'Comportamentos imprevisíveis'
Holanda proíbe cultivo e comercialização de cogumelos 'mágicos'
Plantão | Publicada em 28/11/2008 às 13h51m
Reuters
AMSTERDÃ - A Holanda vai proibir a partir da próxima semana a venda e o cultivo de todos os cogumelos alucinógenos, ditos "mágicos", que se tornaram o alvo mais recente em um país que procura despir-se de sua imagem de tolerância total. O governo holandês propôs a proibição em abril, citando os efeitos perigosos para os consumidores dos cogumelos, após a morte de um adolescente francês que saltou de uma ponte em Amsterdã em 2007 depois de ingerir o alucinógeno.
"O consumo dos cogumelos mágicos tem efeitos alucinógenos. Está comprovado que pode levar a comportamentos imprevisíveis, logo, de risco", disse o Ministério da Saúde holandês em comunicado.
A contestação da proibição foi rejeitada por um tribunal em Haia na sexta-feira. A partir de 1o de dezembro, a produção ou venda de cogumelos mágicos frescos pode levar a uma pena de prisão máxima de quatro anos, disse na sexta um porta-voz do Ministério da Justiça.
"Estamos mirando os cultivadores e as lojas que vendem os cogumelos", disse ele.
O ingrediente ativo dos cogumelos mágicos é a psilocibina. Seus efeitos duram até seis horas e, nos primeiros estágios após o consumo, podem incluir náuseas, vômito, fraqueza muscular e sonolência.
Os efeitos psicológicos da psilocibina incluem alucinações e a incapacidade de distinguir a fantasia da realidade. Também podem ocorrer reações de pânico e psicose, especialmente com a ingestão de doses grandes, segundo o Centro Nacional de Inteligência sobre Drogas do Departamento de Justiça dos EUA.
Alguns defensores dos cogumelos mágicos dizem que seu consumo promove a conscientização espiritual, o insight pessoal e a meditação.
A venda de cogumelos mágicos secos já é ilegal na Holanda, passível de punição com pena máxima de oito anos de prisão, disse o porta-voz do Ministério da Justiça. Mas a partir da próxima semana, a proibição será aplicada também aos cogumelos frescos, que até agora eram vendidos nas chamadas "smart shops".