- 14/04/2015
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Essa questão vem à minha cabeça. Hoje o cogumelo é permitido, mas amanhã pode vir a ser proibido após algum escândalo sensacionalista, ou algo do gênero. Na verdade, as perspectivas são boas ao se pensar no cogumelo em si (meio de uso como chá, encontrado na forma que é usado em toda a natureza sem controle, e outros fatores) e como é estabelecido como enteógeno, algo que as autoridades levam em conta e por isso o fungo é atualmente permitido e tende a assim permanecer. Mas ao se pensar em como a mídia infelizmente trata o assunto de forma sempre a mais ruidosa e marrom possível, as perspectivas não são das melhores. E o maior dano é causado por aqueles que abusam e chamam a atenção da mídia e da sociedade de forma extremamente negativa.
O momento das pessoas começarem a se organizar em defesa do cogumelo é antes que ocorra alguma proibição. Hoje a comunidade cogumeleira/micoenteógena já se organiza para fins de informação de cultivo, segurança, pesquisa, etc. Há muita informação, e isso é um ponto incrivelmente favorável. Mas, em algum momento, será melhor sair da postura de apenas olhar o que os poderes públicos decidem, como se não fosse possível contribuirmos para a melhoria do Bem Comum da forma em que acreditamos: que o cogumelo salva vidas. Ora, "para o triunfo do mal basta que os bons fiquem de braços cruzados" - com o perdão do clichê. Assim, não se recomenda ficar apenas parado e realmente contar que o Universo sempre vai defender o cogumelo, enquanto outros enteógenos ingressam na lista de proscritos.
Claro que isso aqui não é opinião formal de nenhum fórum, comunidade, nem nada. É apenas um tópico relacionado a cogumelos em seu aspecto jurídico, em que se pergunta: o que os usuários de cogumelos podem fazer para impedir que estes sejam proibidos no futuro, e assim assegurar pesquisas de saúde sobre os cogumelos, bem como resguardar o seu uso enteógeno/religioso/espiritual/curativo e a liberdade de transportá-los dentro do Território Nacional sem embaraços?
Talvez alguns pensem que seja desnecessário falar sobre isso agora, já que é permitido. No entanto, o fato de ser legalizado permite justamente uma atuação mais livre e legítima, o que aumenta as chances da ANVISA de criar um grupo multidisciplinar para estudar a micoenteogenia, ou algo nesse sentido, porque desconheço como seria o procedimento completo. É um pouco do princípio pelo qual é melhor agir enquanto não se tem as mãos atadas.
Eis o que penso:
A) Creio que um passo interessante seja usar uma expressão ou palavra que se refira ao uso dos cogumelos de forma séria, que exclua qualquer referência a entretenimento com cogumelos. A finalidade prática é afastar a imagem que a sociedade tem do uso do cogumelo como diversão. As pessoas que gostam de usar pra se divertir já chamam atenção demais, enquanto os órgãos públicos precisam ser convencidos da seriedade do uso do cogumelo, sem brincadeiras. Bem, pode-se dizer que ocorre com o cogumelo um pouco do problema da cannabis: fama como algo nada religioso ou sério, por ser o equivocado uso de entretenimento o mais divulgado na mídia e pelas pessoas. Eu, por exemplo, só fui descobrir o lado espiritual dos cogumelos aqui na comunidade. Só pessoas ligadas à enteogenia sabem que cogumelos são tão poderosos. Agora, o senso comum, 95% da população brasileira, tem que cogumelo é apenas "coisa de doidão", posição preconceituosa mas prevalente.
B) Criação de uma associação com caráter nacional a fim de poder peticionar aos órgãos público, tanto perante o Supremo Tribunal Federal (STF) para fins de Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) ou outra ação de controle concentrado de constitucionalidade, como para atuação perante a ANVISA, para a instauração de um Grupo Multidisciplinar de Trabalho sobre Cogumelos, ou como for o procedimento necessário. Formada a associação, seria criado um site próprio, pois tal associação não tem nenhuma relação com a comunidade CM.
C) Identificação e coordenação dos grupos que usam cogumelos dentro de uma estrutura clássica de religião: rito, Igreja, ministros (xamãs), etc. Apesar de que o uso enteógeno ultrapassa o conceito de religião, a existência de uma "religião típica" ajudaria muito na causa. Nessa hipótese, igualmente seria criado um site próprio, uma vez que a comunidade CM não tem relação com nenhuma espécie de religião, credo ou doutrina. Aqui também serão interessantes eventuais religiões estrangeiras de uso de cogumelo.
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E vocês, o que pensam?
*In natura significa forma de consumo natural, como fazer um chá ou comer diretamente o cogumelo, sem purificação, concentração ou isolamento de substâncias.
O momento das pessoas começarem a se organizar em defesa do cogumelo é antes que ocorra alguma proibição. Hoje a comunidade cogumeleira/micoenteógena já se organiza para fins de informação de cultivo, segurança, pesquisa, etc. Há muita informação, e isso é um ponto incrivelmente favorável. Mas, em algum momento, será melhor sair da postura de apenas olhar o que os poderes públicos decidem, como se não fosse possível contribuirmos para a melhoria do Bem Comum da forma em que acreditamos: que o cogumelo salva vidas. Ora, "para o triunfo do mal basta que os bons fiquem de braços cruzados" - com o perdão do clichê. Assim, não se recomenda ficar apenas parado e realmente contar que o Universo sempre vai defender o cogumelo, enquanto outros enteógenos ingressam na lista de proscritos.
