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Aqui discutimos micologia amadora e enteogenia.

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O diabo

Se o Diabo e Deus existissem realmente enquanto personificações antropomórficas que imaginamos e não como meras tentativas arcaicas de compreender as aparentes forças formadoras da dualidade universal, então teríamos um grave PARADOXO.
Também acho que a forma antropomórfica é um véu para uma forma energética que não temos como compreender.

Claro, esse paradoxo, por considerar como realidade fatos não demonstráveis, revela que a doutrina onde se insere está distante de uma honesta e simples investigação da verdade.
Mais uma vez é uma questão de como demosntrar a verdade e para quem. Se você ler a bíblia verá que, por exemplo, através de parábolas Jesus faz com que um povo que de outro modo não entenderia o que ele tem pra dizer, tenha essas informações gravadas em seu subconsciente, através de imagens, de alegorias. Se Ele falasse cruamente, de maneira "simples e honesta" aos pobres da Galiléia, etc, seria a mesma coisa que falasse sobre o nada. nada veriam nem ouviriam, não teriam ouvidos pra ouvir.

Trocando em miúdos, a ideia de Deus-Diabo (todas herdadas de Zaratustra?) é insustentável MESMO quando consideradas verdadeiras as premissas envolvidas.

Vejamos (imaginando que fossem reais as proposições básicas):

Se Deus é onipresente, onisciente e onipotente,
A onisciência de Deus se dá no tempo Agora. Deus tudo sabe. não sabia ou saberá, mas SABE. Exatamente porque não há tempo. Este é uma ilusão que não existe pra Deus. A nossa confusão se dá por não podermos normalmente retirar esse véu, não podermos ver atrás da cortina do mágico.

O Diabo foi uma criação sua consciente, com algum propósito,
Era um anjo, como outros, só isso.

Pois Ele não apenas sabia de antemão que Shaitan/Moloch/Baalzebub/Tinhoso se "rebelaria", como já o projetara justamente com esse propósito.

Não assumir a inefabilidade dessas conclusões é o mesmo que dizer que Deus NÃO é Deus, ou melhor dizendo, que Ele não é Onipotente, Onisciente e Onipresente, não valendo-se a pena perder tempo com algo que não reúna tais características (afinal, não é Deus).
A onipotência representa que tudo acontece segundo a sua Vontade, não no nosso tempo humano, os fatos que vemos acontecer, toda a história que pra nós é um processo tortuoso e defeituoso, no tempo Dele, é uma peça perfeita e acabada. Jaz, fechada dentro de uma caixinha (mais alegoria).

Assim, temos que concluir que o Diabo é o testa-de-ferro de Deus, que não quis sujar as mãos nos fazendo sofrer diretamente. Tipo um carrasco. Pois é, talvez estejamos num manicômio cósmico, do qual só se sai, quem sabe, através da Vontade.

Sim, como conceito, provavelmente é uma força necessária para a evolução, nesse plano de existência.

Tem gente que pensa que pensa que "concentração em energias baixas˜ é algo ruim, mas sem elas nunca teria vindo a existir nesse plano. Uma sessão com algum enteógeno que lide com as Qliphoth (os cascarões, a vivência autômata e massificada) não é nada mais do que uma entrega deliberada a lidar com o lixo interno que precisa ser reciclado.
Estou vendo que depois terei que postar uma experiência minha, exatamente nesse sentido... è algo pesado que não gostaria de ter que falar mas, vamos ver.

pra encerrar, parabéns pelo seu post.

O diabo em si é a antítese...

Essa é pro zigg
o que acha?
Judas v 9 "Mas quando o arcanjo Miguel, discutindo com o Diabo, disputava a respeito do corpo de Moisés, não ousou pronunciar contra ele juízo de maldição, mas disse: O Senhor te repreenda"
provavelmente tirada do extinto livro de enoque

é uma citação do livro apócrifo Assunção de Moisés.
 
Última edição por um moderador:
Mesmo assim ainda há escolha eo que vem depois é indefinido...


Muito sensato!! Como vai conhecer o bem se não conhece o mal?
Mas se conhece o mal e o bem,não brinque com nenhum deles.

Com certeza não brincarei, se brincar sei que colherei as conseqüências disso "desequilíbrio".
Tudo tem um preço, tudo tem uma conseqüência, cabe a nós olhar isso como bom ou ruim, usar o ruim a nosso favor como forma de crescimento e aprendizado ou ficar se lamentado... temos escolhas...
Não gosto de nada que tire a minha paz interior.
" PAZ INTERIOR = EQUILIBRIO"
 
Eu fico espantado com a precisão com que o Zigg descreve certos processos divinos.

