
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" Não levantes o braço contra eles!
São inumeráveis, e o teu destino não é ser um enxota-moscas!
São inumeráveis esses pequeninos e mesquinhos; e altivos edifícios se têm visto destruídos por gotas de chuva e ervas ruins.
Não és uma pedra, mas já te fenderam infinitas gotas. Infinitas gotas continuarão a fender-te e a quebrar-te. Vejo-te cansado das moscas venenosas, vejo-te arranhado e ensangüentado, e o teu orgulho nem uma só vez se quer encolerizar.
Elas desejariam o teu sangue com a maior inocência; as suas almas anêmicas reclamam sangue e picam com a maior inocência.
Mas tu, que és profundo, sentias profundamente até as pequenas feridas, e antes da cura já passeava outra vez pela tua mão o mesmo inseto venenoso.
Parece-me altivo demais para matar esses glutões; mas repara, não venha a ser destino teu suportar toda a sua venenosa injustiça!
Também zumbem à tua roda com os seus louvores. Importunidades: eis os seus louvores. Querem estar perto da sua pele e do teu sangue.
Adulam-te como um deus ou um diabo! Choramingam diante de ti como de um deus ou de um diabo. Que importa?
São aduladores e choramingas, nada mais.
Também sucede fazerem-se amáveis contigo; mas foi sempre essa a astúcia dos covardes.
É verdade; os covardes são astutos!
Pensam muito em ti com a alma mesquinha. Desconfiam sempre de ti. Tudo o que dá muito que pensar se torna suspeito.
Castigam-te pelas tuas virtudes todas.
Só te perdoam de verdade os teus erros.
Como és benévolo e justo, dizes: "Não têm culpa da pequenez da sua existência". Mas a sua alma tímida pensa: "Toda grande existência é culpada".
Mesmo que sejas atencioso com eles, ainda se consideram desprezados por ti e pagam o teu benefício com ações dissimuladas.
O teu mudo orgulho contraria-os sempre, e alvorotam quando acertas em ser bastante modesto para ser vaidoso.
O que reconhecemos num homem infamamos-lhes também nele. Na tua presença sentem-se pequenos, e sua baixeza arde em invisível vingança contra ti.
Não percebeste como costumávamos emudecer quando te aproximava deles, e como as forças os abandonavam tal fumaça que se extingue? Sim, meu amigo; és a consciência roedora dos teus próximos, porque não são dignos de ti. Por isso te odeiam e quereriam sugar-te o sangue.
Não é teu destino ser enxota-moscas. "
São inumeráveis, e o teu destino não é ser um enxota-moscas!
São inumeráveis esses pequeninos e mesquinhos; e altivos edifícios se têm visto destruídos por gotas de chuva e ervas ruins.
Não és uma pedra, mas já te fenderam infinitas gotas. Infinitas gotas continuarão a fender-te e a quebrar-te. Vejo-te cansado das moscas venenosas, vejo-te arranhado e ensangüentado, e o teu orgulho nem uma só vez se quer encolerizar.
Elas desejariam o teu sangue com a maior inocência; as suas almas anêmicas reclamam sangue e picam com a maior inocência.
Mas tu, que és profundo, sentias profundamente até as pequenas feridas, e antes da cura já passeava outra vez pela tua mão o mesmo inseto venenoso.
Parece-me altivo demais para matar esses glutões; mas repara, não venha a ser destino teu suportar toda a sua venenosa injustiça!
Também zumbem à tua roda com os seus louvores. Importunidades: eis os seus louvores. Querem estar perto da sua pele e do teu sangue.
Adulam-te como um deus ou um diabo! Choramingam diante de ti como de um deus ou de um diabo. Que importa?
São aduladores e choramingas, nada mais.
Também sucede fazerem-se amáveis contigo; mas foi sempre essa a astúcia dos covardes.
É verdade; os covardes são astutos!
Pensam muito em ti com a alma mesquinha. Desconfiam sempre de ti. Tudo o que dá muito que pensar se torna suspeito.
Castigam-te pelas tuas virtudes todas.
Só te perdoam de verdade os teus erros.
Como és benévolo e justo, dizes: "Não têm culpa da pequenez da sua existência". Mas a sua alma tímida pensa: "Toda grande existência é culpada".
Mesmo que sejas atencioso com eles, ainda se consideram desprezados por ti e pagam o teu benefício com ações dissimuladas.
O teu mudo orgulho contraria-os sempre, e alvorotam quando acertas em ser bastante modesto para ser vaidoso.
O que reconhecemos num homem infamamos-lhes também nele. Na tua presença sentem-se pequenos, e sua baixeza arde em invisível vingança contra ti.
Não percebeste como costumávamos emudecer quando te aproximava deles, e como as forças os abandonavam tal fumaça que se extingue? Sim, meu amigo; és a consciência roedora dos teus próximos, porque não são dignos de ti. Por isso te odeiam e quereriam sugar-te o sangue.
Não é teu destino ser enxota-moscas. "