Claro que isso aqui não é opinião formal de nenhum fórum, comunidade, nem nada. É apenas um tópico relacionado a cogumelos em seu aspecto jurídico, em que se pergunta: o que os usuários de cogumelos podem fazer para impedir que estes sejam proibidos no futuro, e assim assegurar pesquisas de saúde sobre os cogumelos, bem como resguardar o seu uso enteógeno/religioso/espiritual/curativo e a liberdade de transportá-los dentro do Território Nacional sem embaraços?
Talvez alguns pensem que seja desnecessário falar sobre isso agora, já que é permitido. No entanto, o fato de ser legalizado permite justamente uma atuação mais livre e legítima, o que aumenta as chances da ANVISA de criar um grupo multidisciplinar para estudar a micoenteogenia, ou algo nesse sentido, porque desconheço como seria o procedimento completo. É um pouco do princípio pelo qual é melhor agir enquanto não se tem as mãos atadas.
Eis o que penso:
A) Creio que um passo interessante seja usar uma expressão ou palavra que se refira ao uso dos cogumelos de forma séria, que exclua qualquer referência a entretenimento com cogumelos. A finalidade prática é afastar a imagem que a sociedade tem do uso do cogumelo como diversão. As pessoas que gostam de usar pra se divertir já chamam atenção demais, enquanto os órgãos públicos precisam ser convencidos da seriedade do uso do cogumelo, sem brincadeiras. Bem, pode-se dizer que ocorre com o cogumelo um pouco do problema da cannabis: fama como algo nada religioso ou sério, por ser o equivocado uso de entretenimento o mais divulgado na mídia e pelas pessoas. Eu, por exemplo, só fui descobrir o lado espiritual dos cogumelos aqui na comunidade. Só pessoas ligadas à enteogenia sabem que cogumelos são tão poderosos. Agora, o senso comum, 95% da população brasileira, tem que cogumelo é apenas "coisa de doidão", posição preconceituosa mas prevalente.
Micoenteogenia, que significa usar cogumelos para fins enteógenos, espirituais, religiosos ou curativos, é a palavra que eu adotei. Ela se remete exclusivamente a cogumelos psicotrópicos consumidos in natura * - o que exclui qualquer outra substância, composto, planta ou fungo. Também rejeita totalmente a ideia de uso de cogumelos para diversão, fuga, bem como rejeita qualquer paralelo com a ideia de drogas, ou de qualquer outra noção nesse sentido. Restringe-se ao uso elevado ou curativo. É uma palavra inequívoca e de compreensão intuitiva. Assim, o objetivo é alcançado: uma única expressão inclui o uso espiritual dos cogumelos e exclui o uso para fins de diversão. Se houver outra melhor, por favor citem.
Críticas do tipo "não crie novos conceitos" devem ser feitas a Sócrates (filósofo grego), que inventou o conceito de conceito e desde então a Humanidade vem usando com sucesso . A intenção dessa palavra nova é apenas afastar a imagem popular de entretenimento ligado ao cogumelo, e não restringir você de se declarar ou não se declarar o que quiser, falar que você é isso, que não é nada, que é aquilo, aquilo outro, ou te restringir, ou nos restringir, ou isolar, sufocar, enfim. Se você não é nada, você não é nada. Acredite, essa palavra nova não irá jogá-lo na parede e sufocá-lo, gritando na sua mente "micoenteogenista" até você ficar sufocado porque apareceu uma nova palavra que você considera desnecessária. Ah, sim, achar desnecessária é uma opinião válida. Alegar terrorismo conceitual não. Falar que a ideia não tem futuro também é válido. Já alegar terrorismo conceitual...
Enfim, o objetivo da palavra é facilitar a defesa daqueles que usam enteologicamente os cogumelos, e fortalecer uma identidade espiritual mais forte do uso de cogumelos, a fim de se tornar tangível a nível argumentativo em uma demanda perante os órgãos públicos. Se você discorda, não use. Mas os benefícios da "reprogramação linguística" existem, não apenas dentro da nossa mente, mas também na postura de terceiros perante aquilo que é dito, justamente pela forma como é dito. Por isso, um passo fundamental contra o preconceito e a desinformação.B) Criação de uma associação com caráter nacional a fim de poder peticionar aos órgãos público, tanto perante o Supremo Tribunal Federal (STF) para fins de Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) ou outra ação de controle concentrado de constitucionalidade, como para atuação perante a ANVISA, para a instauração de um Grupo Multidisciplinar de Trabalho sobre Cogumelos, ou como for o procedimento necessário. Formada a associação, seria criado um site próprio, pois tal associação não tem nenhuma relação com a comunidade CM.
C) Identificação e coordenação dos grupos que usam cogumelos dentro de uma estrutura clássica de religião: rito, Igreja, ministros (xamãs), etc. Apesar de que o uso enteógeno ultrapassa o conceito de religião, a existência de uma "religião típica" ajudaria muito na causa. Nessa hipótese, igualmente seria criado um site próprio, uma vez que a comunidade CM não tem relação com nenhuma espécie de religião, credo ou doutrina. Aqui também serão interessantes eventuais religiões estrangeiras de uso de cogumelo.
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E vocês, o que pensam?
*In natura significa forma de consumo natural, como fazer um chá ou comer diretamente o cogumelo, sem purificação, concentração ou isolamento de substâncias.
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