Sinto quase como se ele estivesse ali como um anjo tocando os pés de deus e observando de perto os trejeitos de seu senhor.

Interessante mesmo.
 
"Eu fico espantado com a precisão com que o Zigg descreve certos processos divinos.

Sinto quase como se ele estivesse ali como um anjo tocando os pés de deus e observando de perto os trejeitos de seu senhor.

Interessante mesmo."

:giggle:Eu também, meu caro. Eu também...:giggle:
 
Se Deus é onipresente, onisciente e onipotente,
A onisciência de Deus se dá no tempo Agora. Deus tudo sabe. não sabia ou saberá, mas SABE. Exatamente porque não há tempo. Este é uma ilusão que não existe pra Deus. A nossa confusão se dá por não podermos normalmente retirar esse véu, não podermos ver atrás da cortina do mágico.

Aí lembramos, amado Ziggy Bowie Stardust, que nossos queridos amigos cogumelos têm esse poder de destrancar as portas do espaço-tempo. Por conseguinte, nossa identidade também se dissolve (psicólise) e podemos acessar, por vias indiretas, esse estado desperto atemporal, que alguns teimam em classificar como "Deus" (termo que eu propriamente não recomendo).

Por isso não vejo nem o Big Bang como um começo e nem o Big Crunch como um fim (se é que essas coisas ocorrem do modo como imaginamos).

Assim, temos que concluir que o Diabo é o testa-de-ferro de Deus, que não quis sujar as mãos nos fazendo sofrer diretamente. Tipo um carrasco. Pois é, talvez estejamos num manicômio cósmico, do qual só se sai, quem sabe, através da Vontade.
Sim, como conceito, provavelmente é uma força necessária para a evolução, nesse plano de existência.

Notem bem que essa conclusão do testa-de-ferro é contextual, ou seja, para quem crê nas teologias judaico-cristã e afins.

Zigg, nesse e em qualquer outro plano, né (pra dizer a verdade, só conheço mesmo esse aqui e suas múltiplas grosserias ou sutilezas). Qualquer "existência" se contrapõe a uma "não-existência" e, assim, se forma a aparente dualidade das coisas. Formado isso, há a necessidade de uma evolução, para as coisas acontecerem. Um ir de A a B e depois a C e por aí vai.

Já pensaram o que seria da existência sem o aparente sofrimento (no sentido mais puro da palavra)?!?
Se não há um estado inicial bruto e uma posterior chance de refinamento ou de dissolução, estamos a falar de um estado divino instantâneo, que só se consegue vislumbrar, mas não realizar.

O eletromagnetismo só existe na polaridade.

Se já surgissem os seres num estado de completa beatitude, a existência não teria nenhum desenrolar...
ehehehehehe
 
Gostei. Mas não acho que o conceito do "testa-de-ferro" seja contextual apenas das religiões judaico-cristãs e afins. Independente de religião, acho uma coisa bem factível, observável e até inerente a esse estágio evolutivo.
 
Caaaara, que cogumelinho bom esse.......huahuahaua

Tô viajando olhando pra Bhavachakra que tenho aqui.... sabe roda da Vida tibetana..?

Tem tudo isso que estamos falando
 
Caaaara, que cogumelinho bom esse.......huahuahaua

Tô viajando olhando pra Bhavachakra que tenho aqui.... sabe roda da Vida tibetana..?

Tem tudo isso que estamos falando

Tem sim... e tem até o processo de "descida" aos infernos.. antes de pegar a cordinha pro arco-íris/antakarana...
e sair da roda.
 
Pois é bem por ai, só depois da descidinha que se acende.
 
Uma bela Bhavachakra:

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Muito bom. Obrigado Eldorado por mencionar. Lí alguns textos a respeito e gostei / concordei muito com a simbologia.
 
Putz, tem uma meditação linda que vai passando pelos Seis Reinos, dos Infernais mais densos aos Celestiais mais imateriais. Vai se purificando o karma que possa inclinar o renascimento em reinos inferiores. Ao final, percebe-se que o importante é estar fora da roda.

O bennito que ia gostar, porque a prática é Bönpo (acha que não vi essa swastika, aí... ehehehe).

Pois é exatamente a réplica desse desenho que tenho em casa num quadro que ganhei de uma monja chan de Taiwan (nem imagino como isso foi parar com ela, que não tem a ver diretamente com o Chan -- favor não confundir com o Tchan -- ehehehehe --- desculpem, não resisti à infâmia) que esteve aqui no Brasil por uns anos.

Mãããsssss....

O que tudo isso tem a ver com o Diabo, além do que vocês já citaram implicitamente?

Isso mostra que a visão oriental dos demônios é um pouco diferente daquela ocidental, clássica ou popular. Talvez esteja mais próxima do dáimon de Sócrates.

IO PAN! Chayre kyrie Pangenator!! Chayre kyrie Panfage!!!
(Ó, o Todo! Ouça nosso louvor, Gerador de Tudo!! Ouça nosso louvor, Destruidor de Tudo!!!)

Por isso muitos trabalhos tântricos envolvem imagens de seres demoníacos ou terroríficos, como Chinnamasta ou Fudo Myo. Parecem maléficas, mas são apenas máscaras para aglomerar profundos métodos de transformação ou proteção espiritual.

A vulgarização meramente imitativa e imaginativa desses trabalhos resulta em centros de atividade realmente nociva, como os que se ouve falar por aí, onde rolam sacrifícios animais e humanos para garantir sucesso material.

O interessante do nosso amado Psilocybes (Sempre me pergunto qual seria um nome bom em tupi-guarani, hein??? rsrsrs) é que ele mostra que esses dois lados são complementares.

Basta observar um píleo (chapuleta) sem o resto: por cima, um sol encarnado; por baixo, o seu eclipse raiado.

É o Livro da Natureza!
Pura alquimia! Recomendo que assistam o maravilhoso The Holy Mountain, de Alejandro Jodorowski. Ele preparou alguns dos atores com psilocybes e técnicas de Gurdjieff.

Valeu, galera! Os posts não são "meus", são nossos. Eles jamais existiriam sem todos aqui!
 
Sim, é linda.

A entidade é Yama, o senhor da morte?

Como o Eldorado disse, apesar de aparentemente demoníaca, tais entidades na teologia budistas e hindu não correspondem ao Diabo judaico-cristão-ocidental.
 
Yama, isso. Mas já vi um outro nome, agora não lembro.

É a impermanência, a morte de tudo, nada permanece como é.

O Vajrayana tem influência fortíssima da corrente tântrika Kapalika, os Portadores do Crânio, por isso lida com o absurdo da morte tão bem.

Tem uma prática linda, na qual você (tal qual o cogumelo faz a nós) se eleva numa invocação búdica (com assunção de forma), depois enxerga teu próprio corpo humano sendo retalhado e servido como um belo sushi (com direito a molho de medula) para pacificar demônios.

Tem gente que diz que funciona muito bem para pacificar locais conturbados.


Já que a comunidade é sobre cogumelos e o tópico envolve o Demo, Capeta, Maledetto ou qualquer outro nome meigo e gentil que se possa usar para personificar esse princípio cósmico (porque o Kaos está além dos opostos)... bom, acho pertinente perguntar:

O que acham dos sacrifícios Mayas e Astekas? Estamos falando de sociedades micófilas, hein.
Eu particularmente amo assistir a parte da Cidade dos Sacrifícios do péssimo filme Apocalypto... kkkk

O cogumelo acho que é muito ligado a forças telúricas tanto quanto estelares. Ele realmente é a internet da Natureza (já disseram que a ayahuasca seria a televisão... rsrsrs... cada uma), como diria o grande Stamets.
 
Yama, isso. Mas já vi um outro nome, agora não lembro.

É a impermanência, a morte de tudo, nada permanece como é.

O Vajrayana tem influência fortíssima da corrente tântrika Kapalika, os Portadores do Crânio, por isso lida com o absurdo da morte tão bem.

Tem uma prática linda, na qual você (tal qual o cogumelo faz a nós) se eleva numa invocação búdica (com assunção de forma), depois enxerga teu próprio corpo humano sendo retalhado e servido como um belo sushi (com direito a molho de medula) para pacificar demônios.

Já que a comunidade é sobre cogumelos e o tópico envolve o Demo, Capeta, Maledetto ou qualquer outro nome meigo e gentil que se possa usar para personificar esse princípio cósmico (porque o Kaos está além dos opostos)... bom, acho pertinente perguntar:

O que acham dos sacrifícios Mayas e Astekas? Estamos falando de sociedades micófilas, hein.
Eu particularmente amo assistir a parte da Cidade dos Sacrifícios do péssimo filme Apocalypto... kkkk

O cogumelo acho que é muito ligado a forças telúricas tanto quanto estelares. Ele realmente é a internet da Natureza (já disseram que a ayahuasca seria a televisão... rsrsrs... cada uma), como diria o grande Stamets.

Esses sacrifícios ainda rolam aqui no "mundo globalizado moderno da geração Z" o tempo todo.

Tem instituições milenares beeeeeeeeem conhecidas, de cunho monoteísta mas total pagão em seu alto escalão (pontifex maximum), que dão como sacrifício à sua divindade principal a inocência de uma criança tocada sexualmente.

acontece o tempo todo...

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absurdo o pantheão bar.

legendas em português.
 

Cada ano que passa, fico cada vez mais com vontade de trabalhar profissionalmente com cogumelos comestíveis, medicinais e ornamentais!

Ah, quem sabe um dia!!

Por enquanto, vamos colhendo essas pílulas vermelhas pra nós e alguns poucos afortunados!

A morte e a demonização do ser são as partes mais factíveis e já bastam. Se há ou não essa prisão circular de renascimentos, importante é que aqui-e-agora sentimos essas paradas às vezes.

Alguns chamam de coisa do Demo e continuam apoiados numa leitura infantil da mitologia, quase fabulesca.

Enfim, acho importante sempre existir um trabalho com a chamada Esquerda aqui no Brasil.
Calma, calma, não sou comunista! ahahahahaha

Os tibetanos fazem muito bem, os africanos também, os índios um tanto, aumbandam, os magos e os bruxos muito, mas tem muita gente descompensada aí que ou dá asco ou provoca riso, mas nunca admiração.

Olhar a sombra é tão importante quanto olhar a luz.

Já falava o controverso índio yaqui Dom Juan pelo punho de Castañeda (ou quem sabe somente o próprio, diria o Juan Uviedo de S. Thomé), que o medo e a clareza são inimigos do homem de conhecimento (de si mesmo).

Só luz cega. Para ser Senhor de Si, o lado selvagem deve ser conhecido profundamente, o que para mim equivale à escura simbologia da fase de colonização de um substrato.
 
voce na verdade sao os outros.
nao os outros voces, mas sim voces, os outros.
 
Ah, diabos, mas que caos é este? eheheheheh :p:dance:

voce na verdade sao os outros.
nao os outros voces, mas sim voces, os outros.

Se tudo é relativo, então a relatividade também é relativa, donde conclui-se que há algo Absoluto, portanto, nem tudo é relativo.
 
Não tenho como falar por vós, mas defino diante de quem sou meus próprios demônios, eu não os vejo, tal como vós jamais vereis. Não há forma física que os definam, as manifestações em meu corpo e mente, os sinalizam, permitindo-me notar sua presença. Não notarão como eu o faço, pois estes são meus e não de outros.

Como impulsos, eles fazem de minhas ações o molde e a pessoa que vocês enxergam e acreditam ser que sou. Engano, pois reconhecem quem eu não reconheço ser eu mesmo, e ainda sim, a ligeira e escorregadia mensagem da distorção e da mentira, é absorvida por cada um de vós, sem dar chances a nós, vocês recebem através dos seus, as mensagens dos meus.

Eles "cochicham" e me dizem tudo o que eu não preciso saber de vós, me dizem tudo o que vossos demônios gostariam que eu acredita-se, ou os fizesse acreditar. Fazem com que eu torne/tome as mentiras como verdades e as verdades como mentiras. Escondem-me minhas fraquezas para me fazer errar quando preciso conhecê-las, fazem-me acreditar nelas quando não preciso.

Precisamente posso dizer que através de suas ações, procuram fazer de meu eu, o instrumento para a autodestruição daquilo que reconheço em profundo sentimento ser quem sou. Eu sou a única "coisa" que podem influenciar diretamente. Vós sois instrumentos úteis para refletir e transmitir as mensagens que pressionam os passos rumo à autodestruição que eu dei.

Eles tentam influenciar-me a todo o momento, e aproveitam-se das melhores oportunidades para fazerem de mim, seu banquete de mágoas e remorsos, de ódio e desgraça. Do qual somente eu, compartilho o doloroso sabor.
 
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